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A' Cerca de Coimbra



Terça-feira, 24.11.20

Coimbra: Retábulo da Estigmatização de S. Francisco 2

Entre os séculos XV e XVIII Portugal foi-se cobrindo de um manto intenso de luz no interior das suas igrejas.

Convento Santa Clara-a- Nova. Interior da igreja.j

Convento Santa Clara-a-Nova. Interior da igreja

Ao longo desses séculos, os emotivos retábulos aquecidos a ouro foram ganhando as preferências nacionais, deixando-se para trás as mais frias (de pudor tratadístico) estruturas italianizantes trabalhadas em pedra.

Interior da igreja do mosteiro.png

Fig. 3 - Interior da igreja do mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra. 2014. (Fotografia cedida por Anabela Carvalho)

 … No caso privilegiado de Santa Clara, a reformulação de um novo mosteiro ocasionou a execução de retabulária totalmente nova e especialmente encomendada para esse efeito, seguindo, em conformidade, o sentido estabelecido …

Convento Santa Clara-a- Nova. Retábulos.jpg

Convento Santa Clara-a-Nova. Retábulos

 Os 14 retábulos seguem todos a mesma composição dada por Mateus do Couto … Os retábulos que compõem a nave distribuem-se ao longo da mesma: 9 laterais, encaixando-se entre as pilastras da igreja; 2 colaterais; 2 sem altar (paralelamente aos colaterais); e 1 painel da mesma composição sobre a porta de entrada. Os baixos-relevos apresentam um grande sentido de movimento, através de corpos ondulantes, diagonais e panejamentos flutuantes e são pintados sobre folha de ouro, em cores suaves. Os seus imaginários e entalhadores, António Gomes e Domingos Nunes, assinaram contrato em 28 de Outubro de 1692 … É provável que, posteriormente, tenham sido encomendados os 3 painéis que faltam e que não estão no contrato, visto que os processos de decoração da igreja se prolongaram até ao século XIX.

Painel do retábulo da estigmatização.png

Fig. 4 - Painel do retábulo da estigmatização de S. Francisco, 1692, António Gomes e Domingos Nunes. 2014 (Fotografia cedida por Anabela Carvalho)

Gravura da folha de rosto da obra Missae ....png

Fig. 5 - Gravura da folha de rosto da obra Missae propriae festorum ordinis fratrum minorum ...1675. Officina Roderica de Carvalho Coutinho.

 O primeiro retábulo lateral do lado da epístola corresponde à estigmatização do santo fundador, como estipulado em contracto, localizado hierarquicamente no conjunto dos retábulos laterais do lado da epístola e iniciando a leitura global da retabulária. O painel é composto pela figura do santo, de frei Leão e de um serafim. Frei Leão encontra-se sentado no canto inferior esquerdo absorvido pela leitura de um livro e ignorando a acção que se desenrola à sua volta. S. Francisco, posicionado no lado direito, estica-se em direcção à aparição do serafim envolto em nuvens, que se encontra no canto superior esquerdo, conferindo marcante diagonal na composição. A cena é rodeada de rochas e árvores e, como fundo, apresenta uma paisagem com a representação de casario. Ambas as figuras vestem hábito franciscano e o serafim é representado cruxificado.

A cena do relevo congela a passagem da vida de S. Francisco em que este recebe os estigmas. Segundo S. Boaventura, a quando do seu retiro de Quaresma em honra de São Miguel para o monte Alverne, o santo contempla a aparição de um “(…) serafim de seis asas flamejantes (…)” crucificado em que “(…) Duas asas elevavam-se por cima de sua cabeça, duas outras estavam abertas para o vôo, e as duas últimas cobriam-lhe o corpo (…)”. Durante esse êxtase, S. Francisco sente “(…) uma alegria transbordante ao contemplar a Cristo que se lhe manifestava de uma maneira tão milagrosa e familiar, mas ao mesmo tempo uma dor imensa, pois a visão da cruz traspassava sua alma com uma espada de dor e de compaixão (…)”. Após a aparição, surgem-lhe marcas nas mãos e nos pés e na lateral direita do tronco, correspondendo à localização das 5 chagas de Cristo. S. Francisco assemelhava-se assim a Cristo, não apenas pela sua forma de estar na vida, mas também de forma tão visível como os estigmas, executando, a partir dai, diversos milagres.

… No caso do relevo dos estigmas em Santa Clara-a-Nova, S. Francisco de Assis apresenta-se numa posição de movimento ascensional, acompanhado de frei Leão e envolto em natureza.

Os entalhadores do painel da estigmatização de S. Francisco na nova igreja de Santa Clara de Coimbra revelam influências de gravuras que circulavam na época … o «Missae propriae festorum ordinis fratrum minorum ...», de 1675, que apresenta S. Francisco de mãos cruzadas.

