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O Dr. Mário Torres, um conimbricense pelo coração, continua na senda a que se propôs, reeditando, às suas custas, obras relacionadas com a história da nossa Cidade.
Coube agora a vez ao livro Apontamentos para a História Contemporânea seguido de A Nossa Aliada!, título com que publica textos de Joaquim Martins de Carvalho.
Apontamentos para a História Contemporânea, capa
Diz Mário Torres: Na presente edição, com atualização da grafia, reproduz-se a 1.ª edição dos Apontamentos para a História Contemporânea»
Apontamentos para a História Contemporânea, 1.ª edição, capa
complementado pelos «Apontamentos aos Apontamentos para a História Contemporânea», publicados por Manuel Lopes de Almeida, e, em anexo, o opúsculo «A Nossa Aliada!» … sobre as relações de Portugal com a Inglaterra.
Na capa do livro, acrescenta: Recolha de textos, introdução e notas por Mário Araújo Torres.
Já tivemos ocasião de sublinhar a dívida de Coimbra para com o Dr. Mário Torres, que, ao reeditar textos de grande relevância para a história da urbe, coloca obras inacessíveis ao alcance de todos. Como simples cidadão reafirmo e acentuo, de novo e publicamente, que o dever de gratidão da Cidade continua por saldar.
O livro ora reeditado – ao qual esperamos voltar – centra-se na figura de Joaquim Martins de Carvalho, homem de Coimbra, a quem a cidade tanto ficou a dever e a quem – também a ele – tinha obrigação de prestar um reconhecimento digno, dado que a mera atribuição do seu nome à rua onde morreu, a antiga rua das Figueirinhas, se mostra mais do que insuficiente.
Na badana do livro pode ver-se uma gravura que o retrata
Joaquim Martins de Carvalho
acompanhada da seguinte nota biográfica:
Joaquim Martins de Carvalho nasceu em Coimbra em 19 de novembro de 1822 e aí faleceu em 18 de outubro de 1898.
Órfão muito jovem, o regime de morgadio então vigente determinou que a parte substancial do património familiar fosse encabeçada no filho primogénito, Venceslau Martins de Carvalho. Como filho segundo, fora Joaquim Martins de Carvalho destinado à carreira eclesiástica, ao que ele resistiu.
A sua única instrução formal consistiu na frequência, durante um ano, em !833, da aula de Latim no Colégio das Artes, então dirigida por jesuítas.
Deve-se ao seu abnegado esforço de autodidata a aquisição de vastíssimos conhecimentos, sobretudo nas áreas da história e da bibliografia.
Na sua juventude exerceu as modestas profissões de empregado comercial e de latoeiro, que lhe valeu o epiteto de «Doutor Latas» ou «Lord Latas».
Convicto lutador liberal, esteve vários meses preso na cadeia do Limoeiro, em 1847, como membro do Partido Popular («patuleio») contra o cabralismo.
Depois de libertado, dedicou-se ao jornalismo, essencialmente no «Observador» (1847-1853), a que sucedeu, logo em janeiro de 1854, o «Conimbricense» de que foi proprietário, diretor e principal redator, até à sua morte, em 1898.
Liberal progressista, foi membro da Maçonaria e da Carbonária Lusitana.
Promotor do associativismo. sobretudo no sentido do progresso económico da região de Coimbra e da defesa das classes laboriosas, nos domínios da instrução e do mutualismo. Foi membro de diversas instituições científicas, designadamnte a Academia das Ciências de Lisboa e o Instituto de Coimbra.
Os Assassinos da Beira, capa
Em vida publicou dois livros, com seleção de artigos e estudos seus saídos em «O Conimbricense»: «Apontamentos para a História Contemporânea» e «Os Assassinos da Beira».
Carvalho, J.M. 2021. Apontamentos para a História Contemporânea» seguido de A Nossa Aliada! Recolha de textos, introdução e notas por Mário Araújo Torres. Lisboa, Edições Ex-Libris.
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