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A' Cerca de Coimbra


Sexta-feira, 17.03.23

Conversa Aberta: Terras do aro de Coimbra

De hoje a 15 dias vai realizar-se mais uma Conversa Aberta que conforme, o habitual, decorrerá na Sala D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra (junto ao Instituto Justiça e Paz, antigo CADC), na última sexta-feira de cada mês, a partir das 18h00, com entrada livre.

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Desta vez o tema a ser tratado será As Terras do Aro de Coimbra nos documentos e objetos do Arquivo Histórico Municipal de Coimbra.

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A palestrante, Dr.ª Paula França que é a responsável pelo Arquivo Histórico Municipal de Coimbra, profundamente conhecedora do mesmo e sempre pronta a ajudar aquele que ali fazem as suas investigações.

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Aliás, o Arquivo merece uma visita. Quanto mais não seja, pelas pequenas exposições, periodicamente renovadas, que ali estão patentes.

Participe no debate e ajude por favor na divulgação do evento.

Rodrigues Costa

 

 

 

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por Rodrigues Costa às 21:17

Quarta-feira, 25.01.23

Conversas abertas. Recomeçam depois de amanhã, 6.ª feira

É já depois de amanhã, 6.ª feira, dia 27 de janeiro que às 18h00, se iniciam as Conversas Abertas deste ano que irão decorrer na Sala de D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra.

E para bem começar o Dr. Mário Araújo Torres irá falar de três personalidades ligadas a Coimbra, que se tornaram marcantes na vida cultural nacional na segunda metade do século XIX, todos autodidatas.

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AUC. Pormenor da Folha de Sala

Sobre o Palestrante já tivemos ocasião de escrever, em 17 de fevereiro de 2022

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Dr. Mário de Araújo Torres

Sendo a importância da reedição de textos, há muito esquecidos e esgotados, de autores que escreveram sobre Coimbra, inquestionável, lembra-se, mais uma vez, que após a sua jubilação o Dr. Mário de Araújo Torres, se dedicou à recolha e reedição – à sua custa, hoje, com mais de 10 títulos publicados – de autores que em Coimbra desenvolveram a sua atividade.

É exemplo um dos primeiros que editou: a produção etnológica e pedagógica do poeta Afonso Duarte.

Embora sabendo que Mário Araújo Torres é avesso a agradecimentos, temos repetidamente afirmado, e mais uma vez o fazemos, que Coimbra lhe deve um institucional: OBRIGADO.

Na modéstia do conimbricense que somos, pelo nosso lado, aqui fica esse reconhecimento, acrescentando que o Dr. Mário Araújo Torres é credor de todos os conimbricenses de uma palavra simples, mas que diz muito: OBRIGADO.

Agradecimento, que é feito perante o silêncio do Município já tantas vezes alertado para este seu dever.

Coimbra não pode, nem deve, continuar a ser madrasta quer para os seus filhos, quer para quantos fizeram de Coimbra a sua cidade.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 10:49

Terça-feira, 10.01.23

Coimbra: Do Cadeiral de Santa Cruz 1

Na preparação desta série de entradas, ao concluir a leitura do livro Do Cadeiral de Santa Cruz, 2.ª edição datada de 2007, de Monsenhor Nunes Pereira, desabafei para mim mesmo: quanto mais aprofundo o conhecimento sobre a sua obra mais admiração tenho pelo Artista!

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Do Cadeiral de Santa Cruz, capa

O P.e Anselmo Ramos Dias Gaspar na Abertura desta obra conta a história do surgimento da primeira edição.

De 1977 a 1981, Mons. Nunes Pereira … deu-se ao labor de estudar cada um dos motivos esculpidos por Machim e por Lorete, desenhando à pena, minuciosamente, cada um deles … resolveu, a partir de outubro de 1978, publicar os seus desenhos, com a respetiva explicação iconográfica, no “Correio de Coimbra” … Muitos foram os leitores, alguns deles com conhecimento na matéria, sugeriram ao padre-artista que reunisse em volume, a série dos apreciados artigos … com o apoio da paróquia de Santa Cruz, a obra foi publicitada em 1984.

Um dos leitores que fez aquela sugestão foi o Professor Manuel Lopes de Almeida, como se depreende da carta publicada no prefácio da primeira edição.

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Carta do Professor Doutor Manuel Lopes de Almeida, datada de 22 de dezembro de 1978.

O livro, nas suas mais de duzentas páginas é, ele próprio, uma verdadeira obra de arte, resultante de um gigantesco trabalho realizado pelo Autor.

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Op. cit., pg. 37

Acresce que a obra, nesta edição, é enriquecida com um Prefácio à segunda Edição, da autoria do Doutor Marco Daniel Duarte.

