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É já depois de amanhã, 6.ª feira que a partir das 18h00, decorrerá mais uma Conversa Aberta que conforme o habitual terá lugar na Sala D. João III do Arquivo da Universidade de Coimbra (por baixo e nas traseiras da Biblioteca Geral), com entrada pela Rua de S. Pedro.
A entrada é livre e após a apresentação do tema segue-se o debate, no qual todos poderão colocar as suas questões e pedir esclarecimentos.
Desta vez o tema a ser tratado será As Terras do Aro de Coimbra nos documentos e objetos do Arquivo Histórico Municipal de Coimbra
A palestrante. Dr.ª Paula França é a responsável pelo Arquivo Histórico Municipal de Coimbra, profundamente conhecedora do mesmo e sempre pronta a ajudar aquele que ali fazem as suas investigações.
Aliás o Arquivo Histórico Municipal de Coimbra merece uma visita. Quanto mais não seja, pelas pequenas exposições, periodicamente renovadas, que ali são apresentadas.
Participe no debate e ajude por favor na divulgação do evento.
Rodrigues Costa
De hoje a 15 dias vai realizar-se mais uma Conversa Aberta que conforme, o habitual, decorrerá na Sala D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra (junto ao Instituto Justiça e Paz, antigo CADC), na última sexta-feira de cada mês, a partir das 18h00, com entrada livre.
Desta vez o tema a ser tratado será As Terras do Aro de Coimbra nos documentos e objetos do Arquivo Histórico Municipal de Coimbra.
A palestrante, Dr.ª Paula França que é a responsável pelo Arquivo Histórico Municipal de Coimbra, profundamente conhecedora do mesmo e sempre pronta a ajudar aquele que ali fazem as suas investigações.
Aliás, o Arquivo merece uma visita. Quanto mais não seja, pelas pequenas exposições, periodicamente renovadas, que ali estão patentes.
Participe no debate e ajude por favor na divulgação do evento.
Rodrigues Costa
O Arquivo Histórico Municipal de Coimbra prossegue no seu propósito de divulgar documentos mais relevantes sobre a história da cidade, daí o nosso conselho:
- Sejam visitantes assíduos da página de Facebook, https://www.facebook.com/arquivohistoricocoimbra.
Esta curiosa imagem e texto, servem para chamar a atenção para a seguinte síntese, da responsabilidade da Dr.ª Paula França.
CALÇADAS DE COIMBRA
Vê onde pões os pés
Desde tempos antigos a comunicação entre localidades era um serviço essencial para as populações. A circulação de bens essenciais à subsistência coloca, desde cedo, o problema dos transportes, por via terrestre, fluvial e/ou marítima.
Torna-se assim necessário, ao longo do tempo, que os Municípios, como entidades que garantem o bem-estar das populações assegurem a existência e manutenção das vias de comunicação em boas condições: os caminhos, as estradas, as pontes, as calçadas.
Os documentos do AHMC que divulgamos apresentam-nos estas realidades para o século XVI.
No Livro de Registo da Correspondência antiga da Câmara de Coimbra encontramos esta curiosa carta:
1574, Março, 21, Coimbra. Petição de Gonçalo Fernandes, boieiro, dirigida à Câmara e Coimbra, pedindo autorização para poder levar os seus animais para os olivais da cidade de Coimbra, zona de pastagem para a qual era necessário ter permissão. Fazia este pedido invocando o serviço que prestava à comunidade com o transporte de mercadorias essenciais. Todavia admitia que esse trânsito também danificava o pavimento. Assim, como contrapartida, oferecia ”umas carradas de pedra” para conserto das ditas “calçadas” e comprometia-se a trazer o seu gado “acabramado e peado”, para não causar danos nos olivais. PT/AHMC/Registo, vol. 3, 1571-1577, fl. 334v-336.
Este pedido foi objeto de ponderação e decisão dos edis, conforme decorre da transcrição feita sobre o assunto e exarada no referido Livro.
Documento cuja transcrição está acessível em https://drive.google.com/.../1WC5CE9xO5oINL89bfrX.../view.
