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Até à Reforma Pombalina da Universidade em 1772 o registo de matrícula apresenta geralmente a seguinte informação:
Nome do aluno, naturalidade e filiação, sendo neste último caso apresentado apenas o nome do pai, seguido da informação sobre a data de matrícula e assinatura do aluno. No caso de alunos de ordens religiosas não é apresentado o dado de filiação.
Livro de Matrículas (1724-1725), fl.23
Não é igualmente indicado o ano de curso, pelo que só compulsando todos os anos de frequência do aluno se pode saber exactamente os anos frequentados. No entanto, é comum ser indicado o grau de Bacharel no caso de o aluno já possuir este grau quando efectua a matrícula. Os livros apresentam as matrículas por ordem de Faculdades, sendo apresentada em primeiro lugar a Faculdade de Teologia, seguida de Cânones, Leis e Medicina. A matrícula na cadeira de Instituta (os designados alunos Institutários) ficou geralmente lançada antes dos registos da Faculdade de Medicina, mas pode também surgir depois destes.
Depois de 1772 são acrescentados os registos de matrícula das Faculdades de Matemática e Filosofia e deixa de existir a cadeira de Instituta. Os registos passam a ser apresentados por ordem alfabética e por ordem de ano de curso. A partir de 1793 passam a ser utilizados formulários impressos, com espaços em branco para neles se registar o nome do aluno, naturalidade e filiação. Na matrícula que ocorre no primeiro ano do curso ficou ainda regista a informação sobre as habilitações do aluno, em estudos preparatórios para o ingresso na Universidade (por exemplo: Latim, Retórica, Filosofia, Geometria).
Livro de Matrículas, Vol.21. (1792-1793), fl.17
O registo de matrícula apresenta ainda informação sobre a classe de ordinário ou de obrigado de cada aluno. Quanto aos alunos voluntários existem volumes próprios para o registo da matrícula nas Faculdades de Filosofia e de Matemática. Pode, eventualmente, surgir a informação, sobre a mudança de uma classe para outra, designada por trânsito do aluno, por exemplo de ordinário para obrigado, ou de voluntário para ordinário.
Livro de Matrículas, Vol.41 (1813-1814), fl.132
Após a reforma de 1911, de acordo com o Decreto com força de lei de 19 de Abril de 1911, no seu cap. IX, a matrícula é o acto pelo qual o aluno dá entrada na Universidade; por seu lado, a inscrição permite ao aluno, depois de matriculado, a frequência das diversas cadeiras e cursos. A partir desta data, os livros de matrículas passam a estar ordenados por cada Faculdade e não é dada indicação do ano de curso, uma vez que a matrícula diz respeito ao ingresso na Universidade e respectiva Faculdade. Até 1937 não indicam o ano de curso, ou mesmo o próprio curso a frequentar dentro de cada Faculdade. Estes dados só podem ser colhidos nos livros de Inscrições.
Livro de Inscrições, Vol.25 (1921-1934), fl.173v
Bandeira, A.M.L. Percurso académico na Universidade de Coimbra, nos séculos XVI a XX (orientações para pesquisa). Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra. Acedido em: https://www.uc.pt/auc/orientacoes/UC_GuiaPercursoAcademico.pdf
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