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A' Cerca de Coimbra


Quarta-feira, 03.02.16

Coimbra, recoveiros da Universidade

As viagens (dos recoveiros da Universidade) eram efetuadas nos tempos e prazos impostos pelos contratos.

Para Lisboa, segundo as obrigações assumidas em 1546, 1548 e 1556 haveria carreiras contínuas que duravam, entre a ida e a volta, de vinte e dois dias a um mês

… O recoveiro de Braga (Entre Douro e Minho), pelo contrato de 1549, faria também carreiras contínuas, presumivelmente, com duração de 15 dias … o número de viagens anuais … aparece regulamentado, de modo geral, entre quatro a seis. A primeira e a última destas viagens costumavam efetuar-se no começo e no fim das aulas. As restantes pelo Natal, Entrudo e Páscoa

… A chegada e os dias que antecediam a partida deviam ser assinalados pelo recoveiro. Uma bandeira ou outro sinal adequado devia ser posto em lugar público e corrente, «para mais azinha vir a notícia das pessoas que ouverem de mandar recado e poderem receber o fato e a fazenda».

Em Coimbra, segundo um contrato de 1575, deviam ainda ser colocados «escritos» na porta das Escolas e do Colégio das Artes.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume II. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 43 a 46

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por Rodrigues Costa às 09:56

Terça-feira, 02.02.16

Coimbra, os carreiros, boeiros e recoveiros

Antes do crescimento da cidade, numa data que não podemos precisar, os carreiros não ultrapassariam a dezena. Mas anos depois, antes de 1559, se fosse possível dar crédito à mesma fonte, seriam mais de 120 … Os boieiros da cidade tinham de assumir certos serviços para com ela em virtude da pastagem dos bois. Mas os carreiros juntamente com os das redondezas, estavam submetidos a outra imposição: os carros com rodas ferradas não podiam circular pelas ruas públicas dos arrabaldes ou da Almedina … os almocreves dedicavam-se tanto ao transporte de mercadorias alheias como aproveitavam as viagens para negociar por conta própria … Os almocreves eram agentes normais de transporte (de mercadorias e pessoas) e de meios de comunicação. Como eles, mas com atividade mais específica, os recoveiros … A «cidade» de Coimbra tinha pelo menos um recoveiro seu … fazia o trajeto entre Coimbra e Lisboa

Em 1539 o monarca concedeu-lhe autorização para ter recoveiro, «feito pelo Reitor & Comselho», que fosse a Lisboa «trazer & levar as cousas que forem neçesarias aos lemtes & estudantes … Mas no ano seguinte os recoveiros passaram a ser três: de Lisboa, Alentejo e Entre Douro e Minho. Este número foi depois alterado … de Santarém e seu termo … de Torres Novas … os recoveiros de Évora, de Elvas e Portalegre … Castelo Branco … de «todo o pé da Serra da Estrela» era obrigado pelo contrato que celebrou em 1603, a ir a Salamanca de dois em dois meses, para trazer livros o mais que fosse necessário aos lentes … o recoveiro de Entre Douro e Minho, criado em 1540, era insuficiente para o Norte do País. Ao lado do que primitivamente devia ir a Braga, Guimarães, Basto e regressar ao Porto, surgem os de Barcelos, de Trás-os-Montes (Chaves e Vila Real), de Torre de Moncorvo, Lamego, Porto, Lafões, Arouca e Terra da Feira … Os recoveiros transportavam de Coimbra ou para Coimbra o necessário à manutenção dos escolares na Universidade: correspondência, dinheiro, roupas, livro e mantimentos. E além das «cargas» punham à disposição dos estudantes, para seu transporte, animais de «cavalaria».

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume II. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 33 a 43

 

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por Rodrigues Costa às 09:42


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