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A' Cerca de Coimbra



Terça-feira, 05.11.19

Coimbra: Memórias de um salatina 1

Extrato de uma comunicação apresentada no ciclo de conferências comemorativo dos 900 anos de Almedina.

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Coimbra. Alta. 1930. Foto Varela Pècurto

A Alta era um bairro, se assim lhe chamarmos, maioritariamente pobre. Muitas das casas eram pequenas para tantos filhos e com muito pouca privacidade, não tinham eletricidade e utilizavam-se, habitualmente, bacios e latrinas.
Ali conviviam, basicamente, três grupos sociais.
O primeiro grupo era o dos donos das grandes casas de famílias de nome conhecido e posses mais ou menos alargadas que incluía alguns Professores da Universidade.

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Casa da Família Costa Lobo

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Casa do Professor Doutor Costa Pimpão

O segundo grupo eram os estudantes que tanto viviam em Republicas

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República dos Kagados

Como em casas que alugavam quartos e ainda em pensões.

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Casa da pensão da Aninhas, na Rua da Boavista

O terceiro grupo era os chamados salatinas. Uma mistura de empregados de escritório e de balcão, de funcionários públicos, de operários, de motoristas de táxi, de policias, vendeiras da praça e de artesãos das mais diversas profissões.
Ainda povoam a minha memória.
Quatro sapateiros. O Sardinha, na rua do Loureiro, era o sapateiro da Académica. Perto deste, na mesma rua, havia o sapateiro conhecido por Guilherme e na Rua de Sobre Ribas o Senhor Augusto.

Diap. 28a.jpg

Rua das Flores casa que foi do latoeiro

Latoeiros havia dois. O da rua das Flores que tinha um ramalhete de filhas para as quais os mais crescidos iam olhando. O outro era na ruas das Fangas.

Diap. 29a.jpg

Onde havia uma serralharia, há um bar … vá lá chama-se Bigorna

O Sr. São Bento – seria apelido ou alcunha? – era um serralheiro afamado, junto à Sé Velha, no início da Rua das Covas.

Rodrigues Costa (continua)

 

 

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por Rodrigues Costa às 13:22


11 comentários

De Anónimo a 13.11.2019 às 12:31

Muito Obrigado Doutor.
Vou ficar atento e mais uma vez curioso.
Gostava de o informar que eu sou Filho do Calmeirão Sapateiro e Mandador de Fogueiras. Chamava-se António Monteiro. Vivi na casa das Ruas das Covas ate aos 20 anos. Assisti à uns anos atrás um Grupo de Salatinas que descerrou uma lapide na casa onde ele e eu moramos.
Muito obrigado Doutor Rodrigo Costa.

De Anónimo a 13.11.2019 às 18:45

Caro Senhor
É bom saber que se é filho de uma Pessoa que Coimbra conheceu e admirou. Eu vi, uma vez, o seu Pai a mandar umas fogueira onde hoje está a estátua de D. Dinis. Valei-me a mim e ao meu irmão velho uma valente tareia pois fomos sem autorização. Outros tempos.
A surpresa de que falei é uma fotografia que eu não conhecia do Senhor seu Pai, trajado de lente de direito.
Obrigado pela sua palavras amigas, Rodrigues Costa

De Anónimo a 14.11.2019 às 15:48

Novamente boa tarde Doutor.

Pode-me mandar um email dos seus para poder enviar umas fotos do Calmeirao meu Pai. O meu é aluis1954@gmail.com. Muito Obrigada.

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