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Restituído à liberdade (após a prisão resultante do desastre de Badajoz) um dos primeiros cuidados de Afonso I foi armar seu filho cavaleiro, cerimónia celebrada em Coimbra a 15 de Agosto de 1170.
… Nas circunstâncias em que se achava o rei de Portugal a cerimónia celebrada em Coimbra era apenas o prelúdio de resolução mais ponderosa. Fundador de uma nova dinastia, no meio de sociedade igualmente nova, nada mais natural do que conceber Afonso I a necessidade de ir habituando, não só os súbditos, mas também os estranhos a considerarem Sancho como rei, antes que a morte viesse, por assim dizer, produzir uma solução de continuidade entre o pai e o filho e, portanto, na monarquia.
… Em Portugal, não havia instituições particulares que determinassem a sucessão … Não faltava naquela época nem audácia, nem ambição, e a morte do primeiro rei dos portugueses podia produzir sérias perturbações, ou geradas no próprio país ou trazidas de fora … Estas considerações ou outras semelhantes moveram provavelmente Afonso I a associar seu filho ao governo, não por um ato formal, de que não temos notícia, mas dando-lhe larga mão no regimento do estado, principalmente em matérias de guerra.
…
Três dias apenas eram passados desde que Afonso I falecera quando seu filho, que estava longe da corte do velho monarca, chegou a Coimbra para subir definitivamente ao trono que ele firmara à custa de tantas fadigas.
Herculano, A.1987. História de Portugal. Vol. II e III. Lisboa, Circulo de Leitores, pg. 186 e 187, e pg. 9
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