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A' Cerca de Coimbra



Quinta-feira, 27.02.25

Coimbra: A Porta Nova e a Cerca do Colégio de S. Agostinho

Será já amanhã, dia 28 de fevereiro, última 6.ª feira do mês, que às 18h00 que prosseguirão as Conversas Abertas, Esta dedicada ao tema “A Porta Nova e a Cerca de A. Agostinho", decorrerá como é hábito da Sala D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra e terá como palestrantes Isabel Anjinho e Rodrigues Costa.

Flyer 28-02-2025 _ Rodrigues Costa & Isabel Anjinh

Folha de sala que será distribuída

A primeira palestrante apresentará as razões que a levam a localizar a designada “Porta Nova” da muralha coimbrã, no lugar onde foi erguida a chamada “Casa da Cerca”. O segundo palestrante abordará as suas memórias e reflexões sobre Cerca onde nasceu, vai para 83 anos e ali viveu até 1964.

CartazA3_28-02-2025 _ Rodrigues Costa & Isabel AnjCartaz do evento

Como é habitual após as referidas intervenções seguir-se-á um período de debate aberto a quantos nele queiram participa.

A entrada é livre e todos os que amam Coimbra são convidados a participar.

Couraça dos Apóstolos a.jpgFotografia mais antiga que se conhece da Cerca de S. Agostinho. Acervo RA

Captura de Ecrã (2417).pngA “Cerca” na atualidade. Acervo IA

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 11:40

Terça-feira, 25.02.25

Coimbra: Ciclone de 15 de fevereiro de 1941 1

Perfizeram, recentemente, 84 anos sobre a data em a maior tempestade do século XX que assolou Coimbra e o resto do País. Esta é a primeira de duas entradas sobre uma tragédia que os de maior de idade, bem se recordam de ouvirem os seus Pais falarem sobre a mesma.

Os episódios de vento forte constituem um dos riscos meteorológicos mais característicos do nosso território …. Entre esses fenómenos extremos encontram-se os fortes ventos que assolaram o território português no dia 15 de Fevereiro de 1941, os quais poderão ser considerados os mais violentos desde que há registos meteorológicos (finais do século XIX), pelo elevado número de perdas humanas … e pelos avultados danos materiais causados.

Com o presente trabalho pretende-se fazer uma análise às causas sinópticas responsáveis pelos fortes ventos, cujas rajadas máximas atingiram, em 15 de fevereiro, no Porto 130km/h1, em Coimbra 133km/h, em Penhas Douradas 148 km/h, em Lisboa 127km/h e em Portimão/Tavira 150 km/h. Já os quantitativos de precipitação foram relativamente reduzidos, a oscilar entre os 7,8mm de Coimbra e os 16,5 mm de Lisboa.

Ciclone, fig. 1.png

Os jornais como fontes privilegiadas na inventariação dos danos causados pelo Ciclone de 1941. O exemplo do Século, do dia seguinte, e do Jornal de Notícias, do dia 18 de Fevereiro. Op. Cit., pg. 55

Efeitos no município de Coimbra

A avaliação dos estragos em Coimbra, tendo por base a “Relação dos prejuízos e danos sofridos por particulares nas freguesias do concelho de Coimbra, por ocasião do ciclone de 15 de fevereiro de 1941”, perfez uma quantia superior a 5600 contos, resultando esse valor da avaliação dos estragos em casas e outros bens construídos e, sobretudo, dos danos causados nas diversas espécies arbóreas.

De facto, foi enorme a devastação causada no arvoredo do município, tendo sido afetados cerca 230 000 pés. Entre as espécies mais dizimadas salienta-se o pinheiro-bravo, espécie dominante na floresta em Portugal, seguido da oliveira, que desempenhava uma importante função na economia doméstica, assente na exploração de atividades agroflorestais.