Ali e num primeiro tempo que intitulou, O cadeiral de Santa Cruz, obra de arte do presente construída no passado, começa por sublinhar que o cadeiral do mosteiro de Santa Cruz, ex-libris da casa monástica que o abriga, ex-libris da cidade do Mondego e, não menos importante, ex-libris da própria história da arte portuguesa, é o mais antigo cadeiral que trespassou eras históricas e chegou, mais ou menos incólume, à pós-contemporaneidade.

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Cadeiral de Santa Cruz, na atualidade. Foto Augusto Ferreira

Levantado, no segundo e terceiro decénios de mil e quinhentos, como grande móvel para enquadrar um dos esteios mais importantes dos habitantes de um complexo monacal, foi vivido pelos cónegos regrantes de Santa Cruz como um especial lugar até ao apartamento destes do mosteiro. Continuou, nas datas seguintes, a ser vivido no meio de vicissitudes várias e, porque toda a obra de arte se faz eternamente presente, ele é arte de hoje, sustentando ainda significado para os que habitam o tempo presente.

Ao longo de um pouco mais de três séculos, sucessivas gerações de religiosos ali tomaram assento para cumprirem um dos fundamentais pilares da instituição conventual que, juntamente com o altar, dá o sentido litúrgico a uma vida de canonicato regular.

D. Pedro de Cristo. Acedido em httpspt.wikipedia.o

Pedro de Cristo, cónego regrante de Santa Cruz, compositor português do Renascimento. Ele é um dos mais importantes polifonistas portugueses dos séculos XVI e XVII. Acedido em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Cristo

 Segundo o rito vivencial do catolicismo monástico, mas também, “mutatis mutandis”, catedralício, o coro é, por excelência, o lugar do mais puro louvor, onde escorrem horas em repetições de orantes melopeias, substanciadas em cantochão simples ou em “alternativo” com as polifonias que, no caso de Santa Cruz, eram, inclusivamente, ali nascidas ou com a voz do órgão que, desde muito cedo, também naquele espaço religioso havia entrado.

 Pereira, A. N. Do cadeiral de Santa Criz, 2.ª edição. Introdução de Mário Nunes. Abertura de Anselmo Ramos Dias Gaspar. Prefácio à segunda Edição, de Marco Daniel Duarte. 2007. Coimbra, Câmara Municipal.

 

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por Rodrigues Costa às 10:26

Domingo, 08.01.23

Coimbra: Personalidades. Carlos Santarém Andrade

Soube hoje através de As Beiras.pt que Carlos Santarém partiu.

Fica aqui a minha despedida publica de um Amigo.

Carlos

Já se passaram alguns anos sobre o tempo em que, todas as semanas, nos encontrávamos para procurar soluções e resolver problemas. Umas vezes acertávamos, outras vezes decidimos de forma que se veio a mostrar menos conseguida. Mas trabalhamos sempre com lealdade e estima um pelo outro.

Depois a vida separou-nos. Segui, sempre e de longe, o teu labor, o trabalho em que ias, pacientemente, procurando descobrir mais e mais da história da nossa Coimbra.

Agora partiste e muito ficou por dizer entre nós. Resta-me dizer-te: descansa, finalmente, em paz.

O velho amigo, Rodrigues Costa.

Carlos Santarém.jfifCarlos Santarém Andrade (Gouveia 1941-Coimbra 2023). Imagem acedida em www.asbeiras.pt/2023/01/faleceu-carlos-santarem-andrade/

É mais um Amigo que parte. As nossas vidas cruzaram-se quando ele era Chefe de Divisão da Biblioteca Municipal e eu Diretor de Departamento.

O trabalho em comum e o respeito mútuo geraram em nós uma amizade que persistiu mesmo quando a vida separou os nossos caminhos.

A Carlos Santarém ficamos a dever muitas entradas publicadas neste blogue, sobre trabalhos seus, nomeadamente os da série “Passear na Literatura”.

A parte final da sua vida, marcada pela doença, foi difícil, mas também foi um exemplo. Pesquisou e publicou quase até ao dia da partida.

Conimbricense por adoção foi Autor de uma vasta bibliografia que iniciou, ainda com estudante como redator da “Vértice”.

Dessa extensa bibliografia, em que Coimbra estava quase sempre presente, destacamos seis obras onde a mesma é ainda mais visível:

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Coimbra na Vida e na Obra de Camilo Castelo Branco, capa. 1995

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A Coimbra de Eça de Queirós, capa. 1995. Imagem acedida em www.wook.pt/livro/coimbra-de-eca-de-queiros-carlos-santarem-andrade/44831

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A Envolvência Coimbrã de Régio e Nemésio, capa. 2001. Imagem acedida em https://www.bing.com/images/search?

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Coimbra e a República. Da propaganda à proclamação, capa. 2022, www.wook.pt/autor/carlos-santarem-andrade/8542/122

Obras a que juntamos: Os dias de Coimbra na Criação de Miguel Torga, 2003; e Coimbra à Minha Procura: O Percurso Coimbrão de Ruben A. 2005.

