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A' Cerca de Coimbra



Quinta-feira, 28.10.21

Coimbra: O Seminário Maior de Coimbra 2

Os custos da construção do Seminário começaram de acordo com o «Processo de Isenção do Seminário», com o «aere próprio» do Bispo fundador D. Miguel da Anunciação, mas também contribuíram para esta obra os cofres da Mitra e as esmolas dos fiéis. Na Pastoral de 25 de abril de 1749 o Bispo exortava aos párocos para que:

«(…) no tempo do recolhimento dos frutos, e ainda nos dias santos e domingos do ano,  hajam de pedir esmolas e, quando houverem de remeter os seus róis de confessados, farão conta, com individualização, da importância delas, tanto das que tiraram pelas suas freguesias, como daquelas com que concorreram as Confrarias, as Irmandades e as que voluntariamente quiser dar cada um dos mesmos párocos».

Fig. 6. Vista para o claustro da Capela de S. Migu

Fig. 6. Vista para o claustro da Capela de S. Miguel 

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Fig. 7. Aposentos episcopais

Fig. 8. Biblioteca velha do Seminario Maior de Coi

Fig. 8. Biblioteca velha do Seminário Maior de Coimbra

 Para o incentivo à esmola, o Bispo requereu à Nunciatura que deferisse indulgências a quem auxiliasse na construção do Seminário. Do mesmo modo D. Miguel da Anunciação pede a isenção da Diocese de Coimbra do pagamento da terceira parte das suas rendas à Patriarcal. Também a coroa patroneou a obra oferecendo madeiras do Pinhal de Leiria e do Brasil.

 

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Fig. 10. Sala dos azulejos

Pela cronologia apresentada pelos vários estudiosos da história do Seminário podemos afirmar que o primeiro encarregado das obras da Casa Velha terá sido Frei João da Soledade. O primeiro reitor, Nicola Giliberti, assinou um contrato com esse arquiteto franciscano e com o mestre-de-obras Manuel Rodrigues, a 11 de junho de 1748, com o intuito de construir o Seminário. Um mês após esse contrato, no dia 16 de julho de 1748, por ocasião da solenidade de Nossa Senhora do Carmo, foi lançada a primeira pedra da igreja do Seminário.

Essa celebração foi presidida pelo Bispo Conde D. Miguel da Anunciação e terão comparecido nela todo o restante cabido da Sé, seminaristas e vários nobres da cidade. João da Soledade terá sido o responsável até 1750 altura em que o plano das obras entrou em crise forçando porventura a paragem das mesmas.

Claudino, L.M.G. Seminário Maior de Coimbra. História, património e museologia. Relatório de Estágio do Mestrado em Património Cultural e Museologia no ramo de Gestão e Programação. 2018. Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

 

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por Rodrigues Costa às 19:44

Terça-feira, 26.10.21

Coimbra: Descripcam e dubuxo do Moesteyro de Sancta Cruz de Coimbra

Prosseguindo na sua cruzada – porque é isso mesmo, uma cruzada em prol de Coimbra e da sua história – o Dr. Mário Araújo Torres acaba de editar com recolha de textos e notas suas, mais um volume do conjunto de livros esquecidos ou raros que ajudam à compreensão da nossa Cidade, no passado e no presente.

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Capa do livro

Na contracapa podemos ler.

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Imagem de parte da contracapa

 Na presente edição reproduz-se o único exemplar conhecido da «Descripcam e debuxo do Moesteyro de Sancta Cruz de Coimbra», impressa em 1541 nas oficinas tipográficas do próprio Mosteiro, atualmente conservado na «Greenlee Collection» da «Newberry Library» de Chicago, e procede-se à transcrição integral do opúsculo, com atualização da grafia.

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Imagem da pg. 29

Mas a obra ora publicada não se fica pela transcrição desta raridade bibliográfica, pois é enriquecida com os seguintes trabalhos em anexos.

Reproduzem-se os capítulos da «Crónica da Ordem dos Cónegos Regrantes do Patriarca Santo Agostinho» (1668), onde D. Nicolau de Santa Maria alegadamente reproduziu a «Descrição» de D. Francisco de Mendanha, com aditamentos sobre alterações entretanto ocorridas;

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Imagem da pg. 85

O estudo de Sousa Viterbo (1890) sobre a descoberta do opúsculo, com anexos documentais dos reinados de D. Manuel I e de D. João III; e extratos de manuscritos de Jerónimo Roman (1588), de D. José de Cristo (1622) e do Cartorário D. Vicente, sobre as novas obras no Mosteiro posteriores a 1540.

 Concluindo. O estudioso de Coimbra ou o simples amante das coisas com ela relacionadas, encontra reunido num só volume tudo o que foi escrito relacionado com a descrição do que era o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, nos séculos XVI e XVII.

