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A' Cerca de Coimbra


Sexta-feira, 18.03.16

Coimbra e as suas personalidades: Inês da Fonseca, tecedeira

Vitália Cunha de Assunção e Mabília Sequeira são as tecedeiras que, nessa ocasião (25.10 a 05.11.1978, a 5 de Novembro, mostra da Tecelagem da Região da Almalaguês, realizada no Edifício Chiado) ... acompanham Inês Carvalho Ferreira da Fonseca a Coimbra e com ela animam essa mostra, tecendo perante um público surpreendido e entusiasta. Para nenhuma terá sido fácil chegar até ali. Para Inês Fonseca foi com certeza muito difícil.

Nasce (Inês da Fonseca) em 1937 em Almalaguês, sede da maior freguesia do concelho de Coimbra. A mais velha de seis irmãos, Inês aprende a tecer como todas as da sua idade aprenderam, com a sua Mãe, logo muito novinha "assim que comecei a chegar com os pés aos pedais" e desde criança foi envolvida em todo o conjunto de operações que está associado ao trabalho do tear.
...Ir e vir a Coimbra, mesmo que a pé, uma vez por mês, ou ainda mais espaçadamente, era, pois, considerado razoável e normal, e daí que as tecedeiras fizessem essa viagem, com regularidade. De manhã traziam nas suas cestas, açafates ou canastras as mantas, passadeiras, tapetes ou toalhas que as suas freguesas lhes tinham encomendado; à tarde regressavam carregadas com os novelos de trapo que outras lhes tinham dado para serem aproveitados na manufatura de novas encomendas
... E a tecedeira aparecia, pontualmente, com as encomendas, entregando umas, recebendo outras, descarregando as obras feitas, carregando novelos de "trapo". Quando chegava o tempo de um casamento encomendava-se então outro tipo de trabalhos, de "linha fina", a "ponto miúdo" ou "ponto graúdo" de linho ou, mais vulgarmente, de algodão. As Colchas de Almalaguês sempre tiveram fama devido à finura dos desenhos que as suas tecedeiras "bordam" ao tear.
... Assim que se tornou conhecida, "foi quando comecei com o Turismo", aproveitando as oportunidades dinamizadas pelos Serviços de Turismo da Câmara ganhou a sua autonomia e "as freguesas aprenderam depressa onde é que eu vivia" ... anteriormente, ainda antes de 1974, tinha havido lugar para inovações consideráveis de que se salienta as cópias, ou melhor, a utilização, ao tear, de adaptações dos motivos característicos dos Tapetes de Arraiolos! Vestígios dessa experiência ainda hoje se encontram na panóplia de desenhos que as tecedeiras de Almalaguês utilizam. Felizmente que muitos dos desenhos antigos continuam a ter a preferência de uma clientela mais exigente. As bonitas cercaduras "dos cravos e das rosas" a que também chamam "dos arcos, está a vê-los aqui?", "do louro" com as "folhas e as flores", "dos fetos" juntamente com "o silvado de roseira", a "espiga de trigo" com a "rosa no meio" bem como as cercaduras das "parras" com o "cacho de uva, mas esta