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A' Cerca de Coimbra


Quinta-feira, 27.10.16

Coimbra: a Brotero uma escola com passado e com presente 3

Até possuir edifício próprio, a Escola Brotero ocupou, desde a sua instituição, por empréstimo ou pagando renda, espaços cada vez mais amplos e diversificados, respondendo assim ao aumento crescente da sua massa estudantil e dos cursos ministrados.

... em 1884, a Câmara Municipal de Coimbra destinou para sua instalação a antiga Igreja da Trindade ... as obras (de adaptação) não foram de imediato realizadas (e nunca mais o seriam), de forma que a Associação dos Artistas resolveu dispensar provisoriamente a única sala que dispunha ... o refeitório do antigo Convento de Santa Cruz, emprestando também o mobiliário, até chegar o que havia sido encomendado para o efeito (o que começou a verificar-se em Março de 1885, ou seja, um mês após o início das aulas.

Em Dezembro de 1886... a Câmara Municipal cedeu à Escola, após obras de restauro e adaptação, as dependências do Mosteiro situadas por cima do antigo refeitório.

... em 23 de Fevereiro de 1889 ... «foram anexadas às antigas instalações,  numa primeira fase, o andar superior da fachada oeste do jardim da Manga e a antiga capela do noviciado e, posteriormente, a fachada sul do mesmo jardim, bem como o pavimento térreo das duas fachadas e o jardim da Manga.

... Para a instalação das oficinas... a Câmara em 1890/91, cedeu para o efeito  ... «a parte baixa do antigo cerco do noviciado». Mais tarde, com o aumento da frequência escolar, ferramenta e maquinaria para alargamento daquelas, foram construídos pavilhões sobre os tanques do jardim.

Nestas instalações funcionou a Escola durante anos. Instalações, no entanto, foram progressivamente beneficiadas. Sob a direção de Sidónio Pais, foi nelas erguida, em 1904, uma central elétrica privativa.

... Na madrugada do dia 13 de Janeiro de 1917, um violento incêndio destruiu parte das instalações, incluindo gabinetes, salas de Desenho, o laboratório de Química... após um período em que, provisoriamente, ocupou dependências contiguas ... a Brotero transferiu-se, em Dezembro de 1918, para a casa da Quinta do Mosteiro – antiga residência de verão do Prior – situada no espaço hoje ocupado pela Associação Académica ... as oficinas mantiveram-se no Jardim da Manga.

De 1919 a 1920, funcionou no mesmo edifício, por falta de sede própria, a Escola Comercial de Coimbra... a qual ... veio a ser transferida para o 1.º andar arrendado (ainda em 1919) de um prédio (hoje inexistente) na Rua da Sofia (n.º 157) ... tendo-se aí mantido até 1926, data em que se incorporou definitivamente na Brotero.

... Quando se criou o «Instituto Industrial e Comercial de Coimbra», a 5 de Dezembro de 1921, a Escola Brotero partilhou com ele as suas instalações... a morosidade verificada na construção do novo edifício, já iniciado junto à Praça da República, levaram a que se determinasse a mudança dos dois estabelecimentos de ensino para a antiga hospedaria do Convento de Santa Cruz e residência do seu Prior, então Hospício da Maternidade (afeto à Faculdade de Medicina desse 22 de Fevereiro de 1911), frente ao Mercado D. Pedro V, local onde hoje se encontra a «Escola Secundária de Jaime Cortesão».

Figueira, M. L. 2012. Escola Brotero. Memórias de Sempre. 2.ª edição revista e actualizada. Coimbra, Escola Secundária Avelar Brotero, p. 61-64

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por Rodrigues Costa às 22:15

Quarta-feira, 26.10.16

Coimbra: a Brotero uma escola com passado e com presente 2

A Brotero é uma escola de tradições. Uma escola que nasceu do nada e cresceu, valorizando o Coimbra e o País ... Atenta à evolução do mundo exterior, sempre foi uma escola de vanguarda ... Uma escola-Escola, de todos os tempos, de sempre, porque sempre em luta consigo própria. Para servir.

