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- TASCA DO PINTO
Localização: Rua do Cabido
Tasca do Pinto
Localizada no extremo da Rua do Cabido, junto ao Largo de S. Salvador, no centro nevrálgico da Alta, sempre teve com a comunidade universitária.
A Tasca do Pinto, O Pinto, ou O Pintos, como mais normalmente é designada, embora o nome oficial seja Casa Pinto, Comidas & Petiscos, primeiramente tinha como fregueses funcionários da Universidade e dos Hospitais da Universidade, que gradualmente foram sendo substituídos por estudantes.
Os HUC e algumas faculdades foram transferidos para outras zonas da cidade, os funcionários da Reitoria e das faculdades que ficaram foram perdendo o hábito de aí virem, mas deixaram uma marca da sua passagem. Foram os insistentes pedidos de ‘uma sopinha’ que fez juntar as refeições ao tradicional serviço de vinhos e petiscos.
A taberna que nos anos 40, O Espanhol aí criara num armazém de lenha para uso doméstico, viera substituir uma outra destruída pelo Estado Novo quando arrasou parte da 'alta' para edificar o complexo universitário.
Tasca do Pinto, cartaz assinado por clientes
O casal Luís Pinto e Adelina tomou-a de trespasse em 1978, poucos meses após regressar de Moçambique, e conferiu uma nova identidade, à antiga taberna, transformando-a num ex-libris da 'alta'.
Coimbra que na sua vida viram apenas para tomar o comboio na partida para Moçambique, ficou na ideia deste casal do concelho de Meda, e para ela rumaram na esperança de dar um melhor futuro às filhas.
Tasca do Pinto, decoração
A Queima das Fitas, em maio, e a Latada, em outubro/novembro, em que a Universidade festeja a entrada de novos estudantes, eram momentos marcantes na taberna do Pinto. O movimento intenso de estudantes, que contava também com familiares e antigos estudantes que a frequentaram há 10, 20 e mais anos.
Nas paredes das duas salinhas, ornamentadas com meia dúzia de mesas, ficaram testemunhos da passagem – fotos, recortes de jornal, ou até desenhos e pinturas, algumas delas a evocar o tempo passado na Taberna do Pinto.
Por cima do balcão, tal como bandeiras desfraldadas, dezenas de pontas de gravatas negras testemunham a passagem por aí de estudantes a festejar o rasganço do traje académico, quando terminam o curso.
Acabaram as tradicionais pipas de vinho, tal como o progresso as fez desaparecer de outras tascas da cidade, mas o vinho continuava a ser servido ao copo, a acompanhar os já confecionados petiscos que faziam crescer a água na boca: a sardinha frita de escabeche, a sardinha albardada, o carapau frito ou as iscas de fígado.
Nas refeições faziam honras da casa, o arrozinho de pimentos e a bifaninha, bem temperada com alho, sal, um pouco sal, colorau e vinho branco.
A vida do casal Adelina e Luís, estava dentro daquelas portas!
- TASCA DA PALMIRA, depois MIJA-GATO
Localização: Rua do Carmo
Pelos anos vinte e trinta do século XX, ao fim do dia, quando as oficinas se iam fechando a tasca da Palmira era passagem obrigatória dos mestres serralheiros Daniel Rodrigues e Albertino Marques. Era raro o dia que não aparecesse também o pintor Álvaro Eliseu e o canteiro João Machado Júnior para petiscar, beber um copo e cavaquear.
Tasca do Mija-Gato
Mais tarde este lugar de encontro na rua do Carmo, com uma mudança de proprietários passou a chamar-se “Mija-Gato”, com a iconografia do nome estampado no vidro das portas texanas.
O espaço foi recentemente comprado pelo proprietário do adjacente Restaurante Cantinho dos Reis.
Carlos Ferrão
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