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O primeiro documento que conseguimos encontrar sobre os festejos do Carnaval em Coimbra é o anúncio que a seguir se reproduz:
Carnaval de 1894, anúncio de baile carnavalesco
Na sua edição de 21 de fevereiro de 1907, o jornal Resistencia, escrevia que (atualizamos a grafia), a sociedade Comba-Club [fundada numa data que escapa ao nosso conhecimento, mas composta essencialmente por comerciantes e industriais] tinha decidido meter ombros, com bem pouca probabilidade de sucesso nesta sonolenta Coimbra, à organização de festejos tendentes a “civilizar o carnaval”.
De acordo com o articulista, provavelmente Joaquim Martins Teixeira de Carvalho, o conhecido Quim Martins, “civilizar o carnaval é uma frase feita, mas má”, porque o carnaval não se civiliza, o carnaval fica o que foi ou desaparece.
Carnaval de 1907(?), anúncio de Baile de Mascaras
O carnaval não tinha sido sempre a festa licenciosa, suja, brutal e sem graça vivida na época medieval, mas no período renascentista evoluiu e apareceu, nessa altura, o cortejo e a mascarada espirituosa que encheram a rua de alegria decorativa e de um grande exibicionismo artístico.
Portugal não acompanhou a evolução acontecida nos outros países onde se passou de uma cerimónia seiscentista á graça amorosa, espirituosa e fina do século XVIII.
Contudo, o nosso amor aos jogos, danças e torneios a cavalo, veio dar ao entrudo nacional uma feição própria que ainda, no final do século XIX, fazia do carnaval uma ocasião de ostentação artística, materializada em jogos de destreza capazes de provocar o sorriso e de, por vezes, gerar uma alegria ruidosa face às surpresas das cavalhadas.
Do programa proposto pelo Comba-Club salientavam-se os bailes organizados na sua sede e na “Casa do sobrado” ou “Casa da pandega”, situada na periferia, bem como cavalhadas e récitas no Teatro-Circo. O cortejo carnavalesco constituía o ponto alto dos festejos.
Carnaval de 1907, carro das Especialidades de Coimbra a passar na Praça do Comércio
Illustração Portugueza, 52, Lisboa, 1907.02.18, p. 200; Resistencia, 1181 e 1183, Coimbra. 1907.02.10 e 1907.02.21.
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