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Na quinta da Ribela (atual Av. Sá da Bandeira), no tempo do Prior D. Jerónimo da Cruz (eleito em 22 de Abril de 1557), foram construídas três azenhas que giravam com a água previamente recolhida num grande tanque. A água era conduzida do depósito às rodas das azenhas «por canais levantados em arcos de pedra». Nos três meses do Estio, o trigo de Santa Cruz podia moer-se em duas atafonas da quinta mandadas fazer pelo mesmo Prior. Estas moendas, quase dentro da cidade, deviam constituir uma exceção. (O mosteiro de Celas tinha também uma atafona).
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Os moinhos situavam-se mais longe (da cidade), a começar nos subúrbios, e sobretudo junto dos rios e ribeiros do termo (e de fora dele).
… Os moleiros, como quaisquer outros mecânicos, não podiam exercer o ofício sem prestar juramento … Considerando como tais (moleiros) todos os que explicitamente não se destinam apenas a trazer e a levar o pão ao moinho, encontramos um mínimo de 306 unidades.
… O abastecimento de Coimbra exigia uma constante azafama dos moleiros, um vai-e-vem entre a cidade e os moinhos.
… Os moleiros de Coimbra não se podiam recusar a moer «segunda» (Por «segunda» neste parágrafo, entende-se milho, centeio e cevada»), nem a transportar taleigos de qualquer tamanho que fosse. Uma vez saído o pão da casa do dono, devia ser levado, diretamente, à Casa do Peso da Farinha. Aí ficava registada, em livro próprio e segundo as formas legais, a farinha que devia ser recebida.
… o Peso da Farinha estava na Praça «à porta dos açougues desta cidade debaixo dos arcos que aí estão»
Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.491 a 497.
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