Para além das palavras do Senhor Vereador da Cultura, fica a faltar a homenagem que Coimbra e, nomeadamente, o seu Município lhe deve.

Nesta singela homenagem fica o clamor, na esperança de que Coimbra não continue a ser madrasta para aqueles que se destacaram no seu engrandecimento.

Até sempre Carlos Santarém Andrade.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 19:57

Quinta-feira, 01.12.22

Coimbra: Museu dos Transportes Urbanos. Reflexões 4

Os eléctricos centenários de Coimbra estão há 20 anos à espera de futuro é o artigo a que nos referimos na primeira entrada desta série, assinado pelo jornalista Camilo Soldado, com fotografias de Paulo Pimenta e publicado no jornal “Público” a 20 de agosto de 2022. Aos seus autores agradecemos a autorização para citarmos o texto e para reproduzir as fotografias.

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O eléctrico 15 foi recuperado e é frequentemente colocado à frente da antiga central. Foto Paulo Pimenta

Vários eléctricos que serviram o sistema de transportes públicos de Coimbra até à década de 1980 estão fechados, na sua antiga remise, desde a década de 2000. Entre os nove veículos que ainda se encontram na antiga central da Alegria, ao fundo da mata do Jardim Botânico, há carros centenários, que são testemunha do nascimento do serviço de transportes públicos de Coimbra.

Entre 1984 e a viragem do milénio, os veículos históricos podiam ser visitados no Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra, que funcionava no mesmo edifício. Desde que o espaço fechou as portas, houve planos para as voltar a abrir, mas nunca saíram do papel.

A viatura mais rara da remise da Alegria é o carro americano, um veículo que andava sobre carris mas era de tracção animal. O “chora”, como ficou conhecido, começou a circular em 1874.

 

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O Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra esteve aberto entre 1984 e a viragem do milénio. Foto Paulo Pimenta

 Nova candidatura

É difícil apontar uma data de fecho com precisão. A autarquia não tem essa informação … Certo é que, entre 2004 e 2008, o antigo museu teve novos inquilinos: a companhia O Teatrão, que ali se instalou depois da Capital Nacional da Cultura (CNC) de 2003 … pelo que o museu já tinha sido desmantelado nesse ano.

… Em Fevereiro deste ano, poucos meses depois de tomar posse, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva, visitava o edifício. “Vamos trabalhar para que possa ter melhores dias”, escrevia o autarca, numa declaração de intenções com que legendava uma publicação nas redes sociais.

Ao PÚBLICO, o gabinete de comunicação da autarquia refere que “o actual executivo pretende criar um núcleo dedicado ao carro elétrico em Coimbra e à sua relação com o crescimento e com a história da cidade”. Para isso, submeteu já “uma candidatura ao programa [de fundos comunitários] 2030 neste sentido”.

… Pelo meio, em 2016, o primeiro director do museu, António Rodrigues Costa, diz ter sido encarregue pelo então presidente da câmara, Manuel Machado, de elaborar um documento que fizesse um ponto de situação do museu. No relatório, há um inventário e breve história de cada veículo, mas há também uma menção a quatro itens em falta: um chassi e motor do eléctrico número 19, que permitiria compreender o funcionamento do veículo; o troleicarro número 21 (o primeiro do género a circular em Coimbra; o autocarro número oito, da marca Volvo, e um carro torre da marca Hansa-Lloyd, utilizado para a manutenção da rede eléctrica.

Desses elementos, sabe-se que o chassi terá sido cedido ao Museu de Sintra e que o troleicarro estaria resguardado nas instalações dos SMTUC. A autarquia não conseguiu responder em tempo útil ao pedido de informação do PÚBLICO sobre a localização dos restantes.

 Manter a memória

… No seu site, Kers publicou a mais completa informação sobre o serviço de eléctricos que circulou em Coimbra, com várias linhas que foram abrindo entre 1911 e 1934 e que chegaram a ligar o centro da cidade como Santo António dos Olivais, o Calhabé e Coimbra B.

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Autarquia tem um projecto para recuperar o espaço e voltar a abrir portas. Foto Paulo Pimenta

 O último eléctrico circulou em Coimbra na noite de 8 para 9 de Janeiro de 1980, perto da uma da madrugada, escreve Ernst Kers, no site onde disponibiliza a informação compilada.

Uma relação complicada

…  Em 2014, o processo é recuperado e o executivo de Machado aprova o traçado da linha, que ligaria a Rua da Alegria à rotunda das Lages, na margem esquerda.

O investimento necessário, estimava a autarquia em 2016, rondava 4,9 milhões de euros. Desde que, em 2016, a câmara aprovou um protocolo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes a proposta não voltou à praça pública. Questionada pelo PÚBLICO, a CMC responde através do gabinete de comunicação que essa questão está “ainda a ser estudada, não havendo ainda uma decisão do actual executivo”.

