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Matadouro
Dos vários equipamentos apontados como essenciais para o funcionamento da cidade, o primeiro a ser criado foi o matadouro municipal. Antes mesmo de cedido o edifício, o município deliberou ocupar o antigo edifício do palheiro da Quinta de Santa Cruz “na esperança de que pelo governo não seria negado à camara aquele pequeno recinto”. Não foi de facto, instalando-se o matadouro municipal neste velho edifício até à construção de um novo na década de 1890.
Nota: O matadouro construído em 1890 estava localizado no terreno hoje ocupado pela igreja de Nossa Senhora de Lurdes e jardim que lhe está junto. Posteriormente este segundo matadouro municipal foi substituído por um terceiro, localizado na Pedrulha, num terreno hoje devoluto.
Matadouro construído em 1890
Planta com a implantação do matadouro
Iluminação Pública
Introduzida em Lisboa, no ano de 1802 pelo intendente de polícia Pina Manique, que mandou colocar candeeiros a azeite em todas as esquinas das principais ruas da cidade, constituía um acréscimo de segurança e conforto, permitindo prolongar “o dia pela noite dentro”. Um ano depois de solicitada, na noite de 17 de Novembro de 1836, as principais ruas e praças da cidade [de Coimbra] começaram a ser iluminadas com candeeiros alimentados a azeite
…. Neste mesmo ano, na capital, começavam os primeiros esforços para a introdução da iluminação a gás e para a construção da primeira fábrica de gás.
…Neste contexto, dezoito anos depois de instalada a primeira iluminação pública nas ruas de Coimbra, presidente Cesário de Augusto de Azevedo Pereira defendeu a substituição pelo novo sistema a gás, utilizado em Lisboa e no Porto e em várias cidades europeias. Além da melhoria da qualidade da iluminação pública, o novo sistema permitia a distribuição de gás aos domicílios. Ainda em 1854 foi assinado o contrato do exclusivo do abastecimento de gás iluminação pública e usos particulares com o empresário inglês Hardy Hislop, concessionário da iluminação na cidade do Porto.
Alçado do gasómetro 1854
Dois anos depois, a fábrica de gás implantada na Rua de Fora de Portas foi inaugurada e Coimbra tornou-se a terceira cidade portuguesa a ser iluminada por este tipo de energia. Apesar de algumas reclamações pontuais, este sistema de iluminação foi amplamente difundido pela cidade e dez anos depois de inaugurado contava com 220 candeeiros públicos e uma ampla rede de canalizações que abastecia a maioria das habitações. Em 1894 o contrato de iluminação foi revisto garantindo o aumento de 130 candeeiros públicos.
Planta de reconstituição da rede de gás e com a implantação da fábrica de gás
Calmeiro, M.I.B.R. 2014. Urbanismo antes dos Planos: Coimbra 1834-1924. Vol. I. Tese de doutoramento em Arquitetura, apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, pg. 189-190, 200-202.
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