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A' Cerca de Coimbra


Quinta-feira, 04.05.23

Carros Americanos. Achegas para a sua história 3

Terminamos esta pequena série de entradas relacionadas com os carros americanos que circularam em Coimbra, republicando o que sobre o tema escrevemos para a comunicação que apresentámos ao I Encontro Nacional sobre o Património Industrial, trabalho que se encontra publicado nas Actas e Comunicações. Volume I, daquele evento, editado em 1989, a páginas 265-278.

CA Actas e Comunicações. Volume I, capa.jpg

I Encontro Nacional sobre o Património Industrial.  Actas e Comunicações. Volume I, capa

A referida comunicação insere, entre outros, o subtítulo, Os primórdios dos transportes urbanos em Coimbra e o excerto que se segue foi adaptado a partir do que ali se encontra mencionado:

CA. Carro Americano 02 a Col. RA.jpg

Carro Americano. Aguarela de Autor não identificável. Acervo RA

A história. dos transportes urbanos em Coimbra inicia-se em fevereiro de 1873 quando Evaristo Nunes Pinto e Camilo Mongeon, a quem já tinha sido concedida licença para explorarem, na cidade, através da utilização de carros americanos, os transportes públicos, solicitaram à Câmara a autorização, acompanhada da planta do projeto, destinada a instalarem uma linha que ligasse a estação do caminho de ferro do Norte ao centro da cidade.

O município, a 20 de fevereiro, deu o seu aval. Todavia, o processo, forçosamente, teria de se arrastar, a fim de permitir a sua montagem, e, apenas em setembro de 1874, a empresa entretanto criada – a Rail Road Conimbricense – comunica ao Município «a abertura à exploração da linha desde a Calçada à estação do caminho de ferro do Norte».

Na cidade, a inauguração do início da circulação dos carros americanos aconteceu a 15 de setembro de 1874 e, no dia seguinte, foi assim noticiada pelo jornal o Tribuno Popular:

Partiram da Calçada 3 carros americanos. No primeiro seguiam os diretores, as autoridades de Coimbra e demais convidados. No segundo carro seguia na Imperial [deduz-se que, pelo menos um dos carros tinha segundo piso, a chamada «Imperial»] a Filarmónica de Conimbricense que tocava o hino da Carta. Muita gente a assistir, muitos foguetes. Pelas 3 horas da tarde foi servido um opíparo jantar na sede da Sociedade Terpshicore”.

Mas a vida da Rail Road Conimbricense não foi fácil, e o pedido de autorização apresentado em 1885, «Para estender a sua linha da Portagem ao Cais das Ameias» (a atual Estação Nova) e para efetuar «um abatimento de 40 a 60 reis nos preços dos bilhetes», não passou de uma tentativa frustrada destinada a combater uma concorrência mais forte: a entrada em funcionamento do ramal do caminho de ferro de Coimbra B ao Centro da Cidade.

CA. Praça 8 Maio com carro americano puxado a mua

Carro americano na Praça 8 de Maio. Acervo RA

Uma segunda fase de utilização dos carros americanos em Coimbra inicia-se em 30 de outubro de 1902, quando «Augusto Eduardo Freire de Andrade pede a concessão duma linha férrea, sistema americano, nas ruas da cidade, para tração animal».

Este processo só seria concretizado pela Companhia de Carris de Ferro de Coimbra, entretanto criada, em 1 de janeiro de 1904, e permitiu o «estabelecimento da ligação da atual estação de Coimbra-B com o Largo da Portagem, a que se seguiu, em 4 de fevereiro do mesmo ano, a abertura de um novo troço entre a Praça 8 de Maio e a Rua Infante D. Augusto» (junto à Universidade).

CA. Carro americano nos Arcos do Jardim.jpg

Carro americano aos Arcos do Jardim, puxado por 6 cavalos. Acervo Henrique de Melo

Todavia, este último troço cedo se verificou não ser operacional em função do acidentado do percurso e consequente agravamento de custos, como bem se pode comprovar pela observação da gravura anexa.

A derradeira notícia conhecida relacionada com a atividade desta Empresa, data de 3 de fevereiro de 1916, quando o Município reconheceu que «estando o transporte de malas do correio para os comboios da noite a fazer-se no antigo carro americano puxado a muares» decidiu autorizar que o mesmo transportasse também passageiros.

Ainda neste período deve assinalar-se a efémera existência – com início em janeiro de 1907 – da primeira carreira de autocarros em Portugal que, nesta Cidade, ligava a zona da alta à zona da baixa, iniciativa da Empresa Automóveis Tavares de Mello Coimbra, que para o efeito utilizava carros «de 4 cilindros com a força de 24 cavalos e transportavam 20 pessoas».