Pelo meu lado, mais uma vez, o meu obrigado ao Dr. Mário Araújo Torres, pelo muito que está a fazer em prol da divulgação da história da nossa Cidade.

Rodrigues Costa

Mendanha, F. Descripcam e dubuxo do Moesteyro de Sancta Cruz de Coimbra. Reedição com recolha de textos e notas de Mário Araújo Torres. 2021. Lisboa. Edições Ex-Libris.

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por Rodrigues Costa às 10:18

Sexta-feira, 22.10.21

Coimbra: O Seminário Maior de Coimbra 1

As primeiras intenções da construção de um seminário diocesano começaram em 1743 quando D. Miguel da Anunciação procurava um terreno onde se pudesse construir um colégio com regime de internato fora dos limites da cidade, e onde o ambiente fosse mais propicio ao estudo.

Fig. 2. Retrato de D. Miguel da Anunciação.png

Fig. 2. Retrato de D. Miguel da Anunciação

Na cidade de Coimbra existiam algumas casas de aluguer que albergavam seminaristas. Porém, ao ver o crescente número de candidatos ao sacerdócio, D. Miguel da Anunciação sentiu a necessidade de se construir uma casa “ampla, onde pudessem estar á vontade Mestres, Ordinandos e Porcionistas”. A construção de um seminário reforçava o poder do Bispado relativamente à Universidade no que diz respeito à formação da teologia, competindo assim à Diocese a formação do seu clero secular.

A razão pela qual não se construiu um seminário na cidade de Coimbra após a decisão do Concilio de Trento é nos justificada numa carta do Bispo D. Frei Álvaro de São Boaventura datada de junho de 1675, onde podemos ler que nesta “Diocese não fizeram os Bispos Seminário por haver nella uma tão insigne Universidade onde se ensinam todas as ciências; mas ainda assim teem os Bispos duas cadeiras de Theologia Moral que pagam das suas rendas e leem os Padres da Companhia de Jesus no seu Colégio das Escolas Menores; e na claustra da Sé, uma cadeira de Gramática que paga o Mestre escola para aprenderem os moços do Coro…”.

A 14 de agosto de 1744, pedia o rei D. João V que se “visse e consultasse” no Tribunal da Mesa da Consciência e Ordem “a petição do Bispo Coimbrão em que se referia que o Antístite intentava erigir um Seminário que provesse às necessidades da Diocese. A Mesa deu parecer favorável a 6 de novembro de 1749”.

Os motivos pelas quais D. Miguel da Anunciação pretendia a criação de um seminário são explanados pelo próprio na Pastoral de 23 de maio de 1744:

«Considerando Nós a grande utilidade espiritual e temporal, que há-de resultar a este Bispado de nele se erigir um seminário, ou colégio para a educação dos meninos pobres e de pouca idade, que sendo a ele recolhidos possam ser bem instruidos em virtudes e  letras, donde saindo nelas consumados e perfeitos nos possam ajudar na cultura da vinha…».

Miguel da Anunciação volta a defender a construção do Seminário de Jesus, Maria e José numa Carta Pastoral de 3 de janeiro de 1763 onde o Bispo escreve que:

 «A ereção do nosso Seminário, para que educando-se nele os nossos súbditos destinados ao sacerdócio se nutrissem com as palavras da Fé, crescessem na sciencia de Deus, se instruissem nas máximas do Evangelho, e se enchessem dos frutos da justiça e da verdade; de modo que fossem, idóneos ministros do Novo Testamento, providos cooperadores da nossa ordem, na mencionada empreza da celebração do nosso sínodo diocesano, e capazes de os aplicarmos aos diferentes ministérios, que pedisse a sua execução, e a sua observancia, para maior honra, e glória de Deus, que é o Sagrado Centro, ao qual se devem dirigir todas as linhas que são as acções, que procedem do circulo da nossa vida, e do nosso governo».

Fig. 1. Vista geral para a Casa Velha do Seminári

Fig. 1. Vista geral para a Casa Velha do Seminário

 

O Seminário foi construído fora dos limites da cidade perto do Convento de Santana (atual Quartel Militar), e do Colégio de São José dos Marianos (atual Hospital Militar). Na área onde se instalou o Seminário eram, até aos finais da primeira metade do século XVIII, oito parcelas de olivais distribuídas por diferentes proprietários, sendo duas delas doadas por causa pia.

