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A' Cerca de Coimbra


Terça-feira, 02.05.23

Coimbra: Carros Americanos. Achegas para a sua história 2

Através de Pedro Rodrigues da Costa chegou-nos uma outra informação relacionada com os transportes, em Coimbra, levados a cabo pelos Carros Americanos.

Trata-se de 3 bilhetes relacionados com o transporte de passageiros em carros americanos, emitidos pela empresa Carris de Ferro de Coimbra, pertencentes à coleção de José Luís Covita e que, seguidamente, divulgamos.

CA. Bilhete 1. Col. José Luís Covita.jpg

Bilhete 1. Acervo José Luís Covita

CA. Bilhete 2. Col. José Luís Covita.jpg

Bilhete 2. Acervo José Luís Covita

CA. Bilhete 3. Col. José Luís Covita.jpg

Bilhete 3. Acervo José Luís Covita

Relativamente aos bilhetes que ora divulgamos, tem de se salientar:

- No bilhete 1 o destino aparece com a designação de “Casa do Sol”, o que deverá ser, muito provavelmente, um erro de escrita, porque o destino deveria ser “Casa do Sal”, ou seja, a zona onde terminava a atual Rua da Figueira da Foz. Segundo José Pinto Loureiro esta designação foi atribuída por deliberação camarária de 2 de Julho de 1903, à rua que ligava a extremidade norte da Rua da Sofia, mesmo em frente da Rua João Augusto Machado, com a extremidade sul da Rua do Padrão, no ponto hoje conhecido por Casa do Sal, no cruzamento com a rua que vem de Coselhas.

CA. Foto Varela Pécurto. In Voar sobre Coimbra -

Casa do Sal e Água de Maias. Foto Varela Pécurto. In: Voar sobre Coimbra

2 – No segundo bilhete surgem os seguintes topónimos atualmente desaparecidos:

. Largo D. Carlos, designação efémera do Largo da Portagem, deliberada pelo Município em 13 de maio de 1886.

CA. Largo da Portagem.jpg

Largo da Portagem, em finais do século XIX

. Infante, dever-se-ia referir à Rua Infante D. Augusto, atual Rua Larga. Ainda de acordo com José Pinto Loureiro esta rua teve, ao longo dos séculos, diversas designações, pois passou por Rua da Alcáçova e por Rua do Colégio Real até de fixar, nos finais do século XVII, no topónimo Rua Larga. Seguiram-se, posteriormente, diversas designações, mais ou menos efémeras: Rua Infante D. Augusto, por deliberação camarária de 17 de julho de 1868; Rua Cândido dos Reis, por deliberação de 20 de outubro de 1910; mas voltou à primitiva designação de Rua Larga por deliberação de 11 de julho de 1929.

CA. R.  Larga 1944 c..jpg

Rua Larga, inícios do século XX

. Gasómetro designaria a zona do atual parque de estacionamento do Palácio da Justiça, com entrada pela Rua Figueira da Foz, no local onde, outrora, funcionou fábrica de produção de gás de iluminação.

CA. Rua da Sofia. 1883 JPEG. Acervo RA.jpg

Fábrica de gás de iluminação, ou o Gasómetro

3 – No terceiro bilhete para além das designações já atrás mencionadas aparece um novo topónimo:

. Largo D. Luís, designação atribuída, em reunião camarária de 24 de outubro de 1889, ao largo do novo bairro de Santa Cruz. Esta nomenclatura viria a ser alterada na já referida reunião de 20 de outubro de 1910, para Praça da República.

CA. Praça da República antiga.jpg

Largo D. Luís, nos finais do século XIX

 

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 11:57

Quinta-feira, 27.04.23

Coimbra: Carros Americanos. Achegas para a sua história 1

Colaboraram na feitura desta entrada muitas mãos. Para além da minha participação contei com a ajuda, na investigação e na cedência de imagens, de Carlos Ferrão e Pedro Rodrigues da Costa. Henrique de Melo e Regina Anacleto também partilharam algumas imagens.

Deu origem a este trabalho um anúncio publicado no dia 8 de novembro de 1885 no jornal Correio da Manhã, que integra o acervo documental] de Carlos Ferrão.