Transcrição
[fl. 334v] [...] Juiz, vereadores e procurador desta cidade de Coimbra. Fazemos saber aos que esta nosa certidam virem que he verdade [fl. 335] que estando nos em camara fazendo vereação, aos vimte dyas de março deste anno presente de setenta e quatro, por parte de Gonçallo Fernandez, boieiro morador nesta cidade nos foi apresentada hua petição, escrita dizendo nos que tinha dous bois seus com os quais ganhava a sua vida em carear por esta cidade e seus arabaldes, com os quais elle servia a dita cidade e moradores della por seu direito e que nam tynha que lhe dar a comer, por defemderem o pasto dos olivais, pedyndo nos licença pera en elles poder pastar, e visto per nos seu requerimento ser justo, lhe mandamos notefyquar, que por quanto os ditos seus bois com ho caro e servidão delle, que andava ferado das rodas, fazya muita perda e deneficavam as callsadas desta cidade, no conserto das quais a cidade guastava, diguo, tinha em cada hum anno, muitos gastos pera reformação dellas en restituição da perda que elle com seus caros fazião em ellas, por amdar contynuadamente no serviço do dito caro e bois per ellas guanhando sua vida, dese dez caradas de pedra, postas na dita cidade, dentro nella, pera ajuda do conserto das ditas callsadas, e isto onde quer que o procurador da cidade ordenar e lhe mandase, pera efeito da obra dellas, postas a sua custa, no lugar onde lhe for mandado, d’oje en diante, dentro neste verão presente deste anno, em qualquer tempo delle, que lhe for mandado, do que ho dito Gonçalo Fernandez foi contente e de sua propria e livre [fl. 335v] vomtade lhe aprouve de dar, postas dentro no dito tempo, as ditas dez caradas de pedra boas, e de receber, onde quer que lhe for mandado, pelo procurador della, sob pena de por cada carada que lhe faltar, paguar de pena duzentos rs, pera as obras das ditas callsadas, e isto pela boa obra que elle de nos recebia com lhe daremos licença pera seus bois pastarem nos olivais <devasos> desta cidade como adiante se fara mençam, e em satisfaçam da perda que a cidade niso reçebia com os caros delle soplicante andarem nas ditas callçadas e por nos constar, per fee do sprivão da camara, que esta sobsprevo, elle ter satisfeito com há obryguação de dar as ditas dez caradas de pedra como dito hee, do que se fez obryguação no livro das notas da camara como mais larguamente em elle se contem. Por esta damos lugar e licença ao dito soplicante pera que d’oje en diamte posa pastar com seus bois pelos olyvais devasos desta cidade, este presente anno, emquanto nelles não ouver novydade d’azeite, e isto naquelles em antes que nelles for afolhado pera o tall pasto, os quais pastarão e andarão nos ditos olyvais com as comdyçois seguintes: pastarão de dia e nam de noite; e o prygmeiro andarão peados e acabramados com cabramos de [fl. 336] cadeas de fero, os quais cabramos serão da gramdura e marqua do cabramo da cidade que esta na camara della e serão lamçados os ditos cabramos de fero ao caro sob pena de sendo achados os ditos bois conta a forma do sobredito paguar seus donos has penas das pusturas desta cidade e enquanto andarem da maneira que dito hee, nos ditos olivais, mandamos aos meirinhos allcaides rendeiros e jurados desta cidade e seus termos nam seyão coymados nem paguem por isso cousa allgua e registara com ho sprito da nota da camara, e por certeza desto lhe mandamos pasar a presente certidão per vos asinada.
Coimbra, aos vimte e hum de março de Ibc setenta e quatro annos.
Autoria das Transcrições Paleográficas: Paula França.
No Arquivo Histórico Municipal de Coimbra encontra-se patente ao público uma pequena exposição que tem por tema «D’este mal de peste, que Deus nos livre».
A mostra impõe-se por si e, embora refletindo as limitações do exíguo espaço disponível, afirma-se, sobretudo, pelo excelente Catálogo que insere ainda um belíssimo estudo relacionado com a documentação encontrada e exposta.
Tanto o catálogo, como a exposição resultam do trabalho levado a cabo pelas funcionárias daquele departamento municipal.
D’este mal de peste, que Deus nos livre.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Capa, pormenor.
O título que é uma citação tirada da página 35, do Livro dos Acordos e Vereações da Câmara de Coimbra, do ano 1598.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Pg. 35
Profusamente ilustrado é o seguinte o teor da sua apresentação.
Os tempos extraordinários que estamos a viver, determinaram o confinamento em Março de 2020, devido à pandemia de COVID-19, que afectou o nosso país. O AHMC, como outros serviços da administração pública, teve que encerrar ao público.