 Claudino, L.M.G. Seminário Maior de Coimbra. História, património e museologia. Relatório de Estágio do Mestrado em Património Cultural e Museologia no ramo de Gestão e Programação. 2018. Coimbra, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

 

 

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por Rodrigues Costa às 12:42

Terça-feira, 19.10.21

Coimbra: Jazigo dos Condes do Ameal

O conde do Ameal, Dr. João Maria Correia Aires de Campos, após a morte de seu pai, resolveu mandar construir, no cemitério da Conchada, um mausoléu condigno, de acordo com o seu estatuto social e com a fortuna pessoal que detinha.

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Jazigo dos Condes do Ameal

 … Embora seja, normalmente, atribuída a paternidade do edifício ao escultor [Costa Mota (Tio)] e até eu mesma já o tenha, com base nas notícias da época, escrito, a verdade é que atualmente perfilho outra posição.

O arquiteto Augusto de Carvalho da Silva Pinto que nasceu em Lisboa a 7 de Maio de 1865, projetara, em 1892, de parceria com Costa Mota, o monumento a Afonso de Albuquerque que se ergue em Lisboa na antiga praça de D. Fernando, hoje chamada do Império.

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Jazigo e monumento

 … Parece-me lícito pensar que Silva Pinto, ao mesmo tempo que traçou a silhueta do monumento lisboeta, embora a estudar em Paris, tenha projetado o jazigo que Costa Mota se encarregou de acompanhar na sua execução.

… Como quer que seja perece-me, até pela proximidade cronológica existente entre o projeto do monumento a Afonso de Albuquerque (1892) e a feitura do panteão conimbricense (1893), que não é descabido atribuir a autoria do neogótico jazigo dos condes ao lápis de Silva Pinto.

A capela tumular, “feita de pedra lioz de primeira qualidade, dos jazigos de Pero Pinheiro” custou ao seu proprietário 20 contos de réis, acrescidos de mais dois que se destinavam a custear a compra do terreno. Situa-se numa verdadeira praceta, como não há outra em todo o cemitério e é visível não só dentro do recinto, como também de vários pontos da cidade. O local de implantação do moimento no recinto foi escolhido bem de acordo com os teres e haveres do proprietário e com a sua condição social.

Capela com “o primeiro corpo em fórma de prisma octogonal” apresenta uma “cupula em pyramide, terminada por uma figura, representando a religião, de 2,m60 de altura”. O pórtico central devia ter (mas não tem), “duas figuras, terminando com um frontão, encimado com uma cruz. Desde a base até á cabeça da figura da religião mede 17 metros e meio”. O jazigo, no seu todo, mostra uma filiação muito próxima da batalhina Capela do Fundador sobretudo a partir do segundo piso e tendo em conta a inexistente, na atualidade, agulha terminal.

António Augusto da Costa Mota, nos primeiros dias de novembro de 1893 deslocou-se a Coimbra para tratar de assuntos relacionados com a construção do grande mausoléu que “será uma obra prima no seu genero em Portugal” e deixou encarregado de, na sua ausência, dirigir os trabalhos, o arquiteto Júlio César Bivar.

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Jazigo dos Condes do Ameal. escultura

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Jazigo dos Condes do Ameal, porta

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Jazigo dos Condes do Ameal, esculturas da porta

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Jazigo dos Condes do Ameal, interior 1

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Jazigo dos Condes do Ameal, interior 2

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Jazigo dos Condes do Ameal, interior 3

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Jazigo dos Condes do Ameal, interior 4

Anacleto, R. Catálogo. In: O Neomanuelino ou a reinvenção da arquitetura dos descobrimentos. 1994. Lisboa, Comissão Nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses. Pg. 198-199

 

Tags: Coimbra séc. XIX, Cemitério da Conchada, Jazigo dos condes do Ameal

 

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por Rodrigues Costa às 17:24

Sexta-feira, 15.10.21

Coimbra: Personalidades, Vergílio Correia

Vergílio Correia Pinto da Fonseca (1888-1944) foi uma das mais extraordinárias personalidades da cultura portuguesa do século passado.

Vergílio Correia com as insígnias universitária

Vergílio Correia com as insígnias universitárias, 1930. c© Museu Nacional de Castro. Acedido em https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/86865/1/Verg%C3%ADlio%20Correia.pdf

… Professor da Universidade de Coimbra, formou gerações de alunos na sensibilização pelo património histórico-artístico nacional, dentro de uma nova perspectiva de análise comparatista e globalizadora dos monumentos e obras de arte.

