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No Arquivo Histórico Municipal de Coimbra encontra-se patente ao público uma pequena exposição que tem por tema «D’este mal de peste, que Deus nos livre».
A mostra impõe-se por si e, embora refletindo as limitações do exíguo espaço disponível, afirma-se, sobretudo, pelo excelente Catálogo que insere ainda um belíssimo estudo relacionado com a documentação encontrada e exposta.
Tanto o catálogo, como a exposição resultam do trabalho levado a cabo pelas funcionárias daquele departamento municipal.
D’este mal de peste, que Deus nos livre.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Capa, pormenor.
O título que é uma citação tirada da página 35, do Livro dos Acordos e Vereações da Câmara de Coimbra, do ano 1598.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Pg. 35
Profusamente ilustrado é o seguinte o teor da sua apresentação.
Os tempos extraordinários que estamos a viver, determinaram o confinamento em Março de 2020, devido à pandemia de COVID-19, que afectou o nosso país. O AHMC, como outros serviços da administração pública, teve que encerrar ao público.
Readaptando o nosso trabalho arquivístico a estas circunstâncias, encetámos uma pesquisa sobre o tema das doenças, ao longo da história: como é que a cidade de Coimbra, vivera estas situações ao longo dos séculos, como se organizara, que medidas tomara para proteger a população, e assegurar a sobrevivência, como enfrentara a adversidade e gerira o bem comum.
O objetivo seria divulgar essa informação, quando pudéssemos reabrir novamente, através da organização de um projecto expositivo, num formato físico, no espaço da sala do Arquivo que pudesse ser visitável, ou num formato digital (pdf), para divulgar através do espaço do Arquivo Histórico no site do Município.
Assim sendo, que tipo de documentos nos forneceriam as melhores informações sobre este assunto, no nosso Arquivo, e noutros arquivos, que tipo de fontes históricas devíamos analisar?
O primeiro passo desta investigação, para os que conhecem os nossos instrumentos de descrição documental, seria através da consulta do Catálogo do AHMC, e do inventário antigo de Ayres de Campos.
Numa segunda etapa, pesquisámos também os Anais do Município de Coimbra de, 1640-1668 e de 1840 até 1959, a melhor forma de referência para encontrar deliberações do executivo municipal, ao longo do tempo.
Encontrámos bastantes referências: do século XIV até ao século XX. O difícil iria ser, ter de selecionar.
D’este mal de peste, que Deus nos livre. Pg. 15. Extraído de Tractado repartido en cinco partes principales que declaran el mal que significa este nombre peste […], Ambrosio Nuñez, em Coimbra, na Officina de Diogo Gomez Loureyro, 1601.
Uma recomendação: trata-se de uma exposição para ver e de um catálogo para ler e analisar. Espero, proximamente, voltar a este tema.
Rodrigues Costa
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