CA Carreira de Autocarro. Illustração Portuuesa

Autocarro em Coimbra. In: «Ilustração Portuguesa», II Série, n.º 50, de 4 de fevereiro de 1907.

 A terminar, uma curiosidade­: na Figueira da Foz, cerca de 1880, também já circulavam carros americanos.

CA. Figueira. Amaricano. c. 1880.jpg

Carro Americano da Figueira da Foz, c. 1880. Acervo RA

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 16:54

Quinta-feira, 12.04.18

Coimbra: Café Santa Cruz, um café com muita história 1

No ângulo resultante da junção do Largo de Sanção com a rua das Figueirinhas, paralelamente à fachada da igreja do complexo monástico de Santa Cruz, foi erguida, por volta de 1530 a igreja de S. João de Santa Cruz.

Os monges agostinhos mandaram construir este templo, porque a capela do já não ativo Convento das Donas, situado no lado esquerdo da igreja de Santa Cruz, ou seja, dentro do perímetro espacial atualmente ocupado pelo edifício da Câmara Municipal de Coimbra, além de ser demasiado pequena para servir a paróquia do isento, encontrava-se mal-enquadrada, pois erguia-se entre dois edifícios de maiores dimensões.

Café de Santa Cruz. Antes x.jpgIgreja de S. João de Santa Cruz a ser utilizada para fins comerciais

Os frades encarregaram a sua feitura, como o estilo indica, a mestre Diogo de Castilho, bem seu conhecido por ter sido um dos responsáveis pela maior parte das alterações arquitetónicas do conjunto monástico levadas a cabo na época de D. João III.

Depois da publicação do decreto que suprimia as ordens religiosas, as conhecidas Leis da Desamortização, a paróquia passou a ocupar a igreja monacal, isto é, a igreja de Santa Cruz, e o templo onde se encontrava sediada a paróquia de São Joanina deixou de servir o fim para que fora construído.

A partir desse momento e até ter sido adaptado a café o espaço foi utilizado para várias finalidades e passou por esquadra de polícia, por estação de bombeiros, por estabelecimento de canalizações, por agência funerária, por casa de mobílias, por tasca e, até, por casa de habitação.

Reconvertido em Café-Restaurante entre os anos de 1921 e de 1923, o lugar manteve as suas principais características estruturais, nomeadamente a configuração da planta.

Café de Santa Cruz. Planta 02 x.jpgPlanta da Igreja de S. João de Santa Cruz

O plano apresenta a forma longitudinal, com nave retangular e capela-mor quadrangular. A primeira área mostra, a cobri-la, uma abóbada repartida por dois tramos com arcos cruzados e terceletes curvos, desenhando um quadrifólio.

Café Santa Cruz. Nave. Abóbada 02 x.jpgNave do edifício e abóbada da cobertura

 Remata a capela-mor uma abóbada estrelada, com nervura anelar que une os rosetões de ligação dos terceletes com as cadenas.

Café Santa Cruz. Capela-mor 01a x.jpg

Abóbada da capela-mor

 Nota – Nas três entradas que iremos publicar sobe este tema seguiu-se, em parte, o texto abaixo referido. No entanto, é de sublinhar que o mesmo foi enriquecido por outras fontes e diversas sugestões que nos foram feitas.

 

Alemão, G.C. 2004. Uma polémica acesa – o nascimento do Café de Santa Cruz. Trabalho apresentado no Seminário da Licenciatura em História da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (policopiado)

Academia (A), 12, Coimbra, 1923.05.20.

Despertar (O), 460; 469; 631 e 743, Coimbra, 1921.09.03; 1921.10.05; 1923.05.16 e 1924.06.21.

Gazeta de Coimbra, 1204; 1235; 1384; 1390 e 1445, Coimbra, 1921.09.13; 1921.11.26; 1922.11.30; 1922.12.14 e 1923.05.08.

Noticia (A), 79; 97; 98; 101 e 168, Coimbra, 1921.10.05; 1921.12.10; 1921.12.14; 1921.12.24 e 1923.05.24.

Restauração, 4; 23; 27; 30 e 34, Coimbra, 1921.07.07; 1921.11.22; 1921.12.24; 1922.01.19 e 1922.02.18.

 

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por Rodrigues Costa às 10:20

Quinta-feira, 04.01.18

Coimbra: Fotografias antigas

Folheando, tempos atrás, dois catálogos impressos aquando da realização de exposições de fotografias antigas de Coimbra, pertencentes à coleção de Alexandre Ramires, escolhi, de entre muitas que ali observei, três que me pareceu interessante divulgar.

A primeira diz respeito à Sé Velha e foi retirada de Revelar Coimbra. Os inícios da imagem fotográfica em Coimbra. 1842-1900, Lisboa, Instituto Português de Museus, 2001, imagem 48.