Readaptando o nosso trabalho arquivístico a estas circunstâncias, encetámos uma pesquisa sobre o tema das doenças, ao longo da história: como é que a cidade de Coimbra, vivera estas situações ao longo dos séculos, como se organizara, que medidas tomara para proteger a população, e assegurar a sobrevivência, como enfrentara a adversidade e gerira o bem comum.
O objetivo seria divulgar essa informação, quando pudéssemos reabrir novamente, através da organização de um projecto expositivo, num formato físico, no espaço da sala do Arquivo que pudesse ser visitável, ou num formato digital (pdf), para divulgar através do espaço do Arquivo Histórico no site do Município.
Assim sendo, que tipo de documentos nos forneceriam as melhores informações sobre este assunto, no nosso Arquivo, e noutros arquivos, que tipo de fontes históricas devíamos analisar?
O primeiro passo desta investigação, para os que conhecem os nossos instrumentos de descrição documental, seria através da consulta do Catálogo do AHMC, e do inventário antigo de Ayres de Campos.
Numa segunda etapa, pesquisámos também os Anais do Município de Coimbra de, 1640-1668 e de 1840 até 1959, a melhor forma de referência para encontrar deliberações do executivo municipal, ao longo do tempo.
Encontrámos bastantes referências: do século XIV até ao século XX. O difícil iria ser, ter de selecionar.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Pg. 15. Extraído de Tractado repartido en cinco partes principales que declaran el mal que significa este nombre peste […], Ambrosio Nuñez, em Coimbra, na Officina de Diogo Gomez Loureyro, 1601.
Uma recomendação: trata-se de uma exposição para ver e de um catálogo para ler e analisar. Espero, proximamente, voltar a este tema.
Rodrigues Costa
A preparação das entradas publicadas sobre o brasão de Coimbra, implicaram um trabalho de leitura do que sobre o tema se tem publicado, bem como alguma investigação no Arquivo Histórico do Município de Coimbra.
Estava em causa uma reflexão, à luz dos conhecimentos atuais, da evolução do brasão de Coimbra.
Reflexão que teve a ajuda da Dr.ª Paula França que nos chamou a atenção para o facto de os diversos autores que ao longo do tempo tem escrito sobre o brasão e o selo da cidade acabam por ir dar ao artigo de Afonso de Dornelas, acrescentando ser comum não só a utilização das referências ali citadas, bem como o tema tratado girar sempre em torno da figura no selo representar uma mulher de cabeça coroada, a Rainha / a Virgem / Nossa Senhora / ou a Cindazunda.
Aquela Investigadora, no seu trabalho quotidiano de investigação, localizou no Arquivo Nacional da Torre do Tombo outros documentos que permitem concluir: houve um selo com figura coroada, anterior ao selo com a cobra e esse selo está presente em mais actos/documentos do que aqueles que são referenciados por Afonso de Dornelas.
Apresenta, os seguintes exemplos.
- Carta de venda feita por Johannes Petris ao cabido da Sé de Coimbra de uma herança em Embibera, pelo preço de 60 morabitinos, datada de abril de 1244.
ANTT. Carta de venda datada de 1244.04. Acedida em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7585002
ANTT. Carta de venda datada de 1244.04, pormenor do selo. Acedida em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7585002
Trata-se de um documento lavrado quando reinava D. Sancho II, antes do início do seu exilo em Toledo, onde viria a morrer em 1248. O selo pendente representa, unicamente uma mulher coroada.
- Carta de venda feita por Pedro Eanes, Alcaide, Tomás Martins e Martinho Eanes, Alvazis de Coimbra, por autoridade de carta régia de 1275.10.11, a D. João Pires, Cónego de Coimbra, de um olival com todas as suas pertenças, no lugar chamado Fonte da Rainha, no termo de Coimbra, por 200 libras.
ANTT. Carta de venda de venda datada de 1275.10.11. Acedido em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7585006
ANTT. Carta de venda de venda datada de 1275.10.11,pormenor do selo. Acedido em https://digitarq.arquivos.pt/details?id=7585006
Trata-se de um documento lavrado 31 anos depois do anteriormente referido, quando D. Afonso III já era, efetivamente, rei de Portugal e no qual para além da Mulher coroada são representados dois castelos com as cinco quinas e por baixo uma serpente.
No que concerne às pedras colocadas por cima das portas das casas foreiras da Câmara de Coimbra, com cronologia desconhecida, guardadas no Museu Nacional de Machado de Castro, já agradecemos aos Técnicos daquele Museu, Drs. Pedro Ferrão e Jorge Venceslau, a ajuda na localização das imagens que ilustraram e documentaram este conjunto de entradas.