Ciclone, fig. 4.pngÁrvores danificadas por espécie. Op. cit., pg. 58

Contudo, a espacialização dos danos totais inventariados mostra que nem todas as freguesias do município foram afetadas com a mesma intensidade

Algumas, em particular, as do centro urbano (S. Cruz, Almedina, S. Bartolomeu e Sé Nova) parecem ter sido poupadas no que toca aos efeitos deste temporal nos bens particulares. Em contrapartida, as do limite ocidental (Lamarosa, S. Silvestre, Ameal e Taveiro) e meridional (Almalaguês, Castelo Viegas e Assafarge), a que se juntam as de Botão e Torres de Mondego, foram as mais dizimadas quer pelos estragos nos bens particulares construídos quer pelas perdas em termos de coberto florestal. De salientar, que não fazem parte desta contagem os bens eclesiásticos, do Estado ou até do município. A título de exemplo, salientam-se os prejuízos e danos, no valor de algumas centenas de contos, sofridos na Mata do Choupal e no Parque de Santa Cruz, o primeiro da Câmara Municipal e o segundo do Estado, onde caíram muitas árvores, algumas de elevado valor estimativo.

A distribuição espacial dos prejuízos em casas de habitação e outros bens construídos (muros, moinhos…) aparece representado no mapa da Figura 6.

Ciclone, fig. 6.png

Prejuízos totais em casas e outros bens, por freguesia. Op. Cit., pg. 58

Almalaguês e Assafarge surgem com os maiores prejuízos, referindo o relatório, proveniente da primeira Junta de Freguesia, que «… todas as casas sofreram prejuízos nos telhados, e algumas também nas paredes e janelas. Algumas famílias ficaram em circunstâncias muito precárias».

Em Antuzede referem-se danos em 19 casas, sobretudo devido ao seu destelhamento, e num moinho de vento.

Já em Botão, foram 115 o número de moradores com prejuízos em casas, enquanto em Souselas terão sido 20 os lesados.

No que se refere às freguesias mais afetadas em termos de árvores, sobressai Assafarge, com mais de 2000 pés, arrancados ou danificados, por Km2. Seguem- -se de Almalaguês, Castelo Viegas, Cernache, S. Martinho do Bispo, Taveiro e Lamarosa. Esta maior devastação em termos de coberto arbóreo pode relacionar-se com a maior densidade de arvoredo, mas também pela preponderância de ventos de quadrante Sul, os quais poderão ter tido, nestas áreas, um potencial destrutivo acentuado pela interação dos fluxos com o relevo regional.

Nunes, A., Pinho, J. e Ganho, N. O “Ciclone” de fevereiro de 1941: análise histórico-geográfica dos seus efeitos no município de Coimbra. 2020. In: Cadernos de Geografia. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Departamento de Geografia. nº 30/31 - 2011/12. Coimbra, FLUC - pp. 53-60 Texto acedido em: http://hdl.handle.net/10316.2/30196

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por Rodrigues Costa às 10:03

Quinta-feira, 20.02.25

Coimbra: A Porta Nova e a Cerca do Colégio de S. Agostinho

Couraça dos Apóstolos a.jpgFotografia mais antiga que se conhece da Cerca de S. Agostinho. Acervo RA

Será já, de amanhã a oito dias, dia 28 de fevereiro, última 6.ª feira do mês, que às 18h00 que prosseguirão as Conversas Abertas.

CartazA3_28-02-2025 _ Rodrigues Costa & Isabel Anj

Esta dedicada ao tema “A Porta Nova e a Cerca de A. Agostinho, decorrerá como é hábito da Sala D. João III, do Arquivo da Universidade de Coimbra e terá como palestrantes Isabel Anjinho e Rodrigues Costa.

Flyer 28-02-2025 _ Rodrigues Costa & Isabel Anjinh

A primeira palestrante apresentará as razões que a levam a localizar a designada “Porta Nova” da muralha coimbrã, no lugar onde foi erguida a chamada “Casa da Cerca”.

Captura de Ecrã (2417).pngA “Cerca” na atualidade. Acervo IA

O segundo palestrante abordará as suas memórias e reflexões sobre Cerca onde nasceu, vai para 83 anos e ali viveu até 1964.

Como é habitual após as referidas intervenções seguir-se-á um período de debate aberto a quantos nele queiram participa.

A entrada é livre e todos os que amam Coimbra são convidados a participar.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 10:49

Terça-feira, 18.02.25

Coimbra: Convento de Santa Teresa de Jesus de Coimbra, igreja

No n.º 1 da Studia Carmelita são ainda divulgados dois documentos, ambos numa transcrição e fixação do investigador Miguel Portela.

O primeiro documento aborda os trabalhos realizados pelo pintor conimbricense António José de Morais na igreja do Convento de Santa Teresa de Jesus de Coimbra, que decorreram em meados do século XVIII e foi assim resumido.

