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A' Cerca de Coimbra



Terça-feira, 24.10.17

Coimbra: Colégio de S. Agostinho 3

O estuque como arte decorativa tem vindo a ser utilizado ao longo dos séculos nas ornamentações de palácios e igrejas de todo o Portugal, não só como simples base de pintura mas também como elemento principal, adaptando-se à diversidade das linguagens e de critérios decorativos que coexistem nos vários polos artísticos.

... Ao nível decorativo destacam-se (no Colégio da Sapiência) os revestimentos azulejares seiscentistas e setecentistas e as decorações seiscentistas em estuque relevado.

Colégio de S. Agostinho claustro ornamentação 2

Colégio de S. Agostinho claustro ornamentação

 A zona do claustro, como espaço orientador da construção, terá sido a primeira parte a ficar construída (1596 é a data inscrita numa cartela do claustro); no entanto a decoração em estuque relevado das abóbadas da galeria terá sido executada mais tarde, por volta de 1630, aquando da ornamentação da igreja.

A decoração em estuque realça o jogo de cheios/vazios da galeria, reforçando o ritmo da arquitetura, marcado pelos arcos da cantaria e pela alternância de dois tipos de abóbada.

... O jogo cromático utlizado – vermelho, ocre e pedra – reforça também o esquema decorativo.

Colégio de S. Agostinho igreja estuques 1.jpgColégio de S. Agostinho igreja estuques 1

Em relação à igreja encontramos uma decoração muito complexa. Embora os primeiros professores e clérigos tenham entrado em 1604, só por volta de 1630 é que foram terminados os dormitórios altos, que se encontravam por cima da igreja, e foi efetuada a decoração desta (a igreja foi sagrada em 5 de Maio de 1637).

Colégio de S. Agostinho igreja estuques 2.jpgColégio de S. Agostinho igreja estuques 2

 ... A decoração da abóbada é composta por ornatos de grandes dimensões, muito salientes em relação à linha média da abóbada, cruzando-se em dois níveis diferenciados. No nível principal, que marca os eixos da capela, salienta-se o relevo de Santos Agostinho e, em seu redor, simbologia agostinha; num segundo nível de ornatos, florões e pontas de diamante.

... Face à qualidade de execução dos ornatos deste teto, principalmente das cartelas e dos baixos-relevos, quem aqui trabalhou foi alguém já com experiência neste género de trabalho, conhecimentos sólidos de tratadística e grande domínio da arte escultórica.

Silva, H. Estuques maneiristas do Colégio de Santo Agostinho ou da Sapiência. Apontamentos para o seu estudo. In: Monumentos. Revista Semestral de Edifícios e Monumentos. N.º 25, Setembro de 2006. Lisboa, Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, pg. 76-85
 

 

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por Rodrigues Costa às 20:46


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