Perante tudo “isto”, repetimos o nosso apelo.

Elaborem e planejem os projetos que entenderem, mas façam-no faseadamente.

Num primeiro momento reabram o Museu, o Núcleo, ou que lhe quiserem chamar, porque embora mutilado, ainda ali existem peças únicas a nível mundial.

A reabertura deve ter em linha de conta as novas técnicas museológicas relacionadas com o património industrial, o que está, perfeitamente, ao alcance do Município de Coimbra, sem lhe seja necessário recorrer a subsídios de qualquer Entidade.

Este é, quiçá, o único caminho a trilhar, para tentar redimir, minimamente, os erros do passado.

 

Soldado, C. Os eléctricos centenários de Coimbra estão há 20 anos à espera de futuro. Fotografias de Paulo Pimenta. Acedido em https://www.publico.pt/2022/08/20/local/noticia/electricos-centenarios-coimbra-estao-ha-20 anos-espera-futuro-2017719?access_token=7DA9PSwHVE2PY%2BV2Uq0vzjR8mXXZzKG4s7HJzVdEqM8W9R05xizcUcxDIhPdgDsy

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por Rodrigues Costa às 09:52

Terça-feira, 29.11.22

Coimbra: Museu dos Transportes Urbanos. Reflexões 3

Na primeira entrada desta série assinalei um relato difundido nas redes sociais por Bob Lennox, um profundo conhecedor e estudioso dos sistemas de tração elétrica e da sua musealização a nível internacional

É esse texto que, numa tradução de Ana Rita Costa, levamos ao conhecimento dos conimbricenses e de todos os interessados no assunto.

Cada carro elétrico precisa de sobresselentes, ou seja, materiais guardados em armazém para reparações e substituições devido ao uso e desgaste que ocorre diariamente e em condições normais. O carro elétrico de Sintra não é diferente, mas não estava muito dotado dessas peças.

No entanto, quando que se estabeleceu uma colaboração entre o falecido Waldemar Alves, administrador do elétrico de Sintra e responsáveis políticos na cidade de Coimbra, que também tinha tido um sistema de carros elétricos que funcionou até 1980, surgiu uma oportunidade de colmatar essa falta.

Isto, porque tomamos conhecimento de que um número de peças dessa frota estava a definhar numa lixeira municipal, periférica perto de Coimbra, sob a ameaça de destruição iminente.

Liderados pelo chefe de manutenção, Berto Francisco, partimos com um camião para lá, a 221 quilómetros a norte de Sintra.

Ao chegar, deparamos com a triste cena de restos de três motores de elétricos e um atrelado, todos deteriorados por estarem expostos aos elementos durante vinte anos.

 

Elétricos “guardados” nas instalações munic

Elétricos “guardados” nas instalações municipais de Eiras. O veículo da esquerda, datado de 187(?) era um carro americano de tração animal, depois adaptado a “chora”.

Elétricos “guardados” nas instalações munic

O elétrico n.º 13, datado de 1928, Foto Jorge Oliveira

Elétricos “guardados” nas instalações munic Elétricos “guardados” nas instalações municipais de Eiras.

As carrocerias dos grandiosos veículos que outrora transportaram orgulhosamente os bons cidadãos da Cidade Universitária estavam irreconhecíveis, mas o coração do equipamento parecia poder ser salvo. Com a ajuda dos funcionários da lixeira, começámos a tarefa dilacerante de desmantelar o que tínhamos à nossa frente.

Passadas algumas horas, tínhamos ‘libertado’ com sucesso uma seleção de motores e rodas, três carruagens completas e uma coleção de diversos equipamentos elétricos, que poderiam ser úteis para manter as operações de Sintra vivas.

Infelizmente, já não tínhamos mais espaço no camião e um número de equipamentos úteis (incluindo o chassis e rodas da carruagem), tiveram de ser abandonadas e deixadas à sua sorte.

Regressando a Sintra, o stock recém-adquirido foi descarregado no há pouco renovado depósito da Ribeira, onde agora integra uma substancial reserva para o elétrico de Sintra.

A foto anexada

Elétrico em Sintra, utlizando um truck trazido de

Elétrico em Sintra, utilizando um truck trazido de Coimbra Foto Ernest Keers

mostra um truck Brill 21E, vindo de Coimbra, temporariamente colocados de baixo do carro elétrico número 2, permitindo que este seja movido. Este carro elétrico é o único à espera de renovação total.

Este e um outro truck, salvos de irem para a sucata são os únicos do tipo Brill 79E, no seu desenho final de dois rodados motrizes, produzidos pela “Birney Safety Car”.

Quando lemos este texto, que relata factos ocorridos por volta de 2005, a nossa primeira reação foi de estupefação, a que se seguiu um sentimento de revolta.