Em 1 de junho de 1769, Frei Manuel de Jesus, conventual no Colégio de S. José dos Marianos, em Coimbra, como procurador da Madre Priora Vitória de São José e mais religiosas do Convento de Santa Teresa de Jesus desta cidade contratualizou com o pintor António José de Morais desta cidade a pintura e douramento de dois retábulos colaterais da igreja desse convento, assim como a moldura de um painel que se havia de colocar por cima da grade do coro.

Esta empreitada artística foi ajustada com todos os pormenores pela quantia de 180 000 réis.

Do documento extraímos as seguintes passagens.

«Obrigação que faz António Jozé de Morais do citio da Aregasa as Rellegiozas de Santa Theresa extramuros desta cidade … de lhe pintar e dourar dous retabollos que as ditas suas consthetuhintes tem na Igreja de seo Convento conrespondentes hum do outro, e juntamente a moldura de hum painel que se hade por por sima da grade do coro, e o lizo que gornese a moldura em roda e volta por preso [sic] de cento e outenta mil reis por huma so vez dados, tudo na forma dos apontamentos seguintes.

Igreja S. Teresa, fachada.jpg Igreja de S. Teresa, fachada, na atualidade. Imagem acedida em https://www.cm-coimbra.pt/areas/visitar/conhecercoimbra/monumentos/carmelo-de-santa-teresa

Convento de S. Teresa, igreja interior.jpegIgreja do Convento de Santa Teresa, altar-mor na atualidade. Imagem acedida em https://coimbra.carmelitas.pt/

…. Que seja aparelhada toda a obra a custo delle Impreiteiro com gessos grodres, e mate retalho de fora do milhor e mais limpo, sendo tudo depois desaparilhada munto bem limpa, e aberta a ferros toda a talha, molduras, e lizos bem purificados, e as juntas bem reparadas sendo dourada toda a talha, filetes, e meias cannas, anjos e capiteis, vazos das colunas e plintos, e todos os sarafins, como tãobem toda a talha da moldura do painel, em todos os filetes que se acharem em todo o lizo que gornese a mesma moldura, tudo a ouro burnido e bem pulido, com os vasos da talha de fozco. Item Serão todos os lizos da obra fingidos de pedra de varias qualidades, de sorte e que se não comfundão humas com outras. Item Serão pasados todos os pedrestais e urnas a vernis, como tãobem todo o lizo o nessecario a custo delle Impreiteiro António Jozé de Morais, sendo vista e enxaminada por dous Mestres peritos que não sejão contrarios, aprovandoa, e sem nota de imprefeição se obrigão a entregarlhe os ditos cento e outenta mil reis, com obrigação, porém que pasados tres annos despois de acabada a dita obra a pedirão suas consthetuhintes outra ves mandar ver e enxaminar, e achando o ouro ou pintura rezaltada, será obrigado o mesmo Impreiteiro a sua custa de a reformar sem que por isso suas consthetuhintes fiquem obrigadas a mais satisfação alguma … E logo apareserão com presença Bartulomeo de Morais pay do dito Impreiteiro morador no dito citiio da Aregasa a quem reconheço, e dise na presença das ditas testemunhas que authorizava este contrato feito pello dito seo filho quanto em Direito se requere para sua calidade, com expreso consentimento que a elle prestava, e que alem deste ficava tãobem seo fiador e principal pagador do predito seo filho a toda a dita obra e preso della, e sua concluzão como se fosse».

O segundo documento é assim descrito pelo mesmo Investigador.

Em 3 de julho de 1798, foi lavrada na cidade de Coimbra uma escritura de dote que fez D. Francisca Xavier de Gamboa às religiosas do Convento de Santa Teresa de Jesus, da mesma cidade, para que estas admitissem sua filha D. Maria Perpétua Arnão de Gamboa no seu convento.

O valor do dote ascendeu a 3 000 cruzados a que acresceu 200 000 réis para as despesas de comedoria, enxoval e propinas de entrada ficando a cargo da dotante a festa, sermão ou outra despesa que desejasse fazer no dia em que professar.

 Do documento transcrito citamos o que se segue.

