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Segunda e última sobre a construção da linha do Norte, na sua passagem por Coimbra.
O ponto escolhido para colocação da ponte [de atravessamento rio Mondego] era uns 100 metros abaixo do escolhido por Wattier e em curva. A nova localização teve por fim, não só evitar esta curva e fazer o atravessamento em recta, como melhorar o regime do rio.
Ponte do Mondego 1. Acervo PRC
A empresa apresentara projecto de nova ponte composta de seis vãos de 31 metros cada um, apoiados nos encontros e em cinco pilares formados por colunas duplas de ferro fundido. A sua altura fora calculada de forma a deixar uma folga de 1m,27 entre o banzo inferior das vigas e o nível superior das máximas cheias.
O Conselho [de Obras Públicas] reconhece que os vãos de um viaduto, com que se quisesse ligar as duas pontes sobre o antigo e o novo leito do Mondego, seriam obstruídos, passados alguns anos, porque ficariam dentro do Choupal, onde a velocidade das diversas camadas de água é alterada pelo choque contra as árvores e, por isso, neste lugar se, deposita grande quantidade de areias; atendendo ainda a que esse viaduto seria muito dispendioso, é o Conselho de parecer que se construa separadamente uma ponte no antigo leito do Mondego, que servirá do canal de descarga, devendo ter uma secção de vasão tal que do aumento da velocidade da corrente se não origine o assoreamento dos campos.
Linha do Norte. Ponte sobre o Mondego. (Foto do Eng.º F. Gonçalves). Op. cit., pg. 332
Ponte do Mondego 2. Acervo PRC
…. A ponte projectada é de vigas de rótula de ferro laminado assentes em pilares tubulares de ferro coado cheios de betão e cravados até à rocha ou até à camada que produza pega … Os encontros são de alvenaria revestidos de cantaria, tendo por fundamento cilindros de ferro coado ligados superiormente por pequenos arcos de alvenaria.
O Conselho de Obras Públicas aprovou este tipo desde que os cilindros dos encontros fossem cravados com o maior cuidado para evitar recalques desiguais, que pudessem produzir fracturas e a argamassa feita com um bom cimento.
…. A questão era, pois, ou atravessar os dois braços do rio com um só viaduto, inconveniente que o parecer do Conselho de Obras Públicas claramente condenava, ou estabelecer duas pontes, separadas, uma sobre o leito novo, outra sobre o antigo braço do rio. É esta solução que o governo perfilha em portaria de 14 de Janeiro de 62:
«Era preferível a adopção de um local mais próximo de Coimbra para a passagem daquele rio, mas não duvida aprovar o local proposto pela empresa, uma vez que faça construir outra ponte no antigo leito, que servirá de canal de descarga...»
Voltou o Conselho a pronunciar-se em 14 de Abril de 62 e opta por que seja desviado o canal de descarga e desaterrada a espécie de ilha que separa os dois braços do rio, construindo assim uma só ponte, em linha recta, sem obrigar a diminuir o raio da curva, que liga a ponte à estação de Coimbra.
Essa ponte deveria ter, pelo menos, mais três vãos iguais aos propostos.
…. A construção, porém, de uma só ponte, ligando os dois braços de rio, e a destruição da tal espécie de ilha entre eles eram obra da tal modo dispendiosa que acabou por prevalecer a solução da portaria de 14 de Janeiro, com duas pontes, uma de 186 e outra de 95 metros de comprimento, para cada um daqueles braços do rio.
Comboio de mercadorias na ponte do rio Mondego. Foto Marc Dahlström
…. Sobre o traçado da 4.a Secção, logo em 20 de Novembro de 1860 o Conselho de Obras Públicas se pronuncia em um longo parecer … Chama a atenção para o facto de não se indicar bem concretamente o local da estação de Coimbra, a qual diz «ficaria mais bem colocada na margem direita do Mondego, próximo da ponte das Aguas das Maias, como está no projecto de Wattier, pois, ficando na margem esquerda, não só haveria que atravessar a ponte como descer ao longo do rio perto de dois quilómetros».
…Com razão, pois, dizia Joaquim Nunes de Aguiar no relatório da comissão de vistoria da linha de Taveiro a Estarreja: «A história dos nossos caminhos de ferro atesta que o governo tem perdido muito dinheiro por não ter obrigado as companhias a cumprirem rigorosamente os seus contratos.»
Abragão, F. Q. 1956. Caminhos de Ferro Portugueses. Esboço da sua história. Lisboa, Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Primeira de duas entradas dedicadas à história das decisões que levaram à chegada da Linha do Norte, à nossa Cidade.
O texto da autoria do Engenheiro Frederico de Quadros Abragão, com o título Caminhos de Ferro Portugueses. Esboço da sua história, publicado em 1956, resulta de um minucioso trabalho de investigação que nos permite conhecer as razões das opções então tomadas.