A revolta agravou-se (ainda mais, se assim se pode dizer) quando informações posteriores nos referiram que o truck Brill 21E, pertencente ao carro elétrico n.º 19, se encontra “exposto” na Casa do Elétrico de Sintra. A peça, que estava completa, possuindo sistema de travagem e dois motores, a partir de 1984 foi preservada e integrava o espólio do “Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra”.

Truck  e motor 79E SMC 19 - 1995. Foto Ernest Keer

Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra. Truck e motor de elétrico quando expostos devidamente carrilados e conservados. Foto Ernst Kers

A mesma peça guardada em Sintra. Foto Pedro Mende

A mesma peça cedida pela CMC ao Museu de Sintra, na atualidade. Foto Pedro Mendes

Estes factos levam-nos a colocar uma outra questão: como é que se explica a “cedência”, para Sintra, onde se encontram expostas, peças do património industrial conimbricense que integravam o acervo do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra?

Nota 1. O texto que vai em itálico foi publicado nas redes sociais por Bob Lennox que autorizou, expressamente, a sua divulgação.

Nota 2. A investigação que vimos realizando com o apoio de Pedro Rodrigues da Costa, aponta para que o depósito de carros elétricos tenha ocorrido em dois tempos. A primeira leva deverá datar de cerca de 1997, e a segunda ocorreu aquando do fecho do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra cerca do ano 2000.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 10:33

Quinta-feira, 10.11.22

Coimbra: Coimbra de capa e batina, 4

Para terminar a divulgação do livro Coimbra de capa e batina, volume II, vamos às páginas 219 a 225, rever a conquista pela Associação Académica de Coimbra, em 1939, da Taça de Portugal, em futebol.

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Emblema da AAC. Imagem acedida em https://www.academica-oaf.pt/historia/

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Equipa que disputou a final da Taça de Portugal, ganhando ao Benfica por 4-3. Imagem acedida em https://www.academica-oaf.pt/historia/

Bola Académica

Golo!... E o abraço caiu como um raio em cima do companheiro do lado!... 0 homem, porém, era do Benfica! . . .

~Vá lá abraçar um raio que o parta…

A situação foi salva imediatamente por uns companheiros da «claque», que o nervosismo nunca deixava estar parados nos 90 minutos do jogo. Daí o engano da fúria daquele abraço. . .

Mas a realidade era aquela. A Associação Académica tinha metido um estupendo golo...

Ali, nas redes do Benfica e no campo das Amoreiras! com o Tibério a ser «metralhado» por detrás das balizas.

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Intervenção do guarda-redes da AAC, Tibério. Imagem acedida em https://www.academica-oaf.pt/historia/

No retângulo do jogo, onze rapazes de camisola negra, davam luta de peito aberto a onze homens do Benfica e a uns milhares de adversários, espicaçados por aquele atrevimento dos «gajos» de Coimbra.

Sobre meia dúzia de adeptos da Associação começaram a cair as fúrias dos benfiquistas.

Mas, nem um passo de recuo… Nem uma vibração abalada. O grito era sempre o mesmo e redobrava de fé, a cada instante: é «Briosa»!!

Um fogo sagrado temperava aquela magnífica resistência dos estudantes de Coimbra. Havia ali a defender qualquer coisa de grande e de tradicional. Aquela equipe negra, impunha responsabilidades a jogadores e a adeptos.

Ninguém fugiu a dar. Os que jogavam aceitavam os ataques desleais dos adversários e procuravam destruí-los sem timidez. Os que aplaudiam, metidos entre agressões iminentes, mantinham a mesma atitude e continuavam a aclamar a Associação, que naquele momento se batia com um futebol e com uma alma, que um benfiquista traduziu, nesta expressão:

- Estes tipos são tremendos

Quando o árbitro deu por findo o encontro, o brio académico e a velha tradição da «malta» estavam perfeitamente salvos. O Benfica foi derrotado.

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No final do desafio da Taça de Portugal- Fan, Fan, Fan, Auto Fan… Repare-se na derrota estampada na cara dum jogador do Benfica… Op.cit. 225

Final da Taça. Op. cit. Pg. 225.jpg

No final do desafio da Taça de Portugal. Imagem acedida em https://www.academica-oaf.pt/historia/

Uma espécie de loucura, atacou-nos então e ali, naquele campo das Amoreiras, mesmo nas barbas do Benfica e dos seus adeptos. Esqueceram-se posições sociais, conveniências próprias e o perigo de qualquer manifestação. Médicos, advogados funcionários públicos, alunos da Escola Militar, etc., deitaram cá para fora aquela alegria exuberante de incondicional estima pela Associação.

Que extraordinária vibração a desses momentos. Que admirável e sã energia, dum punhado de rapazes que traziam consigo aquela Coimbra eterna da nossa juventude!