CA. Correio da Manhã, 8 e outurbro de 1885.jpgCorreio de Manhã, 8 de novembro de 1855. Acervo Carlos Ferrão

No canto inferior esquerdo do referido jornal aparece este anúncio da Companhia real dos caminhos de ferro portugueses.

CA. Correio da Manhã, 8 e outurbro de 1885, pormeCorreio de Manhã, 8 de maio de 1855, pormenor. Acervo Carlos Ferrão

Da análise do anúncio podemos concluir:

- A existência, ainda que provisória, de uma estação central de Coimbra, estabelecida na atual Praça do Comércio, da onde partiam carros americanos para as estações de Coimbra e de Coimbra B.

CA. Praça Velha.jpg

Praça do Comércio, antiga Praça Velha

- Que, para além de passageiros e de mercadorias, a empresa também transportava valores; no caso do dinheiro em cobre o custo da tarifa era calculado em relação ao peso/quilo.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 10:09

Quarta-feira, 08.07.15

Coimbra, a tração elétrica nos transportes urbanos 4

Informação: Por estar de férias até ao início de Agosto, irei só publicar novos posts aos sábados. Boas férias para quem me lê

Cronologia dos troleicarros

1928: A Câmara Municipal de Coimbra solicita à … Junta Autónoma de Estradas a colocação de carris na ponte de S. Clara, tendo em vista a construção de uma linha de carros elétricos que sirva a zona de Santa Clara. Solução que foi inviabilizada.

1943: O “Relatório e Contas” dos Serviços Municipalizados de Coimbra, sugere a instalação de um novo meio de transporte os “Troley-ómnibus”, como forma de ultrapassar a dificuldade atrás referida.

1945: Aquisição de um novo “retificador de corrente de mercúrio” que possibilitava a produção de energia, em corrente contínua, quer para a rede de carros elétricos, quer para a futura rede de troleicarros.

1946: Início da construção da rede de troleicarros nos percursos: Santa Clara - Estação Nova; e Portagem – Alegria.

1947: Entrega dos dois primeiros troleicarros, de construção suíça e da marca “Sécheron-Saurer”; Inauguração da primeira linha de troleicarros de Coimbra, a linha n.º 6, Estação Nova – Santa Clara (Almas de Freire).

1950: Entrega dos primeiros troleicarros de uma encomenda de seis, de construção inglesa e da marca “Sumbeam-BTH”.

1951: Substituição dos carros elétricos por troleicarros na linha n.º 5, S. José (antiga Calhabé).

1958: Entrada ao serviço dos primeiros troleicarros carroçados em Portugal da marca “Leyland-BUT”

1959: Abertura da linha n.º 5, Portagem – Estádio Municipal; e da linha n.º 5, Praça de República – Liceu (que mais tarde veio a ser a linha 9).

1960: Abertura da linha n.º 5, Praça 8 de Maio – Apeadeiro de S. José (que mais tarde veio a ser a linha 10).

1962: Abertura da linha n.º 1, Portagem – Universidade (via Abílio Roque); e da linha n.º 6T, Universidade – Almas de Freire.

1964: Ano em que, pela primeira vez, os troleicarros são o meio de transporte coletivo que transportam mais pessoas na cidade de Coimbra.

1970: Abertura da linha n.º 8, Portagem – S. António dos Olivais (pela Rua Lourenço Almeida Azevedo e Largo de Celas).

1972: Passagem da “remise” dos troleicarros da “parada” da Alegria para as novas instalações da Guarda Inglesa.

1976: Autocarros … passam a ser o meio de transporte coletivo mais utlizado em Coimbra.

1982: Abertura da linha n.º 3, Portagem – Santo António dos Olivais (via Penedo da Saudade)

1984: Entrada ao serviço de novos troleicarros da marca “Caetano-Efacec”; Abertura da linha n.º 4, Portagem – Celas.

1988: Abertura da linha n.º 46, Santa Clara – Portagem – Celas, com circulação pela Av. Fernão de Magalhães)

1990: Número máximo de troleicarros ao serviço da rede de transportes urbanos de Coimbra, num total de 43 unidades.

