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A' Cerca de Coimbra


Quinta-feira, 04.05.23

Carros Americanos. Achegas para a sua história 3

Terminamos esta pequena série de entradas relacionadas com os carros americanos que circularam em Coimbra, republicando o que sobre o tema escrevemos para a comunicação que apresentámos ao I Encontro Nacional sobre o Património Industrial, trabalho que se encontra publicado nas Actas e Comunicações. Volume I, daquele evento, editado em 1989, a páginas 265-278.

CA Actas e Comunicações. Volume I, capa.jpg

I Encontro Nacional sobre o Património Industrial.  Actas e Comunicações. Volume I, capa

A referida comunicação insere, entre outros, o subtítulo, Os primórdios dos transportes urbanos em Coimbra e o excerto que se segue foi adaptado a partir do que ali se encontra mencionado:

CA. Carro Americano 02 a Col. RA.jpg

Carro Americano. Aguarela de Autor não identificável. Acervo RA

A história. dos transportes urbanos em Coimbra inicia-se em fevereiro de 1873 quando Evaristo Nunes Pinto e Camilo Mongeon, a quem já tinha sido concedida licença para explorarem, na cidade, através da utilização de carros americanos, os transportes públicos, solicitaram à Câmara a autorização, acompanhada da planta do projeto, destinada a instalarem uma linha que ligasse a estação do caminho de ferro do Norte ao centro da cidade.

O município, a 20 de fevereiro, deu o seu aval. Todavia, o processo, forçosamente, teria de se arrastar, a fim de permitir a sua montagem, e, apenas em setembro de 1874, a empresa entretanto criada – a Rail Road Conimbricense – comunica ao Município «a abertura à exploração da linha desde a Calçada à estação do caminho de ferro do Norte».

Na cidade, a inauguração do início da circulação dos carros americanos aconteceu a 15 de setembro de 1874 e, no dia seguinte, foi assim noticiada pelo jornal o Tribuno Popular:

Partiram da Calçada 3 carros americanos. No primeiro seguiam os diretores, as autoridades de Coimbra e demais convidados. No segundo carro seguia na Imperial [deduz-se que, pelo menos um dos carros tinha segundo piso, a chamada «Imperial»] a Filarmónica de Conimbricense que tocava o hino da Carta. Muita gente a assistir, muitos foguetes. Pelas 3 horas da tarde foi servido um opíparo jantar na sede da Sociedade Terpshicore”.

Mas a vida da Rail Road Conimbricense não foi fácil, e o pedido de autorização apresentado em 1885, «Para estender a sua linha da Portagem ao Cais das Ameias» (a atual Estação Nova) e para efetuar «um abatimento de 40 a 60 reis nos preços dos bilhetes», não passou de uma tentativa frustrada destinada a combater uma concorrência mais forte: a entrada em funcionamento do ramal do caminho de ferro de Coimbra B ao Centro da Cidade.

CA. Praça 8 Maio com carro americano puxado a mua

Carro americano na Praça 8 de Maio. Acervo RA

Uma segunda fase de utilização dos carros americanos em Coimbra inicia-se em 30 de outubro de 1902, quando «Augusto Eduardo Freire de Andrade pede a concessão duma linha férrea, sistema americano, nas ruas da cidade, para tração animal».

Este processo só seria concretizado pela Companhia de Carris de Ferro de Coimbra, entretanto criada, em 1 de janeiro de 1904, e permitiu o «estabelecimento da ligação da atual estação de Coimbra-B com o Largo da Portagem, a que se seguiu, em 4 de fevereiro do mesmo ano, a abertura de um novo troço entre a Praça 8 de Maio e a Rua Infante D. Augusto» (junto à Universidade).

CA. Carro americano nos Arcos do Jardim.jpg

Carro americano aos Arcos do Jardim, puxado por 6 cavalos. Acervo Henrique de Melo

Todavia, este último troço cedo se verificou não ser operacional em função do acidentado do percurso e consequente agravamento de custos, como bem se pode comprovar pela observação da gravura anexa.

A derradeira notícia conhecida relacionada com a atividade desta Empresa, data de 3 de fevereiro de 1916, quando o Município reconheceu que «estando o transporte de malas do correio para os comboios da noite a fazer-se no antigo carro americano puxado a muares» decidiu autorizar que o mesmo transportasse também passageiros.