Sé Velha antes do restauro.jpg

 Sé Velha antes do restauro

 A vetusta catedral conimbricense encontrava-se em franca deterioração e António Augusto Gonçalves, a alma, o mestre, o mentor da Escola Livre das Artes do Desenho tudo fez para que uma intervenção de fundo, capaz de preservar as velhas pedras de séculos, se viesse a concretizar.

As obras iniciaram-se a 30 de janeiro de 1893 e o portal principal foi intervencionado, já em 1898, por José Barata, que se encarregou de esculpir as colunas e por João Machado que tomou sob a sua responsabilidade o trabalho das almofadas. Eram dois artistas formados pela referida Escola e que integravam aquela “plêiade de rapazes que começavam a fazer lembrar a idade áurea da Coimbra artística do século XVI”.

A imagem leva-nos ainda a reparar na atual falta de harmonia existente no edifício, resultado do desaparecimento do terraço. Gonçalves reduziu a área desta plataforma e os Monumentos Nacionais, na reforma levada a cabo em meados da centúria de XX, sumiram-na. Filosofias de restauro mais do que discutíveis que não cabe aqui analisar.

Uma chamada de atenção para a torre sineira, um acréscimo à construção primitiva, que albergava o chamado sino balão, levado para a Sé Nova e a existência de dois janelões laterais também abertos nas grossas paredes dos inícios. No interior da Sé acolhiam-se indivíduos fugidos à justiça régia, os homiziados, pois ali, tal como na zona das lajes, isto é no terraço que circundava o templo, existia o chamado “direito de asilo”.

 

A segunda imagem refere-se à Praça de Sansão, atual Praça 8 de maio e foi retirada de Passado ao espelho. Máquinas e imagens das vésperas e primórdios da photographia, Coimbra, Museu de Física da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2006, p. 60.

Praça de Sansão. Mercado.jpg

 Praça de Sansão mercado

 A Praça de S. Bartolomeu, Praça Velha ou Praça do Comércio era um dos locais onde, em Coimbra, se realizavam as trocas e a venda de produtos. A partir do momento em que este espaço se tornou exíguo para responder às necessidades da população aeminiense, a comercialização, sobretudo de aves e de grãos, transferiu-se, num primeiro momento, para a Praça de Sansão, atual 8 de maio. Posteriormente este “mercadinho” deslocou-se para a zona fronteira à esquadra da PSP e, e depois de 1867, instalou-se definitivamente mercado D. Pedro V.

À direita, a igreja de S. João, paroquial da freguesia de Santa Cruz (atual café), já se encontrava desativada, fora desamortizada e ali funcionava, ao tempo, um Armazem de Tecidos.

A fotografia é anterior a 1876, porque nesse ano se iniciou a construção do edifício da Câmara Municipal de Coimbra que aniquilou a parte esquerda do mosteiro, ainda intacta na imagem.

 

A terceira imagem que nos chamou a atenção é uma “Panorâmica de Coimbra” e encontra-se no catálogo Revelar Coimbra…, imagem 14. 

Vista geral 1860 c..jpg

 Vista geral, 1860 c.

 A foto, da autoria de Alfred Fillon, foi tirada c. de 1860. Numa rápida amostragem diremos que nela se pode ver, à direita, a ponte de pedra sobre o rio Mondego, o Largo da Portagem, a zona da Universidade com o Observatório Astronómico, riscado por Manuel Alves Macomboa, erguido na extremidade do Pátio e o complexo que pertencera outrora aos Jesuítas; mais para a esquerda fica a Torre de Anto, o Colégio da Sapiência e a Torre dos Sinos do mosteiro de Santa Cruz.

Visível ainda na imagem a Rua da Sofia com alguns dos seus muitos colégios e, mais em cima, uma estranha estrutura que deve ser constituída por muros da cerca de alguns colégios e suportes murados a formar socalcos que suportavam um frondoso olival outrora ali existente.

 

 

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por Rodrigues Costa às 10:50

Terça-feira, 25.07.17

Coimbra: a Inquisição e as suas instalações

O sanguinolento e ominoso tribunal teve seu começo em Coimbra em 1541 ... principiaram a exercer as suas funções de roubo e infâmia no dia 15 de Outubro do apontado ano. Em 1572 começaram a ocupar os colégios de Todos os Santos e de S. Miguel, na rua da Sofia, onde persistiu aquela mansão tenebrosa durante duzentos e oitenta anos, pois foi abolida por decreto de 31 de Março de 1821.

Colégio das Artes. Inquisição. Mateus do Couto.