Vergílio Correia. Imagem acedida.png

Vergílio Correia. Imagem acedida em: http://antt.dglab.gov.pt/wp-content/uploads/sites/17/2017/05/2017-05-Vergilio-Correia-ProgramaV9.pdf

Estudioso apaixonado dos achados de Conímbriga, sobre a qual muito escreveu desde 1909, dedicou-se a investigá-los de modo profícuo; porém, como diz Jorge Alarcão, «a morte prematura sobrevinda aos 55 anos não lhe deu tempo de escrever sobre este oppidum a monografia que por força havia de trazer em mente». Já no campo da História da Arte deixou vasta bibliografia de referência ainda hoje incontornável, sobre temas como a tumulária gótica, a arte manuelina, a escultura e a pintura do Renascimento, a talha barroca, o azulejo, etc, bem como no campo da museologia, entre muitos outros temas em que foi observador pioneiro, e legou-nos ainda os dois grandes tomos do Inventário Artístico de Portugal (Cidade e Distrito de Coimbra), edição da Academia Nacional de Belas Artes, completados após a sua morte pelo seu amigo e fiel colaborador Padre António Nogueira Gonçalves e que são, também, absolutamente inovadores nos critérios de recenseamento e descrição de peças.

Grupo de crianças descalças.png

Grupo de crianças descalças, em dia de Aleluia, provavelmente no Alentejo (sem/data). Vergílio Correia/Centro de Estudos. Acedido em: https://www.e-cultura.pt/artigo/22407

… Também na Etnografia os seus interesses se manifestaram, fruto do convívio inicial com José Leite de Vasconcelos, gerando artigos nas revistas Águia e Terra Portuguesa, ou a síntese Arte Popular Portuguesa, primeira sistematização no âmbito da nossa Antropologia antes dos discursos de folclorização e descaracterização associados à propaganda oficial do Estado Novo. Enquanto etnógrafo, arqueólogo e historiador de arte, além de museólogo, fotógrafo, ensaísta, pedagogo e professor universitário, Vergílio grangeou de justo renome internacional, dada a sua relação com os principais nomes na investigação nessas áreas pluridisciplinares, e gerou uma obra imensa, que a morte prematura aos cinquenta e cinco anos incompletou: por tudo isso, tem de ser considerado uma das figuras máximas da cultura portuguesa do século passado.

… Era, ademais, um homem de causas, educado nos princípios republicanos e defensor das liberdades cívicas. Foi militante do Partido Republicano Português desde a primeira hora, pertenceu às lojas maçónicas A Revolta, de Coimbra, e Acácia, de Lisboa … as ‘amizades perigosas’ com o grupo democrático do comandante Aragão e Melo, que levariam à sua breve prisão no Aljube, em 1932, por dar abrigo a um opositor à Ditadura. O reconhecimento das suas altíssimas capacidades permitiu, porém, que em tempos difíceis pudesse prosseguir a sua carreira universitária e museológica.

Avulta em toda a sua vasta obra uma personalidade extraordinária, com múltiplos interesses, muitas vezes esquecida pela desmemória e ingratidão dos homens mas que guarda plena atualidade e urge, por isso, voltar a conhecer.

Serrão, V. 2016. Vergilio Correia (1888-1944): Perfil de um grande historiador de arte e homem de cultura integral. In: Belas-Artes: Revista Boletim da Academia Nacional de Belas Artes. Lisboa 2013-2016.  3.ª série, n.ºs 32 a 34. Pg. 223-225. Acedido em https://academiabelasartes.pt/wp-content/uploads/2020/02/Revista-Boletim-n.%C2%BA-32-a-34.pdf

 

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por Rodrigues Costa às 10:28

Terça-feira, 12.10.21

Coimbra: Aeminium. Coimbra, cidade há 2000 anos

Em Coimbra, na Sala da Cidade (antigo refeitório do Mosteiro de Santa Cruz), encontra-se patente, até ao próximo dia 6 de novembro, uma exposição temporária organizada pela Câmara Municipal de Coimbra e financiada pelo programa Centro 2020, intitulada Aeminium. Coimbra, cidade há 2000 anos. A mostra, com curadoria de Pedro C. Carvalho e de Ricardo Costeira da Silva, pode ser visitada de terça-feira a sábado entre as 13h00 e as 18h00.

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Folha de sala da exposição, rosto

A Folha de sala, simples, mas bem conseguida, insere algumas imagens interessantes das quais nos permitimos destacar a das hipotéticas fases construtivas do fórum de Aeminium

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Folha de sala da exposição, imagem

E esta visão do criptopórtico.

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Folha de sala da exposição, imagem

A exposição vive, fundamentalmente, de fotografias relacionadas com o património arqueológico do Museu Nacional de Machado de Castro e complementa-a uma peça pertencente ao seu acervo e uma maquete do fórum de Aeminium (meados do séc. I d.C.).

Os textos que acompanham a apresentação, adequados e elucidativos, o arranjo e distribuição dos elementos gráficos, a iluminação e o esquema expográfico conduzem a uma relação intrínseca entre espaço-obra-espetador.