Caminhos de Ferro Portugueses. Esboço da sua história, capa
Cumpre, ainda, agradecer a Jacinto Gil, membro do grupo no Facebook "Comboios Nacionais", pela ajuda na pesquisa das imagens aqui reproduzidas.
Passado Pombal, segue [a Linha do Norte] o vale do rio Soure até à sua confluência com o Mondego. Perto de Alfarelos, entra no vale deste rio, seguindo na margem esquerda até às proximidades de Coimbra, onde o atravessa em duas pontes, ficando a estação a 1500 metros do centro da cidade.
Aqui terminava a 3.ª Secção, com 47,694 metros.
Em 14 de Junho de 1861, o Conselho de Obras Públicas emitira parecer acerca do traçado da linha do Norte entre Pombal e Coimbra, segundo as alterações apresentadas pela empresa construtora.
Esta propunha-se seguir a diretriz de Wattier [projetista da obra de construção da linha], em conformidade com o disposto no contrato, mas com as modificações que dizia aconselhadas pela experiência.
As variantes apresentadas tinham por fim assentar o caminho de ferro em terrenos firmes, livres das cheias do Mondego, evitar a passagem da linha por vales estreitos e escabrosos, diminuir as declividades e uma grande extensão de alinhamentos curvos e procurar a aproximação do porto da Figueira. Em Formoselha estabelecer-se-ia uma estação que serviria as povoações de Granja do Ulmeiro (futuro Alfarelos), Formoselha, Santo Varão e Pereira, servindo ainda Montemor, S. Lourenço e mais povos à direita do Mondego.
Em consequência da vila de Pereira ocupar a encosta desde a beira do Mondego até ao cimo do monte, foi forçoso atravessá-la com o caminho de ferro.
O traçado proposto pela empresa passava junto de Soure como o de Wattier; depois, na Granja do Ulmeiro e Formoselha e na povoação de Arzila e iria atravessar o Mondego junto ao Almegue (?), 100 metros mais abaixo do que o traçado primeiro previsto.
A planta deste traçado satisfaz as boas condições técnicas: curvas de grande raio, alinhamentos retos bastante longos e terreno o menos submersível pelas cheias que se pode obter. Porém a passagem do Mondego tem o inconveniente de forçar uma grande parte desta secção a ficar em terreno inundado e obrigar a estação de Coimbra a estar 200 metros mais adiante do que devia.
Estação de Coimbra primitiva. Acervo RA
Estação de Coimbra primitiva. Fotografia Arséne Hayes. Acervo RA
Com pequenas alterações em perfil e na implantação da estação de Coimbra, e outras de pormenor, o Conselho de Obras Públicas julga aceitável a variante proposta pela empresa construtora.
E, com efeito, o traçado é aprovado em portaria de 8 de Julho seguinte, nos termos daquele parecer.
A ponte de Arzila, no troço entre Alfarelos e Coimbra, tem dois vãos de 21,70 metros.
Abragão, F. Q. 1956. Caminhos de Ferro Portugueses. Esboço da sua história. Lisboa, Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Através do Livro do Registo dos Ordenados que se costumam pagar no Convento de Santa Ana, entre 1758-1856, sabemos que tinham ao serviço um Cirurgião, um Médico e um Sangrador, a quem pagavam um salário. Para além destes, pagavam, também aos padres Capelães, ao Dr. António Gomes, ao Dr. Francisco Lopes ao solicitador do Convento, ao escrivão, ao agente das causas, ao sacristão ou ao tesoureiro.
Vista da fachada atual do Quartel de Sant’Ana e parte do aqueduto de D. Sebastião In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 14.
“Entrou para o partido de Médico desta comunidade de Sant’Anna de Coimbra o Ilustríssimo Senhor Doutor António Augusto das Neves no mês de Abril de 1825”. Este era remunerado com 10.000 reis e 20 alqueires de milho.
“Entrou para sirurgião desta comunidade Manuel José Ferreira a 18 de Agosto de 1773 com o mesmo ordenado de 4 mil reis e 20 de milho”. Esta remuneração manteve-se até 1826, havendo novo ajuste para 6 mil reis e 12 alqueires de milho, até 1831. Entretanto, existe um hiato de tempo em que não há registos, sendo que no ano de 1850, para exercer a função contratam o Senhor Manuel Amadeo que se manteve até 1856.
Esteve também ao serviço da comunidade o sangrador José António Cortegaça “desde 26 de junho de 1773 com o mesmo salário que são de milho 12 alqueires e 7 mil reis em dinheiro”.
Qualquer deles declara por escrito o pagamento que recebe das religiosas, como seja o caso do sangrador, de nome José António Cortegaça: “Recebi o meo ordenado de sete mil reis e tenho o recebido todos athe o dia 6 de julho de 1786”.