Contudo, é essa que mais se assemelha ao relevo do retábulo da estigmatização da igreja do mosteiro de Santa Clara-a-Nova, pela sua organização compositiva, a mesma diagonal, a presença de frei Leão no canto inferior esquerdo, o mesmo desenho de árvore e a envolvência pela natureza.

.... No retábulo dos estigmas a importância da liberdade do artista na execução da obra, sem se cingir a uma gravura única, permitiu a oportunidade de mostrar a desenvoltura expressa na qualidade técnica.

… A maior liberdade na execução duma temática recorrente resultou numa abordagem única conferida pela forte aposta em diagonais marcadas e de maior movimento, demonstrando a qualidade técnica dos seus autores. A obrigatoriedade do tema do fundador, a par com o resto do conjunto, foi desenvolvida na simbiose entre o gosto régio e a técnica da talha portuense, resultando num singular dispositivo de retabulária nunca antes executada em Portugal.

Carvalho, A. R. O Retábulo da Estigmatização de S. Francisco na igreja de Santa Clara-a-Nova em Coimbra. In: O Retábulo no Espaço Ibero-Americano. Forma, função e iconografia. Coordenação de Ana Celeste Glória. Volume 2. 2016. Lisboa, Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / NOVA. Pg. 27-29

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por Rodrigues Costa às 11:38

Quinta-feira, 19.11.20

Coimbra: Retábulo da Estigmatização de S. Francisco 1

Santa Clara-a-Nova como estratégia régia

 O mosteiro de Santa Clara de Coimbra foi construído na margem esquerda da cidade por iniciativa de Dona Mor Dias no século XIII. Com a participação directa da Rainha D. Isabel de Aragão na construção, o mosteiro ganhou uma projecção que seria também alimentada pela salvaguarda do sepulcro régio. A ligação do mosteiro com a cidade e a concentração franciscana naquela área geraram uma relevância tal que até o próprio rio quis abraçar o solo consagrado.

Este território ocupado por duas grandes construções dedicadas à Ordem de S. Francisco e ligadas à cidade através da ponte, estabelece, assim, o protagonismo franciscano. O flagelo das cheias do Mondego obrigou as freiras a uma atenção constante ao seu património e a alterações sistemáticas nos circuitos de circulação interna.

Não obstante as condições agrestes ao longo de séculos, as clarissas insistiram na ocupação do espaço, resistindo mesmo à possibilidade de mudança oferecida pelo rei D. Manuel I. Em carta enviada a D. João IV, a abadessa mor da instituição pedia-lhe que fizesse mudar a localização do mosteiro, longe do risco de inundação. Este pedido interessou particularmente o monarca, que via nele uma oportunidade de glorificação do reinado, face ao anterior, de Filipe III. O monarca espanhol teria sido o responsável pelo processo de canonização da Rainha D. Isabel, que se prolongou entre 1611 a 1625, nomeando-a protectora do reino. Por conseguinte, D. João IV vê no pedido de construção do novo mosteiro uma motivação para extinguir as réstias lembranças filipinas, legitimando a nova dinastia e albergando sob sua protecção a nova santa e padroeira do Reino de Portugal, monumentalizando a grandeza e consagração do seu reinado pelo reforço da linhagem real e nacional da santa rainha.

Convento Santa Clara-a- Nova. Entrada.jpgConvento Santa Clara-a-Nova. Entrada

O monarca manda erguer o novo mosteiro numa cota mais elevada em confronto directo com a Universidade, lugar esse onde o poder régio é reforçado pela presença sistemática do brasão real, tal como acontece em Santa Clara-a-Nova, demarcando o patrocínio do rei na edificação. O impacto e a monumentalidade do mosteiro na malha urbana de Santa Clara confere à paisagem um equilíbrio de complementaridade com a Alta de Coimbra, sendo, desde logo, um elemento

iconográfico categórico na representação da cidade e actuando como uma espécie de polo de ligação entre as duas colinas, separadas pelo rio mas unidas pela mesma tutela.

O projecto resultou magnânimo e ambicioso, indo contra os anseios do rei em economizar na obra. A grandiosa panorâmica do mosteiro acarreta um grande impacto cénico através, principalmente, da colossal estrutura correspondente ao dormitório que impõe sobre a cidade a imagem poderosa do Rei através do carácter real que os dois torreões conferem. Era a dinastia portuguesa que agora velava pelo corpo sagrado de linhagem régia nacional e que imite essa afirmação através de uma estrutura de arquitectura civil, apelando à tipologia de um palácio régio.

