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A' Cerca de Coimbra



Segunda-feira, 09.05.16

Coimbra e as invasões francesas 4

A 25 de Junho de 1808, saiu de Coimbra em direção à Figueira … um destacamento de 40 voluntários, na sua quase totalidade estudantes, sob o comando de um estudante da Universidade e sargento de artilharia, de nome Bernardo António Zagalo, com o fim de se apoderar do Forte de Santa Catarina.

Zagalo ordenou … que este destacamento … tomasse pela margem esquerda do Mondego, enquanto ele, com quatro cavaleiros seguia pela margem direita … Por toda a parte onde passaram se aclamou o príncipe regente, com repiques de sinos e inúmeros vivas, descobrindo-se as armas reais, onde se encontravam ocultas.

Uma vez juntos em Montemor-o-Velho, prosseguiram na sua caminhada durante a noite, chegando à Figueira às 7 horas da manhã, acompanhados por cerca de 3.000 homens das ordenanças, armados de piques, foices e lanças.

O sargento Zagalo determinou o ataque da vila por duas divisões … Aprisionaram 11 franceses, que andavam fora do forte, e puseram sentinelas à porta do governador.

Encaminharam-se seguidamente para o forte, com o fito de obrigarem a guarnição a render-se pela fome … Mas, adiantando-se o povo temerariamente … o sargento Zagalo surgiu à sua frente e obrigou-o a retroceder.

Nesse momento, porém, os franceses dispararam mosquetaria e uma peça de artilharia sobre o povo que, avisado a tempo, se prostrou no chão, ninguém tendo sido atingido.

… como se estabelecera rigorosamente o cerco … o sargento Zagalo intimou os franceses a renderem-se … ao que o comandante, que era um tenente de engenheiros português, declarou que não podia render-se em virtude do perigo em que colocaria a sua família, que se encontrava em Peniche, em poder dos franceses.

Por esse motivo prosseguiu o cerco e, no dia 17 … recebeu o sargento Zagalo ordem do governador de Coimbra para regressar imediatamente a esta cidade.

Como, porém, desejava terminar satisfatoriamente a empresa a que metera ombros, propôs ao comandante do forte que se entregasse, podendo seguir com a sua gente para Peniche, levando espingardas e mochilas, sem pólvora nem balas.

Aceite a condição … descarregaram-se as espingardas e os franceses foram embarcando para atravessar o rio e tomarem o rumo de Peniche.

O povo, porém, não tendo aprovado esta convenção verbal, foi examinar as cartucheiras dos franceses, descobrindo mais de 20 cartuchos em cada uma, ficando em consequência todos prisioneiros, além de dois tenentes

… A bandeira portuguesa foi arvorada no forte, com salvas de artilharia … Posto isto, seguiram para Coimbra, trazendo consigo os prisioneiros, as suas armas e cinco peças de artilharia para defesa da cidade.

Loureiro, J. P. 1967. Coimbra no Século XIX. Separata do Arquivo Coimbrão, Vol. XXIII. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 57 e 58

 

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por Rodrigues Costa às 09:06


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