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A primeira notícia conhecida e que nos fala da possibilidade de criar uma Faculdade de Letras na Universidade de Coimbra remonta ao tricentenário da morte de Camões, ocorrido em 1880. Este organismo e a academia não se mantiveram passivos frente a um acontecimento de tamanha monta.
Coimbra, inauguração do monumento a Camões
O final do século XIX foi fértil em comemorações que iam sendo aproveitadas pelos partidos, pela monarquia ou pelas sociedades secretas. O camoniano, bem inserido no espírito romântico e imbuído de nacionalismo, em virtude da incúria real, acabou por servir os republicanos.
Procissão cívica da comemoração do centenário camoniano. Lisboa. In: “O Occidente”
Reunido o colégio universitário conimbricense em Claustro Pleno no dia 17 de abril de 1880, foram apresentadas várias propostas tendentes a comemorar condignamente a efeméride. O Dr. Augusto Filipe Simões, entre outras medidas, apontou para a necessidade de instituir uma Faculdade de Letras, que, simultaneamente, celebrava o tricentenário e preenchia uma lacuna já sentida no quadro das faculdades vigentes.
Este alvitre veio a transformar-se em reivindicação, porque em 1888 na sessão solene da abertura da Universidade, o Reitor Adriano de Abreu Cardoso Machado, prometeu empregar todos os esforços, a fim de atingir esse objetivo e em 1907, uma comissão de professores das diversas faculdades empenhou-se para conseguir fins idênticos.
As propostas quedaram-se pelas intenções e só trinta anos após a primeira tentativa, já então num quadro político e mental bem diverso, se veio a concretizar aquilo que o Doutor António Ribeiro de Vasconcelos considerava “uma necessidade urgente e inadiável”.
Faculdade de Letras, localizações.
Depois da implantação da República, as diversas conjunturas nacionais sofreram fortes mutações e a instituição universitária não escapou ao embate; suprimiram-se algumas faculdades e criaram-se outras em sua substituição, ou a preencher lacunas há muito reconhecidas. É neste contexto que o Decreto com força de lei de 19 de abril de 1911 funda a Faculdade de Letras.
Este alvitre veio a transformar-se em reivindicação, porque em 1888 na sessão solene da abertura da Universidade, o Reitor Adriano de Abreu Cardoso Machado, prometeu empregar todos os esforços, a fim de atingir esse objetivo e em 1907, uma comissão de professores das diversas faculdades empenhou-se para conseguir fins idênticos.
As propostas quedaram-se pelas intenções e só trinta anos após a primeira tentativa, já então num quadro político e mental bem diverso, se veio a concretizar aquilo que o Doutor António Ribeiro de Vasconcelos considerava “uma necessidade urgente e inadiável”.
Anacleto, R.; Poilicarpo, I.P.L. O arquitecto Silva Pinto e a Universidade de Coimbra, em Universidade(s). História. Memória. Perspectivas, vol. 2, Congresso História da Universidade. 7.º centenário. Coimbra, 1991, p. 327-346.
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