 Planta das instalações da Inquisição

A trinta e um de Maio deste último ano, foram abertas as portas do edifício, e toda agente pode invadi-lo e penetrar nesses calabouços horrivelmente infectos, onde faziam apodrecer os desgraçados, quando não eram conduzidos através dos negros corredores à sala da tortura, para aí serem deslocados os membros na «polé» ou por outro semelhante meio, para lhes rasgarem as carnes com dentes de ferro, para lhes quebrar os ossos das pernas a maço e cunha, para lhes queimar os pés a fogo lento, ou para os conduzir à praça pública, para servirem de espetáculo à multidão embrutecida, ardendo como pinhas inflamadas, à maneira dos cristãos que serviam de fachos para iluminar os banquetes e os jardins do execrável filho da segunda Agripina.

"No quintal do prédio ... situado entre e a Rua da Sofia e o Pátio da Inquisição, ainda hoje existem, do lado norte e parte do nascente ... dois corredores (do antigo edifício), com as arcadas.

A primeira ordem, ou andar de carceres estava ao nível do quintal ... O segundo andar dos carceres foi transformado em dois espaçosos celeiros, ambos com entrada pelo Pátio da Inquisição. Em seguida à casa dos «tratos» havia um outro carcere, mais baixo, para o qual se descia por uma escada. Era de todos o mais escuro e apertado, sem luz, nem ventilação alguma. Passava-lhe por baixo um cano de água, que o conservava em continua humidade. Chamavam-lhe o carcere do «Inferno» ... Os carceres do andar superior eram chamados da «Judia». Segundo as informações dos que em 1826 arremataram o prédio da inquisição havia ali para cima de 100 carceres, distribuídos em dois pavimentos.

Inquisição argola do polé.JPGSala dos tratos e argola da polé

A já referida casa dos «tratos» estava colocada no fim de um corredor, tendo 4,44 m de largo, por 4,11 m de fundo. Era de abobada, com cimalha, rosetas e florões pintados, num mesmo gosto dos carceres: isto é, a preto e branco. Nos florões do teto dos carceres achavam-se disfarçadas algumas espreitadeiras, por onde os presos eram vigiados. Contigua à casa dos «tratos», e dividida apenas por um arco de volta redonda, estava outra casa mais pequena, com uma janela gradeada, onde se colocava a mesa dos inquiridores e notário, que assistiam á tortura. No teto desta última casa achavam-se pintadas as conhecidas armas da inquisição.“ (O Conimbricense, n.º 3.967, de 29 de Agosto de 1885).

... O edifício da inquisição da cidade de Coimbra tinha três entradas: pelo Pátio da Inquisição em Montarroio; pelo pátio de S. Miguel que abria sobre a praça de Sansão; e pela porta da Bica, na rua da Sofia.

O Pátio de S: Miguel tinha duas frentes, uma para o largo de Sansão e outra para Rua da Sofia ... Foram neste recinto celebrados alguns autos de fé, e lá se fizeram também muitas publicações das sentenças menos solenes do maldito Ofício.

Figueiredo, A. C. B. 1996. Coimbra Antiga e Moderna. Edição Fac-similada. Coimbra, Livraria Almedina, pg. 28-33

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por Rodrigues Costa às 10:58

Quinta-feira, 01.12.16

Coimbra: a Baixinha 2

No final do século XVI, o arrabalde apresentava uma estrutura bastante consolidada e o seu poder económico superava já o da Alta, tornando-se num centro vital para a sobrevivência da cidade. Em relação à morfologia, foi a altura em que se finalizou a ligação entre os adros de Santa Justa, o largo de Sansão e a Praça do Comércio, formando-se um aglomerado contínuo. “A cidade afirmou urbanisticamente a sua determinação em se instalar na zona mais baixa e plana.” O território distinguia dois conjuntos urbanos que vieram evidenciar a polaridade entre a Alta e a Baixa. Os dois polos tinham funções diferentes no panorama citadino e não entraram por isso em colapso, uma vez que se completavam nas necessidades funcionais da urbe. Na cidade Alta, intramuros, vivia o clero, os cónegos da Sé e outros beneficiários eclesiásticos, a nobreza local, os seus servidores e algum povo. Na cidade Baixa, habitavam o povo miúdo, os comerciantes, os artesãos e alguns mesteres. Já no século XV, a praça do arrabalde tinha sido denominada pelo infante D. Pedro como a P r a ç a d a C id a d e, expressão que denota claramente a importância crescente da cidade Baixa no contexto urbano. O sistema já consolidado do arrabalde é composto sequencialmente pelo Largo da Portagem, Rua dos Francos, a Praça do Comércio e a Praça 8 de Maio. Todos estes elementos formalizam a estrutura principal da Baixinha e referenciam-na como espaço singular da urbe. O modelo de rua e praça, de cheios e vazios representa, assim a imagem da cidade medieval com estruturas agregadoras de lugar da vida comum e das atividades relacionais da sociedade. A condição central da praça funciona como “sala de estar” urbana de encontro e troca, pois faz confluir todos os percursos estreitos para um lugar amplo e espaçoso de desdensificação da malha construída e concentra programaticamente funções importantes no contexto urbano

