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Assisti no passado domingo, dia 4 de Junho, pela segunda vez, a um concerto dos seis órgãos da Basílica de Mafra.
Tomei então conhecimento da existência da ECHO (Europae Civitates Historicorum Organorum) que foi fundada em 1997 e tem como objetivo desempenhar um papel unificador em projetos a nível europeu das cidades com órgãos de valor histórico e de origem europeia.
Integram esta rede Alkmaar (Holanda), Bruxelas (Bélgica), Freiberg (Alemanha), Fribourg (suíça), Innsbruck (Áustria), Mafra (Portugal). Toulouse (França), Treviso (Itália) e Trondheim (Noruega).
Órgão da Igreja de Santa Cruz
Coimbra, por direito próprio, podia e devia pertencer a este Rede, porque:
- Dispõe de três grandes órgãos históricos – Igreja de Santa Cruz, Universidade e Sé Nova – recentemente recuperados, e ainda o órgão do Seminário de Coimbra de muito boa qualidade e operacional e o da Igreja do Colégio Novo que foi objeto de recuperação no início da segunda metade do século passado;
Órgão da Capela da Universidade
- Existem ainda nos Concelhos limítrofes dois outros órgãos recentemente recuperados e de valor inestimável: o do Mosteiro de Lorvão (Penacova); e o do Convento de Semide (Miranda do Corvo);
- Teve Coimbra duas escolas de música de referência do nosso País, com produção organística própria: a do Mosteiro de Santa Cruz; e a da Universidade.
De tudo o que atrás refiro sugiro o seguinte conjunto de perguntas:
- Quantas cidades do Mundo se podem orgulhar de um património organístico desta dimensão?
- Depois dos vultuosos investimentos feitos e sendo condição necessária para a boa manutenção destes instrumentos o seu uso regular, o que se tem feito a Cidade para que a mesma aconteça?
- Não tem Coimbra capacidade económica para ter um organista residente que assegure aquele uso regular?
- Não será este um elemento muito importante não só para a vida cultural de Coimbra e da Região onde se insere, bem como para o desenvolvimento do turismo cultural que todos defendem?
- Não é possível a conjugação de vontades entre os Municípios de Coimbra, de Penacova, de Miranda do Corvo, da Diocese, da Universidade, da Misericórdia de Coimbra, da Direção Regional de Cultura do Centro e da Região de Turismo Centro de Portugal, tendo em vista a potenciação do património organístico aqui existente?
Eu tenho as minhas respostas. Acho que todos devem ter as suas.
Rodrigues Costa
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