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A' Cerca de Coimbra


Quarta-feira, 17.01.18

Coimbra: Jardim Botânico e os seus múltiplos projetos 2

Esta planta apresenta uma notória semelhança com o Risco do Jardim Botânico para a Universidade de Coimbra, não datado, da autoria de Júlio Mattiazzi, publicado juntamente com outros Riscos das obras da Universidade de Coimbra, em 1983, pelo Museu Nacional Machado de Castro.

Risco do Jardim Botânico.. Julio Mattiazzi.jpg

 Risco do Jardim Botânico para a Universidade de Coimbra, Júlio Mattiazzi. Sem data

 

Este projecto foi, com probabilidade, formulado a jusante do primeiro, pois denota em relação a ele alguma simplificação.

… Num ofício de 5 de Outubro de 1773, o estadista rejeita veementemente o “dilatado espaço”, talhado “pelas medidas da (…) Fantasia”, o qual “absorberia os meyos pecuniarios da Universidade antes de concluir-se”.

… Os trabalhos acabariam por se iniciar sob planos mais modestos, mantendo, todavia, um traço tipicamente italiano. A Universidade tomou conta do terreno a 16 de Janeiro de 1774 e sem demora as obras foram avançando. Principiou-se a construção da muralha de suporte do lado da cerca dos Beneditinos, bem como as obras de terraplanagem. Para ambas foram aproveitadas grandes quantidades de pedra e entulho, provenientes de demolições de parte do edifício dos Jesuítas e do castelo.

Em Novembro desse ano o horto botânico estava pronto para receber as primeiras plantas, vindas por mar … Da sua plantação era encarregado Júlio Mattiazzi, jardineiro do Real jardim botânico da Ajuda, o qual deveria regressar à corte após o cumprimento de tal diligência, ficando João Luís Rodrigues responsável por delas cuidar, tornando-se este, assim, o primeiro jardineiro do novo jardim.

… Resta-nos a certeza de que, pouco depois da vinda do referido jardineiro, se realizaram alterações ao nível da área e nivelamento do jardim. De facto, entendendo-se necessário aumentar o terreno destinado às culturas, o Reitor estendeu, através da compra de um olival, a área do jardim até à estrada pública e pediu autorização ao Governo para adquirir mais terreno, com vista a conferir ao Horto uma forma mais regular. Concedida a licença a 7 de Dezembro de 1774, a compra foi ajustada com os frades marianos, apesar de só muito mais tarde ter sido realizada.

Em 1776 construiu-se uma pequena estufa, no valor de 82$265 réis, para se poder realizar a cultura de algumas plantas mais delicadas. A partir de 1777, com o falecimento do rei D. José I e a consequente morte política do Marquês, o abrandamento do ritmo das obras universitárias não deixou de se reflectir também na construção deste estabelecimento, apesar dos esforços movidos por D. Francisco de Lemos para cativar a atenção da nova rainha, D. Maria I.

 

Brites, J.R.C. 2006. Jardim Botânico da Universidade de Coimbra: de Vandelli a Júlio Henriques (1772-1873), Coimbra, 2006 (Policopiado). [Trabalho escrito apresentado no seminário “Património e teorias do restauro”, integrado no Mestrado de História da Arte da Universidade de Coimbra e, depois de refundido, publicado pela autora, com o mesmo título, no Arquivo “Coimbrão. Boletim da Biblioteca Municipal”, Vol. XXXIX, Coimbra, 2006, p. 11-60].

 

 

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por Rodrigues Costa às 20:43


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