 

Não nos arrogamos em mais do que um simples estudioso da Cidade, mas, apesar disso, seja-nos permitido apor, relacionados com esta mostra, duas notas e um comentário.

O primeiro apontamento relaciona-se com a referência mais do que breve, quase diria insignificante, ao Arco Romano de Coimbra, cujos restos ainda são visíveis na conhecia gravura de Hoefnagel, datada de 1566.

Hoefnagel arco romano (3).JPGGravura de Hoefnagel, pormenor

Um dos textos que acompanham a exposição refere que um monumental arco honorifico, construído numa das entradas da Cidade, voltada ao rio, parece ter existido à rua da Estrela (junto ao antigo Governo Civil), tendo sido desmontado no século XIX. E fica-se por aqui!

Lamentamos a não referência aos trabalhos arqueológicos levados a cabo, em 2001, pelos arqueólogos municipais, bem como o estudo realizado em 2016 por Isabel Anjinho, com recurso à georreferenciação.

Os conhecimentos que se podem extrair tanto dos primeiros, como do segundo, deixam poucas dúvidas no que concerne à localização do arco, bem como às suas características arquitetónicas.

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Fotografia dos achados da Estrela, da autoria da Dr.ª Paula Cristina Viana França, que gentilmente a cedeu e datou (entre 17 e 31 de maio de 2001).

 

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Proposta de localização em planta, do arco romano sobre as cartas topográficas da cidade de Coimbra. Encontra-se a mais escuro o pilar cuja base terá sido encontrada na campanha arqueológica de 2001.

A outra nota relaciona-se com a localização do Circo Máximo (Circus Maximus) que os curadores, embora com reserva, apontam como podendo ter ocupado a atual Praça do Comércio. Corroboro as suas dúvidas e acrescento que a localização do equipamento naquele local se afasta da normal paginação das cidades romanas; contudo, não se pode esquecer a topografia específica do espaço geográfico ocupado por Aeminium.

Antes do comentário que pretendo deixar aqui, permito-me colocar uma nota pessoal. Desde o tempo em que exerci as funções de Diretor do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Coimbra que venho a defender a existência de um Museu da Cidade, necessariamente polinucleado, mas que respondesse à necessidade de se conhecerem as raízes de Coimbra, a sua história e as personagens que a marcaram; em suma, dar-nos a entender a cidade de Coimbra, globalmente tão diversificada e rica, no seu todo.

Expressa esta declaração de interesses, questiono-me acerca do destino que vai ser dado ao material desta exposição depois da sua desmontagem, até porque nos parece que ele se poderia considerar um primeiro passo para a concretização do objetivo pelo qual nos batemos há largos anos. Julgo oportuno alertar para a necessidade de, na sequência desta mostra, se iniciar, de forma serena, objetiva, abrangente e participada, um debate capaz de conduzir à definição de um projeto museológico apto a dar uma resposta válida à concretização desse Museu da Cidade que muito viria enriquecer a urbe e que poderia tornar-se num polo de atração turística.

No que de mim depender, não me eximirei a dar o contributo possível.

Rodrigues Costa

 

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por Rodrigues Costa às 13:30

Quinta-feira, 07.10.21

Coimbra: Sé de Coimbra, charamela

O Arquivo da Universidade de Coimbra, prosseguindo na consecução de um dos seus objetivos que visa a divulgação de documentos relevantes existentes no seu acervo, apresenta, no corrente mês, o registo de empréstimo do baixão grande da Sé de Coimbra.

Uma busca na internet conduziu-nos ao site https://www.meloteca.com,  onde se explica que baixão é uma família de instrumentos de sopro do Renascimento, de palheta dupla, predecessor do moderno fagote e que aparece representado em diversas pinturas e azulejos portugueses. O baixãozinho é da mesma família, mas menor.

Baixão  .png

Baixão e baixãozinho. Imagem acedida em https://www.meloteca.com/baixao/

O documento em apreço é o seguinte:

Emprestimo.png

1622, outubro, 15. Coimbra – Registo do empréstimo feito a Manuel de Andrade, do baixão grande da Sé de Coimbra, para que ele pudesse aprender a tocar.
PT/AUC/DIO/CSCBR – Cabido da Sé de Coimbra (F); Livros de Acórdãos (SR), vol. 10, fl. 248v-250 – cota AUC – III-1.ª D-1-1-10.

Do mesmo é feita a seguinte e muito interessante análise.

Os registos documentais sobre a música na Sé de Coimbra, em todos os aspetos abrangidos, desde o seu ensino, o canto, os códices musicais utilizados, a música instrumental, etc., não são tão abundantes, como seria desejo dos investigadores destes temas. Por isso mesmo, sempre que algum dado é localizado, é de todo o interesse fazer a sua divulgação.

