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No limite poente do concelho de Coimbra, na margem direita do Paul de Arzila, situa-se a freguesia com o mesmo nome.
A comunidade rural que ali existe desde tempos imemoráveis, sempre conviveu com o paul e, com um saber cimentado por séculos de trabalho árduo, soube salvaguardá-lo e vivificá-lo.
Paul onde todos detinham um bocado de terreno, as “sortes”, medidas anualmente em varas e côvados, onde pescavam, a fim de melhorar a dieta alimentar e de onde extraiam, o bunho e a “junção”, que estiveram na origem do renome da aldeia, enquanto principal produtora de esteiras, no Baixo Mondego.
Reserva Natural do Paul de Arzila. Imagem acedida em https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/reserva-natural-do-paul-de-arzila
Reserva Natural do Paul de Arzila. Foto Manuel Malva. Acedida em https://www.nationalgeographic.pt/viagens/paul-arzila-reduto-um-vale-outrora-selvagem_2948
Reserva Natural do Paul de Arzila. Foto Manuel Malva. Acedida em https://content.nationalgeographic.pt/medio/2023/06/05/paul-arzila_00000000_230605223419_1200x630.jpg
Da freguesia rural que sempre foi, conhecida por aquela produção, está a caminho de se transformar, como as demais que naquela zona se localizam, num dormitório de Coimbra.
Contudo, Arzila é uma freguesia que tem memória e orgulho do seu passado. Memória que resulta, essencialmente, do trabalho que o Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, vem realizando e que se encontra bem evidenciado quer na recente integração da terra no projeto “Aldeias de Portugal”, quer na organização e realização, ao longo do ano em curso, do programa “50 anos, 50 eventos”.
Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, logotipo
50 anos, 50 eventos. Cartaz. Imagem acedida em https://www.facebook.com/photo/?fbid=709837067933197&set=pcb.709844331265804
Estas realidades podem se verificadas no atalho https://www.facebook.com/gfearzila/, onde se encontra o pograma delineado pelo Grupo, a fim de lhe poder proporcionar o ponto de partida de um caminho ainda mais exigente e rigoroso que pretende seguir.
Esta introdução, não laudatória, embora mais do que merecida relativamente ao trabalho realizado por todos os elementos do Grupo, tem em vista um projeto que está a nascer e passa pela dignificação do espólio etnográfico recolhido ao longos dos anos.
Este propósito implica não só um trabalho rigoroso de inventariação e de catalogação, mas também a criação de condições expositivas adequadas, face à importância do espólio e ao testemunho que outorgam.
Neste contexto, numa primeira fase, encontra-se em organização uma ação de formação destinada a todos os elementos do Grupo, mas aberta a elementos de outros agrupamentos similares, que decorrerá sob a orientação da Senhora Dr.ª Virgínia Gomes (Técnica superior responsável pelas coleções de Pintura, Desenho e Gravura do Museu Nacional de Machado de Castro).
Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila, sede
No mesmo enquadramento, mas agora com a ajuda da Senhora Arquiteta Isabel Anjinho, realizou-se no passado dia 8 de outubro, uma primeira reunião de trabalho, tendo em vista a elaboração de um projeto de construção de um espaço onde se possa instalar um núcleo interpretativo que permita a exposição, com o necessário rigor e qualidade, do material recolhido e que se erguerá no terreno pertença do Grupo, anexo à sua sede.
Ter-se-á em consideração a existência de 3 áreas temáticas:
. O paul e as esteiras de Arzila;
. Carpinteiros de Arzila. Da construção da casa à construção do barco do paul;
. Agricultura e agricultores de Arzila, memória de um modo de vida.
Rodrigues Costa
O projeto “Conversas Abertas”, iniciativa do blogue “A’Cerca de Coimbra”, com o apoio do Clube de Comunicação Social e do Arquivo da Universidade de Coimbra, depois de um interregno de cerca de dois anos motivado pela pandemia, vai ser retomado de hoje a uma semana.
Arquivo da Universidade de Coimbra, entrada pela Rua de São Pedro n.º 2, parte baixa e traseiras do edifício da Biblioteca Geral da Universidade
A sessão da próxima semana, a decorrer no dia 25 do corrente, 6.ª feira, a partir das 18h00, terá lugar na sala D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra.
Pretende-se que seja uma singela homenagem ao conimbricense, por opção, que foi Mons. Nunes Pereira.
Monsenhor Nunes Pereira
Tema: Mons. Nunes Pereira. O homem, o sacerdote e o artista.
Palestrantes: Dr.ªs Virgínia Gomes (Técnica do MNMC) e Cidália Maria dos Santos (Curadora do Museu Nunes Pereira).
No âmbito desta Conversa Aberta o Arq.º António José Monteiro e o artista plástico José Maria Pimentel, farão a apresentação de uma proposta de monumento a Mons. Nunes Pereira a instalar junto à rua com o seu nome, em Coimbra.
Para esta sessão foram dirigidos convites aos Ex.mos Senhores Bispo de Coimbra e Presidente da Câmara, entre outras individualidades.
Xilogravura de NP
A Entrada será livre ao limite da lotação, no respeito pelas diretivas em vigor da Direção Geral de Saúde.
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