 ... Era à volta da praça principal do arrabalde que se concentravam os principais serviços comerciais. Atualmente, com uma forma alongada, esta praça resultou da união das igrejas de S. Bartolomeu (o adro de trás) e de S. Tiago (o adro cemiterial fronteiro), da consolidação, em contínuo dos respetivos núcleos e da reconformação da estrutura viária Norte/Sul. Localizada próximo da porta principal da cidade e em zona ribeirinha, a praça serviu as necessidades mercantis e agregadoras da dinâmica urbana da cidade medieval. Por ser uma área plana de fácil acesso e ponto de transição do rio para a cidade intramuros, rapidamente ganhou um estatuto central e identificador para a comunidade urbana. Logo se tornou a Praça da cidade e o valor da sua propriedade superava o das restantes zonas. São características evidenciadas pela altura dos edifícios que, era térrea na cidade em geral e atingia os três pisos neste local. Inicialmente foi intitulada Praça de S. Bartolomeu como referência à igreja que a conformava. Mais tarde, passou a ser referido o seu papel de Praça do Comércio.  A transferência de poder e de funções da cidade Alta para a Baixa, mais especificamente para a Praça do Comércio, veio acentuar e potenciar a sua condição central no seio do restante tecido. O reconhecimento deste espaço como praça surgiu no século XV, quando foi transferido para o local o mercado que inicialmente se realizava na parte alta. Com melhores características espaciais e de acessibilidade para o efeito, a praça foi progressivamente palco de feiras, mercados e açougues da cidade. A ação de D. Manuel, no século XVI, instaurou um processo de reestruturação e consolidação na cidade de Coimbra. Os empreendimentos de renovação e requalificação urbana levaram a cabo o melhoramento dos pavimentos das ruas e a redefinição programática da praça, com a localização do pelourinho, da Casa da Câmara, do Hospital Real e da Misericórdia, na primeira ação global de modernização. Neste mesmo século, o Mosteiro de Santa Cruz promoveu uma intervenção urbanística de grande importância, pela reconformação do seu espaço fronteiro, potenciando o desenvolvimento da interação social de mais um espaço urbano. Foram instaladas fontes de abastecimento público de água e era o espaço preferencial para as atividades lúdicas. A denominação de Largo de Sansão viria a mudar no século XIX, adaptando-se a designação de Praça 8 de Maio. A Rua Visconde da Luz, que estabelecia a sua ligação com os restantes espaços do sistema, ganhou gradual importância na vida urbana, instalando-se aí ourives e latoeiros. O sistema de largos, ruas e praças estava assim conformado e interligado no novo zoneamento urbano. 

Ferreira, C. 2007. Coimbra aos Pedaços. Uma abordagem ao espaço urbano da cidade. Prova Final de Licenciatura em Arquitectura pelo Departamento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, orientada pelo Professor Arquitecto Adelino Gonçalves, p. 32-34

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por Rodrigues Costa às 16:58

Quinta-feira, 25.08.16

Coimbra: Chafarizes e fontes que desapareceram 1

No terreiro ou largo de Sansão teriam existido três chafarizes. Os dois primeiros estavam colocados nos extremos norte e sul, “como mostra a vista panorâmica da cidade de Coimbra, de Jorge Braunio, impressa em 1572”.

... Estes chafarizes chamados de Sansão e de S. João foram mandados construir no ano de 1400, por D. Afonso Martim, 19.º prior mor do mosteiro de Santa Cruz ... mandou alargar o terreiro de Sansão, para se realizarem as festas a cavalo, aproveitando a colocação dos chafarizes, como balizas, para se jogarem “canas” e “alcanzias”, antigos jogos portugueses.

O jogo das canas consistia em os cavaleiros se acometerem com canas, espécie de torneio brincalhão. E as alcanzias eram bolas de barro cheias de cinza, pó, flores, etc. que os cavaleiros lançavam. Esta brincadeira simulava as granadas ou panelas cheias de matérias acesas ou inflamáveis, com que na guerra arremessavam ao inimigo.

O chafariz de S. João era de água doce e “maravilha de se contemplar o engenho enganoso com que lançava nove tornos de água, não sendo os tornos verdadeiros mais de três”.

Apesar desta maravilha, o chafariz de S. João foi demolido quando el-rei D. Sebastião, ao mandar construir o aqueduto de S. Sebastião, precisou desta e doutras águas que estavam na posse do mosteiro de Santa Cruz, mandando-as retirar, para as encaminhar para o referido aqueduto ...

No centro do chafariz de Sansão foi colocada, em 1592, num pedestal quadrangular, a estátua de Sansão imaginada pelo mestre Manuel Fernandes. As mulheres cobiçavam muito a água que, “por ser um bocado salôbra”, era muito aproveitada para amassar o pão e para lavar o rosto, dizendo-se que o tornava mais alvo.