Ainda neste período deve assinalar-se a efémera existência – com início em janeiro de 1907 – da primeira carreira de autocarros em Portugal que, nesta Cidade, ligava a zona da alta à zona da baixa, iniciativa da Empresa Automóveis Tavares de Mello Coimbra, que para o efeito utilizava carros «de 4 cilindros com a força de 24 cavalos e transportavam 20 pessoas».

CA Carreira de Autocarro. Illustração Portuuesa

Autocarro em Coimbra. In: «Ilustração Portuguesa», II Série, n.º 50, de 4 de fevereiro de 1907.

 A terminar, uma curiosidade­: na Figueira da Foz, cerca de 1880, também já circulavam carros americanos.

CA. Figueira. Amaricano. c. 1880.jpg

Carro Americano da Figueira da Foz, c. 1880. Acervo RA

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 16:54

Terça-feira, 06.11.18

Coimbra: Regularização da margem direita do rio Mondego

O alteamento das margens do Mondego … por razões de salubridade e saúde pública, apontado como uma das maiores necessidades da cidade desde o início do século [XIX]. Apesar das várias obras empreendidas, todas se revelavam incapazes de conter as águas do Mondego que continuava a invadir as ruas da Baixa.

Em 1872, Lourenço de Almeida Azevedo, pouco tempo depois de tomar posse, solicitou ao Governo a reconstrução da Ponte, no cumprimento da carta de lei de 10 de Setembro de 1861 e suspendeu as obras no cais, quer das Ameias quer do Cerieiro, até que se elaborasse um plano em harmonia com a Direção de Obras de Melhoramento do Mondego e Barra da Figueira que estava a desenvolver um projeto de defesa da cidade contras as inundações.

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Adolpho Loureiro “Projecto da rectificação da margem direita do Mondego…” 1872

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Direcção de Obras do Mondego e Barra da Figueira “Projecto do encanamento do Rio Mondego …”1869

 O projeto de retificação da margem direita do Mondego entre Coimbra e o porto de Pedra e defesa da mesma cidade contras as inundações, mandado executar pela portaria … de 3 de Outubro desse mesmo ano, +revia a construção de “2 diques insubmersíveis” mas, embora as obras fossem da responsabilidade da direção de obras do Mondego, o município tinha de comparticipar parte das obras e proceder a um conjunto de obras, como o alteamento da Rua Direita.

Ainda nesse ano o engenheiro Mathias Cypriano Heitor Macedo … apresentou o projeto definitivo da nova ponte e no ano seguinte iniciaram-se os trabalhos de demolição do tabuleiro manuelino.

 

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 Adolpho Loureiro, “Projecto da rectificação da margem direita do Mondego entre Coimbra … . Perfis transversais”. 1872.

 … Com efeito, este grande aterro permitiu transformar a marginal entre as Ameias e a Ponte, num verdadeiro Passeio Público devidamente ajardinado, para além de permitir criar o Parque Público, entre a Estrada da Beira e o rio.

p. 246.jpg

s/n, “Projecto do alargamento do Caes de Coimbra, Hipotese 2”

… implicou o aterro de um pilar da ponte, aproximadamente 35 metros.

Acresce que como forma de compensação pela implantação dos carris ao longo do cais, o governo comparticipou o projeto delineado pelo município de prolongamento do parque público até ao Porto dos Bentos, contribuindo para a expropriação e para o aterro da Ínsua entre o referido porto e o [do] Cerieiro. Em resposta e como forma de agradecimento pela colaboração do Ministro das Obras Públicas Comércio e Indústria responsável por estas obras, o município denominou o primeiro troço da Estrada da Beira, convertido numa ampla avenida arborizada, Avenida Emídio Navarro.

 Calmeiro, M.I.B.R. 2014. Urbanismo antes dos Planos: Coimbra 1834-1924. Vol. I. Tese de doutoramento em Arquitetura, apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, pg. 238-247

 

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por Rodrigues Costa às 20:12

Quinta-feira, 18.10.18

Coimbra: Passeio Público e ruas da Calçada e de Coruche

A obra de maior impacto na beneficiação da cidade era, sem dúvida, a construção do cais ao longo do rio, com vista a proteger a Baixa das invasões do Mondego. Implicava obras de alteamento e regularização do cais das Ameias e a construção de um paredão que conseguisse limitar as cheias do rio, além de permitir dispor de um amplo e aprazível passeio público à beira rio.

