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Era destinado aos religiosos estudantes universitários da «Ordem de S. Domingos». Cronologicamente é o primeiro dos Colégios que se estabeleceram na Universidade portuguesa, depois da sua fixação em Coimbra.
Teve por fundador e grande protetor el-Rei D. João III.
... Estava em princípio do ano letivo de 1539-1540 ... quando, a 16 de Outubro, se deu a migração dos colegiais dominicanos da Batalha para a cidade do Mondego, albergando-se no próprio edifício do convento de S. Domingos, sito à «Figueira-velha», na margem direita do rio, (as ruínas estão a cerca de 12 metros, sob o Hotel Almedina)... É pois a esta data ... que devemos reportar o início deste primeiro Colégio universitário, que tinha por titular S. Tomás de Aquino.
Ali se manteve até 1546, em que os religiosos dominicanos se viram forçados a abandonar o seu convento, constantemente inundado e meio submerso pelo Mondego. As obras já corriam neste ano de 1546.
Construíram-se então dois edifícios distintos, mas vizinhos, na Rua da Sofia: um para o convento dos religiosos de S. Domingos, outro para o Colégio de S. Tomás, onde residiriam os dominicanos universitários, assim os lentes como os estudantes.
Colégio de S. Tomás, portal
... Realizou-se com grandeza a fábrica do edifício, situado, como fica dito, na Rua da Sofia, ocupando o local onde hoje se ergue o palácio da Justiça; ainda neste se vê a bela arcada renascença do claustro colegial. O lindo e majestoso portal, que decorava a fachada, encontra-se enxertado na parede externa do Museu de Machado de Castro, que se defronta com o largo de S. Salvador.
Foi este Colégio incorporado oficialmente na Universidade por carta-régia de 20 de Junho de 1557.
Contou, entre os seus colegiais, teólogos muito notáveis, e até alguns célebres. Durante muito tempo foi este Colégio o principal fornecedor de lentes para a cadeira de Prima da Faculdade de Teologia.
Vasconcelos, A. 1987. Escritos Vários Relativos à Universidade de Coimbra. Reedição preparada por Manuel Augusto Rodrigues. Volume I e II. Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra, pg. 184-186, do Vol. I
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