- Margem esquerda da cidade vista da Universidade

Fig. 1 - Margem esquerda da cidade vista da Universidade de Coimbra. 2014. (Fotografia da autora)

O portal da igreja, a uma escala visível da cidade, difundia da mesma forma a independência da nova dinastia. O discurso político afixado no portal actual como estrutura comemorativa da Restauração de 1640 tal como já acontecia na tipologia do portal da igreja de S. João Baptista de Angra (datado de 1642) e como vai acontecer no portal da igreja da Piedade de Santarém (1664-1677). O monarca assinalava no novo panteão criado a legitimação definitiva e exclusivamente portuguesa da guarda e posse do túmulo da Rainha Santa Isabel, servindo igualmente para a afirmação da nova dinastia em contraposição à antiga.

O portal da igreja (1649-1696) é composto, num primeiro registo, por um vão rectangular, enquadrado por pilastras dóricas com entablamento de tríglifos e, num registo superior de maior movimento, dado por elementos decorativos como as volutas, apresentando um grande espaço quadrangular central preenchido pelo brasão real e dois anjos custódios (que apoiam as armas régias, glorificando o poder do rei credibilizado pela protecção divina que legitimiza a afirmação política no mosteiro de Santa Clara-a-Nova), emoldurado por pilastras jónicas e entablamento estriado, rematado por frontão interrompido por duas volutas e cruz ao centro.

Fachada da igreja do mosteiro.png Fig. 2 - Fachada da igreja do mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra. 2015. (Fotografia da autora)

Como lhe chamou António Filipe Pimentel, o novo mosteiro de Santa Clara é igualmente um mosteiro-panteão e um mosteiro-palácio, erguido para afirmação da restaurada dinastia na cidade que acolheu o corpo do primeiro Rei da nação portuguesa.

Carvalho, A. R. O Retábulo da Estigmatização de S. Francisco na igreja de Santa Clara-a-Nova em Coimbra. In: O Retábulo no Espaço Ibero-Americano. Forma, função e iconografia. Coordenação de Ana Celeste Glória. Volume 2. 2016. Lisboa, Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / NOVA. Pg. 27-29

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por Rodrigues Costa às 10:51

Terça-feira, 17.11.20

Coimbra: Primeiro túmulo da Rainha Santa 2

… A concepção de um juízo particular imediatamente post mortem torna-se gerador do temor do dia do passamento, potencia a necessidade de que a memória do defunto seja sempre recordada e que se invista no seu acesso às bem-aventuranças eternas, junto de intercessores privilegiados. Por conseguinte, completa esta face da arca tumular, acompanhando o cortejo das monjas clarissas, uma trilogia de Santos: S. Francisco, S. Luís de Tolosa e Santa Clara, da mesma família religiosa em quem a rainha Isabel depositou a confiança necessária para se acolher nos seus últimos tempos de vida e legar os seus reais despojos (vide Fig. 4).

Túmulo da Rainha Santa, frontal direito.pngOp. cit. Fig. 4 – Túmulo da Rainha Santa, frontal direito, pg. 78

Para obter a ressurreição, que só a Deus pertence, a rainha esco­lheu a intercessão dos Apóstolos e da sua família franciscana, que fez inserir contrapostos nos frontais do seu túmulo (vide Fig. 4 e 5)

Túmulo da Rainha Santa, frontal esquerdo.pngOp. cit. Fig. 5 – Túmulo da Rainha Santa, frontal esquerdo, pg. 79

… No entanto, a invocação intercessora prioritária é a da Virgem, tal como se pode comprovar pela representação duplicada que tem no facial da cabeceira. Enquanto sofredora, aos pés da cruz, a tes­temunhar, juntamente com S. João, o drama da Paixão de seu Filho e, também, como soberana com o Menino ao colo. Na repetição desta figura tutelar pode ver-se a intenção de à morte acrescentar a vida, o que se processou através de uma iconografia, então ainda em fase de disseminação, a do Menino Jesus e com ele da infância. Nesta opção não pode deixar de se ver expressão da vontade da própria rainha, mãe e avó extremosa, numa altura em que começava a florescer o interesse pelas crianças (vide Fig. 6).

Túmulo da Rainha Santa, facial dos pés.png

Op. cit. Fig. 6 – Túmulo da Rainha Santa, facial dos pés, pg. 80

Túmulo da Rainha Santa, facial da cabeceira.pngOp. cit. Fig. 7 – Túmulo da Rainha Santa, facial da cabeceira, pg.81

… Através da iconografia da sua última morada, acedemos ao que consideramos o testamento espiritual de Isabel de Aragão que, ao colocar os receios da justiça divina no momento em que a alma se separa do corpo, remete para um tempo em que as orações por intercessão ganham um valor acrescido e em que a Igreja, em particular as ordens religiosas, se apoderam do corpo dos defuntos, em função da sua hierarquia e prestígio social, e se tornam especialistas da sua memória.