Ressalve-se que a figura do sangrador não consta nas Despesa da Botica. Por oposição, é mencionado o Boticário que não nos surge no Livro do Registo dos Ordenados.
A remuneração mais relevante continua a ser o do médico que aufere por mês 10.000 reis e 20 alqueires de milho. Única exceção, em março de 1861, recebe apenas 6.800 reis.
O cirurgião aufere um ordenado de 8.000 reis e 20 alqueires de milho. Excetuando também para o mesmo ano em que lhe pagam 5.440 reis.
Curiosamente os pagamentos em milho não são quantificados, talvez porque possuíssem este cereal, não tendo necessidade de o comprar. De facto, dos inúmeros trabalhos do campo a que as freiras aludem, destacam-se os trabalhos do milho: semear, sachar, regar e cortar.
O médico examinava, diagnosticava e prescrevia receitas. Tinha um estatuto mais nobre sendo tratado por “Ilustríssimo Senhor Doutor”, enquanto o cirurgião e o sangrador somente por “Senhor”. O cirurgião, normalmente, deslocava-se para tirar dentes, fazer sangrias, tratar luxações, tratar feridas e fazer amputações.
Afonso Castelo Branco (fundador do convento). In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 19.
… Através dos balanços anuais, percebemos que o abastecimento da botica de Santa Ana provinha também de outras fontes exteriores à comunidade, como forma de garantir o provimento de receitas, havendo referência a consideráveis pagamentos a fornecedores. Em janeiro de 1863 “Despendi com o rol das resseitas de 62 – 23490 reis”, ou em janeiro de 1867 “Despendi com o rol das Resseitas da Botica do anno de 66 – 2.4150 reis”.
Sousa, D. Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871). Texto acedido em: https://www.academia.edu/116755957/Comer_e_curar_no_Convento_de_Santa_Ana_de_Coimbra_1859_a_1871_?email_work_card=title.
Como sabemos, nos conventos, era comum a confeção de doces e bolos, destinados ao uso da comunidade, em alturas festivas e como forma de rendimento, ou seja, para venda. … Do convento de Santa Ana registámos o fabrico de algumas iguarias: as amêndoas, o arroz doce, o arroz de leite, a aletria, o bolo de São Nicolau, os bolos de Natal, as famosas arrufadas, os também afamados “bolos de Sant’Anna”, os sonhos, a marmelada, os doces de pêssego, de ameixa, de pera e de chila.
Arrufadas de Coimbra. Imagem acedida em: https://amodadoflavio.pt/2017/07/doce-tradicional
Na botica de Santa Ana, questionamo-nos sobre o motivo pelo qual despenderam valores tão elevados no doce de chila. Se nos fundamentarmos no seu valor nutritivo, a chila apresenta um alto conteúdo em vitamina C. às suas propriedades nutritivas é necessário acrescentar o seu alto conteúdo em fibras, em água e em potássio e baixo conteúdo em sódio, pelo que o seu consumo é recomendável no caso da retenção de líquidos, transtornos renais, cardiovasculares ou hipertensão arterial. Na época em que situamos o nosso estudo, sabemos que no hospital de Caminha, o doce de chila era dado a doentes que sofriam de gastro-hepatite e tísica pulmonar.
No grupo dos alimentos mais utilizados temos também o leite, frequentemente de burra, ficando em terceiro lugar na hierarquia das despesas, com um total de 11.520 reis
… O leite e, particularmente, o de burra, pelo seu alto valor nutritivo, era ministrado a pessoas debilitadas. Ao possuir uma consistência espessa e açucarada era aplicado em pomadas para feridas e doenças de pele, revelando-se um excelente cicatrizante. Entrava também na composição de soros para medicamentos, utilizado em moléstias crónicas do peito, do intestino, na gota e nas epilepsias.
“O leite, na altura, representava ainda um dos produtos mais unanimemente recomendado para os tísicos (tuberculosos), havendo na comunidade de físicos do tempo a crença que o seu soro mundifica as chagas do pulmão”.
Mas não era só para tratar a tuberculose que o leite de burra era quase obrigatório. Era-o também para uma série de outras enfermidades, como distúrbios gástricos, “pela sua facilidade de digestão, nas cistites, por amenizar a dor durante a micção, nas dores intestinais, por facilitar a cicatrização de fissuras do intestino, nas febres, porque refrescava, mas também na paralisia, nos espasmos ou no catarro”.
… Mas as terapêuticas mais usadas no convento de Santa Ana eram, indubitavelmente, feitas através das sanguessugas, também designadas pelas religiosas por bichas ou bissas.
