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Séculos obscuros, (a primeira Idade Média) na verdade, entre as sucessivas e violentas invasões, a fome, a peste, a rapacidade dos (vários) coletores, as fraturas litúrgicas e religiosas, a crescente ruralização da vida urbana (mesmo relativizada, caso a caso) e a incapacidade do «Estado» visigótico, ante a cupidez dos senhores «feudais», de assegurar a coesão administrativa do seu «Reino». Circunstâncias que poderão explicar, numa cidade sem bispo e a despeito da relevância que se tem pretendido atribuir-lhe, a escassez reconhecida de marcas arquitetónicas documentadas para este período.
Pimentel, A.F. 2005. A Morada da Sabedoria. I. O Paço real de Coimbra. Das Origens ao Estabelecimento da Universidade. Coimbra, Almedina, pg. 190
Segundo parece poder concluir-se … os moradores de Coimbra, oprimidos por uns certos Munio Barroso e Elbraldo ou Ebrardo, talvez chefes militares, exatores de fazenda, amotinaram-se, expulsando-os da cidade. Devia suceder isto na ausência do conde. Voltando, ele se dirigiu a Coimbra; mas os habitantes resistiram-lhe, e Henrique teve que pactuar com eles. O resultado destes sucessos foi obter a povoação uma carta de foral com amplos privilégios, especificando-se as contribuições e declarando-se expressamente que nem Munio Barroso nem Elbraldo tornariam a ser admitidos dentro dos seus muros, e que o conde, satisfeito de o haverem, enfim, recebido, poria em esquecimento tudo o que contra ele tinham até aquele dia praticado.
Herculano, A.1987. História de Portugal. Vol. II. Lisboa, Circulo de Leitores, pg.31 e 32
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