A estátua de Sansão, hercúleo juiz dos hebreus, foi derrubada e feita em pedaços, pelo embate de umas traves transportadas por um carro, no mês de Setembro ou Outubro de 1819. Parece que o destino desse chafariz estava marcado, porque o deixaram deteriorar e, como tal, a Câmara mandou-o demolir em 1838.

Dessa demolição beneficiou o terceiro chafariz, na medida em que a água do demolido mais a água do Claustro do Silêncio deram para as duas bicas desse novo chafariz sem nome, construído em 1839, na frontaria do antigo mosteiro de Santa Cruz.

... Em 1870, quando foram construídos os novos paços municipais, o chafariz acabou por ser demolido.

 

Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 159 a 161

 

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por Rodrigues Costa às 09:32

Terça-feira, 05.04.16

Coimbra: Utilização dos edifícios do antigo Mosteiro de Santa Cruz

... Após a extinção das congregações religiosas em 1834, pouco depois ingressaram no património municipal ... os edifícios e terrenos do extinto Mosteiro de Santa Cruz, desde o Terreiro de Sansão (atualmente praça 8 de Maio) até à Fonte Nova, com exclusão apenas da igreja e suas dependências.

Mas, com o rodar dos anos, esses edifícios passaram por grande mutações, tanto na forma como na aplicação. O corpo principal do Mosteiro, por exemplo, com frente para o Terreiro de Sansão, foi demolido para no seu lugar se construírem os atuais Paços do Concelho; todo o conjunto cedido foi mais tarde dividido em dois lotes completamente separados pela abertura da via de acesso de Sansão à Fonte Nova, anos depois e ainda agora denominada Rua Nicolau Rui Fernandes, e pela consequente demolição do Arco do Correio em 1856; a parte que ficou a norte dessa linha divisória, antigamente celeiro, botica, residência do prior-mor e hospedaria do convento (além destas aplicações tiveram os prédios urbanos ainda a de cárceres do Mosteiro de Santa Cruz), tem sido cadeia, esquadra policial, Roda dos Expostos, Hospício dos Abandonados, Creche, Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, e Escola Industrial e Comercial de Brotero; uma parte dos edifícios a sul dessa linha divisória foi devorada por um incêndio em 1917, assim como mais tarde o edifício em que se encontravam instalados os correios e telégrafos, já há anos reconstruído.

A par disto, construiu-se o Mercado D. Pedro V na antiga horta e laranjal do convento, abriu-se uma via de ligação da entrada do mercado com a Rua Martins de Carvalho, e instalaram-se por ali diversos serviços públicos e particulares.

Sessão (da Câmara Municipal) de 17 de Dezembro de 1836

... O presidente dá parte à Câmara de que no dia 15 do corrente fora chamado pelo Administrador do Concelho para lhe dar posse do extinto Convento de Santa Cruz, e do da Graça ... com a clausula de neste estabelecer um quartel militar e naquele colocar as Repartições Públicas. A Câmara ficou ciente.

Leu-se um ofício do Administrador do Correio ... para se entender com a Câmara, e esta lhe dar cómodo no extinto Convento de Santa Cruz ... aplicado ... para Administração do Correio a parte do dormitório denominado de São Francisco, desde a parede que divide o refeitório em prumada ao telhado dentro de paredes do dito até à frente de Sansão menos o vão da denominada despensa rente ao chão, que fica para casa da bomba contra incêndios, e depósito de azeite da iluminação da cidade; o refeitório para audiência do Júri de pronúncia servindo o vão de topo para casa de retenção de presos, e a casa por cima deste com duas janelas para o pátio de Sessão dos Jurados, fazendo-se escada de madeira por dentro; o resto do dormitório de S. Francisco dividido em três habitações tendo a ponta superior serventia pelo lado da horta, as duas pela antiga escada de pedra por que se servia a extinta comunidade. O vão a nível da varanda de pedra por cima do claustro grande, e por baixo do denominado noviciado para Secretaria do Administrador do Concelho e habitação do secretário de ante o mesmo; o noviciado com frente para os claustros grandes e do banho para uma habitação tendo serventia por aquela escada de pedra; a outra parte do noviciado debaixo e de cima com frente para o Claustro do banho e costas ao cerco do lado da Rua das Figueirinhas servir com este para habitação do secretário da Câmara com serventia pela varanda do claustro grande; o dormitório baixo com frente para a rua, o claustro do banho para habitação, tendo serventia pelo lado da horta; o dormitório denominado do Pilar na sua generalidade com o jardim para habitação e secretaria do Administrador Geral, com serventia pela escada de pedra que vem da horta; as casas da Botica e as que pegam pelo lado de Montarroio para habitação; a Hospedaria desde a porta do Carro até o cunhal da que corre para a torre, muito convém demolir-se para tornar o grande pátio em terreiro público que acomode as contratadeiras de legumes e de aves, e se colocar ali cadeia pública no primeiro e segundo andar.

