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Quinta entrada dedicada à obra António Nunes, intitulada A Espada e a Balança. O Palácio da Justiça de Coimbra.
Cronologicamente [o Palácio da Justiça de Coimbra] é o segundo edifício destinado a albergar um Tribunal Superior a surgir em Portugal, quase 130 anos após a entrada em funcionamento da vetusta Casa da Relação e Cadeia do Porto.
O imóvel adquirido pelo Estado em 1928 com vista à integral instalação dos Serviços de Justiça de Coimbra atravessou dois grandes ciclos de obras. A primeira empreitada estendeu-se pelos anos de 1928 a 1940. Nesta fase o Palácio da Justiça adquiriu a sua feição plástica atual. … Um segundo ciclo de obras, dirigido pelo arquiteto Amoroso Lopes, teve início em 1959 e prolongou-se até 1962.
…. as representações técnicas do espaço construído são reveladoras da temporalidade, isto é, da conjuntura sociopolítica e estética em que o edifício foi construído.
Planta do Primeiro Piso: o desenho do primeiro piso, datado de 1929, propõe uma lógica de organização espacial, polarizada em tomo de um claustro aberto, tendo por centro de distribuição funcional o Vestíbulo.
Planta do Primeiro Piso do Palacete Ameal, com indicação dos espaços existentes em 1928. Castelo Branco. ATRC. Op. cit., pg. 92
Para os mais interessados refere-se que, para cada um dos pisos constitutivos do edifício, são apresentadas as respetivas plantas, complementadas por uma descrição pormenorizada dos trabalhos realizados e do destino dado aos diferentes espaços criados. Da mesma forma é apresentada uma descrição 9exaustiva dos trabalhos realizados nas frontarias, até atingirem o aspeto atual].
…. Num documento datado de 3 de fevereiro de 1931 apura-se que as obras de abertura das fundações haviam começado recentemente.
…. O projeto decorativo do Palácio da Justiça cuidadosamente pensado entre 1928 e 1929, foi delineado nos seus mais ínfimos pormenores.
…. Um olhar prospetivo sobre a obra construída parece indicar soluções de continuidade relativamente às empreitadas concluídas antes de 1928. O programa decorativo, assaz vasto, deixou marca nos lavores de pedra de Outil, nas madeiras, entalhados e mobiliário, na serralharia artística e na azulejaria.
Como demonstrou sobejamente Elizabete Carvalho, a produção escultórica do Palácio da Justiça foi marcada por duas gerações familiares formadas na Escola Livre das Artes e do Desenho.
Daniel Rodrigues. Bandeira do portão principal. Op. cit. Pg.133
Álvaro Ferreira. A Justiça e a Lei. Op. cit., pg. 141
Jorge Colaço. São Rosas Senhor. Op. cit., pg. 149
…. Aparentemente nada fazia prever uma cerimónia solene de inauguração das obras em curso no Palácio da Justiça. No entanto o jovem «Diário de Coimbra» encetou em 5 de março de 1934 uma galvanizadora campanha … A 23 de abril o mesmo jornal procedia à divulgação do programa … estando prevista a inauguração oficial do Palácio para o dia 6 de maio.
Rosto do «Diário de Coimbra» de 7 de maio de 1934. Op. cit., pg. 112
Não obstante a chuva teimosa e persistente, a Rua da Sofia estava pejada de povo, jornalistas e convidados vindos de quase todas as comarcas do Distrito Judicial.
A Banda Filarmónica da PSP, fardada a preceito, tocou o hino da Maria da Fonte. O remanescente daquela corporação fazia a guarda de honra.
Henrique Moreira. Grupo escultório do frontão do templete da fachada principal. Imagem Varela Pécurto. Op. cit., pg. 104
Nunes, A. A Espada e a Balança. O Palácio da Justiça de Coimbra. Fotografias Varela Pécurto. 2000. Coimbra, Ministério da Justiça, «Diário de Coimbra»,
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