é diferente, é a parra americana" são alguns desses desenhos mais tradicionais, utilizados desde sempre nas colchas ou nos reposteiros, cuja produção só se iniciou nos finais dos anos 70. Outras cercaduras, mais estreitas, menos exuberantes, que geralmente limitam o desenho do campo são a "grega das bichas" ou a das "cravetas". Alguns motivos podem ser usados isoladamente ou, por repetição, dão origem a barras e, os mais característicos serão o "vaso de castelo" e a "fechadura". "Estrelas", "girassóis" e o "cipreste, com quatro partes que saem de uma casela" fazem parte do vocabulário tradicional que a tecedeira manipula de acordo com o combinado no ato da encomenda, onde ela mesma também refere quais os desenhos que se podem utilizar "a ponto graúdo" ou "a ponto miúdo".
Motivos de "ponto de cruz" passaram, há muito, para o vocabulário das tecedeiras, o mesmo acontecendo relativamente aos desenhos das populares rendas de "crochet". Inês faz tudo o que lhe encomendam ... os trabalhos de "linha fina" em que é exímia, a tornam uma das grandes tecedeiras de Almalaguês. "nós todas somos boas tecedeiras aqui em Almalaguês" diz convicta, "mas é mais os acabamentos"...E mostra com um prazer genuíno os "panos de amostra", onde teceu motivos variados, desde os antigos, com direito a nome próprio, aos das revistas.
A energia e a frontalidade que a caracterizam levam-na por caminhos nunca trilhados e é corajosamente pioneira quando se inscreve nas Finanças. "Iam-me tirando a pele" atira, ainda magoada com a incompreensão, frase que define uma mulher sem medo, que quer fazer as coisas de forma limpa e clara, que quer edificar o seu negócio numa base sólida para melhor o poder desenvolver. E ela arrisca-se, lança-se para o exterior, ganhando notoriedade a despeito das resistências e condicionalismos impostos por um marido renitente, em que o álcool sublinhava uma funda depressão e um meio, apesar de tudo, muito fechado. Ultrapassando-se a si própria e às suas limitações, Inês ultrapassou todas as dificuldades que lhe eram exteriores.
Na força com que batia a "queicha", no ritmo que dava aos "pedais", na velocidade que imprimia à "lançadeira", Inês descarregou muita da raiva e da revolta de uma vida que nunca foi fácil. Por vezes punha-se a tecer logo às seis da manhã. "Credo - dizia-lhe um vizinho - quando te pões ao tear até a minha cama estremece!". Só ao tear se sente bem, por isso, o reumatismo, que lhe consome as articulações e a inibe de tecer como gostaria, lhe dói a dobrar. Ao tear ganhou a sua vida com um esforço, uma determinação e uma coragem que ninguém lhe nega, merecendo todo o reconhecimento de quem só a si mesma deve o sucesso do seu percurso de tecedeira justamente renomada.
Por detrás desta grande tecedeira está, de facto, uma grande Mulher.
A Inês.
(Entrevista realizada, em Almalaguês, a 30 de Abril de 2002)

