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Amílcar Duarte Matias nasceu em Casais do Campo, Coimbra, a 1 de Abril de 1931. Estudou na Escola Comercial e Industrial Avelar Brotero, em Coimbra. Desenhador publicitário e artista gráfico com extensa obra executada e complementada com atividade no domínio da pintura, cerâmica, ilustração e do cartaz.
Amílcar Matias (Espólio fotográfico do Arq. J. Morais Sarmento)
Amílcar Matias, assinatura utilizada nos seus trabalhos
Expôs individualmente na Delegação de «O Primeiro de Janeiro», em Coimbra, em outubro de 1968.
Com o MAC - Movimento Artístico de Coimbra, participou em exposições coletivas na Casa da Cultura de Cantanhede (1986); no Edifício Chiado, Coimbra (1986).
Encontra-se representado no Museu Municipal Dr. Santos Rocha (Figueira da Foz) e em coleções particulares.
Faleceu em Coimbra a 25 de Abril de 2004, estando sepultado no cemitério da Igreja de S. Martinho do Bispo.
[A sua obra mais visivel são os] painéis de azulejos de arte contemporânea, integrados no muro da Escola Jaime Cortezão.
Formam um conjunto de catorze painéis sem cercadura, de composição figurativa, monocromática, em azul-cobalto sobre fundo branco.
Amílcar Matias. Painéis do muro da Escola Jaime Cortesão, vista geral
Cada um dos painéis representa um monumento da cidade de Coimbra, sendo sequencialmente: Universidade, Igreja de Santa Cruz, Sé Velha, Arco de Almedina, Palácio Sobre Ribas, Mosteiro de Celas, Museu Machado de Castro, Convento de Santo António dos Olivais, Sé Nova, Jardim da Sereia, Aqueduto de São Sebastião, Igreja de Santiago, Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e Torre do Anto.
Amílcar Matias. Arco de Almedina
Amílcar Matias. Aqueduto de São Sebastião
Amílcar Matias. Universidade
Através das datas que constam nos painéis induz-se que tenham sido realizados entre 1983 e 1985, sendo executados com a colaboração da Fábrica da Viúva de Lamego.
Carlos Ferrão
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À biografia atrás traçada julgo oportuno juntar o seguinte testemunho.
A iniciativa da colocação dos painéis de azulejos e a escolha do seu autor foi da responsabilidade do então Presidente da Câmara Municipal, Dr. Mendes Silva, a quem Coimbra ainda deve a homenagem e o reconhecimento do muito que fez pela Cidade.
A obra foi realizada de acordo com um projeto do Arquiteto António José Monteiro, que previa o enquadramento dos painéis por uma cercadura em pedra. Para a elaboração da proposta teve a ajuda do já falecido António Firmino Batista, à data dono de uma empresa especializada em trabalhos de pedra.
Constata-se, pois, que a obra nunca foi concluída, não obstante os pedidos que ao longo dos anos, nomeadamente, enquanto vereador municipal, dirigi ao Município.
A Câmara Municipal de Coimbra financiou a execução dos painéis que Amílcar Matias desenhou e pintou durante cerca de dois anos, no edifício Chiado, onde, ao tempo, funcionava o Departamento de Cultura, Desporto e Turismo que eu, nessa data, tinha a honra de chefiar.
Jornadas sobre a Cerâmica em Coimbra. 1981. (Foto Imagoteca Municipal de Coimbra)
A participação da cerâmica Viúva Lamego, de Lisboa, limitou-se à venda dos azulejos prontos para serem pintados e à sua posterior cozedura.
Amílcar Matias nasceu e viveu nos Casais, freguesia de S. Martinho do Bispo, estando sepultado no cemitério daquela freguesia. Estamos perante um artista de mérito, cujo valor Coimbra ainda não reconheceu e até já esqueceu. A sua personalidade, bem marcada, passava por uma extrema modéstia que contrastava com o seu talento.
Para além das áreas artísticas referidas por Carlos Ferrão era ainda um caricaturista de mérito.
Rodrigues Costa. Caricatura de Amílcar Matias (Coleção particular)
Rodrigues Costa
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