Créditos: Florentino Bernardes Franco e Babo Ribeiro – © Confraria da Rainha Santa Isabel

Macedo, F.P. O primeiro túmulo da Rainha Santa: Relicário e Relíquia. In: Isabel, Rainha e Santa. Pervivência de um culto centenário. Rebelo, A.M.R., Urbano, C.M. Coordenadores. Coimbra, Imprensa da Universidade. Pg. 45-81.

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por Rodrigues Costa às 19:35

Sexta-feira, 13.11.20

Coimbra: Primeiro túmulo da Rainha Santa 1

A arca tumular da rainha Santa, coroada de jacente, continua a motivar, ainda hoje, forte impacto em quem a visita, no coro baixo do mosteiro de Santa Clara-a-Nova de Coimbra, onde atualmente se encontra preservada.

… As manifestações populares, ocorridas no decurso das solenes exéquias, responsáveis por rodear de uma auréola de sobrenatural a carismática e venerada figura da rainha, são expressão do começo do seu culto público estimulado pelo círculo dos que lhe eram mais próximos. Ganha cada vez maior consistência a ideia de que a origem do culto da Rainha Santa resulta, no essencial, da ação pronta e conjugada de duas pessoas que lhe eram próximas, o filho D. Afonso e Frei Salvado Martins, seus executores testamentários.

Para se fazer perpetuar na sua última morada, Isabel de Aragão escolheu um jacente evocador da sua personalidade, da posição que ocupou na hierarquia do poder e da excelência da sua linhagem. Ao orgulho da sua individualidade e condição, patente em elementos caracterizadores do seu percurso terreno e da exaltação enfatizada da estirpe, associa-se o discurso escatológico de todo o sepulcro, onde transparecem, sob o manto da linguagem religiosa, a relação da tumulada com o sagrado e as suas inquietações face à descoberta do seu destino último e se deixa entrever a complexa questão, ainda hoje não cabalmente esclarecida, do que era viver e morrer na Idade Média (vide Fig. 1).

A efígie régia “estática, volumosa e perturbante” é singularizada de modo eloquente pela coroa, o hábito de clarissa e as insígnias de peregrina, símbolos da afirmação da sua excecionalidade, tanto no mundo civil como religioso.

Túmulo da Rainha Santa, jacente e frontal direitoOp. cit. Fig. 1 – Túmulo da Rainha Santa, jacente e frontal direito, pg. 76

Verdadeiro documento de individualidade, traçado pela rainha sem constrangimentos ou falsas modéstias, apartado de uma imagem fantasiada de total despojamento e humildade forjada em tempos modernos e que até aos nossos dias foi continuamente passada (vide Fig. 2)

Túmulo da Rainha Santa, pormenor do jacente.pngOp. cit. Fig. 2 – Túmulo da Rainha Santa, pormenor do jacente, pg. 77

A conjugação de elementos aparentemente paradoxais: a coroa de rainha e descendente de reis, rodeada da heráldica que a individualiza, (os escudos palados de infanta de Aragão, as cinco quinas com bordadura castelada de rainha de Portugal e as águias bicéfalas do império alemão, herdadas de sua mãe); quatro pequenos cães domésticos, distintivos do seu elevado estatuto social, a remeterem para o quotidiano das casas de morada de uma dama de alta estirpe, em que eram usuais; o livro que segura junto ao peito, em alusão a uma vida pautada pelo cumprimento empenhado dos deveres religiosos de oração, jejuns e caridade; o porte do hábito religioso de clarissa da terceira ordem, num mimetismo directo com a mortalha escolhida, em sinal de humildade e recolhimento; o bordão e a bolsa das esmolas e dois anjos turiferários a acompanharem a sua derradeira viagem, numa menção explícita ao ideal de peregrinação, uma das mais perfeitas formas de ascese que o cristianismo medieval apontava aos que ansiavam pela salvação, fazem do seu jacente um tempo (vide Fig. 3).

Túmulo da Rainha Santa, pormenor do jacente 2.pngOp. cit. Fig. 3 – Túmulo da Rainha Santa, pormenor do jacente, pg. 78

Créditos: Florentino Bernardes Franco e Babo Ribeiro – © Confraria da Rainha Santa Isabel

Macedo, F.P. O primeiro túmulo da Rainha Santa: Relicário e Relíquia. In: Isabel, Rainha e Santa. Pervivência de um culto centenário. Rebelo, A.M.R., Urbano, C.M. Coordenadores. Coimbra, Imprensa da Universidade. Pg. 45-81.

 

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por Rodrigues Costa às 10:23

Terça-feira, 10.11.20

Coimbra: Museu Militar

No dia 6 de dezembro de 1985, com a presença do então Presidente da República, General Ramalho Eanes foi inaugurado o Museu Militar instalado em parte do dormitório da Convento de Santa Clara-a-Nova, onde tinha funcionado primeiro o Regimento de Artilharia Ligeira n.º 2 e depois o Centro de Seleção e recrutamento do exército.