Inês Fonseca faleceu em finais de 2011. Em 2013, a título póstumo, a Junta de Freguesia de Almalaguês atribui-lhe o Certificado de Mérito Industrial.

Pires, A. Tocar a vida, aos pedais do tear. (História de uma tecedeira). In Mestres Artífices do Século. 2002. Lisboa, Instituto de Emprego e Formação Profissional.

 

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por Rodrigues Costa às 09:21

Quinta-feira, 17.03.16

Coimbra: Almalaguês, terra de tecedeiras, "das melhores"

Almalaguês é sede da freguesia... Confinando com os municípios de Lousã e Miranda do Corvo, a freguesia participava, até há cerca de trinta anos, dos modos de vida e da economia tradicional... Deste facto resulta, em parte, a prevalência que a tecelagem manual ainda assume naquela área. É que "antigamente todas teciam". Teciam em casa para si e para as necessidades das famílias, teciam para as "senhoras de Coimbra", teciam e vendiam em feiras próximas mas, a maior parte tecia para os negociantes que abasteciam mercados regionais em carpetes, passadeiras, tapetes e mantas.
Alguns destes negociantes... montaram as suas próprias unidades fabris com teares mecânicos, quer na Lousã, quer em Miranda do Corvo. Almalaguês, alcandorada no cimo do monte, com problemas graves, à época, de acessibilidade, com pouca água, não teve condições para a emergência de processos semelhantes ou paralelos a este. Isoladas, as suas tecedeiras não só não induziram o aparecimento da indústria têxtil, como não tinham alternativa aos rendimentos propiciados pela tecelagem.
Até 1974 a freguesia viveu, por deficiência de transportes diários, um relativo isolamento, o que ajudou a preservar, com uma rara expressão, uma atividade como a tecelagem manual... Ancoradas numa forte tradição de manufatura e venda de carpetes, passadeiras e "atoalhados", com sólidas e variadas ligações ao mercado, as tecedeiras de Almalaguês mantiveram-se a trabalhar nos seus teares, até aos nossos dias.
Nem todas... Mas, independentemente da sua atual situação relativamente à tecelagem, em todas se deteta uma grande afetividade na sua relação com o tear, onde radica um forte sentimento identitário. Almalaguês, terra de tecedeiras, "das melhores".
Num abandono que, contudo, tende a generalizar-se, "há sempre alguém que resiste/ há sempre alguém que diz não" e algumas, de meia idade, mantém-se mesmo ao tear. Em 1980 ... 330 tecedeiras ... Em 1994/95 ... 135 tecedeiras na freguesia e 80 no lugar. ... em quinze anos (dos quais dez correspondem ao início da integração europeia) a freguesia perde 59,1% das tecedeiras recenseadas em Novembro de 1980.

... Nos finais dos anos setenta a Câmara Municipal de Coimbra foi pioneira no entendimento das artes tradicionais como um património de cariz popular, não autorado, que se tornava importante conhecer nos seus limites e potencialidades. O trabalho, em tão boa hora começado por Fernando Rodrigues Costa, não teve, no entanto, continuadores à altura e quando este abandonou o seu lugar de responsável pelos Serviços Municipais de Turismo muito se perdeu, daquele primeiro entusiasmo e da reflexão então encetada num memorável "Colóquio sobre Artesanato" realizado em Novembro de 1979, no Instituto Antropológico.
Mas, em 1978, quando se faz de 25 de Outubro a 5 de Novembro, no Edifício Chiado ... uma mostra da Tecelagem da Região da Almalaguês toda a reflexão sobre artes e ofícios tradicionais está ainda, por toda a parte, no seu início. Fortemente marcado por abordagens de carácter etnográfico o discurso que então se fazia sobre Almalaguês ignora a descrição dos motivos ou padrões que caracterizam e individualizam aquela produção, omite o nome das tecedeiras que lhe dão sentido, enquanto valoriza a descrição e nomenclatura de cada uma das peças do tear.
... Está por fazer o levantamento dos motivos de Almalaguês, mas é fácil entender que, a situação atual se caracteriza por uma grande variedade de possibilidades colhidas em fontes muito diversas. Como o "bordado" corresponde ao levantamento (borboto) do fio segundo uma quadrícula implícita à trama do tecido, em que aos fios "verticais" da teia, se contrapõem os fios "horizontais" propiciados pela lançadeira, torna-se fácil transpor para o trabalho do tear qualquer desenho assente numa quadrícula e vice-versa.

Pires, A. Tocar a vida, aos pedais do tear. (História de uma tecedeira). In Mestres Artífices do Século. 2002. Lisboa, Instituto de Emprego e Formação Profissional

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por Rodrigues Costa às 10:08

Quarta-feira, 09.12.15

Coimbra, o edifício Chiado 3

Durante os anos que se seguiram (ao 5 de Junho de 1978, a “Noite de Coimbra”) foi fundamental a ação destes serviços (os Serviços de Turismo da CMC) … Terá sido aqui que surgiram eventos que estiveram na génese de importantes programas culturais da cidade, como por exemplo os Encontros de Fotografia e a Feira do Livro. Foi também aqui que funcionou uma escola de fado e o local onde se instalaram os primeiros serviços de cultura da autarquia, o Departamento de Ação Educativa e Cultural.

