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A' Cerca de Coimbra



Quinta-feira, 11.02.16

Coimbra: os grandes incêndios ocorridos no século XX 1

… os sinais de alarme nas torres das igrejas (badaladas), em caso de incêndio, e que eram os seguintes: «Sé Nova, 10 badaladas; Sé Velha, 11; S. Bartolomeu, 12; Santa Cruz, 13; Santa Clara, 14; e Santo António dos Olivais, 15».

- Incêndio na Escola Brotero
… pelas 3.45 horas (12 de Janeiro (de 1917) um violentíssimo incêndio destruiu completamente a Escola Brotero e as instalações da Hidráulica. Não houve mortos. Na Escola Industrial estavam matriculados 442 alunos que vão ficar sem aulas.
… O fogo principiou no arquivo da 2.ª Direção dos Serviços Fluviais e Marítimos e propagou-se rapidamente ao laboratório químico … teve uma extensão de 100 metros, chegando a ameaçar os paços municipais.

- Incêndio na Tabacaria Crespo
… violento incêndio … edifício ficava na Rua Ferreira Borges … hoje Papelaria Cristal.
Na madrugada de 23 de Fevereiro, cerca de 1 hora (23/2/1923) os «toques a incêndio emanaram das torres da cidade e os gritos da população anunciaram a mais negra cena lutuosa, que há memória na cidade» … «O foco incendiário teve origem no 2.º andar (morada dos proprietários e criados). Envoltos em fogo, Eduardo Crespo lançou para a rua um filho de 6 meses, recuperado pelo ’chauffer’ Alberto Baptista (o 1.º que deu pelo sinistro) e Eduardo saltou atrás do filho, estatelou-se no lajedo e morreu 3 horas depois.
… A população tentou retirar e proteger alguns bens … e foi surpreendida pela derrocada dos andares superiores … 14 mortes a lamentar com funerais municipais.

- Incêndio nos Correios
Um pavoroso incêndio acontecido a 2 de Janeiro de 1926 … destruiu completamente a estação telégrafo-postal, bem como os serviços telefónicos que ali estavam instalados … pelas 4 e meia horas da madrugada a torre de Santa Cruz deu sinal de incêndio … As labaredas envoltas em negras nuvens de fumo fundiram vários fios e próximo da Manutenção Militar caíram dois postes, um deles no telhado do mercado do peixe … O rescaldo durou alguns dias.

- Incêndio no Coliseu de Coimbra
… incêndio, em 4 de Abril de 1935, que devorou a praça de touros de Santa Clara, denominada de Coliseu de Coimbra e que fora inaugurada em 26 de Julho de 1925 … «As labaredas atingiram alturas elevadíssimas e espessos rolos de fumo preto elevaram-se no espaço … meia-hora depois do início do incêndio a vasta praça era um braseiro imenso. Ficou apenas de pé a cabine cinematográfica construída em cimento armado … A última tourada que ali se realizou foi em 17 de Julho de 1934. A lotação era de 10.000 pessoas. A arena era a maior de todas as praças do País. Com o desaparecimento do Coliseu perdeu a cidade um magnifico recinto de espetáculos, onde não só se levaram a efeito algumas das mais grandiosas e importantes touradas realizada no País, como grandes festas desportivas, etc., não levando em conta as sessões cinematográficas durante a quadra estival que levaram o público a afluir em massa».

- A tragédia de 6 de Julho de 1938
»… os Bombeiros Municipais que tinham recebido algum material novo quiseram testar o mesmo, incluindo no programa das festas da Rainha Santa um exercício de ataque a fogo real.
Ergueu-se para o efeito, na Praça da República, uma casa-esqueleto de 17 metros de altura, cujos três andares foram ocupados por 13 jovens que se faziam passar por inquilinos.
O guião do exercício consistia em deitar fogo ao prédio e recolher, sãos e salvos, os seus moradores.
A partir de um monte de lenha e de estopa embebida em gasolina e do riscar de um fósforo foi fácil criar o incêndio. Dominá-lo é que se tornou impossível.
… Alguns, já feitos tochas humanas, atiraram-se de 17 metros de altura, morrendo ao embater no solo. Outros, sem coragem para tal gesto, pereceram carbonizados.
Salvou-se, apenas um por não ter sofrido ainda queimaduras saltou em último lugar. A lona estava, nessa altura, suficientemente tensa para amparar.
… Os funerais das 12 vítimas realizaram-se no dia seguinte para o cemitério da Conchada, com milhares de pessoas incorporadas no cortejo fúnebre.

Nunes, M. 1998. Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, Das origens aos nossos dias. (1889-1998). Páginas para a história de Coimbra. Coimbra, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra. Pg.44, 48, 61 e 62, 64 a 66, 71, 86 e 87

 

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por Rodrigues Costa às 10:58



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