No caso concreto, do documento que damos a conhecer, trata-se da aprendizagem da música instrumental, ao decidir-se, por um acórdão do Cabido da Sé, que teve lugar em outubro de 1622, de aceder ao pedido feito por Manuel de Andrade, que fora moço de  coro da Sé, filho do sineiro da Sé Francisco de Andrade, para que lhe emprestassem um baixão e, assim, pudesse aprender a tocar, como o próprio diz “pera aprender a tanger com elle”.
Para que lhe fosse feito o empréstimo, foi necessário apresentar um fiador, apresentando-se, para esse feito, o padre capelão Mateus Fernandes e o seu próprio pai Francisco de Andrade. Estes tomaram sobre si a obrigação de o pagar, se o baixão se estragasse “ou por algua via quebrasse, ou desaparecesse”. Declaram-se as condições em que o instrumento se encontrava, infelizmente, pouco abonatórias: “o baixão está cheio de caruncho e na boca quebrado e em partes fendido”. O registo foi feito pelo secretário do Cabido, João de Vilas Boas, estando assinado, no final, por todos os intervenientes, a saber, o secretário do Cabido, Manuel de Andrade, seu pai e o Padre Mateus Fernandes.

Um dado não descabido de interesse é aquele apresentado, quase de forma entrelinhada, no fim do sumário do documento, ao dizer-se que “este baixão he hum grande das charamelas”. Constatamos, assim, a existência de uma charamela, na Sé de Coimbra, tal como acontecia na Universidade, podendo acrescentar-se que havia uma permuta de instrumentos e músicos, entre ambas as instituições, como o confirmam alguns documentos do acervo da Universidade de Coimbra.

Por último, podemos saber, um pouco mais, sobre este instrumento de sopro, uma nota marginal, lançada neste Livro de Acórdãos (fl. seguinte à exibida), onde se diz que o baixão voltou a ser entregue, em 6 de setembro de 1627, pelo Padre Mateus Fernandes.

Nestes cinco anos decorridos é que nada sabemos sobre Manuel de Andrade e se este se revelou um bom aprendiz, pois não existem outros registos sobre o assunto.

O elenco de alguns músicos da Sé, que participaram em celebrações litúrgicas, na Capela da Universidade, pode ser conhecido, por exemplo, no que respeita a cantores e instrumentistas, de acordo com os pagamentos que lhes forma feitos pela Universidade. V. BANDEIRA, Ana Maria Leitão; QUEIRÓS, Abílio (2001 -2002) – “Aspectos da Música na Real Capela da Universidade de Coimbra na 1ª Metade do Séc. XVII: O Modelo da Policoralidade”. Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra. Vol. XXI –XXII (2001 -2002), pp.115 -146.

Arquivo da Universidade de Coimbra. Documento do mês de outubro – 2021. Acedido em

https://www.uc.pt/.../docs/documentodomesdeoutubro2021.

 

 

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por Rodrigues Costa às 14:51

Quarta-feira, 06.10.21

Coimbra: Hospital e Asilo da Venerável Ordem Terceira

A obra que hoje divulgamos ressalta de um estudo académico que se debruça sobre a vida do Hospital e Asilo da Ordem Terceira, atualmente Lar de Idosos, no período balizado entre 1851 e 1926, e que nos permite um conhecimento da realidade daquela Instituição.

No edifício, que se encontra adstrito  à igreja de Nossa Senhora do Carmo, funcionou o Colégio dos Carmelitas Calçados, um dos vários colégios universitários da Rua da Sofia e que já tivemos ocasião de abordar neste blog. 

Do referido trabalho académico transcrevemos o que se segue.

Imagem da capa da obra citada.png

Imagem da capa da obra citada

A Venerável Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco de Coimbra foi fundada a 5 de janeiro de 1659 como pessoa moral canonicamente ereta, no convento de S. Francisco da Ponte, com a prática dos seus exercícios espirituais na capela colateral da parte do Evangelho da igreja do referido convento.

Desde cedo promoveu a assistência espiritual e material aos seus membros, com o acompanhamento à sepultura e a atribuição de esmolas, por exemplo. O Hospital e Asilo, fundados respetivamente em 1851 e 1884, são a prova maior da assistência material prestada aos membros da Ordem Terceira de Coimbra, que desta forma garantiu o socorro na doença e na velhice aos irmãos franciscanos seculares conimbricenses.

Igreja do Carmo, claustro.png

Igreja do Carmo, claustro. Imagem acedida em https://www.cm-coimbra.pt/areas/visitar/ver-e-fazer/roteiros-tematicos/coimbra-patrimonio-mundial#&gid=1&pid=29

Alcançado o edifício do extinto colégio dos Carmelitas Calçados, na rua da Sofia, em 1841, após a extinção das ordens religiosas masculinas, a preocupação dos diversos Definitórios foi garantir rendimentos que suportassem as obras de adaptação do imóvel às novas funções assistenciais; para isso, contaram com o apoio financeiro de ministros, benfeitores, irmãs e irmãos seculares.

