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A' Cerca de Coimbra


Quinta-feira, 15.10.15

Coimbra, o Convento de Santa Clara-a-Velha 2

… o interesse da Rainha D. Isabel no projeto de D. Mor subsistiu, tendo solicitado ao Papa a devida autorização para fundar uma casa da Ordem de Santa Clara, em Coimbra. A licença foi concedida, por carta datada de 10 de Abril de 1314, juntamente com a autorização para requisitar algumas freiras da Ordem a fim de “povoar” o referido cenóbio.
A Rainha adquiriu, então, algumas propriedades confinantes com o terreno onde D. Mor havia erguido o seu mosteiro, dispondo, assim, de uma área maior onde fosse possível construir um novo edifício, “amplo e grandioso”. Ocupou-se, igualmente, na aquisição de bens que doou ao convento, no sentido de assegurar a sua subsistência.
Em 24 de Julho de 1317, o mosteiro acolhia já algumas clarissas vindas de Zamora.
… Em 7 de Janeiro de 1325 morria, em Santarém, D. Dinis. A Rainha vestiu o hábito de Santa Clara como símbolo do seu estado de “viuvez, luto, tristeza e humildade”, afirmando que este gesto não correspondia a um voto religioso. No ano seguinte, adquiriu, ao Mosteiro de Santa Ana, um paço e uma vinha, contíguos à cerca de Santa Clara, para aí fixar residência.
Em 12 de Março de 1328 mandou redigir um documento, conhecido como “codicillo”, no qual fazia doação, ao convento, dos referidos paço e vinha. Determinava, ainda, que aquele fosse constituído por “cinquoeenta donas me(n)oretas” e criava um hospital para recolhimento e assistência, o qual ocuparia a parte dianteir do paço e seria habitado por “trynta pobres” (15 homens e 15 mulheres).
O carinho de D. Isabel por este projeto levou-a a alterar o seu testamento, no que dizia respeito ao local de sepultura: em detrimento do Mosteiro de Alcobaça, optou por Santa Clara, tendo encomendado a Mestre Pêro, escultor vindo de Aragão, um túmulo monumental em pedra.
A sagração da nova igreja do mosteiro … realizou-se a 8 de Junho de 1330, na presença da Rainha. No ano seguinte, a 18 de Fevereiro, uma grande cheia do Mondego, inundava o templo e submergia o túmulo, que já ali se encontrava. Por esse motivo D. Isabel mandou construir um piso sobrelevado … Ao centro do lado da igreja, mandou colocar a sua arca tumular e ainda o túmulo de sua neta, a infanta D. isabel, filha de D. Afonso IV, falecida em criança.

Trindade, S. D. e Gambini, L. I., Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Coimbra, Direção Regional de Cultura do Centro, pg. 23 a 25

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por Rodrigues Costa às 18:21


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