Á saída, os jogadores estudantes, foram «assaltados» por nós. . . Um rapaz do grupo, que nunca estudou em Coimbra – Mas que ainda hoje é capaz duns bons murros para defender a Associação – queria por força abraçar as pernas do Faustino, que, no seu entender, foram as traves do desafio. Não sei se chegou a tal manifestação, o que sei, é que nessa noite levou a família ao Teatro. Chegou mesmo a «decretar» à mulher, que só iria nos dias em que a Associação ganhasse. Um empate merecia cinema. Uma derrota, não se jantava e ia tudo para a cama, com as galinhas, curtir a tristeza do chefe familiar.

Sou testemunha de que estas ordens foram algumas vezes cumpridas.

Nessa tarde, quando no Rossio continuavam as manifestações académicas, descobrimos, a entrar para a «Brasileira», um antigo estudante de Coimbra e diretor da Associação, com profundos traços de tristeza no fácies …  Aquele seu antigo grupo vencer o Benfica era mágoa que o acompanharia até à eternidade … Infelizmente há disto…

Nobre, C. Coimbra de capa e batina. Volume II. 1945. Coimbra, Atlântida – Livraria Editora, Ld.ª.

 

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por Rodrigues Costa às 12:30

Terça-feira, 08.11.22

Coimbra: Coimbra de capa e batina, 3

Prosseguindo na divulgação do livro Coimbra de capa e batina, volume II, salienta-se que nas páginas 174 a 191 é apresentada a história do nascimento do Teatro Académico da Universidade de Coimbra. Desse texto selecionamos o que se segue.

O Teatro Académico, chegou a ser um sistema pedagógico, não só na Universidade de Coimbra como em outras da Europa. Mestres e alunos tomavam parte em representações e elas, por vezes, constituíam até uma parte do ensino que então se ministrava.

… Uma provisão de El-Rei D. João III, no ano de 1546, ordenou o seguinte, quanto ao Teatro Académico. «O lente de Gramática, da mais alta Regra, que lê no Colégio de São Gerónimo seja obrigado a fazer e a representar, em cada ano, uma comédia nas escolas, no tempo e nos lugares que pelo Reitor lhe for ordenado…»

E foi com muita graça e propriedade, que António José Soares – autor dos vários cenários dos autos de Gil Vicente e artista de rico temperamento – foi desenterrar a referida provisão aos Arquivos da Universidade, para a apresentar como sendo a «certidão de nascimento» do Teatro dos Estudantes de Coimbra que o Professor Doutor Paulo Quintela, com tanto brilho, vem dirigindo.

Talvez pareça estranho, mas é verdade: o Teatro dos Estudantes nasceu do Fado. Esta fatalidade nacional e coimbrã, foi sem dúvida, a origem do renascimento teatral na academia de Coimbra.

 A sua história é esta: Em 1937 existia em Coimbra o «Fado Académico». foi seu fundador e dirigente Jorge de Morais (Xabregas) que à sua volta reuniu todos os guitarristas e cantores que então havia na Academia. O grupo tinha um interesse profundamente romântico. Xabregas, com a sua eterna fé por esta terra ribeirinha, pretendia criar uma escola de cantores e guitarristas ao jeito coimbrão. Profetizava que um dia, deixaria de haver rouxinóis a cantar baladas de amor e de saudade.

Apesar dos seus esforços, o «Fado» morria de dia para dia … Jorge de Morais pensou então em remodelar o seu grupo e surgiu-lhe a ideia dum conjunto dramático.

E assim, em Novembro de 1937, foi eleita uma direção [segue-se uma relação de 12 estudantes]. A ideia da criação dum grupo cénico tomou então, vulto e para ela, foi solicitada a colaboração do Professor Doutor Paulo Quintela.

Paulo Quintela.png

Professor Doutor Paulo Quintela. Imagem acedida em: http://www.cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/paulo-quintela.html#.Y0RA61LMJPY

Havia, porém, um grande problema a resolver: a inclusão, no grupo, de raparigas universitárias, sem as quais não seria possível realizar obra de vulto.

Mas esta Coimbra, mexeriqueira e maldosa criava sérias dificuldades, pois as raparigas num temor compreensível, negavam a sua colaboração. Até que surgiu a estudante Madalena Coelho de Almeida que de alma erguida se entregou devotadamente à realização de tão simpática iniciativa. Depois de vencer algumas resistências, apresentou uma lista de raparigas que se propunham colaborar no Teatro Académico. Vencido este obstáculo foi constituído o «Grupo Cénico» - designação inicial. [Segue-se uma relação de 9 alunas da Faculdade de Letras e de 10 alunos de diversas faculdades].

Numa sala do Museu Zoológico, iniciaram-se em seguida, os ensaios da peça «Braz Cadunha» do escritor Samuel Maia.

O Prof. Doutor Paulo Quintela, porém, tinha um Plano cultural mais vasto e o teatro clássico português desde o início que lhe merecia uma atenção especial. E assim, simultaneamente com o «Braz Cadunha» começaram os ensaios da «Farsa de Inês Pereira» de Gil Vicente. Estava dado o primeiro passo, para o que mais tarde viria a ser a coroa de glória do Teatro dos Estudantes. Três meses depois, o Grupo Cénico do «Fado Académico» apresentou-se no Teatro Avenida, em récita de gala, com a designação de «Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra». O «Fado Académico» morrera nessa noite.