1991: Abertura das linhas n.º 7 e n.º 7T, Estação – Tovim.

1993: Extensão máxima da rede de troleicarros de Coimbra com 42 quilómetros de linhas aéreas, em exploração; Início do declínio da rede troleicarros em Coimbra, com a substituição destes por autocarros nas linhas: n.º 7; e n.º 46.

1995: Substituição dos troleicarros por autocarros na linha n.º 5.

1998: Os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra ponderam o fim dos serviços de troleicarros.

1999: Substituição, definitiva, dos troleicarros por autocarros na linha n.º 7.

2001: O Executivo Municipal opta pela manutenção da rede de troleicarros, com um número reduzido de unidades e carreiras, a saber: linha n.º 1, Estação Nova – Universidade; e linha n.º 3, Estação Nova – S. António dos Olivais (via Penedo da Saudade).

2002: Substituição dos troleicarros na linha n.º 8; Reintrodução dos troleicarros na linha n.º 4.

2007: Os SMTUC dispõem de 16 troleicarros, que servem 3 carreiras, a que correspondem 27,4 quilómetros de rede, sendo Coimbra a única cidade da Península Ibérica que dispõe de uma rede de transporte urbano, deste tipo.


Costa, P.M.M.R. 2007. Achegas para a Cronologia dos Troleicarros em Coimbra. In Troleicarros de Coimbra. 60 Anos de História. Coordenação de João d’Orey. Coimbra, Ordem dos Engenheiros – Região Centro, pg. 68 a 73

 

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por Rodrigues Costa às 10:23

Terça-feira, 07.07.15

Coimbra, a tração elétrica nos transportes urbanos 3

O tempo dos carros troleicarros
À partida há que assinalar que a opção pelos troleicarros feita pelo Município de Coimbra resultou de uma luta inglória com a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses que, numa discussão de décadas, nunca autorizou a travessia da linha da Lousã, na Portagem, pelos carros elétricos.
Daí que face à necessidade de dotar Santa Clara de transportes públicos, quando no relatório referente ao ano de 1938 se escreveu: "sendo de desejar o aumento da rede de transportes, também é cada vez menos de aconselhar que ele se faça pelo sistema de carros elétricos sobre carris” estava a iniciar-se o caminho que conduziu àquela opção.

A primeira referência encontrada sobre a opção dos troleicarros data de 1943 quando se decide que “Nas novas extensões da rede de transportes urbanos a estabelecer quando houver oportunidade – Santa Clara, Calhabé e Bairro do Loreto – se deve adotar-se o sistema de «trolley-omnibus» em vez da via férrea”.
Tal projeto começou a ser concretizado em 1946, com o início da montagem da linha aérea para Santa Clara, que viria a ser inaugurada em 16 de Agosto de 1947 e que foi assim noticiada:
“… Portugal está a ser dotada duma primeira linha de «trolleybus». Para experimentar este novo modo de transporte os Serviços Municipalizados escolheram uma pequena linha de 2,5 km de comprimento.
... a encomenda de dois carros, foi dada à casa S.S. dos Ateliers de Sécheron de Genebre, Suíça, como empreiteira geral e fornecedora da parte elétrica, e à casa S.A. Adolphe Sauren, de Arbon, Suíça, como fornecedora do chassis e da carroçaria.”

A partir daqui a rede de troleicarros foi crescendo tendo atingido o seu auge no princípio dos anos noventa em que a frota era constituída por 43 troleicarros.
Iniciou-se, então, o período em que a opção pelos autocarros quase levou à extinção da rede de troleicarros a qual, ao iniciar o novo milénio, estava reduzida a duas linhas.
Como se depreende do que se afirma a opção por este meio de transporte não poluente não tem sido pacífica para os Responsáveis de Coimbra, sendo evidente a predominância – ao longo dos últimos anos – da opção pelos autocarros.

