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Albertino Marques, verdadeiro burilador do ferro, ao longo da vida, na sua oficina da Rua João Machado, local onde passou a trabalhar a partir de 1929, bateu diversas peças de cariz religioso encomendados por variadas instituições.
A título de exemplo, e como mera nota de rodapé, recorde-se que, em 1931, bateu para a capela do Colégio da Rainha Santa, então ainda instalado no edifício do antigo Colégio da Trindade, a lâmpada do Santíssimo e a impropriamente denominada banqueta, composta por seis castiçais e pelo respetivo crucifixo. E digo impropriamente, porque a banqueta é um pequeno degrau colocado na retaguarda da mesa de altar, destinado a servir de apoio à cruz e aos seis castiçais. O conjunto, por assimilação, passou a ser, normalmente, designado por banqueta. E é na aceção comummente aceite que vou continuar a usar esta designação.
Banqueta
Em 1939, a Madre Superiora do Colégio Missionário de S. José de Cluny, sito em Nogueiró (Braga), encomendou também, ao mestre, uma banqueta.
A Confraria da Rainha Santa, em 1944, mandou executar um Sacrário destinado ao templo.
Entre 1947-1948, por encomenda do Dr. Santos Costa, então Ministro da Guerra, e sob a direção do P. Luís Lopes de Melo (capelão militar e pároco da Sé Velha), que muito se interessou pela boa execução dos trabalhos e pela sua obediência aos preceitos litúrgicos, Albertino Marques bateu, para a Capela do Colégio Militar (Lisboa) uma banqueta, as Sacras, uma estante para missal e um Sacrário.
As Sacras, que normalmente integram três peças, uma central, maior do que as duas laterais, são painéis escritos em latim e emoldurados, contendo alguns dos textos imutáveis da missa, a fim de serem utilizados pelo celebrante como auxiliares de memória.
Sacrário do templo da Rainha Santa
Acerca do Sacrário que se destinava ao templo conimbricense da Rainha Santa, o Correio de Coimbra, de 15 de julho de 1944, escrevia: “Com destino à igreja da Rainha-Santa, acaba de ser executado na acreditada oficina do conceituado artista Sr. Albertino Marques, um sacrário de ferro forjado e cinzelado, cofre precioso onde aquele distinto serralheiro revela toda a competência que o celebriza como um dos melhores joalheiros de ferro do nosso país e onde vincou, com relevante mestria, todas as suas aptidões na execução de tão maravilhoso cofre sagrado. Este sacrário, construído com todas as regras da liturgia, é dotado de duas fechaduras de segredo, ostentando na sua portada o brasão de Portugal e Aragão sobreposto no emblema da confraria da Rainha-Santa”.
Anacleto, R. Albertino Marques. Sacrário do Seminário Maior de Coimbra. 2024. Texto inédito.
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