 

Loureiro, J.P. Relatório sobre os edifícios e terrenos do antigo Mosteiro de Senta Cruz. In Câmara Municipal de Coimbra. 1958. Antigas Dependências do Mosteiro de Santa Cruz. Petição e Fundamentos. Separata do Arquivo Coimbrão. Vol. XV. Coimbra, Câmara Municipal. Pg. 10 e 11, 22 e 23

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por Rodrigues Costa às 10:35

Terça-feira, 22.03.16

Coimbra: Posse pela Câmara das dependências do Mosteiro de Santa Cruz

Auto de posse do edifício do extinto Mosteiro desta cidade, com os seus pertences, dada à Câmara Municipal da mesma (11 de Setembro de 1839)


... nesta cidade de Coimbra, e no edifício do extinto Mosteiro de Santa Cruz ... aí se acharam reunidos o ilustríssimo presidente interino, fiscal e mais membros da Câmara Municipal da dita cidade ... apresentadas as cópias ... da Carta de Lei de trinta de Julho corrente, e mais duas Portarias ... tudo relativo à concessão que as Cortes Constituintes da Nação fizeram à mesma Câmara do edifício e seus pertences (e logradoiros) do extinto Mosteiro de Santa Cruz... o qual tem princípio no cunhal da Igreja de Santa Cruz, em frente da Praça de Sansão, e corre pelo lado do Norte seguindo pelo Bairro de Montarroio acima, e daí segue até ao sítio da Fonte Nova, continuando daí pelo Nascente por toda a estrada acima, vindo a terminar na Rua das Figueirinhas, junto da Igreja de S. João, que foi pertença do referido Mosteiro, e cujo recinto se acha cercado de muros, dentro dos quais se acham o pequeno laranjal, horta, encosta... assim como as antigas hospedarias, onde atualmente está a Administração do Correio, antigas Casas dos Moços Fidalgos que seguem até à Torre, Pátio e mais casas e dormitórios, com o respetivo claustro grande junto à Igreja, rodeado de capelas, com um chafariz ao meio, e outro ao lado, casas da antiga Botica, quintal pegado e jardim junto a este; e logo saindo pela horta acima, sempre, caminhando junto aos canos das águas até chegarmos às suas nascentes, quase ao cimo da mesma quinta, donde passam pelos ditos canos aos dormitórios do mesmo Mosteiro, e daí se conduzem ao chafariz do Pátio, por baixo da Torre dos Sinos, e do mesmo edifício com todos os seus pertences, pequeno laranjal, horta, encosta, casas, claustro, dormitórios, águas da quinta acima indicadas, tomou o mesmo ilustríssimo presidente interino, com o fiscal e mais membros da Câmara Municipal, para o seu Município, posse atual, civil e natural, mansa e pacificamente, abrindo, fechando portas, pondo as mãos pelas paredes, lançando terra ao ar, cortando ramos das árvores, e praticando outros possessório da Lei.

Câmara Municipal de Coimbra. 1958. Antigas Dependências do Mosteiro de Santa Cruz. Petição e Fundamentos. Separata do Arquivo Coimbrão. Vol. XV. Coimbra, Câmara Municipal. Pg. 24 e 25

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por Rodrigues Costa às 09:49

Quinta-feira, 25.02.16

Coimbra, origens 3

O Mondego era na Antiguidade navegável até Coimbra, e mesmo até à foz do Dão; constituía uma importante via fluvial, de oeste a leste, largamente praticada ainda na Idade Média; no sentido norte-sul, a via, agora terrestre, não podia encontrar melhor cruzamento do rio que em Coimbra: para poente, os terrenos eram alagadiços, o rio muito caudaloso e largo; para o interior, as vias tornavam-se ásperos caminhos de montanha. Coimbra era, pois, ponto de passagem obrigatório entre o norte e o sul, centro onde naturalmente se podiam trocar os produtos da serra pelos da planície e do mar.

A existência de uma ponte de pedra romana em Coimbra é mais do que provável. Ficaria sensivelmente no sítio da atual, sítio que corresponde, com ligeira diferença, ao das pontes de D. Afonso Henriques e D. Manuel. Aliás, terão sido estas fábricas novas ou simples restauros da ponte romana?
Atravessado o rio, a estrada romana seguiria a linha das atuais rua de Ferreira Borges (antigamente chamada de Calçada), Visconde da Luz e Direita. Esta última, chamada na Idade Média rua da Figueira Velha, constituiu a saída da cidade até à abertura, no século XVI, da Rua da Sofia.
Na atual Praça 8 de Maio, a via cruzava a torrente, já referida, de ‘balneis Regis’. Foi Vergílio Correia quem sugeriu a existência de umas termas romanas no local onde, em 1131, se deu início à construção do mosteiro de Santa Cruz. E Nogueira Gonçalves … admitiu que a porta mourisca mencionada em documento de 1137 fosse último resto desta construção. De tais termas, porém, nada ficou.

