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A Fonte da Cheira fica situada na Rua do Brasil, em frente à Rua da Fonte da Cheira.
Segundo F. A. Martins de Carvalho, a “composição arquitetónica desta fonte era o claustro da Anunciação, ou dos «Meninos de Palhavã», que se encontrava na galeria alta do claustro de Santa Cruz. Demolida a capela, aplicaram o portal na entrada da mala-posta, estabelecida no mesmo convento, passado em 1860 para esta fonte. É uma agradável composição arquitetónica, de pilastras em forma de suporte de hermes, arco bem concatenado com o remate, que é uma transformação do frontão curvo”
... Desde a sua construção, esta fonte teve apenas uma bica, que, inicialmente era constituída por uma caleira de pedra por onde a água corria, tendo sido, posteriormente, substituída por uma bica de bronze que lança a água num amplo tanque.
O nome, «Meninos de Palhavã», foi dado pelo povo de Coimbra aos infantes ... filhos naturais reconhecidos de D. João V que, ainda muito jovens, foram de Lisboa, onde viviam no lugar da “Palhavã”, para Coimbra receber educação literária no mosteiro de Santa Cruz.
A água desta fonte nasce na referida Quinta da Cheira, de que foi proprietário, no séc. XIX, o deputado às “Cortes Constituintes” em 1821 e lente de química da Universidade de Coimbra ... Tomé Rodrigues Sobral ... conhecido por ter fabricado pólvora e outros apetrechos de guerra, no seu laboratório químico da Universidade, no ano de 1808 ... um numeroso grupo de soldados, do exército de Massena, ao entrar em Coimbra no dia 1 de Outubro de 1810, depois da derrota no Buçaco ... dirigiram-se à quinta e incendiaram a casa, bem como a biblioteca e os valiosos manuscritos, entre eles o compêndio de química deste insigne professor.
Dada a relevância dos serviços prestados, o governo mandou reconstruir as casas deste lente por aviso de 31 de Outubro de 1861.
Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 73
A Fonte do Castanheiro está situada num lugar muito pitoresco, o Vale da Arregaça ao fundo de uma escadaria de 35 degraus separados por alguns patamares, que sai da rua da Fonte do Castanheiro, a cerca de 50 metros, para poente, do portão da Quinta que recebeu o mesmo nome. Esta fonte possui uma bica encimada pelo escudo do Reino, com adornos do princípio do século XVIII. No remate, no meio de duas aletas com grandes volutas, lê-se:
ANNO
1701
A REFORMA DA OBRA
DESTA FONTE DO CAS
TANHEIRO A MONDOV
FAZER O.D.O.O.R.SV.D.TE
A última linha deve entender-se como:
FAZER O DEZEMBARGADO SUPERINTENDENTE.
A água que a abastecia era proveniente de uma nascente designada de Póvoa.
A água da Fonte do Castanheiro, juntamente com a águas das Fontes do Cidral e da Cheira ... eram mandadas buscar pelos habitantes de Coimbra, que muito as apreciavam, apesar da distância a que se encontravam.
... Em 1828, foi publicada uma lenda, da autoria do escritor Manuel Ferreira de Seabra ... A referida lenda, que se intitula «Almira e Felizeu ou a Fonte do Castanheiro. Metamorfose» ... reza ... que o pastor Felizeu, pelo crime cometido contra a ninfa do Mondego, fora transformado em «Castanheiro» e a ninfa, a seu pedido, transformada em «Fonte».
Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 60 e 61
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