Aqui chegados – enquanto mero Cidadão e sem conhecimentos técnicos a profundados sobre o assunto – que conclusões tiramos desta pequena resenha histórica?
A primeira é a de que numa cidade com as características de Coimbra o recurso a sistemas de transportes públicos não poluentes, é de vital importância para a qualidade de vida dos seus Cidadãos.
A segunda é a de que um sistema de transportes urbanos assente na tração elétrica, deu provas em Coimbra, realidade a que acresce a constatação da eficácia e predominância, nomeadamente, nos cascos urbanos de muitas Cidades da Europa em que estamos integrados, de sistemas de transporte urbano deste tipo.

Costa, A. F. R. 2007. Troleicarros: Um Património de Coimbra. In Troleicarros de Coimbra. 60 Anos de História. Coordenação de João d’Orey. Coimbra, Ordem dos Engenheiros – Região Centro, pg. 63 a 65

 

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por Rodrigues Costa às 09:11

Segunda-feira, 06.07.15

Coimbra, a tração elétrica nos transportes urbanos 2

 

O tempo dos carros elétricos

A primeira notícia conhecida sobre a criação de um sistema de tração elétrica em Coimbra data de 1 de Dezembro de 1904 quando a Câmara decide “em princípio na concessão de um subsídio à Companhia dos Carris para a substituição da tração animal pela elétrica”.
Mas a decisão que deu origem à efetiva concretização deste melhoramento foi tomada em 15 de Maio de 1908, quando a Edilidade tendo concluído que “desapareceram todas as ilusões relativamente à possibilidade da instalação elétrica na Cidade por meio da Companhia de Carris de Ferros de Coimbra”, decidiu: “1.º - Que se municipalize o serviço de tração elétrica; 2.º - Que se contraia um empréstimo de 150.000$00 reis”.
… em 23 de Setembro de 1909, veio a ser adjudicado à Firma Thomson Houston Ibérica a instalação de um sistema de tração elétrica, o qual veio a ser inaugurado em 1 de janeiro de 1911, tendo sido assim noticiado:
“A instalação da tração elétrica de Coimbra … compreende 3 linhas: uma da Estação Velha à Alegria, outra da Estação Nova à cidade alta (Universidade) e a terceira da Estação Nova a Santo António dos Olivais. As tarifas … mais baratas … custam 20 reis.
… Os carros (cinco) cujos equipamentos elétricos … saíram das conhecidíssimas oficinas de J.C. Brill de Filadélfia, são elegantíssimos e confortáveis. O seu aspeto, sobretudo quando à noite circulam iluminados pelas ruas de Coimbra, é esplêndido”.

Mas o grande salto para o período de oiro dos elétricos em Coimbra – os anos 30 do século passado – foi dado quando foi aprovado o “programa para os anos de 1926 a 29” para cuja realização foi contraído um empréstimo de 6.000 contos que permitiu, nomeadamente, a encomenda do “material para a instalação de oito quilómetros de novas vias de tração elétrica, incluindo a duplicação da via desde a Rua Visconde da Luz aos Arcos do Jardim, um grupo convertidor, de mercúrio, para o serviço da Central Elétrica, 5 carros motores abertos (alcunhados de pneumónicos) e dois fechados …
Assim … em 1 de Janeiro de 1930, existiam as seguintes linhas: Linha 1, Estação Nova – Universidade; Linha 2, Praça 8 de Maio – Estação Velha; Linha 3, Calhabé – Olivais; Linha 4, Praça 8 de Maio – Olivais; Linha 5, Praça 8 de Maio – Montes Claros – Cruz de Celas; Linha 6, Portagem – Calhabé (circulação); Linha 7, Olivais – Cumeada.
Isto é: no início da década de oiro dos carros elétricos a rede de tração elétrica de Coimbra apresentava, nas suas linhas gerais e no que respeita ao casco urbano, a configuração da rede dos transportes urbanos dos nossos dias.
A partir do final desta década iniciou-se um processo que se arrastou por quase quarenta anos, através do qual, gradualmente, foram sendo substituídas as linhas de carros elétricos por troleicarros e autocarros, vindo os elétricos de Coimbra a deixar de percorrer as ruas da Cidade em 9 de Janeiro de 1980, data em que – como afirmou o estudioso deste sistema Pedro Rodrigues da Costa – “ficaram para trás 69 anos de bons serviços tendo o sistema manifestado uma eficácia e uma resistências invulgares”.

