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Francisco de Assis Ferreira de Faria (S. Paio de Seide, 1926 – Coimbra, 2022) numa entrevista realizada 15 de Setembro de 2009 (https://ria.ua.pt/bitstream/10773/1227/1/2010000612.pdf) recorda que já tinha nascido em S. Paio e os nossos pais passaram de S. Miguel para S. Paio por necessidade de vida. Eles eram “agrários”, o trabalho deles era o campo e em S. Miguel de Ceide não havia proprietários que dessem trabalho, então S. Paio de Ceide é que era a freguesia dos lavradores, por isso também era uma Freguesia de gente mais abastada. S. Miguel era uma freguesia de gente mais pobre.
Estas origens humildes não impediram um percurso notável. Sem nunca esquecer de onde vinha, tonou-se num conimbricense por adoção, figurando com inteira justiça na lista das Personalidades de Coimbra.
Francisco Faria, maestro
Na edição do “Campeão das Províncias” de 14 de novembro de 2022, é recordado como “um homem extraordinário que merece toda a nossa consideração e respeito”, conforme afirmou Paulo Oliveira, presidente do Coro dos Antigos Orfeonistas da UC. Também Manuel Rebanda sublinhou que Francisco Faria era “uma referência da advocacia em Coimbra”.
Francisco Faria, advogado
Na página da net https://www.meloteca.com/portfolio-item/francisco-faria/ é assim recordado por Gil Tocantins Figueiredo. A sua personalidade e temperamento marcaram todos aqueles que com ele conviveram. O Humanismo e o Cristianismo que ele cultivava fizeram-no abraçar muitas causas em vários setores tendo-se isso refletido também no plano profissional onde atingiu níveis de excelência – Distinto Advogado (primus inter pares) durante alguns anos integrou o Conselho Superior da Magistratura.
Francisco Faria, membro do Conselho Superior da Magistratura
Como musicólogo de reconhecida competência foi professor de História da Música na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e, para muitos um dos melhores diretores artísticos de música coral – nas suas mãos os coros não cantavam, interpretavam. Coimbra bem pode agradecer tudo o que ele fez pela música coral e também pela etnomusicologia (que o digam os Grupos Folclóricos do Concelho de Coimbra).
Nesta área sou testemunha do trabalho que desenvolveu em prol da música e, em particular, do seu esforço permanente na divulgação da música do patrono do Grupo, D. Pedro de Cristo, bem como em situar a música de seu irmão o compositor P.e Manuel Faria, no lugar a que, por direito próprio, lhe é devido. Sempre aberto a responder graciosamente aos pedidos de ajuda que lhe fizemos para diversas iniciativas, há a destacar a sua participação na Comissão de Analise dos Grupos Folclóricos, onde foi figura de destaque quer no separar o tripo do joio, quer em passar para pautas as músicas recolhidas pelos grupos.
A atribuição, em 1986 da medalha de vermeil da Cidade de Coimbra de mérito cultural, sempre achei pouco para agradecer o muito trabalho realizado, pelo que considero que a Autarquia ainda tem uma dívida de gratidão a saldar para com esta Personalidade de Coimbra.
Sendo polifacetada a atividade desenvolvida por Francisco Faria, aquela pela qual ficou mais conhecido pelos conimbricenses, como recorda o próprio Coro na já referida página https://www.meloteca.com/portfolio-item/francisco-faria/, O Dr. Francisco Faria não foi só o fundador do Coro D. Pedro de Cristo e o seu extraordinário Diretor artístico durante 39 anos, mas também um Homem carismático, de princípios, com uma generosidade intrínseca, reconhecida por todos quantos o conheceram de perto. Ele foi o “rosto”, a marca de qualidade do Coro D. Pedro de Cristo durante 39 anos.
Francisco Faria, fundador e maestro do Coro D. Pedro de Cristo
Coro que continua a ser um grupo de referência não só a nível nacional, como mesmo internacional e que tanto tem honrado o País pela qualidade que, sempre, apresenta.
Rodrigues Costa
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