... De outros monumentos romanos de Coimbra, infelizmente desaparecidos, conserva-se mais segura memória. São eles o arco da Estrela e o aqueduto.
… Hefnagel, na gravura de Coimbra, incluída na obra ‘Civitates orbis terrarum’, atribuída tradicionalmente a Braunio, desenhou, no ângulo entre a Couraça de Lisboa e a Couraça da Estrela, três colunas que na legenda aparecem designadas: ‘colunnae antiquae Romanorum’. As colunas assentam sobre um estilóbato baixo e são coroadas por arcos.
Que as colunas romanas não podiam estar situadas exatamente no local onde Braunio as representou, é indiscutível. Daí até negar a existência do monumento é passo grande … não nos deixam dúvidas sobre a existência do monumento, que a Câmara da cidade deixou demolir em 1778 … Era um monumento tão notável, que deu nome à porta da muralha situada ao fundo da Couraça de Lisboa. Com efeito, o nome que esta teve – de Belcouce – significa «no arco» ou «junto ao arco»

… O aqueduto de S. Sebastião foi construído sobre as ruínas de um idêntico cano, muito mais antigo e provavelmente romano …Provam-no as lápides que, em 1570, se colocaram no aqueduto restaurado por D. Sebastião … «… mandou reedificar de novo todo este aqueduto, mais nobremente do que fora feito havia muitos anos…»

Alarcão, J. 1979. As Origens de Coimbra. Separata das Actas das I Jornadas do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. Coimbra, Edição do GAAC. Pg. 28 a 34

 

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por Rodrigues Costa às 10:36

Quinta-feira, 19.11.15

Coimbra, Mercado D. Pedro V 1

Coimbra tinha, na primeira metade do século XIX, três mercados que satisfaziam as necessidades alimentares dos seus habitantes: um, com raízes seculares, na Praça de S. Bartolomeu (hoje oficialmente denominada Praça do Comércio, e igualmente conhecida por Praça Velha); o mercado de Sansão, em frente da fachada principal do Mosteiro de Santa Cruz e da sua Igreja (atual Praça 8 de Maio) e ainda um mercado semanal às terças-feiras no antigo Largo da Feira, frente à Sé Nova, reminiscência da chamada Feira dos Estudantes, instituída no século XVI por D. João III, para a comunidade da Universidade, após a sua transferência definitiva para a cidade.
… resolveu a Câmara, em 13 de Junho de 1840, que as vendedeiras de cereais de Sansão passassem para o então denominado Pátio de Santa Cruz, situado no local que é hoje o início da Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes …
Pouco depois, em 6 de Maio de 1857, nova alteração surgiu, com a mudança do mercado dos cereais para a antiga horta do mosteiro … continuando a existir a velha praça em S. Bartolomeu
… Era, ao tempo, consensual a necessidade da construção de um mercado, pois a velha praça instalada em S. Bartolomeu não satisfazia as condições mínimas …as opiniões dividiam-se quanto à sua localização. Alvitravam-se dois locais: a horta de Santa Cruz e a Sota, na velha Baixa Coimbrã … sendo decidido pela Câmara da presidência do Dr. Manuel dos Santos Pereira Jardim, em 5 de Janeiro de 1866 … escolher o terreno da horta de Santa Cruz, em detrimento da Sota … iniciam-se em Outubro de 1866 as obras, com a escavação de 3.695 metros cúbicos de terras, para nivelamento dos terrenos … em 21 de Outubro de 1867 aprovado o regulamento, data em que se decidiu dar ao novo empreendimento o nome de Mercado D. Pedro V … de facto, no dia 17 de Novembro de 1867, era, finalmente inaugurado o novo mercado que tanta polémica levantara … O novo mercado seria contemplado com um candeeiro a gás, a que em breve se juntariam mais quatro.
… logo em 1872 temos notícias de reparações …Até ao fim do século XIX, foi o mercado alvo de pontuais reparações, cobertura de barracas, ou instalação de esgotos … em 12 de Janeiro de 1899, viria a ser tomada a tão útil e necessária decisão de mandar vedar o recinto do mercado.

Andrade, C.S. 2001. Mercado D. Pedro V. Uma História com História. Texto publicado em suplemento especial no Jornal de Coimbra de 14 de Novembro de 2001

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por Rodrigues Costa às 11:50


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