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A fonte do Castilho, com um conjunto de rara beleza, encontra-se situada na brasonada Quinta das Canas, na Lapa dos Esteios, na margem esquerda do rio Mondego.
Entrados na Quinta e caminhando para a Lapa dos Esteios, encontramos do lado direito a fonte dedicada ao «cantor da Primavera» (António Feliciano de Castilho). Esta exibe a sua efígie dentro de um medalhão de pedra que encima a bica da fonte, dentro de um coração, que despeja a água para uma bacia em forma de meia concha que, por sua vez, é vazada para um tanque decorado.
Na sombra das árvores, quatro estátuas simbolizando a Fé, a Esperança, a Caridade e a Morte (?), embelezam o local.
Esta quinta foi vendida ... em 1979, para alojamento da Guarda Fiscal, da Guarda Nacional Republicana ... Para dar a conhecer tão rara beleza do património Coimbrão, o Comando do Batalhão da Guarda Fiscal organiza diariamente visitas guiadas a esta maravilha da natureza.
Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 105
... nesta cidade desde o remoto ano de 1526 (data em que Gil Vicente pela primeira vez aportou a esta cidade, para representar uma das suas farsas) até ao meado do século XIX, muitas informações se acumularam ...a Coimbra tocou a honra não só por três vezes haver acolhido dentro das suas muralhas o glorioso fundador do teatro popular português, mas de ter sido o genuíno berço do teatro clássico, personificado nos seus mais altos representantes: Jorge Ferreira de Vasconcelos, nascido nos campos do Mondego (em Montemor-o-Velho), que casou nesta cidade, nela escreveu e provavelmente viu representar a sua comédia «Eufrosina», cuja ação aqui decorre; Francisco de Sá de Miranda, natural desta cidade e nela criado, onde escreveu e possivelmente fez também representar as suas comédias «Estrangeiros» e «Vilhalpandas»: e António Ferreira, lente da faculdade de leis, que ensinou e aqui escreveu e viu representar na Universidade a sua tragédia «Castro», de tema medularmente coimbrão, como é a morte de Inês de Castro.
Focando-se a época do renascimento do teatro, no segundo quartel do século XIX, em que – como seu reformador – coube a Almeida Garrett o papel de maior relevo, pode também entrever-se que fora em Coimbra... como autor e ator curioso, preparara as suas primeiras armas para triunfar na difícil tarefa que mais tarde havia de tomar sobre os seus ombros; e foi de Coimbra que, designadamente a partir da fundação da Nova Academia Dramática (1838), o notável escritor recebera o mais apreciável impulso para com êxito acometer o ingente empreendimento da renovação do teatro português que tão felizmente logrou iniciar.
E mais se apurou que nesta cidade se apresentaram, como dramaturgos ou atores amadores, para fainas que os alçapremaram a beneméritos da arte dramática nacional: António Feliciano de Castilho... famoso autor e tradutor de obras da literatura dramática; João de Lemos... autor de um drama famoso; os jurisconsultos Paulo Midósi e António Joaquim da Silva Abranches, autores de peças que tiveram retumbantes sucessos; Francisco Palha, António da Costa, Francisco Soares Franco e Francisco Soares Franco Júnior, e tantos outros, todos filhos da Universidade de Coimbra e aqui tendo estagiado em teatrinhos particulares de amadores ou no Teatro Académico.
... É certo que já nos reinados de D. Sancho I e D. Afonso II aparecem referências a determinada forma dramática, pois que no ano de 1193 o primeiro desses monarcas fez doação de um casal aos dois bobos «Bonamis» e «Acompaniado»... os quais por sua parte se consideraram na obrigação de dar um «arremedilho» ao doador.
Loureiro, J.P. 1959. O Teatro em Coimbra. Elementos para a sua história. 1526-1910. Coimbra, Câmara Municipal. Pg. 3, 4,14
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