De assinalar que nas referidas pedras, quanto à base sobre a qual está a figura feminina, existem exemplares que mais se assemelham a um pedestal e quanto aos animais estando o leão sempre presente, numa das pedras o dragão foi substituído por uma serpente. Entre outros exemplos possíveis, apresentamos o seguinte.
© DGPC| Arquivo do MNMC. 710; E589
Sobre a razão da presença de uma serpente no brasão de Coimbra não se conhece qualquer documento que a explique.
Tendo procurado um significado para a sua simbologia encontramos no Diccionario de símbolos, de Juan-Eduardo Cirlot, a seguinte passagem. Las serpientes son poderes protectores de las fuentes de la vida y de la imortalidade así como de los bienes superiores simbolizados por los tesoros ocultos. Hay una evidente conexión de la serpiente com el principio feminino.
Según Zimmer, la serpiente es la fuerza vital que determina nacimientos y renacimientos, por lo cual se identifica com la Rueda de la vida.
Será esta a explicação para a presença da serpente, depois transformada em dragão?
Aqui chegados deixamos à consideração e à discussão dos leitores as seguintes conclusões.
- O brasão de Coimbra foi evoluindo ao longo dos séculos até se fixar em 1930, na composição que hoje apresenta.
- As lendas da Cindazunda e outras que ao longo do tempo foram surgindo, são isso mesmo lendas sem qualquer suporte documental que as justifiquem.
- A hoje Sé Velha foi reconstruída sob a invocação da Virgem Santa Maria, na segunda metade do século XII, por iniciativa de D. Afonso Henriques e de D. Miguel Salomão, bispo de Coimbra. Partilhamos a hipótese levantada pela Dr.ª Paula França de a figura feminina que decora o selo de Coimbra, na sua versão mais antiga documentada, se deverá tratar da Virgem Santa Maria.
- Lembrando que foi nas cortes de Coimbra que ocorreu a aclamação de D. João I, com a consequente criação de uma nova dinastia, será credível a explicação de que o Município de Coimbra de então assinalou esse facto tão relevante na História de Portugal, com a integração no brasão da Cidade de elementos do brasão dessa nova dinastia, ou seja, o leão e o dragão.
Deixo à reflexão dos leitores a decisão sobre a justeza das conclusões tiradas.
Rodrigues Costa
Pela Senhora Dr.ª Paula França, responsável pelo Arquivo Histórico do Município de Coimbra, fui alertado para a possibilidade de descarregar, na página da Torre do Tombo, as plantas do edifício onde funcionou, em Coimbra, a Inquisição.
As plantas integram o livro datado de 1634, com um longo título, como era costume na época, Livro das Plantas e Monteas de todas as Fabricas das inquisições deste Reino … por Matheus do Couto, Arquitecto das Inquisições deste Reino.
Dado o interesse dos documentos disponibilizados não resisti ao desejo de aqui os divulgar.
Declaração das traças da Inquisição da cidade de Coimbra
Planta 1.ª da Inquisição de Coimbra
Planta do andar dos carceres altos
Planta do andar dos inquisidores e oficiais
Planta do 1.º sobrado dos inquisidores e oficiais
Na mesma página é ainda possível aceder ao texto de documentos relacionados com as obras realizadas nestes edifícios. Apresentamos o seguinte exemplo
Sr.
Os Inquisidores de Coimbra escreveram a esta Conselho que era necessário concertaren se as casas em que pousa o Inquisidor Jeronjmo Teixeira porque estavam muito damnificadas e que se podia fazer de despesa nellas trinta e cinco mil reis.
Pareceo que devia Vossa Alteza ser servjdo mandar passar provisam pêra o thesoureiro da dita Inquisiçam dar dinhejro pera esta obra nam passando dos trin[ta] e cinco mil reis em Lisboa 18 de Fevereiro de 95. Bispo d Elvas - Diogo de Sousa-Marcos Teixeira
Felipe Tertio depois de fazer a traça dos cárceres desta Inquisiçam que mandamos a Vossa Alteza considerando mjlhor nesta obra ordenou outra traça milhor e mais accomodada como elle mostra por razões que vão em hum papel com a dita traça mas pêra poder aver effecto he necessário tomarem se vinte e quatro palmos da Rua a qual ainda fica com largura de quarenta e cinco que he asaz bastante por he Rua por onde passa muito pouca gente e nam se faz prejuizo a ninguém com tomarem della estes 24 palmos de Rua. Nicolao de Frias também está inclinado a esta traça e tem a cargo fazer outra mas como tem muitas occupações he mais vagaroso. Como a der feita a copiaremos a Vossa Alteza. Em Lisboa 28 de Janeiro de [15]95.