Melhoramento reclamado desde o seculo XVIII, “presentemente desejaõ muitos, e requerem, que por todo o comprimento da Cidade, e ainda mais adiante se levante alto muro, o qual defenda das inundações todas as ruas baixas” foi sendo sucessivamente adiado, até que em junho de 1837 começaram timidamente as obras do aterro do Cais das Ameias, provavelmente sem um plano devidamente delineado que quatro anos depois, foi alargado até à ponte.

Efetivamente, só em agosto de 1856 foram decretadas as obras do encanamento do rio desde a ponte de Coimbra até ao mar encarregando o Diretor de Obras do Mondego de elaborar o respetivo projeto, apresentado só em 1872. Segundo conseguimos apurar, as obras de alteamento efetuadas entre 1837 e 1872 revelaram-se ineficazes para conter as cheias, em grande parte pela carência de meios financeiros, mas também técnicos, criando mesmo sérios problemas de salubridade pela entrada da água do rio na canalização do esgoto da cidade. Reclamava-se também o imprescindível alteamento da velha ponte, processo iniciado em 1859 e decretado pela Carte de Lei de 10 de setembro de 1861, mas que permaneceu até 1873 em estudo.


Margem do rio entre o Largo das Ameias e a ponte.j

Margem do rio entre o Largo das Ameias e a ponte, visível as escadas para o largo já alteado, c. 1860

 

A par da regularização do Cais das Ameias … em 1835 o município apontava também a necessidade do alargamento da Rua de Coruche. Com efeito, depois de ter estudado e orçado as obras de regularização da rua da Calçada que ligava a ponte à Rua de Coruche e que pretendia iniciar a breve prazo, instava para que o Governo participasse no alargamento desta última rua alegando que; “Além de central a toda a Cidade, serve demais ao transito de todo Norte do Reino para a Capital, e acha-se tão disforme, que apezar de não ser muito longa, tem tortuosidades em varias direcções, que impedem a vista de uma extremidade à outra, e é sobre tudo tão estreita, que em quasi toda ella não pode passar um Cavalleiro apar d’um carro: e em consequência é sempre húmida, e doentia, e que apenas em alguns pontos lhe penetrão os raios do sól em certos momentos ficando o resto inteiramente inacessível: de sorte q estabelecendo-se deligencias entre Porto e Lisboa virão encontrar um grandíssimo obstáculo no meio da terceira Cidade do reino, por que dificilmente lhes dará passagem! Esta obra tão necessária como útil para o aformoseamento da Cidade, viria a fazer a rua o centro de commercio, e certamente é esta epoca em que mais afoitamentese devera empreender por que há um recurso para a indemnização do alojmento interino dos seus moradores, nos extintos Collegios da rua da Sofia, que pela maior parte não acharão compradores.”

Planta com a indicação dos melhoramentos almejad

 Planta com a indicação dos melhoramentos almejados: regularização das margens, alargamento da Rua de Coruche, calcetamento da Rua da Calçada e Nova Ponte

 As obras de regularização dos passeios da Rua da Calçada iniciaram-se no ano seguinte

 

Calmeiro, M.I.B.R. 2014. Urbanismo antes dos Planos: Coimbra 1834-1924. Vol. I. Tese de doutoramento em Arquitetura, apresentada à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, pg. 202-207

 

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por Rodrigues Costa às 09:36