“Bissas” ou sanguessugas. Imagem acedida em:https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=5718OTKw&id
.… A ideia corrente era a de que este verme extraía o sangue que tinha toxinas ou elementos deteriorados, que se acumulavam nos vasos sanguíneos e nos músculos enrijecidos, causando doença. Outra função prendia-se com os casos de gangrena, visto que a sua função sugadora forçava o sangue a circular, ajudando a manter as células vivas. O recurso a sanguessugas também era utilizado para a cura da pleurisia e da sífilis.
Prática da sangria. Imagem acedida em: https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/115/tratamentos-medicos-aplicados-ao-longo-da-historia
A sangria era uma técnica muitíssimo usada nos séculos, XVII, XVII e XIX. Consistia na abertura de uma veia com uma lanceta, para deixar sair o sangue “causador de moléstia” e era aplicada, geralmente, quando ocorria uma inflamação seguida de febre. Mas esta não era a única forma de sangrar o doente, já que nos casos em que houvesse dificuldades para encontrar uma veia ou o estado do paciente fosse demasiado debilitado, eram usadas as sanguessugas.
… Será igualmente de relevar a utilização de açúcar para remédios que no Convento de Santa Ana nos aparece em terceiro lugar no total das despesas, ou seja 7.592 reis. Nestes casos, o que a escrivã regista é muito claro: “Despendi 6 arrateis de açucar para remédios 780 reis”, ou “Despendi em 8 arrateis de açucar para remédios 1000 reis”, em 186058. Portanto, não há qualquer dúvida que seria consumo de botica.
…. O açúcar, a marmelada, o mel eram usados particularmente na confeção de medicamentos. “O açúcar chegou a ser considerado, no século XVII, uma especiaria de luxo e só após o incremento do seu cultivo na América do Sul é que passou a ser acessível a todas as classes sociais; na alimentação veio substituir o mel e na medicina era tido já por Galeno como elemento essencial da farmacopeia”. Nos registos de boticas, encontram-se referências a açúcar rosado, levado “em ponto” com pétalas de rosas. Era recomendado especialmente para diarreias e disenterias, mas também para problemas respiratórios.
Sousa, D. Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871). Texto acedido em: https://www.academia.edu/116755957/Comer_e_curar_no_Convento_de_Santa_Ana_de_Coimbra_1859_a_1871_?email_work_card=title
Não sabemos, ao pormenor, como estava regulamentada a dieta das doentes de Santa Ana, mas nela estava incluída a carne de galinha.
… Este consumo de galinha contrapõe, à partida, o que se comia no quotidiano desta comunidade. Encontramos significativos valores na aquisição de carne de vaca, porém nunca de galinha. Existe, aliás, um rol mensal destinado exclusivamente à carne de vaca, com uma despesa mensal que ronda os 20.000 réis.
AUC, Livro de Receitas e Despesas do convento de Santa Ana 1859 – 1871, doc. 46. Op. cit., pg. 224
Que comiam em Santa Ana para além da carne de vaca? Algumas vezes referem despesa com a matança do porco e aquisição de tripas para os enchidos (“shorissos”). Surgem com alguma frequência despesas em lombo e pastéis de carne.
São, ainda, frequentes as despesas com bacalhau e com peixe fresco, embora sem mencionarem qual a espécie. O seu consumo surge, habitualmente, nos períodos de abstinência de carne ligados à Quaresma, em particular nos meses de Março ou Abril. Veja-se, por exemplo, que em Santa Ana, em abril de 1866, despenderam em peixe “que se deo na Coresma três vezes e em letria 5ª feira Santa 4.120 reis”. De igual modo, em Março de 1867, despenderam em bacalhau e arroz para as conçoadas da Coresma 2.000 reis”, “em peiche 3 vezes que se da na Coresma e letria e castanhas 9.470 reis”.
Embora não saibamos qual o peixe que compravam, percebemos que este alimento não seria, de todo, desvalorizado em relação à carne, dado que, com frequência, era manjar de festa, como aconteceu em Abril de 1862, “Despendi em peixe de Domingo da Festa dos Passos 1.060 reis”; Em Março de 1863 “Despendi em peixe pelo Banquete 1.615 reis”. Despenderam, novamente, em peixe pelos Passos 1.715 reis”.
Complementando o quotidiano alimentar, encontramos também o arroz, as batatas, as castanhas, os figos, o queijo, a manteiga, o leite, o azeite (usado também na iluminação), o trigo (não só para o pão, mas também para bolos, havendo às vezes preferência pelo trigo galego para as arrufadas), o vinho, o chá e a cidra.
Planta do Convento de Sant’Ana e respetiva cerca… 1873-74. In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 61.
Planta do edifício e terrenos confinantes, 1905, DSE – 6845 – 1.º-5-64-73 In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 103.