Museu Militar em Coimbra, extinto.pngMuseu Militar em Coimbra, extinto. Imagem acedida em https://www.portugalfinest.pt/pt/cr1s7wSjG/nr1iefEWyyuC/

Carro de combate pesado. MM Coimbra.pngCarro de combate pesado, de lagartas, “M 47 Patton” exposto à entrada do Museu. Imagem acedida em https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f1/Museu_Militar_de_Coimbra_-_Portugal_%282516675164%29.jpg

Carro de combare. MM Coimbra.pngCarro de combate de rodas, Saladin exposto na área lateral de exposição de viaturas do Museu. Imagem acedida em https://www.portugalfinest.pt/pt/cr1s7wSjG/nr1iefEWyyuC/

Segundo o site https://www.igogo.pt/museu-militar-de-coimbra o museu era constituído por salas de exposição no rés-do-chão e 1º andar, parque de armas pesadas, oficina de restauro e arrecadação de material.

O património ali exposto era descrito da seguinte forma em https://www.portugalfinest.pt/pt/cr1s7wSjG/nr1iefEWyyuC/.

O Museu Militar de Coimbra tem exposto o material que, ao longo dos tempos, foi utilizado pelo exército português. Seis salas dão a conhecer a história militar de Portugal. Fotografias de painéis de azulejos antigos e de vitrais. Uma carroça de transportes de munições. Uma exposição temática sobre trincheiras. Estes são apenas alguns dos temas que o Museu Militar de Coimbra aborda e que dão a conhecer um pouco mais da história militar portuguesa.

Mas existe uma outra fonte que nos permite melhor conhecer esse património. Trata-se de um vídeo acessível em https://www.youtube.com/watch?v=CRBUnvkd-20 que nos revela, nomeadamente, imagens do  primeiro computador a ser utilizado em Portugal.

A extinção deste Museu foi assim relatada por Cátia Santos em  https://catiasantos.wordpress.com/137-2/

Em Dezembro de 2009, o Museu Militar de Coimbra fechou portas ao público, por questões económicas. No dia 31, do presente mês, a chave é entregue aos responsáveis.

Depois de 14 anos a mostrar carros de combate, armas e fardas, de acordo com o desenvolvimento do exército português, o local turístico vai encerrar.

Os materiais expostos estão a ser distribuídos por unidades Militares de todo o país, desde Bragança a Elvas.

O património ali existente, segundo informações fidedignas, foi maioritariamente deslocado para o Museu Militar de Elvas e, ainda, para o Museu Militar de Bragança e outras unidades militares.

Carro de combate pesado, MM Elvas. Foto Pedro Rodr

Carro de combate pesado, de lagartas, “M 47 Patton” que pertenceu ao Museu Militar de Coimbra e agora exposto no Museu Militar de Elvas. Foto Pedro Rodrigues Costa

Peças artilharia. MM Elvas. Foto Pedro Rodrigues

Peças de artilharia que integraram o Museu Militar de Coimbra e agora expostas no Museu Militar de Elvas. Foto Pedro Rodrigues da Costa

Ou seja, no espaço de cinco anos, em Coimbra, e se bem me lembro perante um silêncio de chumbo, viu encerrar em 2004 as portas do Museu dos Transportes Urbanos e depois, em 2009, as do Museu Militar.

Triste sina a da minha terra no que concerne à perda do seu património multisecular.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 09:55

Quinta-feira, 05.11.20

Coimbra: Museu dos Transportes Urbanos 4

A terminar esta sequência de entradas, transcrevo um documento que elaborei, em 6 de dezembro de 2016, após uma visita que fiz ao que resta do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra.

Núcleo do Carro Elétrico

Não obstante o que de mau ali foi feito, a parte essencial do património histórico subsistiu a anos de abandono, facto que permite considerar a imediata reabertura do Núcleo. Importa, salientar os factos a seguir referidos.

1 – Trabalhos realizados depois da minha saída da CMC e até 2001

- Reinstalação parcial da exposição inicial.

- Inventariação, catalogação e fotografia das peças existentes.

- Elaboração de um anteprojeto – que inclui peças arquitetónicas – tendo em vista a apresentação de uma candidatura para financiamento, visando a instalação do Núcleo, nas condições museológicas, hoje exigíveis. 

Não me tendo sido facultado o acesso a esse documento, em conversa havida com as Técnicas da Divisão de Bibliotecas e Museus, Srªs. Dr.ªs Berta Duarte e Elizabete Carvalho, foi-me referido que o mesmo, com algumas atualizações, se mantem em condições de ser desenvolvido.