Magalhães, R. 2010. Edifício Chiado. Uma das curiosidades de Coimbra. In Caminhos e Identidades da Modernidade. 1910. O Edifício Chiado em Coimbra. Actas. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra, pg. 218

 

Tendo tido a honra de liderar a equipa que ergueu os eventos acima referidos importa, para memória futura, enumerar do conjunto de eventos então realizados, os mais relevantes, primeiro no âmbito dos Serviços Municipais de Turismo, depois do Departamento de Cultura, Desporto e Turismo.

- Eventos de temáticas diversas

. Encontros de Música Ibérica
Apoio à organização da II edição em 1978
. Festival Internacional do Filme Amador de Coimbra (FIFAC)
Organização em colaboração com a Secção de Cinema da AAC das edições de 1979, 1980 e 1981.
. Encontros de Fotografia de Coimbra
Organização em colaboração com a Secção de Fotografia da AAC: edição de 1980, comissariada por Zeferino Ferreira; edição de 1981, comissariada por António Miranda.
Apoio às organizações subsequentes
. Curso e Concurso Internacionais de Guitarra de Coimbra
Organização das edições de 1984, 1985, 1986.
. Salão de Pintura Naïve
Organização de quatro edições
. Recuperação e divulgação da Doçaria Tradicional de Coimbra
Exposição no edifício Chiado, Julho de 1982
. Ciclo de palestras sobre História de Coimbra «Descobrir Coimbra»
1º ciclo de Fevereiro a Abril de 1983; 2º ciclo Janeiro a Março de 1984, num total 20 sessões). Programação de Berta Duarte
. Prémio Literário Miguel Torga Cidade de Coimbra
Lançado em 1984 e que continua a ocorrer anualmente
. O Postal Ilustrado. Contributo para a Imagem de Coimbra
Exposição temporária, de 28.06 a 15.07 de 1986. Edifício Chiado.
Recolha e catalogação de Berta Duarte e Carlos Serra.

- Eventos de apoio à Etnografia e Folclore do concelho de Coimbra
. I Seminário sobre a Etnografia e o Folclore de Coimbra e seu termo
Fevereiro de 1978
Na sequência deste evento foram desenvolvidas, nomeadamente, as seguintes ações:
- Esquema de apoio ao Folclore da Região de Coimbra
Assente no funcionamento de uma Comissão de Análise dos Grupos Folclóricos que avaliava o mérito dos grupos e na atribuição de apoios financeiros àqueles que era reconhecido “interesse folclórico”.
- Cursos de Formação de Responsáveis de Grupos Folclóricos
Organização dos cursos realizados
- Recuperação da viola toeira coimbrã
Viabilização da recuperação através da prévia aquisição de exemplares e distribuição destes pelos grupos folclóricos classificados
- II Congresso da Federação do Folclore Português, em 15 e 16 de Setembro de 1979
Organização e publicação das Atas.
. Aspetos do Trajo Popular Feminino em Coimbra
Exposição inicialmente apresentada no Casino Estoril e posteriormente no Edifício Chiado (Outubro de 1984) e no Casino do Funchal (Abril de 1990).
Planificação e textos de Berta Duarte e Nelson Correia Borges.

- Eventos de apoio ao Fado de Coimbra
. Seminário sobre o Fado. Seu passado. Seu futuro
Organização do Seminário que incluiu a realização da primeira serenata na Sé Velha depois de 1969, em Maio de 1978
. II Seminário sobre o Fado de Coimbra
Organização do Seminário, em Maio de 1979
Na sequência destes eventos foram desenvolvidas, nomeadamente, as seguintes ações:
- Edição: do disco “Coimbra tem mais encanto”; do opusculo Fado de Coimbra ou Serenata Coimbrã? da autoria de Francisco Faria; do livro “O Canto e a Guitarra na Década de Ouro da Academia de Coimbra (1920-1930), da autoria de Afonso de Sousa; do disco “Zeca em Coimbra”; viabilização da edição do álbum com seis discos “Tempos de Coimbra. Oito décadas no canto e na guitarra”.
- Escola de Fado de Coimbra
Criação e financiamento da Escola que funcionou no Edifício Chiado de 1979 a 1981, sob a direção de Jorge Gomes e Fernando Monteiro
- Guitarras de Coimbra
Exposição temporária. Edifício Chiado, em 1982, comissariada por Berta Duarte e Carlos Serra (Museu Académico)
- Fado de Coimbra – Memória Fonográfica (1896-1930)
Exposição temporária, em 1986, comissariada por Berta Duarte e Carlos Serra (Museu Académico)