Para o cultivo do terreno que lhe restou junto à cerca, após a extinção das Ordens Religiosas, arrolam detalhadamente as despesas com os trabalhos agrícolas ligados às vindimas (incluindo fabrico da aguardente), ao ciclo do milho, enxertia de árvores de fruta como limoeiros e laranjeiras, aos cortiços para as abelhas, à sementeira de alhos, feijões, grão-de-bico, cebolas, repolhos, favas, entre outros.
Porém, a aquisição de galinhas jamais é registada, a não ser nas Despesas da Botica. Estamos já num período de decadência, pelo que já não as recebiam através dos foros, como outrora acontecia. Poderiam criar algumas em galinheiros existentes nos seus terrenos junto à cerca, mas seriam talvez insuficientes, tendo o desvelo de as comprar para as doentes. Por sua vez, o seu preço comparado com outros produtos, era elevado: o valor despendido na aquisição de tripas, vinho, sal e meio porco, para enchidos, importava em 1.200 reis; um lombo para o Procurador 1.100 reis, ao passo que 4 galinhas custavam 1.400 reis.
… Os elementos de que dispomos também não nos dão informação de como seria confecionada a galinha na botica de Santa Ana. Porém, no contexto da dieta alimentar de alguns hospitais de então, regista-se que a carne de galinha era servida cozida, assada ou usada na preparação de caldos.
… Mas a presença de sobremesas ou da doçaria na dieta alimentar hospitalar desta época era comum e o convento de Santa Ana não foi exceção. No período em que nos situamos, a despesa com doce de chila e outros doces (que não se identificam), atinge um valor considerável, só comparável com os gastos em sanguessugas e bichas. Aliás, é com estes dois itens que gastam mais dinheiro: com sanguessugas e bichas 36.980 reis; com doce de chila e doces 36.910 reis.
Este consumo significativo de doces poderá ser entendido mediante duas perspetivas: uma forma de agraciar o médico; aquisição ou confeção de produtos que, por sua vez, o médico ministrava às doentes.
Sousa, D. Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871). Texto acedido em:
Ao debruçarmo-nos sobre o papel da enfermaria e da botica de Santa Ana, acreditamos estar perante uma comunidade que manifestou um especial cuidado e desvelo para com as doentes.
Enquanto professas da Ordem de Santo Agostinho, a Prioresa tinha uma responsabilidade especial sobre as que se declaravam doentes, em relação às quais lhe competia garantir um trato apropriado e prover adequadamente as suas necessidades. Competia-lhe nomear uma freira acompanhante ou uma enfermeira, sempre que a doença assumia maiores proporções, impedindo a freira afetada de continuar a fazer a sua vida religiosa normal. Tais eram os casos descritos nas constituições “…das febres tercãs ou quartãs, dobres ou sigelas, contínuas ou quotidianas ou intermitentes”.
Ainda no exercício das obrigações da Prioresa, “em relação aos doentes, cabia-lhe solicitar o conselho de médicos e cirurgiões, sempre que se revelasse necessário, e preparar um local para enfermaria que devia visitar com frequência”.
Neste cenário vamos encontrar médicos, cirurgiões e boticários a praticarem a arte de curar, seguindo os princípios médicos e farmacêuticos em constante atualização científica pois, como é óbvio, também nos mosteiros se refletem os progressos que, ao longo dos séculos, foram acontecendo na medicina e na farmácia.
Fachada Norte inicial, 1905, DSE. In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 65
Porém, em dezembro do ano seguinte já referem que “despendi em bissas para a Madre Boticária 969 reis”.
Em abril de 1861, voltam a registar que despenderam “em galinhas para a Boticária 1.600 reis”. Ou seja, inicialmente seria uma figura masculina, talvez exterior à comunidade a exercer esta função, depois passa a ser uma religiosa que assume esse papel. Surge-nos também a figura da criada e da servente da botica, com um pagamento mensal de 1.200 reis, assim como da lavadeira da botica que recebia 480 reis.
Refira-se uma interessante particularidade: em agosto de 1864 mencionam “despendido na paga de hua Soregiãe 480 reis”. Perante este registo, deduzimos que apesar de terem em permanência ao seu serviço um cirurgião a quem pagavam mensalmente 8.000 reis, por algum motivo que desconhecemos, recorreram ao serviço de uma mulher que já desempenhava essa tarefa. Algo pouco comum nesta época.
Planta do rés-do-chão das hospedarias. In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg.63.
Sobre a botica de Santa Ana, para além da sua localização espacial, não encontrámos descrições que nos permitissem reconstituir com pormenores a sua configuração, os seus utensílios ou alfaias … Porém, em agosto de 1864, a escrivã da botica de Santa Ana regista a aquisição de um precioso utensílio: “Despendido com hua comadre para as doentes 600 reis”. As comadres de estanho eram recipientes onde se colocava água quente, utilizados para aquecer a cama das pacientes. Era um recipiente muito comum no quadro hospitalar.