2 – Trabalhos realizados em 2004, aquando do encerramento do Museu para a instalação de um grupo de teatro, com o consequente abandono do projeto de candidatura a um financiamento

- Arrumação das peças de menor dimensão, separadas em tabuleiros por tipologia, os quais ainda se encontram, junto ao portão de acesso dos elétricos. Trabalho que foi realizado por uma equipa orientada pela Dr.ª Elizabete Carvalho e que incluiu antigos funcionários dos SMTUC.

 

Edificio onde funcionou o Museu dos Transportes Ur

Edifício onde funcionou o Museu dos Transportes Urbanos. Col. Carlos Ferrão

3 – Situação verificada em 06.12.2016

3.1 – Foi retirado o seguinte espólio:

3.1.1 – O truck/chassis e motores do elétrico nº 19 que permitia a compreensão do funcionamento do veículo, pelo que importaria tentar a sua recuperação. Esta peça teria sido cedida – emprestada, ou dada – ao Museu dos Elétricos de Sintra, onde está exposto;

 

thumbnail_Truck 79E SMC 19 - 1995(1).jpgTruck e motor elétrico quando expostos no Museu. Imagem cedida por Ernst Kers

 

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Truck cedido pela CMC ao Museu de Sintra, na atualidade. Foto Pedro Mendes

3.1.2 – O troleicarro n.º 21, que foi o primeiro deste tipo de veículos a circular em Coimbra. Embora já não no estado inicial, e que estará resguardado nas instalações dos SMTUC;

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Troleicarro n.º 21, na forma inicial. Acedido em https://sites.google.com/site/transportesurbanosdecoimbra/troleis?fbclid=IwAR3LxP4hNcAFbz5jgs1nUW7uP2Q9CNauRFirgCfqx2q1Er25jNDyPtc5SPY

3.1.3 – O autocarro nº 8, de marca Volvo, dos anos cinquenta do passado século, de que se desconhece o paradeiro, depois de ter estado algum tempo na parada dos SMTUC;

3.1.4 – O carro torre utilizado na manutenção da rede aérea, de marca Hansa-Lyod, oriundo de Braga, em ordem ao qual haveria todo o interesse em voltar a integrar o património do Núcleo.

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Carro-torre, a última fotografia conhecida, depois de ter integrado o acervo do Museu. Foto Pedro Mendes

3.2 – Foi desmontado:

3.2.1 – A rede aérea, a qual permitia quer a iluminação dos carros elétricos, quer a sua periódica movimentação;

3.2.2 – A central elétrica de produção da energia de alimentação da rede dos carros elétricos – a central da Alegria montada em 1910 – que estava contigua ao Núcleo, cuja desmontagem e dispersão classificamos como um grave atentado ao património da cidade. Dos equipamentos que a constituíam resta um gerador, sendo que desconhecemos o destino dos demais elementos. Importa salientar que a reposição, pelo menos, da iluminação dos carros elétricos, constituirá a principal dificuldade técnica a vencer para a reabertura do Núcleo;

3.2.3 – A bancada de trabalho, bem como os expositores que se encontravam colocados sobre a mesma, contendo as ferramentas específicas utlizadas para a manutenção dos carros elétricos.

3.3 – Novo espólio

Passou a integrar o património do Núcleo o já referido gerador da central da Alegria, que teria vindo, em 2010, do extinto Museu Nacional da Ciência e Técnica.

3.4 – Material da exposição «Cem anos da tração elétrica em Coimbra»

O material criado para esta exposição realizada no edifício Chiado, em outubro de 2011, nomeadamente fotografias de grande dimensão, foi reinstalado no Núcleo, sendo um bom ponto de partida para a sua reabertura.

3.5 – Renovação do espaço museológico

3.5.1 – O espaço museológico está carecido de uma limpeza geral face ao pó acumulado ao longo do tempo. Recordo que, no tempo em que fui Diretor do Museu, tive ocasião de obter a ajuda dos Sapadores Bombeiros que com agulhetas limpavam periodicamente o chão.

3.5.2 – Pelo Administrador dos SMASC foi afirmada a disponibilidade para a demolição do refeitório construído no espaço do Núcleo e sua consequente reintegração no mesmo.

3.5.3 – Seria, também, conveniente o alargamento das obras em curso de pintura das paredes exteriores às paredes interiores e janelas.

3.5.4 – Neste âmbito haverá – tendo em vista o que se refere no ponto 3.2.2 – que se proceder á revisão do sistema de iluminação.

4 - Conclusão

Julgamos possível, necessária e urgente a imediata reabertura do Núcleo do Carro Elétrico, numa situação similar, mas melhorada, relativamente ao que existia à data do seu encerramento, mas, agora integrado, no âmbito do Museu Municipal de Coimbra.

Julgamos importante e necessário o reativar do processo de candidatura ao financiamento da obra de fundo de que o Núcleo está carecido.

