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A' Cerca de Coimbra


Terça-feira, 04.01.22

Coimbra: Carlos Seixas, um músico conimbricense

Na continuação da divulgação do seu valiosíssimo espólio o Arquivo da Universidade divulgou mais um documento, este dedicado ao organista conimbricense Carlos Seixas.

Carlos Seixas, um organista prodigioso de Coimbra

Carlos Seixas 4.png

Imagem acedida em: https://www.bing.com/images

Ensinado por seu pai, na aprendizagem musical do órgão, Francisco Vaz, também ele organista da Sé de Coimbra, era um jovem prodigioso, quase uma criança prodígio, uma vez que foi nomeado organista da Sé de Coimbra, com 14 anos apenas, em 9 de fevereiro de 1718, após o falecimento de seu pai.

Infelizmente, não existe já o livro paroquial onde estaria o seu assento de batismo, por razões desconhecidas extraviado ou perdido, como tantos outros documentos. Mas, por um acaso fortuito, foi localizado, há alguns anos, o seu processo de casamento, inserido no acervo da Câmara Eclesiástica de Coimbra.

Carlos Seixas 2.png

Fig. 1 - 1731, setembro, 16 – Publicação de “banhos corridos” na igreja paroquial e Colegiada de Santa Justa, por petição de José António Carlos de Seixas (1704-1742), morador em Lisboa, na freguesia de São Nicolau. Não sendo conhecida a data da petição, o documento fica datado pelo registo do Prior da Colegiada, Manuel dos Reis Leitão.

 

Carlos Seixas 1.png

Pormenor da figura 1

Em 1731, quando residia na freguesia de São Nicolau, em Lisboa, solicitou à Câmara Eclesiástica de Coimbra uma certidão de “banhos corridos”, para poder casar, em Lisboa, com Maria Josefa Tomásia da Silva. Nesse processo figura uma certidão de batismo, extraída do livro paroquial que, então ainda existia, podendo saber-se que foi batizado em 10 de julho de 1704, na igreja de São Cristóvão, com o nome de José, filho de Francisco Vaz, organista da Sé e de Marcelina Nunes que foram moradores na Rua da Ilha.

Originalmente, utilizou o nome de José António, tal como surge no registo de nomeação para organista, pelo Cabido da Sé de Coimbra. Desconhece-se a razão da utilização posterior do nome de José António Carlos de Seixas.

Terá ido para Lisboa no início de 1720, uma vez que neste ano foi já nomeado organista da Sé Patriarcal de Lisboa.

Foi também mestre organista da Capela Real. Diogo Barbosa Machado, um dos seus primeiros biógrafos, dirá da sua arte que: “A mesma suavidade e destreza exercitava tocando órgão, fazendo com um impulso dos dedos vocal o seu instrumento e mudos os ouvintes”, não podendo encontrar-se elogio mais absoluto para a arte que praticava e o som que fazia extrair do órgão.

Cultivou também a música, através da escrita e revelou-se como um dotado compositor e autor de obras orquestrais e música sacra. Refiram-se as Tocatas de cravo (segundo José Mazza terão sido 700 tocatas), Motetes para vozes e instrumentos, Sonatas, Minuetes, etc., imprimindo às suas composições uma expressão musical e um som próprio e particular que o identifica, desde logo, como ímpar e como seu.

Os manuscritos musicais, em cópias da sua obra, podem encontrar-se nos acervos da BGUC, da Biblioteca Nacional e da Biblioteca da Ajuda, além de outras instituições.

Ana Maria Bandeira

 Acedido em:

https://www.uc.pt/cultura/som/organista_auc/?fbclid=IwAR121n1MJSF4ckZbTxDkhAlCBzQL7gtsXf56uo0UxQUpUdGo8CTF0A481Yg

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por Rodrigues Costa às 12:52

Terça-feira, 01.03.16

Coimbra, origens 6

O traçado das ruas da cidade romana é indeterminável, pois os únicos edifícios romanos descobertos – o criptopórtico e a cave em frente da Sé Velha – são insuficientes para nos determinarem orientações.
A mediévica Porta do Sol era provavelmente, já no período romano, umas das entradas da cidade; ficava situada ao cimo da rampa natural que o aqueduto romano acompanhava. Do facto de quase todas as inscrições funerárias romanas de Coimbra terem sido achadas metidas nos muros do Castelo, ou nos panos da muralha entre este e a Couraça de Lisboa, V. Correia concluiu que o cemitério romano deveria ficar situado na encosta de S. Bento e do Jardim Botânico, isto é a poente da ladeira que subia até à Porta do Sol.
Desta entrada da cidade, divergiam muito possivelmente duas vias: uma delas, que na Coimbra moderna (mas anterior à demolição da Alta da cidade) era chamada Rua Larga, conduzia ao sítio que o edifício antigo da Universidade presentemente ocupa. Aqui, não pode deixar de ter existido um edifício romano importante, provavelmente publico … Outra via descia do sítio da Porta do Sol ao antigo Largo da Feira e daqui, pelo Rego de Água e Rua das Covas ou de Borges Carneiro, ao largo da Sé Velha. Se este era o principal arruamento da cidade romana no sentido leste-oeste, é tentador ver, na Rua de S. João ou de Sá de Miranda e na de S. Pedro, o eixo principal norte-sul. Nogueira Gonçalves, porém, considera esta última um corte artificial, talvez operado no século XVI.
Se o monumento romano à Estrela era um arco honorífico, devia marcar o início de uma rua da cidade. Esta seria a do Correio ou de Joaquim António de Aguiar, que António de Vasconcelos representa na sua planta de Coimbra no século XII. Na mesma planta, um outro arruamento, de antiguidade bem provável, é definido pelas ruas da Trindade, dos Grilos ou de Guilherme Moreira e da Ilha. Da antiguidade da Rua do Cabido, representada ainda na mesma planta, duvidamos algum tanto; inclinamo-nos mais a ver na Rua do Loureiro outra das principais vias antigas.
Tudo isto, porém, é conjetural.

Alarcão, J. 1979. As Origens de Coimbra. Separata das Actas das I Jornadas do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. Coimbra, Edição do GAAC. Pg. 39 a 40

 

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por Rodrigues Costa às 10:31


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