Não sendo claros os registos documentais sobre as doenças das religiosas de Santa Ana, sobre as terapêuticas aplicadas e sobre a alimentação que lhes era ministrada, sabemos, com alguma regularidade, a quem se destinavam os produtos terapêuticos, pois aqueles referem os nomes das pacientes.
Estas eram assistidas na enfermaria, espaço que se situava em local arejado e ensolarado, afastado do núcleo principal das construções devido ao perigo das infeções e contágio e, ainda, à necessidade do sossego necessário às freiras doentes, que recebiam alimentação e cuidados diferentes das outras.
De acordo com o Inventário do Arquivo dos Próprios Nacionais do Distrito de Coimbra de 1857, Santa Ana tinha no andar térreo a “caza da botica”, bem perto da cozinha e no primeiro andar “hum dormitório grande que corre do norte ao sul, abrange em cumprimento ambos os clautros e tem quatro centos e sincoenta palmos com vinte e seis celas e outras tantas janellas”. Faz-se alusão a mais outros dormitórios do poente para nascente composto por mais vinte e duas celas. Uma casa de noviciado com cinco celas e regista-se que “tem sento e noventa e três palmos de comprido, por dezoito de largura”, e que “tem uma boa caza de enfermaria”.
Sousa, D. Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871). Texto acedido em:
Com a série de cinco entradas que hoje iniciamos chamamos a atenção dos leitores para o trabalho de investigação intitulado Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871), da autoria da Dr.ª Dina de Sousa.
O Convento de Santa Ana
O primitivo convento situava-se na margem esquerda do Mondego, próximo de um local vulgarmente designado por “Ó da Ponte”. Então conhecido por “Cellas da Ponte”, teve como grande impulsionadora D. Joana Pais, devota de Santa Ana, que fundou o convento numas casas e respetiva quinta que recebera por doação de seus pais, tendo sido aí colocada a primeira pedra a 26 de Julho no ano de 1174, precisamente no dia consagrado a Santa Ana. Devido aos seus parcos recursos, o convento ficou dependente dos bispos de Coimbra, que o sustentavam através das suas esmolas.
Um século após a edificação do convento, “(...) por causa das cheias do Rio Mondego com as quais o dito Convento estava devastado e as ditas freiras por muitas vezes estiveram em perigo de vida”, tornou-se insustentável a continuidade da comunidade naquele espaço.
Coimbra no final do sec. XVI, ruínas das “Cellas da Ponte”. Pormenor da gravura de Coimbra, de Hoefnagel
No “anno de 1561, em que as sucessoras de D. Joanna viram não poder elle continuar a ser habitado”, recorreram ao bispo D. João Soares, tendo-lhes sido feita doação da Quinta de S. Martinho para nela se recolherem, até ser construído um novo edifício.
Quinta de S. Martinho (Vestígios do Convento). In: «Sant’Ana. Três séculos de convento, um século de quartel», pg. 20.
Este seria mandado edificar pelo bispo–conde D. Afonso de Castelo Branco, situado no local outrora conhecido por Eira das Patas, numa colina fronteira à cerca de São Bento e ao aqueduto. O seu domínio estendia-se até ao atual Penedo da Saudade. A 13 de Fevereiro de 1610, as religiosas ingressam no novo convento de Santa Ana, passando a usar o hábito das Eremitas de Santo Agostinho.
Refira-se que esta comunidade acolheu a jovem Josefa de Óbidos. Além dos ensinamentos religiosos, ali recebeu aulas de pintura. Assim, foi nesta cidade que Josefa começou a pintar, pois, parece que a sua obra mais antiga data de 1644, uma série de gravuras de Santa Catarina e São José. Como não seguiu a vida religiosa regressou a Óbidos, em 1653, trabalhando para conventos e igrejas. Mais tarde, foi convidada pela família Real, para fazer os retratos da rainha D. Maria Francisca de Saboia e da sua filha, a infanta D. Isabel.
Josefa de Óbidos. Santa M aria Madalena.1650. Museu Nacional de Machado de Castro. Imagem acedida em:https://www.wikiart.org/pt/josefa-de-obidos/santa-maria-madalena-1650
Josefa de Óbidos, A Anunciação, 1676. Imagem acedida em: https://ilustracaoportugueza.wordpress.com/2016/08/15/josefa-de-obidos-a-anunciacao-1676/
Tal como aconteceu em outros espaços monásticos, em 1810, as religiosas perderam muitos dos seus bens, devido às Invasões Francesas. Poucos anos depois, as guerras liberais vieram agravar a sua frágil situação económica, no contexto da extinção das ordens religiosas masculinas, em 1834. Assim, as ordens femininas ficaram proibidas de receber noviças, pelo que se regista um envelhecimento da comunidade, necessitando de mais cuidados.