… Na segunda metade do século XIX, aquando da fundação do hospital (1851) e asilo (1884) da Venerável Ordem Terceira, existiam na cidade de Coimbra, a Misericórdia, os Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospício dos Abandonados, o Asilo da Infância Desvalida e o Asilo de Mendicidade, para além das inúmeras confrarias espalhadas pela cidade.

…Pensado no ano de 1831, em sessão de 15 de Maio, e sob proposta do então ministro, o beneficiado Manuel José Ferreira, só com a doação do edifício do extinto Colégio do Carmo, na rua da Sofia, pela carta de lei de 23 de Abril de 1845, o Hospital da Venerável Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Coimbra teve um espaço para a sua fundação … Abriu portas, pela primeira vez, a 14 de maio de 1852 e deu-se ao hospital da Ordem o título de “Hospital de Nossa Senhora da Conceição” para aquiescer ao pedido do benfeitor Sebastião José de Carvalho.

… Anos depois, em abril de 1860, foi apresentada uma representação aos Deputados da Nação, pelo ministro conselheiro José Maria de Abreu, que visava obter a cerca do extinto Colégio do Carmo e um quintal junto à Casa do Noviciado, onde os doentes poderiam fazer os seus passeios higiénicos ... O pedido foi atendido e a cerca foi concedida por Carta de Lei de 11 de agosto de 1860.

Igreja do Carmo, painel de azulejos no claustro.pn

Igreja do Carmo, painel de azulejos no claustro. Imagem acedida em https://ordemterceirasaofrancisco.pt/portfolio-item/colegioeigrejadocarmo/

 … A fundação do asilo, em 1884, também só foi possível graças à herança legada ao Hospital pelo benfeitor e antigo ministro José Maria de Abreu (1857-1860) no valor de 6.715.870 réis. Com este legado, que aumentava bastante o capital destinado às despesas do hospital, seria possível, “muito em harmonia com a intenção do benfeitor”, criar uma enfermaria destinada aos irmãos inválidos … O Asilo foi inaugurado a 8 de junho de 1884, dia da Santíssima Trindade.

Silva, A. M. D. O Hospital e Asilo da Venerável Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco de Coimbra (1851-1926). Dissertação de Mestrado em História, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. 2014. Coimbra, Universidade de Coimbra, acedida em 

https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/30361/1/Hospital%20e%20Asilo%20Ordem%203%C2%AA%20Coimbra%20(1851-1926)_AMargaridaSilva.pdf

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por Rodrigues Costa às 12:05

Sexta-feira, 01.10.21

Coimbra: “cando o Ryo de Mondego he cheeo”

No âmbito da evocação da Noite Europeia dos Investigadores: ciência para o clima, o Arquivo da Universidade de Coimbra, divulgou no passado dia 24 de setembro, uma muito curiosa exposição documental on-line, intitulada “cando o Ryo de Mondego he cheeo”, quando tudo foi destruído pela pedra e alagados os terrenos. Documentos do AUC (séc. XV-XIX).

O belo catálogo desta exposição está acessível em https://www.uc.pt/auc/slideshow/docs/noiteeuropeiadosinvestigadores?fbclid=IwAR0njcS_LdO6SsGDotTd-r-2ky9qgY8uX-M68QnVkZyYlp099gjFUZWhi8c.

Como refere a Diretora do Arquivo, Professora Doutora Maria Cristina Vieira de Freitas, o objetivo desta iniciativa foi o de dar resposta à seguinte interrogação: “Como pode a ciência contribuir para o conhecimento sobre as causas e efeitos das alterações climáticas e para a neutralidade do clima até 2050?”

O contributo do AUC é constituído pela apresentação de um conjunto de 12 documentos existentes naquela Instituição que ilustram alguns dos fenómenos que encontram as suas origens nos vários eventos cíclicos climáticos.

Diapositivo1.JPG

PT/AUC/HOS/HSLC – Hospital de São Lázaro de Coimbra (F); Coleção de pergaminhos (COL) - AUC-IV-3.ª- Gav. 52- pt. 2 - n.º 61

 Respigamos do Catálogo os seguintes documentos:

- Documento 1, Emitido em Coimbra e datado de 11 de janeiro de 1452, do qual é apresentada a seguinte síntese.

