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A' Cerca de Coimbra


Quinta-feira, 05.11.15

Coimbra e as suas personalidades: Flávio Rodrigues da Silva

Foi um importante compositor português e executante de guitarra portuguesa, variante Guitarra de Coimbra …
A sua influência no tocar e no compor de guitarristas estudantis revelou-se intensa.
Foi autor de «Variações em mi menor», «Variações em ré menor» (n.º 1, n.º 2, n.º 3 e n.º 4) e de diversas valsas, por vezes com origem em temas do folclore da região: «Valsa em Fá» (= «Canção de Bencanta»), «Valsa em Lá Menor», «Valsa em Sol Maior».
Normalmente não utilizava 2.º guitarra e era acompanhado por duas violas.
Entre os cantores que acompanhou podem mencionar-se Augusto Camacho e Fernando Rolim, enquanto que guitarristas como Abílio Moura, Manuel Branquinho (1929-1999) ou ... António Portugal (1931-1994) se podem enquadrar no número dos seus 'discípulos'.

Acedido em 18.10.2015, em https://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Rodrigues_da_Silva 

Flávio Rodrigues da Silva nasceu em Coimbra, no dia 29 de Outubro de 1902, faleceu a 23 de Agosto de 1950.
Figura típica do imaginário romântico estudantil e memória grata à cultura popular coimbrã … Homem do povo, virtuoso da guitarra toeira, barbeiro humilde … representa bem o lado sombrio da Canção de Coimbra, sistematicamente negado pelos especialistas de serviço: uma guitarra de Coimbra que teria sido monopólio de estudantes universitários; uma guitarra de Coimbra que não teria existido antes de Artur Paredes ter norteado a intervenção do modelo hodiernamente consagrado.

Flávio e a sua época
Augusto da Silva Louro (violista)
Executante de violão, acompanhador de Flávio entre 1919 e 1927, funcionário dos Correios.

Fernando Rodrigues da Silva (violista)
Barbeiro, executante de violão, irmão e acompanhador de Flávio, tornou-se o principal ensinante de guitarra ativo na cidade entre 1947 e 1964

José Lopes da Fonseca (Trego) (violista)
Barbeiro, funcionário do Magistério Primário, ator amador, executante de violão, serenateiro.

Carlos da Silva Moreira (cantor)
Tenor, cantor de temas de serenata, cobrador e funcionário municipal

Alexandre da Silva Louro (cantor)
Alfaiate, cantor de temas de serenata e de opereta

Raúl de Carvalho Freitas (cantor)
Cantor futrica de árias da Canção de Coimbra

José Maria dos Santos (violista)
Executante de violão, acompanhador de Flávio Rodrigues, jornalista, funcionário do quadro da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

Abílio Madeira (violista)
Executante de violão, acompanhador de Flávio Rodrigues nos anos vinte e trinta, funcionário administrativo da Imprensa da Universidade de Coimbra.

Divisão de Ação Cultural. 2002. Flávio Rodrigues da Silva. Centenário do nascimento do guitarrista. Coimbra. Câmara Municipal de Coimbra, pg. 16, 18 a 21

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por Rodrigues Costa às 10:09

Quarta-feira, 04.11.15

Coimbra e as suas personalidades: Nomes do fado de Coimbra

Quando, como escolar, me incorporei (Afonso de Sousa) na Academia de Coimbra, já dela, ou do seu ambiente artístico, se haviam afastado ou se avizinhavam da deserção credenciados cultivadores do canto e da guitarra, de cujas modalidades os da minha geração foram não menos reverenciados continuadores.
Enquadravam-se naquele afastamento os nomes de Manassés de Lacerda, António Menano, seus irmãos Francisco, Alberto e Paulo, Roseiro Boavida, Agostinho Fontes, Paulo de Sá, Borges de Sousa, plêiade de que ainda restavam, cursando estudos um Aires de Abreu, um Aduzindo da Providência, um Lucas Junot …
Em idênticas circunstâncias de temporalidade se deverão contar Edmundo de Bettencourt e Artur Paredes e que, já afamados em 1920, atravessaram todo este decénio …
Desconheciam-se ainda os futuros pares, adventícios reforços da mesma constelação, colunas de um empório cultural que a Academia jamais logrou superar … estou a lembrar-me dum Luís Goes, dum Zeca Afonso, dum Jorge Tuna e, sobretudo … desse genial Carlos Paredes, em cujas mãos se entregaram os últimos segredos dum sortilégio de que a guitarra, até Artur Paredes, se havia mostrado instrumento de cioso engenho.
Efetivamente, Armando Goes, Paradela de Oliveira, Albano Noronha, Almeida d’Eça, Laurénio Tavares, José Pais de Almeida e Silva surgiram ou evidenciaram-se só por volta de 1923/1924 … mas ainda dentro do aludido ciclo, se viram despontar – um Serrano Batista, um Lacerda e Megre, um Felisberto Passos, um Jorge Alcino de Morais (Xabregas), um Fernando Pinto Coelho, outros não citando porque Pinho Brojo. António de Portugal, João Bagão, Luís Goes, Fernando Rolim, embora próximos, se revelaram somente no ciclo ou ciclos imediatos.
A guitarra de Coimbra, como instrumento criador de arte, veículo de comunicação de arte, impulsionador de transportes emocionais auditivos, emancipou-se … criando nas paragens do Mondego, um estilo «sui generis», de «variações», composições parcelares curtas, mas que, num lógico encadeamento, estruturando uma característica composição a que o autor, consoante o estilo imprimido (alegre, triste, rápido ou aligeirado), atribuirá um título condizente.
Foram afamados executantes, a partir do já lendário Hilário, (que não se limitou a cantar) Alexandre de Rezende, mais compositor e cantor do que executante, Paulo de Sá, Francisco Menano, Sampaio Mansilha, Manuel Alegre, Borges de Sousa, João Duarte de Oliveira, suponho que também João de Deus Ramos … sendo de justiça não omitir, posto que não académicos, os nomes de Antero da Veiga, Gonçalo Paredes – o patriarca de uma geração inultrapassável -, seu irmão Manuel Paredes, Flávio Rodrigues.

Sousa, A. 1981. O Canto e a Guitarra na Década de Oiro da Academia de Coimbra (1920-1930). Coimbra, Comissão Municipal de Turismo, pg. 13 a 19

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por Rodrigues Costa às 21:13


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