- Eventos de apoio ao Artesanato da Região de Coimbra
. Colóquio sobre o Artesanato
8 a 11 de Novembro de 1979
Organização e publicação das respetivas Atas
. Jornadas sobre a Cerâmica em Coimbra
Janeiro de 1981
Organização e publicação das Atas, editadas pela Comissão de Coordenação da Região do Centro.
. Casa do Artesanato da Região de Coimbra que funcionou no edifício da Torre de Anto de 1979 a 1995
. Exposições sobre as Técnicas Tradicionais da Região de Coimbra, a saber:
-Tecelagem da Região de Almalaguês
Exposição temporária. Edifício Chiado, de 21 de Outubro a 5 de Novembro de 1978. Encenação e catálogo de Henrique Coutinho Gouveia
- Funilaria e Latoaria na Região de Coimbra
Exposição e demonstrações ao vivo realizadas na Casa de Artesanato da Região de Coimbra, a partir de 7 de Setembro de 1979. Organização de Ângela Sobral
- Palitos de Pá e Bico
Exposição itinerante. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, Novembro de 1979.
Organização do Museu e Laboratório Antropológico da Universidade de Coimbra
- Estatuária Popular de Gondramaz
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, 27 de Novembro de 1982.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Colheres de Pau
Exposição temporária. Casa do Artesanato da Região de Coimbra, Fevereiro, Abril 1985.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- O Último Tamanqueiro de Cantanhede
Exposição temporária. Organização em colaboração com o Instituto Português do Património Cultural. Casa do Artesanato da Região de Coimbra. Janeiro de 1986.
Texto de apresentação da Margarida Coutinho Gouveia
- Barros Vermelhos do Carapinhal
Exposição temporária. Casa do Artesanato da Região de Coimbra. 1987
Planificação de duas exposições sobe o tema a primeira com texto de Berta Duarte
- Barros Vidrados de Casal do Redinho
Exposição temporária. Casa de Artesanato de Coimbra, de 16 de Março a 31 de Maio de 1980.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral

Deste conjunto de exposições recolhemos a respetiva documentação de apoio. Neste âmbito foram, ainda, organizadas as seguintes exposições em ordem às quais não dispomos de documentação:
- Faiança Esmaltada de Coimbra
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, 1980
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Rendas de Semide
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Cobres de Oliveira do Hospital
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Cestaria em Vime
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, de Fevereiro a Setembro de 1980.
Planificação e texto de apresentação de Berta Duarte
- Esteiras de Arzila
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Serralharia Artística. Homenagem da CMC a José Pompeu Aroso
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, em Julho 1980. Planificação e texto de apresentação de Berta Duarte
- Barros Pretos de Olho Marinho
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, de Dezembro de 1980 a Abril de 1981.
Planificação e texto de apresentação de Berta Duarte
Esta exposição foi posteriormente reapresentada com texto e apresentação de Ângela Sobral.
- Antonino de Castro, Peneireiro
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, em 1989.
Planificação e texto de apresentação de Ângela Sobral
- Bordados da Madeira
Exposição temporária. Casa de Artesanato da Região de Coimbra, de Outubro a Dezembro de 1983.
Planificação e texto de apresentação de Berta Duarte

- Eventos sobre a salvaguarda do património cultural
. I Encontro sobre a Salvaguarda do Património Cultural
Organização, Dezembro de 1980
. Seminário sobre a recuperação do Centro Histórico de Coimbra
Organização. Fevereiro de 1982
. Museu dos Transportes Urbanos
Planificação, montagem e abertura na antiga remise dos carros elétricos.
Organização e textos de Rodrigues Costa.