Rodrigues Costa

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por Rodrigues Costa às 18:29

Terça-feira, 03.11.20

Coimbra: Museu dos Transportes Urbanos 3

  1. Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra

2.1 - Da criação do Museu

A decisão da criação do Museu dos Transportes Urbanos foi tomada em 1982, pelo Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Coimbra, no âmbito das Comemorações dos 35 anos da instalação da primeira linha de troleicarros, em Portugal.

Mas a concretização de tal projecto só viria a ocorrer em 1984, quando foi aprovado o «Regulamento do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra» e instalados os respectivos órgãos directivos ficando, assim, o Museu dotado de personalidade jurídica e autonomia financeira.

O Museu tem em vista «a preservação do património municipal de interesse histórico, relativo aos transportes de Coimbra, constituindo igualmente, objecto da acção do Museu a exploração de uma linha histórica de carros eléctricos a criar, logo que possível, nos termos de deliberação própria da Câmara Municipal de Coimbra.

Para a prossecução das finalidades que lhe foram atribuídas, mais ficou decidido que «o Museu desenvolverá a sua actividade nas seguintes área

a) Área de investigação, pela qual promoverá a recolha de objectos e documentos relativos ao tema do Museu.

b) Área documental, que terá em vista a gestão de uma biblioteca especializada, constituída pelo acervo documental que for possível recolher.

c) Área da museografia à qual competirá: a catalogação e classificação do património do Museu; exposição ao público. Nesta área será dedicada particular atenção às visitas de alunos de Escolas.

d) Área da conservação e restauro, através da qual se zelará pela preservação e restauro das espécies que constituam o acervo do Museu.

2.2 - O trabalho já realizado

O acervo do Museu, é constituído primeiro, pelo próprio edifício – a parte mais antiga é um bom exemplo das construções industriais do principio do século – e, ainda, principalmente, pelos veículos ali existentes, a saber:

- O carro eléctrico n.º 1

Construído em 1909, nas fábricas J.G.Brill, de Filadélfia (E.U.A.), do tipo semi-convertível construído sob um chassis do tipo 21 E.

O aspecto que hoje apresenta resulta das alterações que, na década de 50 lhe foram introduzidas nas oficinas dos Serviços Municipalizados e que, tiveram em vista o aumento da lotação, através do alongamento da carroçaria e da supressão do lanternim.

Já no âmbito do Museu, foi o carro pintado com a cor inicialmente utilizada nos carros eléctricos, em Coimbra - a cor vermelha -, apresentando ainda o primeiro sistema de sinalização do número de linha aqui utilizado que assentava no recurso a filtros de cores diferentes.

Carro elétrico n.º 1. Foto cedida por Carlos Fer

Carro elétrico n.º 1. Foto cedida por Carlos Ferrão

- O carro eléctrico n.º 3

Sendo da mesma série do anterior funcionou, igualmente, até 1980. A carroçaria foi modificada em 1958, sendo para o efeito utilizados os projectos dos carros eléctricos nº 14 e 15, mas este realizado em madeira.

Este carro eléctrico é mantido operacional tendo em vista uma eventual utilização em linha histórica.

- O carro eléctrico n.º 4

Ainda da mesma série dos anteriores, foi restaurado em 1969.

É um bom exemplo da capacidade técnica atingida pelas oficinas dos Serviços Municipalizados de Coimbra, apresentando soluções originais, tais como letreiros embutidos, no tejadilho e degraus duplos. É de salientar que se trata do único carro eléctrico existente em Portugal, com este tipo de degraus.

- O carro eléctrico n.º 6

Da mesma origem dos anteriores foi construído em 1911, tendo entrado ao serviço em 25 de Maio de 1912.

O aspecto que apresenta é a resultante das transformações que foram introduzidas na década de 50.

Já no âmbito do Museu foi este carro eléctrico pintado com a segunda das cores utilizadas pelos carros eléctricos em Coimbra, apresentando igualmente o segundo sistema de sinalização do número de linha, constituído por filtros de cor e chapas com números de cantos coloridos.

Carro elétrico n.º 6 depois de recuperado.jpg

Carro elétrico n.º 6 depois de recuperado

- Carro eléctrico n.º 11

Entrou ao serviço em 1928, tratando-se de um exemplar de história curiosa.

À Firma J.G.Brill foram adquiridos os chassis e o sistema motor, bem como os planos das carroçarias, as quais foram executadas nas oficinas dos Serviços Municipalizados. Inicialmente era um carro aberto, os populares «carros pneumónicos» que logo em 1932 foi transformado em carro fechado, sendo um dos carros eléctricos de dois eixos mais compridos existentes em Portugal. Apresentava inicialmente, 8 janelas, as quais foram reduzidas a 7 aquando da transformação a que foi sujeito na década de 50.

É projecto do Museu a recondução à traça original deste exemplar.

- Carro eléctrico n.º 14.