O convento é considerado extinto a 6 de Junho de 1885, altura em que a última prelada, D. Maria José de Carvalho, de idade já avançada, e desprovida de bens económicos, abandona Santa Ana, juntamente com mais algumas idosas que com ela viviam, na sua maioria criadas e encostadas. Consigo levou apenas alguns objetos como recordação de um espaço no qual entrara quando tinha sete anos de idade. A sua mudança dá-se para o Real Colégio Ursulino das Chagas, instalado no extinto Colégio de S. José dos Marianos.
Colégio de S. José dos Marianos, atual Hospital Militar
O edifício conventual patenteia uma arquitetura modesta, bem ao espírito dos Eremitas de Santo Agostinho, valorizando a sua fachada dois pórticos que, entretanto, foram retirados e que hoje estão, respetivamente, na Igreja de S. João de Almedina
Pórtico do Convento de Santa Ana, aplicado na Igreja de S. João de Almedina. Imagem acedida em: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&mediaurl=https%3A%2F%2Fimages...
e na fachada do Museu Machado de Castro.
Pórtico do Convento de Santa Ana, aplicado na entrada do Museu Nacional Machado de Castro. Imagem acedida em: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&mediaurl=https …
De estrutura quadrangular, desenvolvida em torno de dois claustros e de dois pátios internos, na sua primitiva construção, no piso térreo encontrava-se a entrada para a Igreja e para o pátio das hospedarias, a roda e as grades, o refeitório, a cozinha e a casa da botica. Existiam outras dependências: casas para criados, celeiro, forno, duas arrecadações e a cerca amuralhada que abrangia a entrada do Penedo da Saudade.
No primeiro andar situavam-se os dormitórios, a casa do noviciado e as enfermarias.
Sousa, D. Comer e curar no Convento de Santa Ana de Coimbra (1859 a 1871). Texto acedido em: https://www.academia.edu/116755957/Comer_e_curar_no_Convento_de_Santa_Ana_de_Coimbra_1859_a_1871_?email_work_card=title
Um meu antigo Colega, na minha opinião, um dos maiores gastrónomos portugueses, tem dedicado o seu labor à pesquisa documental sobre receitas portuguesas, quer em livros portugueses, quer em livros editados no estrangeiro.
Presenteou-nos agora com uma esquecida edição de origem coimbrã, datada de 1899, que tinha a particularidade de, para além das páginas impressas, dispor de páginas em branco, nas quais podiam ser registadas outras receitas.
O texto e as imagens, ora divulgadas por Virgílio Nogueiro Gomes – a quem agradeço a autorização para a sua utilização – foram recolhidas em http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/1150-receitas-unicas.
Cosinha Portugueza ou Arte Culinária, capa
Tenho um verdadeiro entusiasmo por livros antigos. E, por vezes, encontro verdadeiras relíquias. Recentemente publiquei uma crónica sobre um livro dos inícios do século XX e no qual, nas páginas em branco, a proprietária do livro escreveu, adicionou, receitas pessoais. Se quiser ler ou reler, pode clicar aqui.
Hoje vou escrever sobre receitas manuscritas nos espaços livres do último livro publicado no século XIX: Cosinha Portugueza ou Arte Culinaria Nacional, publicado em Coimbra na Imprensa Académica em 1899. A sua autoria é da “Collaboração de senhoras”, ficando o livro como propriedade do Instituto de Santo António, sediado na “egreja de Santo Antonio do Olivaes”, e a sua venda revertia para as obras assistenciais daquele instituto. As receitas que irei transcrever são apresentadas pela ordem como aparecem no livro, sem correções, e, portanto, transcrição literal.
Carne afiambrada
A ½ kilo de carne que se passa pela machina, junta-se lhe 3 bolachas de água e sal também passadas pela machina. Depois amassa-se a carne com vinho branco, pimenta, sal, e nos muscada. Estende-se um pano com três nastros nas extremidades, depois deitar lhe a carne batendo se com a mão e juntando-a até ficar bem unida. Tem-se partidas tiras de toucinho e chouriça que se lhe introduzem, calcando bem. Depois enrola-se a carne deforma a não se ver o toucinho nem a chouriça, depois envolve-se nos panos e aperta-se bem com os nastros. Em seguida mette-se na panella do caldo supra antes da hortaliça, onde deve ferver por espaço de meia hora. Tira-se e só no dia seguinte é que se tira o pano. Parte-se às tiras e serve-se.
Doce de noz
Bate-se ½ kilo de assucar com 4 claras de ovos, por espaço de 1 hora, depois de bem batido junta-se-lhe ½ kilo de nozes que também devem estar pisadas, e deita-se-lhe uma colher de farinha. Depois de tudo bem misturado, deitam-se com uma colher em latas para irem ao forno.”
