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Fruto dos amores ilegítimos de um estudante de Direito (mais tarde Juiz) com uma tricana, Pessanha formou-se também em Direito, em 1891. Exerceu a advocacia, em Coimbra, mas em 1894, partiu para a ex-colónia portuguesa do Oriente, para desempenhar o cargo de professor do liceu. Provido, em 1900, no lugar de Conservador do Registo Predial, levou uma existência tormentosa, irregular, viciado na ópio.
… Apesar de ficar cativo pelo Oriente, jamais deixou de divulgar a sua terra, o seu país, as suas gentes, os costumes e a cultura ocidental … quase indiferente ao destino dos seus poemas, que escrevia em papéis soltos, que oferecia e se dispersavam, foi um grande colecionador de cerâmica oriental, que se encontra, atualmente, em Lisboa e no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, instituição a quem a doou.
A obra poética resultou da reunião dos seus poemas pelo amigo João de Castro Osório, e que Pessanha intitulou de “Clepsidra” … que inculca o sentimento melancólico de que a vida corre do tempo, de que o próprio homem é constante passagem e se esvai no tempo.
Clepsidra é considerada a obra literária mais representativa do simbolismo português. Postumamente, foi editado um volume, “China”, que reúne ensaios sobre a civilização e literatura chinesa, incluindo uma tradução de oito elegias chinesas da autoria do poeta de Coimbra.
Nunes, M. 2005. Estátuas de Coimbra. Coimbra, GAAC – Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. Pg. 63 e 64
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