TEUC logo.jpg

Logotipo. Imagem acedida em https://www.facebook.com/photo?fbid=1007766936661205&set=pb.100022837253956.-2207520000..

TEUC en cena. Op. cit. 117.jpg

Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra. Op. cit. Pg. 177

TEUC cartaz.jpg

O TEUC em 2022. Imagem acedida em: https://www.facebook.com/photo/?fbid=7811227052228113&set=pb.100022837253956.-2207520000

O Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra venceu. A sua fama espalhou-se por Portugal inteiro e em Coimbra.

Nobre, C. Coimbra de capa e batina. Volume II. 1945. Coimbra, Atlântida – Livraria Editora, Ld.ª.

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por Rodrigues Costa às 16:17

Quinta-feira, 03.11.22

Coimbra: Coimbra de capa e batina, 2

As páginas 149 a 153 do livro Coimbra de capa e batina, volume II, são dedicadas à «Orxestra Pitagórica», reinventada nos inícios dos anos 40, do século passado.

Orxestra Pitagórica. Op. cit. Pg. 153.jpg

A «Orxestra Pitagórica». Op. cit., pg. 153

Na legenda desta fotografia pode ler-se: Aires Biscaia, estudante agarrado ás tradições coimbrãs, meteu ombros à empresa e reorganizou há 2 anos a «Orxestra Pitagórica» que se apresentou, sob a sua regência, com um êxito notável. Aqui se «verifica» a referida «Orxestra» em «pleno rendimento musical… Rui Castilho, o romântico diretor da dita «Orxestra» «castiga as meninas de Coimbra, com versos caídos do Olímpio … e assinados por Júpiter com a marca do Rui.

No texto é referido.

A «Orxestra Pitagórica» foi durante muitos anos, um grande atrativo dos saraus académicos. Vários regentes (declaramos à posterioridade que Raposo Marques nunca pegou naquela batuta) afirmaram dela, as suas extraordinárias aptidões musicais, que em princípio, assentavam na base de não saber música … Conhecer o «do ré mi fá sol lá si dó» era «crime» de lesa «orxestra» e como tal punido com a determinação: «é proibida a entrada a estudantes que afinem pelo lamiré do Raposo Marques»…

Aquilo, ali, era só ouvidinho puro e desentupido … Quem sofresse de purgação dos mesmos, não podia ser pitagórico. A coisa era tocada à base do tímpano sem cera…

Figueirinhas, Figueiral, Figueiredo da Figueira da Foz, na vida civil, política, religiosa e no bilhete de identidade José de Figueiredo, foi durante muitos anos o regente da «Pitagórica» e diga-se de passagem, que neste período da sua intervenção naquele «famoso» organismo artístico, ele atingiu um grande apogeu na música mitológica…

As mais extraordinárias partituras do Olimpo, desceram à terra, para serem executadas pelos mais variados instrumentos de corda e de badalo … E mal rompia no palco a «Orxestra Pitagórica» dos estudantes de Coimbra, Condorcet, «enviado especial» de Júpiter, fazia a sua apresentação, ao respeitável público, nos seguintes termos:

Minhas senhoras e vossos senhores

Deram-me em Coimbra os doutores

Missão difícil a desempenhar;

Esta «orxestra» a vós apresentar

Prosseguia a apresentação no mesmo tom, relatando uma incrível zaragata entre os deuses do Olimpo para terminar deste modo:

Aqui o harmonioso penicofone

Além o tilintoso cuecofone

O silencioso cisofone

O telefone, o microfone

O gramofone e o mudo caladofone

Ireis ouvir colcheias desgrenhadas

Bemóis, claves, pausas descompassadas

Semifusas de cabelos à garçone

E contra breves a tocar saxofone

Não falando já, bem entendidos

Nas tremifusas que perdem os sentidos

E dir-me-eis agora qual é mais excelente

Se ser do mundo Rei se de tal … cambada.

A «Pitagórica» depois desapareceu…

A geração que lhe emprestou as cuecas com guizos, os ferrinhos e as pandeiretas, formou-se. A que se lhe seguiu não renovou esse instrumental, nem se dedicou a aprender as «altas» partituras musicais de tão «famoso agrupamento artístico»…

Nota:

Temos conhecimento de que, ao longo do tempo, surgiram tentativas para ressurgir a «Orxestra Pitagórica».

No site https://orxestrapitagorica.pt/ é contada, com omissões, a história deste tipo de música no seio da academia coimbrã. Ali surge uma Orxestra Pitagórica, enquanto grupo da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra que Nasce nos seios voluptuosos da Academia Coimbrã, criada exclusivamente por estudantes da cidade, com intuito de satirizar e dar a conhecer os assuntos principais da cidade, dos estudantes e do país.