«Neste Convento de Santa Thereza, extramuros da cidade de Coimbra ahonde eu Taballiam ao diante nomiado vim para o cazo deste instromento ahy em o locutório do mesmo lugar destinado para semilhantes contratos estavam da parte de dentro prezentes as Reverendas Madre Priora e mais Rellegiozas do Governo do mesmo Convento todas no fim desta notta asignadas e da parte de fora também estava prezente Donna Francisca Xavier Gamboa moradora e asistente na sua Quinta de Valmiam junto a Sellas …  subúrbio da dita cidade.

…. me foi aprezentado o Bilhete de destrebuhissam cujo theor hé o seguinte Escriptura de dote que faz Donna Francisca Xavier de Gamboa às Rellegiozas do Comvento de Santa Thereza, extramuros desta cidade para que estas hajam de receber, e professar no seu Convento huma filha chamada Donna Maria Perpétua Arnao Gamboa.

Igreja de S. Teresa, carmelitas.jpgComunidade do Convento de Santa Teresa, na atualidade. Imagem acedida em https://www.bing.com/images/search?view=detailv2&form=SBIHVR&lightschemeovr=1&iss=sbi&q=imgurl:https%3A%2F%2Fwww...

 

…. E logo pellas ditas Madre Priora e mais Rellegiozas Clavarias do Governo do mesmo Convento foi dito a mim Taballiam na prezença das mesmas testemunhas que ellas estavam justas e contratadas com a dita Donna Francisca Xavier Gamboa para haverem de lhe aseitar huma filha chamada Donna Maria Perpétua Arnao para freyra professa no mesmo seu Convento de veo preto e coro … depois de findos des mezes deste Noveciado e aprovaçam da dita novicia e satisfazendo ella dotante no dito tempo este dote se obrigavam ellas Reverendas Relegiozas a professar a dita novicia no fim do anno do seu Noveciado e comcorrelhes com tudo o que se costuma às mais Relegiozas».

Portela, M., transcrição. A intervenção do Pintor António José de Morais no Convento de Santa Teresa de Jesus de Coimbra em 1769. In: Studia Carmelita, 1. 2019. Revista da Comissão de Estudos Históricos e Património Cultural da Ordem dos Carmelitas Descalços. Pg. 369-373. Acedido em: file:///C:/Users/Fernando/Downloads/Contrato_de_venda_da_Capela_do_Santo_Cri.pdf, e

Dote de D. Maria Perpétua Arnão de Gamboa para entrar e professar no Convento de Senta Teresa de Jesus de Coimbra em 1798. In: Studia Carmelita, 1. 2019. Revista da Comissão de Estudos Históricos e Património Cultural da Ordem dos Carmelitas Descalços. Pg. 391-394. Acedido em: file:///C:/Users/Fernando/Downloads/Contrato_de_venda_da_Capela_do_Santo_Cri.pdf

 

 

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por Rodrigues Costa às 14:56

Quarta-feira, 05.02.25

Coimbra: Colégio de S. José dos Marianos, capela primitiva

A Studia Carmelita. Revista da Comissão de Estudos Históricos e Património Cultural da Ordem dos Carmelitas Descalços, tem como lema «… para que se conservem as Memórias … e não as apague o tempo», visa proporcionar um espaço para os trabalhos sobre a presença da Ordem em Portugal.

Studia Carmelita, n.º 1.pngOp. cit., capa

Neste propósito o seu número 1, publicado em 2019, apresenta um conjunto de documentos, alguns dos quais, transcritos e fixados pelo investigador Miguel Portela, fazem luz sobre questões de temática coimbrã, que serão objeto desta e de outra entrada.

O primeiro documento que abordamos, é um contrato, datado de 7 de julho de 1616, pelo qual é cedido o padroado e consequente direito de enterramento, numa capela colateral da primitiva igreja do Colégio de S. José dos Marianos em Coimbra, hoje Hospital Militar de Coimbra.

Dizemos, primitiva igreja do Colégio, porque a pequena igreja que hoje se vê, é de construção posterior e noutro local, da igreja abordada no documento.

Seminário Maior e Colégio das Ursulinas.jpgConvento das Ursulinas, antes Colégio de S. José dos Marianos. Imagem acervo RA

Igreja do Hospital Militar.png

Igreja, hoje do Hospital Militar. Imagem acervo RA

Respigamos as seguintes passagens do documento que julgamos adequadas para a compreensão do seu teor.

Optamos por não atualizar a grafia, dada curiosidade de algumas das expressões nele utilizadas e, quando, tal se justifica, colocar entre parenteses retos pequenas notas explicativas. O documento é assim descrito.