Costa, A. F. R. 2007. Troleicarros: Um Património de Coimbra. In Troleicarros de Coimbra. 60 Anos de História. Coordenação de João d’Orey. Coimbra, Ordem dos Engenheiros – Região Centro, pg. 61 a 62

 

 

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por Rodrigues Costa às 22:58

Domingo, 05.07.15

Coimbra, a tração elétrica nos transportes urbanos 1

Elaboramos o texto abaixo apresentado … tendo por base um trabalho de investigação realizado aquando da nossa participação na criação do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra – de que tivemos a honra de ser o primeiro Diretor -, iniciativa que se pretendia como o primeiro núcleo de um projeto, ainda tão necessário: o da criação de um Museu de Coimbra, polinucleado, que abranja as múltiplas facetas de que o passado da nossa Cidade se reveste.

Duas imagens marcam a minha meninice. A primeira – uma das minhas mais antigas memórias – é a de, pela mão de meu Pai, ir à Portagem ver passar o «pantufas» alcunha com que os troleicarros, à boa maneira de Coimbra, foram alcunhados aquando do seu surgimento. A segunda é de menino moço ver uns “ Senhores Engenheiros Suíços” a montar a linha aérea que iria realizar a circulação da Cidade, indo da Baixa, passando pelo Calhabé e pelos Arcos do Jardim.

Os primórdios dos transportes urbanos em Coimbra

A história dos transportes urbanos em Coimbra, inicia-se em Fevereiro de 1873 quando “Evaristo Nunes Pinto e Camilo Mongeon, concessionários do caminho-de-ferro americano, da estação do caminho-de-ferro do Norte a Coimbra, requerem que os carros passem através das ruas da Cidade apresentando planta do projeto”… a 17 de Setembro de 1874 a empresa entretanto criada – a Rail Road Conimbricense – comunica ao Município “a abertura da linha desde a Calçada (Rua Ferreira Borges) à estação de caminho-de-ferro do Norte”. A inauguração teve lugar em 15 de Setembro de 1874 e foi assim noticiada.

“Partiram da Calçada 3 carros americanos. No primeiro seguiam os diretores, as autoridades de Coimbra e demais convidados. No segundo carro seguia na Imperial (pelo que pelo menos um carro americano tinha segundo piso, a chamada Imperial) a Filarmónica Conimbricense que tocava o hino da Carta. Muita gente a assistir. Muitos foguetes. Pelas 3 horas da tarde foi servido um opíparo jantar na sala da Sociedade Terpshicore”.

… Com a abertura do ramal de ligação da linha do Norte ao centro da Cidade, a empresa de carros americanos, depressa entrou em declínio tendo deixado de circular em 1887.

Uma segunda fase foi iniciada em 30 de Outubro de 1902 quando “Augusto Eduardo Freire de Andrade pede a concessão de uma linha férrea, sistema americano, nas ruas da Cidade, para tração animal” … iniciativa concretizada – pela Companhia de Carris de Ferro de Coimbra, entretanto criada – em 1 de Janeiro de 1904 – com o “estabelecimento da ligação da atual estação de Coimbra-B com o Largo da Portagem, a que se seguiu, em 4 de Fevereiro a abertura de um novo traço entre a Praça 8 de Maio e a Rua Infante D. Augusto (atual Rua Larga, junto à Universidade).

As últimas notícias referenciadas sobre os carros americanos em Coimbra datam … de 3 de Fevereiro de 1916.

… A título de curiosidade refere-se a efémera existência – com início em Janeiro de 1907 – da primeira carreira de autocarros em Portugal, a qual ligava a Baixa à Alta, numa iniciativa da Empresa de Automóveis Tavares de Mello Coimbra que para o efeito utilizava carros de “4 cylindros com a força de 4 cavalos e transportavam 20 pessoas”.

Costa, A. F. R. 2007. Troleicarros: Um Património de Coimbra. In Troleicarros de Coimbra. 60 Anos de História. Coordenação de João d’Orey. Coimbra, Ordem dos Engenheiros – Região Centro, pg. 59 a 61

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por Rodrigues Costa às 11:07


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