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A' Cerca de Coimbra



Quinta-feira, 20.10.22

Coimbra: Do castro primitivo à cidade de hoje 2

Em relação às políticas públicas de habitação, o Estado promove um Programa das Casas Económicas com vista à construção de habitações para alojamento da população sem capacidade de fazer frente à lógica do mercado imobiliário. A campanha visava atrair e fixar pessoas, oferecendo condições de estabilidade familiar e de emprego, contribuindo para desencorajar os conflitos laborais.

Dentro deste contexto, nasce em Coimbra o bairro de habitação, englobado no projeto de Planeamento geral da cidade, marcando um novo polo de expansão territorial. Atualmente, chamado de Bairro Norton de Matos, assinala uma das centralidades da rede urbana e marca morfologicamente a ação e convicções de desenho do período pelo qual foi construído.

Coimbra aos pedaços. Bairro Norton de Matos e ig.

 Bairro Norton de Matos e igreja de S. José, anos 50

Nas décadas de 50 a 70, deste mesmo século, é de assinalar o aparecimento de uma nova geração de arquitetos portugueses, nascida pela revolta às convicções urbanísticas impostas pelo regime estadonovista e pela divulgação teórica que saía dos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna europeus.

… Em Coimbra, a ânsia de construir a Cidade Moderna está presente nas experiências realizadas na Solum, uma zona multifuncional da cidade com um modelo reconhecível e delimitado.

Coimbra aos Pedaços. Bairro da Solum 01.jpg

Bairro da Solum. Na parte superior da imagem à  direita, vislumbra-se o início da sua construção

Juntamente com Celas e com o Bairro Norton de Matos, desenha-se uma faixa Nascente de núcleos direcionais do crescimento e consolidação urbana.

Assim, tendo como referência a cidade alta, a expansão de Coimbra foi direcionada em três zonas. A zona Nordeste de Celas

Coimbra aos Pedaços, pg. 24b.png

Hospital da Universidade de Coimbra inserido na área do Pólo III. Urbanização dispersa. O somatório de construções de diferentes escalas, cria vazios desconexos para o conjunto urbano. As formas fragmentadas da urbanização foram conduzidas pelo traçado dos eixos viários. Fonte: Filipe Jorge, 2003, in Coimbra Vista do Céu, p.59.

e Sudeste do Bairro Norton de Matos e Solum.

Coimbra aos Pedaços, pg. 24a.png

Construção do Pólo II da Universidade de Coimbra. Ocupa a área do antigo Pinhal de Marrocos que circundava o território consolidado. “O campus universitário (…) produz novas polaridades monofuncionais que ainda se articulam mal com a morfologia e o quotidiano da cidade.” (DOMINGUES, 2006: 31) Fonte: Filipe Jorge, 2006, in Cidade e Democracia. 30 Anos de Transformação Urbana em Portugal. Coordenação de Álvaro Domingues. p.31.

Cada núcleo com características bem diferentes, são uma referência importante para o processo de crescimento urbano da cidade. Assinalam uma marca tipológica e ideológica gerando diferentes “modelos de cidade” e por isso, cabendo nos seguintes capítulos como uma mostra de cidade autónoma e singular. Contribuem para a diversificação e polarização do conjunto urbano.

Conceitos como limite, fragmentação, continuidade, dispersão e coesão foram importantes para perceber toda a dinâmica que o desenho urbano gera na realidade, ou na chamada dinâmica urbana – aquela onde contribuem todos os domínios da polis.

 

Ferreira, C.C. Coimbra aos pedaços. Uma abordagem ao espaço urbano da cidade. Prova Final de Licenciatura em Arquitectura pelo Departamento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, orientada pelo Professor Arquitecto Adelino Gonçalves. 2007, acedido em https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/13799.

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por Rodrigues Costa às 11:17



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