O Bispo d Elvas presidente disse a Salvador de Mesquita da parte de Vossa Alteza que se fizesse a [...?] passado este mês e elle respondeo que faria o que Vossa Alteza lhe mandava. Bispo d Elvas - Diogo de Sousa -Marcos Teixeira
À margem:
No he respondido a esta consulta ate gora por esperar a poder conferir esta traça de Felipe Tertio de que aqui se trata com a de Nicolao de Frias que agora se me há embiado y aun que no viene parecer del consejo sobre qual parece mas conveniente (como holgara se me dieram) dire lo que acerca dellas me parece y es que quanto al sitio que se deve de tomar della calle, me parece que se deve de siguir la traça de Phelipe Tercio y en lo demas la de Nicolao de Frias que com reduzir los corredores de la traça de Nicolao de Frias que son de ocho y diez pees o palmos a cinco que es la hanhura que les da Phelipe Tercio y parece bastante si viene reduzir toda misma cosa y el corredor que Nicolao de Frias pone entre los aposentos de los presos está aly mejor que en pátio adonde le pone Felipe Tercio asi pêra el serviço ordinárjo comopera servjr de vigias (como ahy se llamam) y asi se deve de tornar a ver todo esto en el consejo y na[m] sse offrecendo acerca dello algum inconveniente de consideracion dar ordem como se he ja conforme a ello la fabrica y quanto ao sitio que se há de tomar de la calle me parece que es lo mejor tratar com la câmara dessa ciudad y si fuere necesarjo comprar se les y asi parece que pêra esto es menos ter que entervenga la authorjdade de los governadores tambien se podra acudir a pedir se la y avisar do que se fuere haziendo em todo.
Acedido em 2018.10.11, em https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=2318907
Ao consultar no Arquivo Histórico Municipal de Coimbra as Vereações n.º 78, 1839-1842, encontrei a folhas 189, a seguinte notícia:
Os Arrematantes da obra da Fonte da Feira das Neves pedem se lhes dê o primeiro pagamento do seu contracto. A Câmara ordenou se lhe passasse mandado conforme determinado no auto d’adjudicação. Da mesma ata consta, ainda, o pagamento de 18$333 rs. aos referidos Arrematantes.
Ora a Feira das Neves era do meu total desconhecimento, bem como de outros Estudiosos das coisas de Coimbra. Tendo solicitado a ajuda da Dr.ª Paula França, arquivista do AHMC, a qual tendo pesquisado o assunto me transmitiu as seguintes informações:
. No trajeto da antiga estrada real junto a Trouxemil, identificou uma capela da Senhora das Neves que tinha uma fonte próxima;
. Que em pesquisas anteriormente realizadas se tinha apercebido que na época da deliberação a Câmara estava a ser chamada a fazer reparações na estrada real, na zona da sua responsabilidade.
A partir destas informações foi possível obter junto de pessoas idosas de Enxofães e de Trouxemil as seguintes informações complementares:
– A Capela de Nossa Senhora das Neves está localizada no lugar mais elevado de Trouxemil, com uma vista magnífica para sul, à qual se acede por uma rua estreita, a meio da rua principal da povoação.
Junto à capela existe um amplo terreiro que já serviu como campo de futebol e que hoje está amplo, existindo um polidesportivo ao fundo do mesmo.
A festa de Nossa Senhora das Neves realiza-se, anualmente, a 5 de Agosto.
– Naquele local realizava-se, desde tempos remotos, a Feira das Neves a qual tinha grande relevância para os povos gandareses, a norte do local.
A Feira funcionou até uma data indeterminada quando, por motivo de uma peste do gado bovino, foi proibida a circulação deste naquela área.
– Aproveitando esse facto a população de Barcouço – freguesia contígua à de Trouxemil, para norte, e que já pertence ao concelho da Mealhada e distrito de Aveiro – começou a realizar a feira no local de Santa Luzia, pois o mesmo não estava abrangido pelo referido embargo.
E assim se mantem a Feira de Santa Luzia até aos dias hoje, com o consequente desaparecimento da Feira das Neves.
Resumindo: A Feira da Neves realizava-se em Trouxemil, logo no espaço geográfico do concelho de Coimbra e era relevante para a economia não só deste Concelho, bem como para as populações da região gandaresa.
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