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Algum tempo depois da extinção do mosteiro, ocorrida em 1834, resolveu a Câmara, em 13 de Junho de 1840, que as vendedeiras de cereais de Sansão passassem para o então denominado Pátio de Santa Cruz, situado no local que é hoje o início da Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, entre a atual fachada lateral dos Paços do Concelho e o edifício fronteiro, onde se encontra instalada a P.S.P. Este último estava ligado à esquina do mosteiro, que a sede da edilidade veio substituir, por um edifício que mais tarde foi demolido, sendo a entrada para o pátio feita através de um arco nele existente … Não tardaria muito que o edifício de ligação fosse demolido, facto ocorrido em 1856 … nova alteração surgiu, com a mudança do mercado dos cereais para a antiga horta do mosteiro, pertença da Câmara.
… A horta de Santa Cruz estava longe de tudo (não nos esqueçamos que na época não existiam a atual Avenida Sá da Bandeira, a Praça da República e todas as ruas que nela convergem, constituindo todas essas artérias a antiga Quinta de Santa Cruz, então propriedade particular); o Bairro de Montarroio era então um pequeno aglomerado; o acesso à Alta era feito por um apertado caminho que ia dar à Rua do Colégio Novo. E a própria comunicação com a Baixa fazia-se por uma estreita ligação, que só mais tarde viria a ser alargada com a demolição do lanço norte do Claustro da Manga e do arco que o ligava ao edifício que é hoje a Escola Jaime Cortesão.
… No ano de 1882, é apresentada na sessão de 23 de Agosto uma proposta do Barão de Matosinhos, em que este solicita a concessão de um ascensor para acesso à Alta, construído a expensas suas. O referido ascensor, que facilitaria o acesso do público, ligaria o local junto à Fonte Nova até a Couraça dos Apóstolos. A ideia de então não iria avante, mas veio a ser concretizada nos nossos dias, quase 120 anos depois, com a construção do atual elevador.
… Os acessos da Baixa são em 1888 facilitados com o alargamento, já atrás referido, da então denominada Rua do Mercado, com a demolição das construções que fechavam pelo lado norte o Claustro da Manga, e do chamado Arco do Correio, que lhe ficava adossado, e que permitiria mostrar o Jardim, tal como hoje acontece.
…Procedera-se, entretanto, no ano de 1924, à mudança da Fonte Nova para junto do mercado, encostada ao muro da rua que tem o seu nome. Até então, encontrava-se no início da Avenida Sá da Bandeira, no local onde seria construído o prédio em que viria a funcionar o posto das Caixas de Previdência.
… Era então presidente da Câmara o Dr. Mendes Silva, que entre 1984 e 1986 viria a proceder a significativas alterações na zona envolvente do mercado. Foi o caso da colocação de painéis de azulejo, com reproduções de monumentos da cidade, da autoria de Amílcar Martins, no muro da cerca da Escola Jaime Cortesão, da construção duma escadaria no local em que se erguera a Torre de Santa Cruz, para onde foi transferida a Fonte Nova, o ajardinamento do espaço em frente do pavilhão do peixe.
Andrade, C.S. 2001. Mercado D. Pedro V. Uma História com História Texto publicado em suplemento especial no Jornal de Coimbra de 14 de Novembro de 2001
Coimbra tinha, na primeira metade do século XIX, três mercados que satisfaziam as necessidades alimentares dos seus habitantes: um, com raízes seculares, na Praça de S. Bartolomeu (hoje oficialmente denominada Praça do Comércio, e igualmente conhecida por Praça Velha); o mercado de Sansão, em frente da fachada principal do Mosteiro de Santa Cruz e da sua Igreja (atual Praça 8 de Maio) e ainda um mercado semanal às terças-feiras no antigo Largo da Feira, frente à Sé Nova, reminiscência da chamada Feira dos Estudantes, instituída no século XVI por D. João III, para a comunidade da Universidade, após a sua transferência definitiva para a cidade.
… resolveu a Câmara, em 13 de Junho de 1840, que as vendedeiras de cereais de Sansão passassem para o então denominado Pátio de Santa Cruz, situado no local que é hoje o início da Rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes …
Pouco depois, em 6 de Maio de 1857, nova alteração surgiu, com a mudança do mercado dos cereais para a antiga horta do mosteiro … continuando a existir a velha praça em S. Bartolomeu
… Era, ao tempo, consensual a necessidade da construção de um mercado, pois a velha praça instalada em S. Bartolomeu não satisfazia as condições mínimas …as opiniões dividiam-se quanto à sua localização. Alvitravam-se dois locais: a horta de Santa Cruz e a Sota, na velha Baixa Coimbrã … sendo decidido pela Câmara da presidência do Dr. Manuel dos Santos Pereira Jardim, em 5 de Janeiro de 1866 … escolher o terreno da horta de Santa Cruz, em detrimento da Sota … iniciam-se em Outubro de 1866 as obras, com a escavação de 3.695 metros cúbicos de terras, para nivelamento dos terrenos … em 21 de Outubro de 1867 aprovado o regulamento, data em que se decidiu dar ao novo empreendimento o nome de Mercado D. Pedro V … de facto, no dia 17 de Novembro de 1867, era, finalmente inaugurado o novo mercado que tanta polémica levantara … O novo mercado seria contemplado com um candeeiro a gás, a que em breve se juntariam mais quatro.
… logo em 1872 temos notícias de reparações …Até ao fim do século XIX, foi o mercado alvo de pontuais reparações, cobertura de barracas, ou instalação de esgotos … em 12 de Janeiro de 1899, viria a ser tomada a tão útil e necessária decisão de mandar vedar o recinto do mercado.
Andrade, C.S. 2001. Mercado D. Pedro V. Uma História com História. Texto publicado em suplemento especial no Jornal de Coimbra de 14 de Novembro de 2001
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