Este contrato com cláusulas específicas para cada uma das partes, insere-se no contexto dos demais celebrados pela Ordem dos Carmelitas Descalços nos seus diversos conventos tendo como principal objetivo fazer face às despesas das obras de edificação das suas igrejas conventuais, desde que fossem observadas e cumpridas as premissas da própria Ordem.

…. «Traslado do contrato e obrigação de venda da Capela do Santo Cristo da igreja do Colégio de S. José dos Marianos em Coimbra a Luís de Lemos da Costa como testamenteiro do Padre António de Lemos pela quantia de 140 000 réis.

Saibão quantos este publliquo estromento de contrato e obrigrasão ou como melhor em Direito dizer se possa virem que no ano do Nasimento de Nosso Senhor Jhezus Christo de mil e seissentos e dezaseis annos aos sete dias do mes de julho do dito anno de fora da porta do Castello da cidade de Coimbra extramuros della no Collegio de Sam Josse da Ordem dos Carmellitas Descallsos no capitollo do dito Collegio aonde ahi estavão prezentes juntos em cabido e cabido fazemdo e semdo a elle chamados por som de campa tangida [toque de uma sineta]  como hé de seu bom e antíguo custume especiallmente pera ho cazo que ao diante se segue e os Muito Reverendos Padres Frei Pedro de Jhezus Reitor do dito Collegio … e bem assim estando prezente Luis de Llemos da Costa morador na dita cidade de Coimbra pessoa a quem eu Taballião bem conheço testamenteiro do Llecenceado António de Llemos que Deus tem Prior que ffoi da Igreja do Couto de Lavãos deste bispado.

…. estavão contratados na forma do testamento do dito defunto comvem a saber que elles Padres lhe davão a Capella collatrall da dita sua Igreja que está de fora das grades quamdo entrão pella porta prencipall a mão esquerda pera nella estar sepulltado o corpo do dito deffunto que por ora estava depossitado no claustro do dito Mosteiro com as decllarasões e comdisões seguintes, comvem a saber que pella obra da dita Capella que elles Padres ffizerão a sua custa se lhe avião [sic] de dar da ffazemda do dito deffunto noventa mill reis e pello sitio della sinquoenta mill reis que tudo faz soma de cento e corenta mill reis, os quães o dito Padre Reitor e mais Padres do dito Collegio comffesarão porante mim Taballião e das testemunhas deste estromento que tem já em si recebidos do dito Luis de Lemos testamenteiro e que outrosi se lhe avia de paguar o feitio do Christo que está na dita Capella que são vinte e dous mill reis, e juntamente as grades que nella estão que são de pao naquilo que forem avalliadas, e allem disso sera elle administrador obrigado a ornamentar loguo ha dita Capella».

Segue-se uma lista dos paramentos e alfaias de que seria dotada a capela, explicitando os diferentes tipos e cores dos tecidos a utilizar, prosseguindo depois o documento.

…. «e elles ditos padres serão obriguados de dizerem tres missas em cada somana na dita Capella convem a saber: huma de Nossa Senhora outra das Chaguas, outra de Santo António pella allma do dito deffunto em perpetum pera sempre entretanto ho mundo durar.

…. e por ho dito testamenteiro foi dito que se avia de por huma campa na dita capella sobre a sepulltura do deffunto e huma pedra na parede em que se declare ha hobriguasão das missas he de quem a Capella.

…. Em feé e testemunho de verdade assim … asinarão e de que outorgarão e comcederão os estromentos que desta nota comprirem.

…. de contrato e obrigação eu sobredito Thome Borges Taballião Publiquo de Notas por ElRey Nosso Senhor nesta cidade de Coimbra e seu termo em meu Livro de Notas tomei … e aqui asinei de meu publiquo sinal.

A paga deste vai ao dito testamenteiro que a pagou».

Portela, M., transcrição. Contrato de venda da Capela do Santo Cristo na Igreja do Colégio de S. José dos Marianos em Coimbra no ano de 1616. In: Studia Carmelita, 1. 2019. Revista da Comissão de Estudos Históricos e Património Cultural da Ordem dos Carmelitas Descalços. Pg. 361-365. Acedido em:  file:///C:/Users/Fernando/Downloads/Contrato_de_venda_da_Capela_do_Santo_Cri.pdf.

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por Rodrigues Costa às 20:02


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