Construído igualmente, pela Firma J.G.Brill de Filadélfia entrou ao serviço no ano de 1928. Possui uma carroçaria inteiramente metálica, sendo os painéis laterais

fixados por rebites. O chassis é do tipo 79 ELX "Birney", apresentando uma suspensão "mole" constituída por um sistema de molas.

De referir que é o único exemplar que resta de uma série exportada peIa Firma J.G.Brill para a Europa - para as Cidades de Coimbra e Arnhem (Holanda) -, tendo os existentes nesta última cidade sido destruídos no decurso da 2ª Guerra Mundial.

- Carro eléctrico n.º 16

Construído, numa série de 3, em 1929, pela Fábrica Familleureux, da Bélgica, sobre um chassis produzido pela Fábrica M. A. N. da Alemanha. Trata-se de um carro «curto» de 2 eixos concebido especialmente para os traçados das ruas de Coimbra.

Exemplar único, apresenta algumas alterações que lhe foram introduzidas nas oficinas dos Serviços Municipalizados de Coimbra, sendo ainda de referir que foi um dos únicos carros eléctricos que existiram em Coimbra, com plataformas fechadas.

Carro elétrico n.º 16 depois de recuperado.jpg

Carro elétrico n.º 16, depois de recuperado

- Atrelado n.º 1

Fabricado pela John Stephenson Company, de Nova Iorque, dos E.U.A., em data que se desconhece.

É um antigo "carro americano", de tração animal, adaptado a atrelado que, como tal, foi utilizado até 1951.

É projecto do Museu a sua reposição na traça inicial.

Atrelado n.º 1. Coleção Pedro Rodrigues da Cost

Atrelado n.º 1. Coleção Pedro Mendes

- Carro-Torre

Trata-se de um veículo de marca LOYD, fabricado em 1930. Está, actualmente, equipado com um motor Perkins, sendo de referir que no decurso da 2ª Guerra Mundial, utilizava um motor a gasogénio.

Adquirido inicialmente pela Companhia dos Carris de Ferro do Porto, foi mais tarde vendido aos Serviços de Transportes Urbanos de Braga e posteriormente adquirido pelos Serviços Municipalizados de Coimbra, quando deixaram de funcionar os troleicarros naquela Cidade.

De referir, ainda, que se encontra na fase final de recuperação, tendo em vista a sua integração no Museu, o primeiro troleicarro adquirido para Coimbra, em 1947.

Para além do valioso património que atrás se refere, há ainda a assinalar:

- Uma ponte rolante.

Adquirida à Firma Herbert Morris, Ldª, e que entrou ao serviço no ano de 1910. O seu funcionamento que é manual, é feito através de um sistema de roldanas, levantando pesos até 2 toneladas.

- Um torno para alinhamento de rodados.

Adquirido à Firma F. Street, na década de 20. Refere-se que um curioso sistema de rodas dentadas intermutáveis, permite a utilização do torno noutros serviços.

Torno para alinhamento de rodados. Coleção PedroTorno para alinhamento de rodados, em exposição e funcional

 - Uma máquina de impressão de bilhetes.

Fabricada pela Firma Pautzer e que entrou ao serviço nos finais da década de 50.

 Há que assinalar que tem sido preocupação dos responsáveis pelo Museu que todo o património existente seja mantido em condições de utilização.

Refere-se, por último, que a zona dos escritórios da oficina, sofreu algumas alterações visando a instalação nesse local de uma pequena mostra dos objectos que já foi possível recolher, bem como apresentar, de forma necessariamente sucinta, uma pequena ilustração da história dos carros eléctricos em Coimbra.

2.3 - Os projectos

Ao longo da presente comunicação já foram aflorados os principais projectos que permitirão a concretização dos objectivos definidos para este Museu.

Mas, há que o afirmar, a vida do Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra tem sido bem difícil.

Atravessando a Câmara Municipal de Coimbra uma fase de grandes dificuldades, cuja principal razão é a critica situação dos actuais Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, fácil será concluir da dificuldade que se vem verificando em mobilizar para o Museu, os indispensáveis

recursos para a realização das necessárias obras de adaptação e de conservação. Obras indispensáveis à sua abertura nas condições de dignidade exigíveis.

Daí o nosso apelo para que o I Encontro Nacional sobre o Património Industrial reconheça a importância da salvaguarda do património que integra o Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra, e que esse reconhecimento encontre eco junto das Entidades competentes, tendo em vista a obtenção dos apoios que tal património impõe.

Costa, A.F.R. Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra. Um contributo para a salvaguarda do património industrial. In: I Encontro sobre o Património Industrial. Coimbra – Guimarães – Lisboa. 1986. Actas e Comunicações. Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial. Coimbra Editora, Limitada. Volume I, Coimbra, 1990. Pg. 265-278.

 

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por Rodrigues Costa às 10:11


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