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… Data de 1818 a aprovação do projecto para o portal principal do jardim, da autoria de José do Couto dos Santos Leal. Trata-se de um desenho a tinta da china e aguada sobre papel que se conserva no Museu Nacional Machado de Castro.
Projecto para o portal do jardim botânico. José do Couto dos Santos Leal. 1818
… O portal de entrada do lado dos Arcos foi levantado também nas primeiras décadas do século XIX.
…Em Outubro de 1854 foi aprovado o projecto geral da estufa, riscada pelo engenheiro francês Pedro José Pezerat, e um ano depois já estavam concluídos os alicerces para esta construção. Em Julho de 1857 celebrou-se com o Instituto Industrial de Lisboa o contracto para a execução da obra, tendo chegado a Coimbra, em Outubro de 1859, a primeira parte da estufa.
Estufa grande. Século XIX
Chegamos a 1873, data da atribuição a Júlio Augusto Henriques da regência da cadeira de botânica e da direcção do jardim (1873-1917). Professor dedicado, investigador incansável, notabilizou-se pela sua pedagogia activa e pelo seu empenho em engrandecer o jardim, o museu botânico e a sua biblioteca. A sua acção extravasa os limites temporais deste trabalho e assume-se como verdadeiro ponto de viragem na história e evolução do “Horto botanico”.
Planta do Jardim Botânico. Segunda metade do século XIX
Este começará a assumir, a partir de então, a forma que hoje conhecemos, embora caiba ao século XX, com a nova reforma da Universidade trazida pelo Estado Novo, a palavra final.
Brites, J.R.C. 2006. Jardim Botânico da Universidade de Coimbra: de Vandelli a Júlio Henriques (1772-1873), Coimbra, 2006 (Policopiado). [Trabalho escrito apresentado no seminário “Património e teorias do restauro”, integrado no Mestrado de História da Arte da Universidade de Coimbra e, depois de refundido, publicado pela autora, com o mesmo título, no Arquivo “Coimbrão. Boletim da Biblioteca Municipal”, Vol. XXXIX, Coimbra, 2006, p. 11-60].
…. Em 1805 o desenhador Gregório de Queirós era encarregado de delinear as obras que se projectava fazer no jardim. Em 1807 realizou-se finalmente a compra, por 1:800$00 reis, da parte da cerca dos Marianos, agendada há já 33 anos, sendo a sua incorporação definitiva no terreno do jardim bem expressa no plano elaborado nesse ano por José do Couto Santos Leal e Neves.
Plano elaborado em 1807 por [José do] Couto [Santos Leal] e Neves
É também deste ano o pronunciamento mais decisivo de Félix Avelar Brotero, encarregado desde 1791 da organização científica do Jardim e da regência da cadeira de botânica e agricultura , acerca do plano a seguir no jardim . O relatório enviado ao reitor, a 5 de Março de 1807, reveste-se da maior importância, quer pelo facto de nele Brotero precisar a definição e os objectivos deste tipo de estabelecimento, quer pela indicação das suas partes essenciais e secundárias, acompanhada do levantamento do que estava feito e do que havia de o ser.
Partes essenciais e secundárias num jardim botânico, segundo Avelar Brotero
Dela se depreende, concomitantemente, uma crítica velada às anteriores restrições pombalinas, as quais, embora na memória, seriam conveniente e conscientemente esquecidas com o passar dos anos e o avolumar de exemplos de similares jardins que outras universidades europeias vinham promovendo.
… O minucioso exame que acabámos de transcrever deixa transparecer não só o pragmatismo do docente, mas também o seu profundo conhecimento da realidade do dito recinto. Contudo, os tempos que se avizinhavam não viriam a permitir que este relatório assumisse o carácter de programa a levar à prática.
Planta do jardim botânico elaborada por [José do] Couto e datada de Outubro de 1807
Com efeito, aproximavam-se as invasões francesas e, com elas, todas as obras seriam interrompidas. O último apontamento que temos do ano de 1807, um plano do jardim elaborado com grande qualidade por José do Couto, ficaria na gaveta e só seria retomado após o fim da Guerra Peninsular.
Brites, J.R.C. 2006. Jardim Botânico da Universidade de Coimbra: de Vandelli a Júlio Henriques (1772-1873), Coimbra, 2006 (Policopiado). [Trabalho escrito apresentado no seminário “Património e teorias do restauro”, integrado no Mestrado de História da Arte da Universidade de Coimbra e, depois de refundido, publicado pela autora, com o mesmo título, no Arquivo “Coimbrão. Boletim da Biblioteca Municipal”, Vol. XXXIX, Coimbra, 2006, p. 11-60].
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