Aforamento feito por Gonçalo Pires, vedor e João Gonçalves do Rio, escrivão do Hospital de São Lázaro, juntamente com os lázaros do dito Hospital, a João Afonso Pintor e sua mulher Catarina Anes, moradores em Coimbra, de certas propriedades localizadas em Rio de Vide. Pagariam de foro anual dois alqueires de trigo e um capão, postos no Hospital, por dia de São Miguel de setembro, ou seja, dia 29.

A escritura foi feita pelo tabelião Pedro Dias, na quintã do Hospital «honde os lazaros soem de hir folgar cando o Ryo de Mondego he cheeo” (v. linha 5 do documento). Desde sempre, o rio determinou a saída da população, de uns locais para outros, devido às enchentes, sobretudo nos meses de inverno, como é o caso deste documento, do séc. XV.

Anote-se a particularidade da frase escrita à cabeça do documento, na margem superior, em letra de diferente punho: “esta hase de aclarar com o remedio”. Esta frase é elucidativa sobre o uso de um “remédio” a famosa solução de noz de galha, utilizada para tornar mais nítida a leitura de um documento em pergaminho, quando a tinta estava delida, mas que o inutilizava, ao deixar secar sobre toda a superfície da pele, essa mesma solução.

Diapositivo2.JPG

PT/AUC/HOS/HSLC – Hospital de São Lázaro de Coimbra (F); Coleção de pergaminhos (COL) - AUC-IV-3.ª- Gav. 52- pt. 2 - n.º 61

- Documento 3. Emitido em Coimbra em 1633, do qual é apresentado o seguinte resumo.

Registo da neve trazida para Coimbra, para o Real Colégio de São Pedro, referindo-se que o neveiro a começou a trazer no dia 26 de maio de 1633: “e trouxe nesse dia sinco arrobas e doze arrates”.

As informações lançadas neste pequeno volume evidenciam o transporte de neve (ou gelo) a partir da Lousã, nos meses de maio a setembro.

É frequente a indicação de que o neveiro trouxe “neve limpa”, assim como se refere que foi trazida numa arca. A sua utilização seria, seguramente, para a refrigeração de bebidas e conservação de alimentos. Em anos sequentes, as indicações de aquisição de neve são feitas a partir de junho, podendo dizer-se que havia remessas semanais de neve.

Esta prática dos neveiros já há muito desapareceu e, também, as alterações climáticas já não permitem a acumulação de neve, na serra da Lousã.

Diapositivo3a.jpg

PT/AUC/UC – Universidade de Coimbra (F); Real Colégio de São Pedro (SF); Livro de registo do neveiro e do carneireiro do Colégio (DC), 1633-1638, fl. [fl. 3] – AUC-IV-1.ªE-7-3

- Documento 7. Emitido em Lisboa, a 6 de outubro de 1817, sendo apresentado o seguinte resumo.

Procuração dada pelo Doutor José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) a José Pires da Veiga Bulhões para que, como seu procurador, possa receber os vencimentos da Universidade, com lente jubilado na cadeira de Metalurgia.

Todos os seus títulos e cargos são mencionados, no formulário inicial da procuração, incluindo o de Superintendente do Rio Mondego e Obras Públicas de Coimbra. Verdadeiramente, o cargo teve a designação de Superintendente e diretor do encanamento do Rio Mondego, para o qual foi nomeado por Alvará de 13 de julho de 1807. No séc. XIX voltava de novo a colocar-se a necessidade de proteger os campos do Mondego, com terras férteis no designado baixo Mondego, sendo também uma preocupação a navegação fluvial, pois o rio era o principal meio de comunicação entre Coimbra e as terras até à foz do rio, na Figueira da Foz. Destaque-se a cheia torrencial e devastadora de 22 a 24 de fevereiro de 1788 que muito marcou a população, para ilustrar situações anteriores.

Pelo rio se escoavam e entravam produtos e se abastecia a cidade e todas as povoações, situadas ao longo das margens do rio. Sempre que os invernos eram rigorosos e a chuva abundante, mesmo fora das estações mais próprias, perdiam-se culturas, arruinava-se a trajeto fluvial e as populações perdiam os seus bens.

Diapositivo4.JPG

PT/AUC/ELU/UC – Universidade de Coimbra (F); Processos de Professores (SR), cx. 326 – AUV-IV-1.ªD-8-5-326

AUC. “cando o Ryo de Mondego he cheeo”, quando tudo foi destruído pela pedra e alagados os terrenos. Documentos do AUC (séc. XV-XIX). Catálogo on-line. Acedido em: https://www.uc.pt/auc/slideshow/docs/noiteeuropeiadosinvestigadores?fbclid=IwAR0njcS_LdO6SsGDotTd-r-2ky9qgY8uX-M68QnVkZyYlp099gjFUZWhi8c

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por Rodrigues Costa às 19:22


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