... Desde o século XVIII que o ensino profissional – até aí quase inteiramente da responsabilidade das corporações de artes e ofícios e de organismos religiosos – mereceu a atenção dos governantes nacionais. Contudo, só após o Liberalismo e face à necessidade de resposta ao avanço da Revolução Industrial foram tomadas as primeiras medidas sérias com vista à sua implementação.

...Em Coimbra, este estado de coisas fez surgir, em 1851, a «Sociedade de Instrução dos Operários» e, em 1862, a «Associação dos Artistas de Coimbra», que, sob o patrocínio de Olímpio Nicolau Rui Fernandes, visava «a difusão do Ensino Geral e Técnico das Artes e Ofícios, propagando os conhecimentos de economia, industrial e doméstica, necessários ao aperfeiçoamento dos métodos de trabalho, e promovendo em tais atividades o uso e introdução de novos maquinismos», e deu origem ... em 1878, a criação da «Escola Livre das Artes do Desenho», por iniciativa de António Augusto Gonçalves, a qual obteve da Câmara Municipal a cedência da antiga Casa do Senado, no andar superior da Torre do Arco de Almedina.

... por Decreto de 3 de Janeiro de 1884, o Ministro ... António Augusto de Aguiar, criou oito Escolas de Desenho Industrial, verificando-se com agrado que uma delas era em Coimbra – a atual Escola Secundária de Avelar Brotero.

... A 20 de Fevereiro de 1885, ou seja, cerca de um ano depois da sua criação a Escola de Desenho Industrial Brotero, ainda equipada com mobiliário emprestado pela Associação dos Artistas e sem material didático, encomendado na Alemanha ... iniciou atividades ... Matricularam-se cento e cinquenta e dois alunos (cento e quarenta e nove do sexo masculino e três do sexo feminino), com idades compreendidas entre os seis e os quarenta anos e, na sua maioria, profissionais: «alfaiates, canteiros, carpinteiros, empregados, funileiros, marceneiros, ourives, paliteiros, pedreiros, pintores de louça, sapateiros, segeiros, serralheiros, tipógrafos». A única disciplina lecionada no primeiro ano de funcionamento foi a de «Desenho Elementar». E apenas no período noturno, dado que, por falta de alunos, a Escola não teve aulas diurnas, tal como pelo menos nos seis anos subsequentes.

... Em 1889 ... o ministro Emídio Navarro elevou a Escola de Desenho Industrial Brotero a Escola Industrial.

... em 1914, ano a partir do qual a Escola passaria, em consequência, a Escola Industrial e Comercial.

... Nos finais do ano (1918) ... a Secção Comercial existente na Brotero foi-lhe retirada, para formar uma escola independente – a Escola Comercial de Coimbra, que, por não ter sede própria se estabeleceu no edifício da Escola (novamente apenas) Industrial, de Outubro de 1919 até Junho de 1920, data em que, por escassez de espaço, foi transferida para um andar na Rua da Sofia.

... em 1926 ... a 4 de Setembro ... foi decretada a integração da Escola Comercial de Coimbra na Escola Brotero, adotando esta – e por largos anos – a denominação de Escola Industrial e Comercial de Brotero .

... Em suma, a «Brotero», de início uma escola de modestas dimensões, foi ampliando e diversificando ao longo dos tempos o seu efetivo curricular com a introdução sucessiva de cursos profissionais tecnológicos e artísticos ... ligados a variadíssimas áreas, como Comércio, Serralharia, Mecânica, Serralharia Artística, Carpintaria, Talha (em madeira) e Marcenaria, Cerâmica, Vitrais, Eletrotecnia, Mecanotecnia, Construção Civil, Costura e Bordados, Mecânica de Automóveis.

 

Figueira, M. L. 2012. Escola Brotero. Memórias de Sempre. 2.ª edição revista e actualizada. Coimbra, Escola Secundária Avelar Brotero, p. 13, 17-20, 25, 28, 32

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por Rodrigues Costa às 09:44


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