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Escondido numa das estantes da minha biblioteca, estava o trabalho policopiado que hoje saliento, da autoria de António Gonçalves que foi meu Colega na Biblioteca Municipal de Coimbra e que dele me faz uma pequena dedicatória.
Dupla falta a minha, pois tinha-me esquecido de uma obra que não devia ser esquecida – e que devia ter tido um outro tipo de edição – e de um artista conimbricense cuja memória não devemos deixar perder.
Op. cit., capa
A obra recolhe um significativo número dos muitos criados por Palhé da Silva, bem como alguns desenhos da sua autoria.
Op. cit., pg. 1
António Gonçalves iniciou a obra com uma breve introdução ao ex-librismo da qual citamos.
“O Ex-Libris” é uma das formas de arte da vaidade humana, a menos desagradável, sem dúvida, porque é artística”.
(Liebrecht, Henri)
Op. cit., pg. 7
"Leitor, aconselho-te esta vaidade. Ama os livros, decorando-os como mais te agradar. Que o Ex-Libris, de que usas exprima, resumidamente, tudo aquilo que te é precioso; que ele tire da tua vida ou dos símbolos a sua maior força de expressão".( Lamber)
Op. cit., pg. 40
O Artista a quem conferimos, com todo o merecimento, esta simples homenagem, nasceu em Coimbra, na freguesia de Almedina, a 16 de Junho de 1925.
De seu nome: RUY FERNAND0 PALHÉ DA SILVA.
Exerceu a profissão de compositor tipográfico durante 32 anos, tendo-se depois estabelecido, por algum tempo, na Praça do Comércio.
Autodidata, fotógrafo amador, gravador e desenhador, Rui Fernando Palhé da Silva, tem mãos profundamente artísticas, sendo gratificante ver as imagens de simplicidade e ternura com que ele segue o destino da sua própria intuição.
Testemunho de si próprio é o seu valor e perseverança.
Nos 66 Ex-Libris executados, reproduzidos neste trabalho, verificamos o gosto de reviver personagens da história literária, escolhendo temas "queirosianos", "camilianos", "pessoanos", "quixotescos”, e, também, como não podia deixar de ser, desenhando com aquele amor dedicado a Coimbra, os monumentos, jardins e paisagens da cidade que o viu criança e o vê homem, cidadão, trabalhador e Artista.
"O Ex-Libris tem o fascínio e a graça de uma pequena canção; e no campo da gravura e da arte é como o soneto no campo da poesia". (Montero, G.)
Op. cit., pg.38
Razão, insofismável, para salientar o reconhecimento que devemos a Rui Fernando Palhé da Silva.
O fascínio, a gravura, a xilogravura e a arte glorificam os trabalhos apresentados. De um modo geral, temos a oportunidade de distinguir a pureza estilística dos meios de expressão, sendo difícil conceber uma maior fidelidade `a essência e ao contexto manifestado nos temas e legendas expostas ao nosso olhar, realçando a consciência que o coloca como um autêntico Artista.
Rui Fernando Palhé da Silva, assim o quis nos Ex-Libris que nos presenteou.
Como se depreende da relação dos trabalhos enumerados, o Artista a partir de 1984 tem novo comportamento. Preterida a xilogravura Rui Fernando Palhé da Silva passou a demonstrar o seu mais elevado, nesta nova forma de comunicar, pondo em relevo a especificidade da sua nova ''arte''.
Op. cit., pg.55
Verificamos, pois, que a obra do Artista está dividida em partes distintas: a gravura e a xilogravura.
Op. cit., pg.73
Será oportuno e interessante chamar a atenção para a finura do primeiro trabalho apresentado. O Ex-Libris, em triângulo, para a sua biblioteca, assaz pouco vulgar, mas valioso para o Artista.
Vem a propósito distinguir, entre outras. algumas legendas que mais nos sensibilizaram, talvez por influência da profissão que desempenhamos.
Gonçalves, A. 1986. Rui Fernando Palhé da Silva. Um Ex-librista de Coimbra. Nota Introdutória Dr. Mário Nunes. Coimbra, Edição policopiada.
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