Sexta-feira, 30.12.16

Coimbra: as Festas e o Passeio Público 2

Em Coimbra, o Jardim Botânico era local aprazível. No Colégio das Ursulinas que lhe ficava contíguo, principalmente em Maio, à tarde, praticava-se a devoção do mês de Maria, o que, o tornava de passagem obrigatória. As damas, envergando os seus melhores trajos, piedosamente, dirigiam-se à igreja, a fim de tomar parte naquela devoção mariana e os cavalheiros, molemente encostados às grades, viam-nas passar, outorgando com a sua presença a organização de tômbolas e festejos. Além dos agradáveis momentos de ócio que estes proporcionavam, permitiam ainda auxiliar qualquer obra de caridade. Em 1899, o Dr. Júlio Henriques, ilustre director daquele Jardim, mandou vir bambus das nossas colónias, afim de construir, na alameda principal, mesmo em frente ao edifício de S. Bento, um coreto onde a música pudesse executar algumas peças do seu repertório. Colmatava desta forma a lacuna que em Coimbra existia, porque tanto o do Cais como o da Quinta de Santa Cruz se encontravam degradados. Esperava-se, contudo, que brevemente fossem reformulados, até porque as filarmónicas da cidade já haviam solicitado à câmara autorização para tocar aos domingos nos referidos coretos. A construção do Botânico alegrou os janotas do tempo e, segundo constava, iria ficar «muito elegante e de excelente gosto» .

Cá em baixo, mesmo junto ao rio, desde 1887 que se transformava lentamente o largo espaço do Cais das Ameias num belo Passeio Público, com canteiros ajardinados e maciços de verdura. Colocava-se o gradeamento do lado do rio e empedravam-se os passeios. Coimbra, no dealbar do século XX, totalmente desfasada até já da capital, aspirava ver concluídas estas obras que lhe permitiriam usufruir, pela disposição, aproveitamento, frescas sombras e formoso panorama, de um dos melhores Passeios Públicos da província . Dirigia os trabalhos o Eng. Jorge de Lucena .

Fazer construir um coreto decente era tarefa que urgia, até porque, realmente, aos domingos a banda exibia-se e, para tal, utilizava aquela ruína a que impropriamente se atribuía tal denominação .

Mas as obras do Cais prosseguiam lentamente, não só porque as dotações camarárias e estatais eram mínimas, como também porque por vezes as desviavam e, em 1902, aquando da efectivarão das festas da Rainha Santa, trabalhava-se ainda febrilmente a fim de as conclui , o que não se verificou .

E toda a imprensa citadina continuava a insistir na necessidade de erguer no novo Passeio Público um coreto que estivesse à altura dos pergaminhos do burgo. Não como aqueles que normalmente se levantavam por ocasião da romaria do Espírito Santo ou da passagem por Coimbra de qualquer personalidade ilustre , arquitectura efémera, logo desmontada e eventualmente destruída após ter servido o fim a que se destinava, mas algo de sólido, duradouro e artístico, procurando honrar o autor e prestigiar a edilidade promotora da construção.

A fim de satisfazer o povo de Coimbra e lhe proporcionar uma distracção de que já desfrutavam outras terras portuguesas com muito menos habitantes, a câmara presidida pelo Dr. Dias da Silva deliberou na sessão de 25 de Junho de 1903 aprovar o orçamento para a construção do envasamento do «encantado» coreto afim de, posteriormente, lhe ajustar um pavilhão de ferro que não podia ultrapassar os 358$563 réis

Anacleto, R. 1983. O coreto do parque Dr. Manuel Braga em Coimbra, In Mundo da Arte, 14, Coimbra, 1983, p. 17-30, il., sep. Pg. 5 a 7

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por Rodrigues Costa às 09:44

Terça-feira, 27.09.16

Coimbra: a Rua da Sota e o Mirante do Fidalgo

Ao pesquisar no Arquivo Histórico Municipal de Coimbra os Títulos originais. 1835-1858, encontrei na página 159 uma escritura datada de 1852.03.08, na qual era dito:

Pelo presente de cláro, q.e concedo licença a Camara p.º fazer huma rua, principiando a sua abertura da extremidade da ponte, lançando uma linha recta desde a quina da caza digo do Mirante do Fidálgo, ate a quina das cazas de Manuel do Vál; e do lado da Ponte tudo até ao cais.

Sendo óbvio que a localização do referido Mirante era na Portagem colocou-se a questão de saber qual a rua que a Câmara estava a abrir. Existiam três hipóteses: o início da Estrada da Beira; o princípio da futura Avenida Navarro; ou uma qualquer outra rua.

Feita uma pesquisa nos Anais do Município de Coimbra, foi possível esclarecer a questão.

