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Partindo dos elementos da fachada, nota-se que se distribuem através do plano vertical, com pequeno jogo de volumes, pois, compõem-se de pilastras dóricas, ficando, nos três espaços centrais, as três portas de frontões, que são sobrepujadas por outras tantas janelas, também superiormente decoradas; nos dois laterais, há quatro nichos, com as imagens de santos jesuítas dos primeiros tempos, figurando Sant’Inácio, São Luís Gonzaga, São Francisco Xavier e São Francisco de Borja, respetivamente distribuídos em grupos, a cada lado.
Sé Nova, fachada
Logo por cima, tem lugar o corpo superior, mais estreito, conforme previam os cânones epocais, oito por dois agrupamentos de pilastras jónicas, sustentando frontões interrompidos, além daquele central, mais elevado, num espaço preenchido pelas armas heráldicas nacionais. Três grandes janelas iluminavam a nave; duas outras, como que flanqueiam aqueles símbolos portugueses.
Felizmente, harmonizam as diferenças de largura duas enormes aletas fitomórficas, que quase chegam à base das esculturas dos apóstolos São Pedro, bem como de São Paulo, qualquer delas em dimensões correspondentes ao dobro do que seria natural.
Grandiosos pináculos piramidais, alongados, e terminados em composições esferoidais, parecem indicar a suprema projeção da cruz redentora, colocadas no topo da composição frontal.
Vista no geral, a vastíssima nave, tipo salão de reconhecida largueza, cheia de luz, é de quatro tramos, também divididos por pilastras dóricas aos pares, que suportam grandes entablamentos: entre cada conjunto lateral, abrem-se capelas nos flancos, cujas entradas são de pilastras iguais às mencionadas. Comunicam entre si, de modo que há como que corredores estreitos, longitudinais às linhas axiais da mesma nave.
Sé Nova, nave
Realçam-se, mais ainda, certos aspetos arquitetónicos: às pilastras correspondem, nos abobadamentos, arcos torais de menor teor, nos quais se fazem apoiar os caixotões, que formam, por tramo, três ordens, com onze cada.
Todavia, nas abóbadas dos braços do transepto, bem assim da capela-mor, têm tramos mais curtos, somente de duas ordens de treze quartelas.
Justamente, depois, a cúpula do cruzeiro, sem tambor intermédio, reproduz uma portentosa configuração hemisférica, composta de cinco notáveis ordens de caixotões, tendo seis cada qual. Também assenta num entablamento, circular, apoiado nos arcos, por intermédio de triângulos esféricos, e termina por um lanternim; externamente, fica posicionada num maciço quase cúbico.
Coutinho, J.E.R. 2003. Sé Nova de Coimbra. Colégio das Onze Mil Virgens – Igreja dos Jesuítas. Coimbra, Paróquia da Sé Nova, pg. 35-38
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