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A comunicação social, noticiou, que o edifício onde estivera instalada a Manutenção Militar, sito na Avenida Sá da Bandeira, fora reintegrado no património da Câmara Municipal de Coimbra. Esse sucedimento ficou a dever-se, numa primeira conjuntura, ao facto de, na escritura assinada no ano de 1899 entre a edilidade aeminiense e o então Ministério da Guerra figurar uma cláusula que previa a reversão do imóvel para a posse da autarquia, no caso de o “antigo matadouro e respectivos terrenos contíguos” deixarem de ser utilizados para fins militares.
Edificio primitivo da Manutenção Militar
Na sequência da extinção das ordens religiosas acontecida em 1834, a Câmara de Coimbra tomou posse, em 15 de dezembro de 1836, dos edifícios, e não só, do extinto mosteiro de Santa Cruz que lhe haviam sido cedidos pelo Estado; contudo, devido a dúvidas e a abusos de diversa índole ... o governo fez publicar, a 30 de julho de 1839, uma carta de lei destinada a esclarecer que tinham sido concedidos ao município os edifícios do extinto mosteiro de Santa Cruz, com exclusão da igreja e suas dependências, o pequeno laranjal, a horta e a encosta que ficam contíguas aos mencionados edifícios e terminavam na estrada pública situada na zona da Fonte Nova.
Para além da rua que ligava a estrada de Montarroio à horta fradesca, mas ainda no âmbito dos terrenos pertencentes à Câmara, erguia-se o matadouro dos crúzios que, posteriormente, passou a funcionar como municipal. Esse terreno pertencia à edilidade que, após a retirada do matadouro cedeu, por escritura, o terreno, a fim de aí se ergueu o edifício da Manutenção Militar; o imóvel, ao longo dos anos, foi-se ampliando.
Manutenção Militar, ainda se vislumbrando a antiga Viela do Hospício que
durante séculos serviu de saída da Cidade para Norte
Pretende, agora, a Câmara Municipal instalar no imóvel, para além de outras valências, os diversos núcleos do Arquivo Municipal que, ao presente, se encontram dispersos. Para além de dar vida a um imóvel que se encontrava inerte em pleno centro histórico vai facilitar o conhecimento e o estudo de um acervo muito valioso capaz de contribuir para o aprofundar do conhecimento histórico da nossa cidade.
Anacleto, R. In: Diário de Coimbra, 29563, Coimbra, 2017.05.26
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