Assim na entrada referente à Sessão de 1882.04.16, era referido:

Dada a cedência feita ao Município por José Fortunato Góis Mendonça Pereira de Carvalho de um terreno que fica em linha recta tirada do Mirante dos Fidalgos da Portagem até à esquina das casas de António do Vale, no Beco do Forno, manda-se naquele terreno abrir uma rua que da Ponte vá à Rua do Sargento-Mor. (Silva, A.C. 1972-1973. Anais do Município de Coimbra. 1840-1869, p. 221).

Mas adiante, na página 223, na legenda de um pormenor de uma fotografia da Portagem acrescentou Armando Carneiro da Silva: Mesmo no enfiamento da ponte o «mirante dos Abreus». À direita do encontro da Ponte o «Cais do Cerieiro» e para a esquerda o «Cais das Ameias».

Em conclusão. A rua que então se pretendia abrir era o início da atual Rua da Sota e o Mirante do Fidalgo ou dos Abreus estava localizado no espaço que é hoje o Largo da Portagem e que então tinha uma dimensão muito menor.

 

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por Rodrigues Costa às 10:44

Domingo, 28.06.15

Coimbra, o Jardim Botânico e o Passeio Público

A construção do Jardim Botânico, que se instalava em parte da cerca dos frades beneditinos e ocupou, posteriormente, uma parcela da dos Marianos … seguindo traçado de Mattiazzi, e não só, a sua feitura prolonga-se até 1867.

Anacleto, R. 2003. O Arquitecto José do Couto em terras da Beira. In II Congresso Internacional do Barroco, pg. 651 a 661.Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pg.654

Junto ao rio, desde 1887 que se transformava lentamente o largo espaço do Cais das Ameias num belo Passeio Público, com canteiros ajardinados e maciços de verdura. Colocava-se o gradeamento do lado do rio e empedravam-se os passeios … Fazer construir um coreto decente era tarefa que urgia, até porque, realmente, aos domingos a banda exibia-se e para tal utilizava aquela ruína a que impropriamente se atribuía tal denominação.

Anacleto, R., 1983. O Coreto do Parque Dr. Manuel Braga em Coimbra. Coimbra, Separata de Mundo da Arte, 14, pg. 17 a 30, pg. 19 e 20

 

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por Rodrigues Costa às 13:10

Domingo, 24.05.15

Coimbra e o coreto 1

Coreto que em 1904 se estava a erguer no Cais (atual Avenida Emídio Navarro) e que esperava o resultado da comissão nomeada para apreciar os projetos que haviam concorrido à empreitada.
Aquela deu o seu aval ao apresentado em primeiro lugar pela Fundição do Ouro e ao do industrial Costa Soares … mas manifestou-se, contudo, a favor do último, embora sugerindo pequenas alterações … Adjudicado a 18 de Fevereiro, sabemos, só através dos jornais que foi debuxado pelo Arq. Silva Pinto e que a Câmara Municipal tinha todo o interesse em o entregar a um artista conimbricense … O coreto começou logo a ser forjado e Silva Pinto encarregou-se não só de dirigir os trabalhos, mas também de, quando necessário, apor o seu aval a qualquer alteração … Também foi ele que, depois da obra concluída, a inspecionou e deu o seu parecer a 20 de Julho de 1904.
A estrutura metálica do coreto começou a ser assente na última quinzena de Maio … No entanto a câmara verificou que a pintura não satisfazia … e resolveu substituí-la. Encarregou-se dessa tarefa… o pintor António Eliseu.
Apesar desta segunda empreitada ainda se não encontrar terminada o coreto foi inaugurado com a atuação da Banda de Infantaria 14, de Viseu, a 7 de Julho de 1904
… António Maria da Conceição, mais tarde, em 1907, foi encarregado de executar uma grade de ferro batido … para resguardar o maciço de verdura e flores que iam ser plantadas em volta do coreto da música …
Durante largos anos, tanto as bandas citadinas, como as que aqui se deslocam, quando se exibiam utilizavam o coreto.

Anacleto, R., 1983. O Coreto do Parque Dr. Manuel Braga em Coimbra. Coimbra, Separata de Mundo da Arte, 14, pg. 17 a 30

 

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por Rodrigues Costa às 23:22


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