Coscoreis de massa tenra
Amassa-se ½ arrátel de farinha com uma chávena de leite e 2 onças de manteiga, depois de tudo muito bem amassado, estende-se com um rodo, de forma que fique muito fina. Depois de estendida dobra-se aos bocadinhos cortando-se com uma faca, e fritam-se em bastante azeite.”
Nota: arrátel; +- 459g; onça +- 23,5g
Batatas cosidas à Italiana
Arranja-se primeiro que tudo uma caçarola de porcelana, que se pode comprarem Lisboa ou no Porto e não querendo manda-a vir d’aquellas duas cidades, pode -se tambem comprar cá; Depois manda-se buscar um cantaro de água de S.to André ou à Torna (?), tanto dá, mas deve-se dar a quem a fôr buscar um tostão em níkel. Em se tendo a agua e a caçarola manda-se vir de viveiro 20 reis de sal, mas este deve vir em cambraia especial para não chegar mais salgadito. Deita-se a agua na caçarola, junta-se-lhe sal e põe-se ao lume até ferver a agua. Depois tira-se do lume e em a agua estando fria deitam-se-lhe as batatas e ficam cosidas. Sevem-se com a casca.
Guarda? 18-2-903”, Receita de Cesar Raul
“Bolla parda”
Batem-se 5 ovos inteiros com 250gr de assucar até engrossar. Depois de batido junta-se lhe a farinha que deve ter o peso de 3 ovos um calice de vinho do Porto, e 20 XX de canella.
“Lindins”
250g de assucar, 12 gemmas, 1 calice de vinho do Porto, 2 colheres de leite, 1 colher de farinha maisaine e 1 de manteiga. Depois do assucar estar em ponto, junta-se-lhe o vinho e a manteiga, depois de frio junta-se-lhe o leite em seguida os ovos já batidos e misturados com a farinha. As latinhas devem ser untadas com manteiga.”
Como podem ver as receitas nem sempre parecem completas, em especial a das “Batatas cosidas à Italiana”, pois parece que na parte final falta algum detalhe. No entanto, estas receitas deveriam ser de prática familiar e, portanto, de boas confeções e aprovadas pelas famílias. Não há como experimentar, e provar!
© Virgílio Nogueiro Gomes
Gomes, V.N. Texto sobre o livro Cosinha Portugueza ou Arte Culinária. 1899.Coimbra, Imprensa Académica, publicado e: http://www.virgiliogomes.com/index.php/cronicas/1150-receitas-unicas
A fotografia sempre esteve presente na vida de Alexandre Ramires.
Presença que o levou a ser não só um dos maiores conhecedores portugueses das técnicas fotográficas primitivas, bem como um especialista nas fotografias de temática coimbrã.
Conversa Aberta: A fotografia em Coimbra no século XIX, cartaz
O título da sua palestra é prova do que afirmo e da razão do apreço que tenho por este estudioso.
Se muito aprendi com as Conversas Abertas, em ordem a esta estou muito, mas mesmo muito, interessado em conhecer as surpresas que Alexandre Ramires nos reserva.
Conversa Aberta: A fotografia em Coimbra no século XIX, folha de sala
Por meu lado espero lá estar às 18h00 da próxima 6.ª feira, dia 28 de Junho e penso que, se for, gostará tanto como eu espero vir a gostar.
Rodrigues Costa
É já amanhã, 6.ª feira, que no Arquivo da Universidade de Coimbra, partir das 18h00 que irá decorrer mais uma Conversa Aberta, esta dedicada à história do Instituto de Coimbra.
Folha de sala
A atividade desta academia ao longo dos anos reflete o pensamento de cada um dos seus presidentes, que foram personalidades influentes da história nacional, de Adrião Forjaz Sampaio a Orlando de Carvalho, passando por Bernardino Machado, Francisco Miranda da Costa Lobo e muitos outros. O Instituto ocupou diferentes espaços da Alta de Coimbra, dispondo de salas de reunião, uma biblioteca e gabinete de leitura e, a certa altura, um museu de antiguidades.
A revista O Instituto foi uma das revistas científicas portuguesas de maior longevidade, com 141 volumes publicados entre 1852 e 1981.
A palestrante será a Doutora Licínia Rodrigues Ferreira, Técnica Superior na Divisão de Promoção da Qualidade da Reitoria da Universidade de Coimbra.
Licínia Rodrigues Ferreira. Imagem acedida em https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid...
Como é habitual a entrada é livre e após a apresentação do tema, segue-se um tempo em que todos os participantes são convidados a apresentar os pedidos de esclarecimento que julguem relevantes.
Cartaz
Pedimos ajuda de todos na divulgação deste evento.
Obrigado.
Rodrigues Costa
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