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Uma riqueza tão dilatada, como se sabia ter o Mosteiro conimbricense, contribuiu, juntamente com outros acontecimentos entretanto verificados na comunidade, para que Dom Fernando Martins, cónego regrante de Santa Cruz, ansiasse por atingir uma vida de maior perfeição, requerida pela brilhante cultura que foi recebendo desde que chegara de Lisboa, por força da radicalidade das exigências evangélicas e pelo singular testemunho da pobreza manifestado nos humildes frades franciscanos.
... Com efeito, nas opções do futuro Sant’António, pesaram as vicissitudes epocais e, também, as circunstâncias em que se viram os cinco desafortunados franciscanos (martirizados em Marrocos) que conhecia.
... Refletindo, pois, a vida missionária dos mártires marroquinos, o cónego Dom Fernando Martins desvincula-se dos crúzios e faz-se frade franciscano (num pequeno convento franciscano no local onde hoje está a igreja de Santo António dos Olivais): com o hábito de burel, o novo nome vai ser António, depois célebre como notável pregador e, porque distintamente culto, declarado Doutor Evangélico, num manifesto reconhecimento das invulgares capacidades intelectuais e da brilhante preparação cultural obtida no Mosteiro de Santa Cruz, assim declarado pelas altas instâncias eclesiais romanas.
Dias, P. e Coutinho, J.E.R. 2003. Memórias de Santa Cruz. Coimbra, Câmara Municipal. Pg. 54 e 57
O Chafariz dos Olivais existe ... no largo do adro da Igreja de Santo António dos Olivais.
É composto por um grande tanque no centro e dois mais pequenos a ladear o primeiro.
A sua arquitetura á simples, tendo apenas um baixo-relevo a contornar o frontispício do tanque principal. As costas, voltadas para a Igreja, contêm um painel de azulejos em azul, em que se pode ver a figura de um frade, talvez frei António, ajudando uma figura feminina que transporta uma bilha de água.
Com o arranjo urbanístico de todo o conjunto do largo fronteiriço à vistosa escadaria da Igreja, que incluiu o alteamento das ruas, efetuado em 1996, foi alterado o acesso ao chafariz. Este acesso faz-se agora por umas escadas, em formato de “U”, sendo necessário descer cinco degraus para chegar à única torneira.
Não é conhecida a data da sua construção e é possível que tenham existido anteriormente este ou mais chafarizes, pois, conforme é referido no Inventário Artístico de Portugal, “... na parte escarpada e a meio do vale por onde foi a cerca do convento de Santo António dos Olivais, há uma nascente dentro de uma pequena construção quadrada, com cúpula hemisférica de tijolo, amparada na parede da capela mor por meio de um arco. Abaixo da capela vê-se um mascarão fontanário e imediatamente, noutro piso, um tanque de abundante água.”
Situa-se a poente e imediatamente a seguir à Capelinha do Cristo dos Olivais, de João de Ruão.
Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 82 e 83
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