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A' Cerca de Coimbra



Terça-feira, 10.01.23

Coimbra: Do Cadeiral de Santa Cruz 1

Na preparação desta série de entradas, ao concluir a leitura do livro Do Cadeiral de Santa Cruz, 2.ª edição datada de 2007, de Monsenhor Nunes Pereira, desabafei para mim mesmo: quanto mais aprofundo o conhecimento sobre a sua obra mais admiração tenho pelo Artista!

Do Cadeiral SC capa.jpg

Do Cadeiral de Santa Cruz, capa

O P.e Anselmo Ramos Dias Gaspar na Abertura desta obra conta a história do surgimento da primeira edição.

De 1977 a 1981, Mons. Nunes Pereira … deu-se ao labor de estudar cada um dos motivos esculpidos por Machim e por Lorete, desenhando à pena, minuciosamente, cada um deles … resolveu, a partir de outubro de 1978, publicar os seus desenhos, com a respetiva explicação iconográfica, no “Correio de Coimbra” … Muitos foram os leitores, alguns deles com conhecimento na matéria, sugeriram ao padre-artista que reunisse em volume, a série dos apreciados artigos … com o apoio da paróquia de Santa Cruz, a obra foi publicitada em 1984.

Um dos leitores que fez aquela sugestão foi o Professor Manuel Lopes de Almeida, como se depreende da carta publicada no prefácio da primeira edição.

Do Cadeiral, carta de Manuel Lopes de Almeida.jpg

Carta do Professor Doutor Manuel Lopes de Almeida, datada de 22 de dezembro de 1978.

O livro, nas suas mais de duzentas páginas é, ele próprio, uma verdadeira obra de arte, resultante de um gigantesco trabalho realizado pelo Autor.

Do Cadeiral SC,  pg. 37.jpg

Op. cit., pg. 37

Acresce que a obra, nesta edição, é enriquecida com um Prefácio à segunda Edição, da autoria do Doutor Marco Daniel Duarte.

Ali e num primeiro tempo que intitulou, O cadeiral de Santa Cruz, obra de arte do presente construída no passado, começa por sublinhar que o cadeiral do mosteiro de Santa Cruz, ex-libris da casa monástica que o abriga, ex-libris da cidade do Mondego e, não menos importante, ex-libris da própria história da arte portuguesa, é o mais antigo cadeiral que trespassou eras históricas e chegou, mais ou menos incólume, à pós-contemporaneidade.

Cadeiral 02.jpg

Cadeiral de Santa Cruz, na atualidade. Foto Augusto Ferreira

Levantado, no segundo e terceiro decénios de mil e quinhentos, como grande móvel para enquadrar um dos esteios mais importantes dos habitantes de um complexo monacal, foi vivido pelos cónegos regrantes de Santa Cruz como um especial lugar até ao apartamento destes do mosteiro. Continuou, nas datas seguintes, a ser vivido no meio de vicissitudes várias e, porque toda a obra de arte se faz eternamente presente, ele é arte de hoje, sustentando ainda significado para os que habitam o tempo presente.

Ao longo de um pouco mais de três séculos, sucessivas gerações de religiosos ali tomaram assento para cumprirem um dos fundamentais pilares da instituição conventual que, juntamente com o altar, dá o sentido litúrgico a uma vida de canonicato regular.

D. Pedro de Cristo. Acedido em httpspt.wikipedia.o

Pedro de Cristo, cónego regrante de Santa Cruz, compositor português do Renascimento. Ele é um dos mais importantes polifonistas portugueses dos séculos XVI e XVII. Acedido em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_Cristo

 Segundo o rito vivencial do catolicismo monástico, mas também, “mutatis mutandis”, catedralício, o coro é, por excelência, o lugar do mais puro louvor, onde escorrem horas em repetições de orantes melopeias, substanciadas em cantochão simples ou em “alternativo” com as polifonias que, no caso de Santa Cruz, eram, inclusivamente, ali nascidas ou com a voz do órgão que, desde muito cedo, também naquele espaço religioso havia entrado.

 Pereira, A. N. Do cadeiral de Santa Criz, 2.ª edição. Introdução de Mário Nunes. Abertura de Anselmo Ramos Dias Gaspar. Prefácio à segunda Edição, de Marco Daniel Duarte. 2007. Coimbra, Câmara Municipal.

 

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por Rodrigues Costa às 10:26


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