- Semana de Coimbra no Estoril, 8 a 17 de Junho de 1984
Evento que para além da apresentação diária de grupos de fado de Coimbra e de grupos folclóricos, da gastronomia regional e da realização de uma Serenata de Coimbra junto à Igreja de S. Estêvão, em Lisboa, integrou as exposições a seguir enumeradas.
. Técnicas tradicionais da Região de Coimbra em que foram apresentados as seguintes mostras: Faiança Esmaltada de Coimbra; Rendas de Semide; Artefactos de Madeira; Cobres de Oliveira do Hospital; Funilaria e Latoaria; Tecelagem de Almalaguês; Cestaria em Vime.
. Coimbra antiga
Textos de A. Carneiro da Silva
. 6 Fotógrafos de Coimbra
Textos de Manuel Miranda
. Pintores de Coimbra
Textos de A.F. Rodrigues da Costa
. Medalhística. Homenagem a Cabral Antunes
Textos de A. Carneiro da Silva

Rodrigues Costa, que agradece a colaboração das Dr.ªs Berta Duarte e Ângela Sobral.

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por Rodrigues Costa às 18:35

Quinta-feira, 22.10.15

Coimbra, a Exposição Distrital de 1884

… Coimbra encontrava-se em 1884 – como aliás tem sucedido geralmente ao, longo da sua história – impregnada pelo setor terciário, o qual lhe emprestava uma fácies muito peculiar. Contudo, também o setor secundário não estava ausente, pois eram ali exercidas múltiplas atividades artesanais e mesmo algumas industriais. Entre as primeiras contavam-se as seguintes: cordoaria, correaria, caldeiraria, funilaria, chapelaria, marcenaria, alfaiataria, sapataria e artes gráficas (tipografia e encadernação). Das segundas destacavam-se: algumas indústrias alimentares (moagem, massas alimentícias e bolachas), metalurgia e metalomecânica, carpintaria mecânica e cerâmica.
… As primeiras atividades artesanais referidas (cordoaria, correaria, caldeiraria, funilaria e ourivesaria) como que haviam chegado ao fim do seu ciclo, aparecendo escassamente representadas … começava já em 1884 a esboçar-se uma tendência que o futuro se limitaria a acentuar: «que a ourivesaria d’esta cidade é mais um commercio do que uma arte nobre!» … Tendência similar – isto é, a crescente preferência dada à distribuição relativamente à produção – vamos encontrá-la também na marcenaria, na sapataria e na alfaiataria.
… Além das cerca de 10 tipografias … e de um número considerável de minúsculas oficinas de diversos ramos, localizam-se na «Lusa Atenas», em 1884, 40 estabelecimentos industriais … O maior número de estabelecimentos pertencia à metalurgia/metalomecânica e à cerâmica, com 14 unidades cada, seguindo-se a indústria alimentar, com 6, os transportes (fabrico) com 3 e os ramos do sabão, das madeiras e misto (moagem de cereais e de vidrado, para a cerâmica), com 1 cada. Trata-se ainda, na maioria dos casos, de manufaturas e até, provavelmente, de algumas oficinas.
… Considerada, globalmente, pode dizer-se que a indústria coimbrã, a par de alguns ramos tradicionais que definhavam, apresentava outros em desenvolvimento, como os das indústrias alimentares, metalurgia/metalomecânica e madeiras.

Mendes, J.M.A. A Indústria no distrito de Coimbra na Época da Exposição de 1884. In 1.º Centenário da Exposição Distrital de 1884. Coimbra. Simpósio. 30 de Junho e 1 de Julho de 1984. Coimbra, Edição do Secretariado das Comemorações, p. 12 a 16

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por Rodrigues Costa às 15:09


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