São apresentados vídeos das suas atuações de que Zumba na caloira é um exemplo e é feita publicidade do nosso Tour: Pita Trapstar e habilitem-se a ouvir o cagar na primeira fila (promoção limitada ao stock existente).

São certamente outras músicas e outros tempos.

Rodrigues Costa

 

Nobre, C. Coimbra de capa e batina. Volume II. 1945. Coimbra, Atlântida – Livraria Editora, Ld.ª.

 

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por Rodrigues Costa às 19:23

Quinta-feira, 14.04.22

Coimbra: Faculdade de Farmácia e a sua história 2

Em 1921 as Escolas Superiores de Farmácia passaram ao estatuto de Faculdades. Contudo foi no ano-letivo de 1921/1922 que se implementou a nova reforma de estudos cujo regulamento data de agosto de 1921.

AUC. Insignias 2.png

AUC. Insignias 1.png

Insignias doutorais da Faculdade de Farmácia

Pelo meio ficavam outras etapas e reformas relevantes: por exemplo, em 1902 houve uma reforma profunda da Escola de Farmácia e do plano de estudos e pela primeira vez o ensino farmacêutico passou a ser considerado superior.

Em 1911 uma nova reforma do plano de estudos conferiu autonomia do curso relativamente à Faculdade de Medicina, na senda das reformas de ensino promulgadas pela jovem República.

Em 1915 a Escola de Farmácia inaugurou instalações próprias na chamada Casa ou Palácio dos Melos cedida anos antes para o ensino farmacêutico e que se veio a transformar num símbolo do ensino da farmácia em Portugal.

Casa dos Melos. Faculdade de Farmácia. 1937.jpg

Faculdade de Farmácia. Casa dos Melos.1937. Imagem acedida em https://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico 

 Em 1918 uma nova reforma do plano de estudos e da Escola estabeleceu a designação de Escola Superior de Farmácia. Um ano depois a Escola de Farmácia passou a conceder o grau de licenciado. Em 1928 foi decretada a extinção da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, embora tenha continuado o seu funcionamento, surgindo novamente em 1932 com a designação de Escola.

Estas medidas de extinção e de ressurgimento da Escola enquadram-se num conjunto de medidas restritivas nas instituições de ensino executadas no Estado Novo. Somente em 1968 a Escola de Farmácia da Universidade de Coimbra passou, novamente, ao estatuto de Faculdade.

De então para cá, a Faculdade teve novos Estatutos, passou por diferentes reformas de ensino e fixou-se em novas e modernas instalações no Pólo III da Universidade em 2009 de acordo com os mais adequados parâmetros internacionais.

Faculdade de Farmácia Polo III.jpg

Faculdade de Farmácia nos dias de hoje. Polo III, da Universidade de Coimbra. Imagem acedida em https://www.uc.pt/ffuc 

Toda esta história do ensino farmacêutico na Universidade de Coimbra, que é parte da história do ensino farmacêutico em Portugal, está bem conservada no Arquivo da Universidade de Coimbra (AUC). Os estudos que temos realizado na história da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra ao longo de mais de três décadas dão-nos autoridade para afirmar que, com efeito, esta prestigiada instituição conserva documentação importantíssima relativa ao ensino farmacêutico na Universidade de Coimbra.

A exposição comemorativa do centenário da Faculdade de Farmácia dá a conhecer uma pequeníssima parte desses documentos em vários momentos da história da instituição e que se encontram magnificamente conservados e catalogados. Leva-nos a uma viagem no tempo, justamente através das diferentes etapas do ensino farmacêutico na Universidade de Coimbra.

AUC. Espólio da FFUC.png

Imagem acedida em https://www.uc.pt/ffuc 

 Gostaríamos de salientar a boa receção que a proposta de exposição teve por parte da Senhora Diretora do AUC, Professora Doutora Maria Cristina Freitas, o nosso bem-haja. Também queremos expressar o nosso mais sentido agradecimento à Senhora Dr.ª Ana Maria Bandeira pela seleção dos documentos e organização da exposição que acompanhámos desde a primeira hora, bem como ao Senhor Dr. Ilídio Barbosa Pereira pela execução do catálogo.

Tal como em 1996, ano em que o Arquivo da Universidade também se associou às comemorações do 75.º centenário da Faculdade de Farmácia, também no centenário da nossa instituição o Arquivo da Universidade se associa numa manifestação de solidariedade institucional e de importante demonstração de vitalidade científica.

AUC. 100 anos de Faculdade de Farmácia. Universidade de Coimbra. Exposição documental. Arquivo da Universidade de Coimbra. Fevereiro-Março 2022. Acedido em https://www.uc.pt/auc/article?key=a-cb0df61dab

 

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por Rodrigues Costa às 10:19


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