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Principiou a funcionar em 1548, e por alvará de 16 de Fevereiro de 1553, foram-lhe concedidos os privilégios da Universidade.
Não havendo edifício próprio para a instalação definitiva do Colégio das Artes, foram os cónegos regrantes que para a sua acomodação emprestaram os Colégios de S. Miguel e de Todos os Santos, que ficavam na vizinhança do seu mosteiro, no princípio da rua da Sofia.
... Em1566 transferiram os jesuítas o Colégio das Artes para a cidade alta, instalando-o provisoriamente na vizinhança do seu Colégio de Jesus, nas casas onde haviam estado os freires de Cristo, e noutras próximas.
Mas não passava de instalação insuficiente e inadequada. Projetaram logo a construção dum novo edifício para o Colégio Real, cuja primeira pedra foi assente em 1568.
Colégio das Artes, fachada norte
Bom edifício, muito bem estudado pensado, como em parte pode ainda hoje observar-se...
Colégio das Artes portal
Ainda é o mesmo o portal que dá ingresso ao edifício: acha-se porém mutilado pela supressão do grande escudo real, que o rematava.
Colégio das Artes pátio
Também ainda se conserva o pátio ou claustro, de planta quase quadrada (51,50 m x 45,70m), que se nos depara além da portaria, o qual é limitado por todos os lados por um formoso quadripórtico; para este abrem as portas... as salas das aulas dos «gerais». Nos curtos intervalos entre umas e outras lições sucessivas, bem podiam nesse largo pátio espairecer ao ar-livre e distrair-se os alunos de todos os cursos, embora numerosos, bastando um pequeníssimo número de pessoas para os vigiar.
Tudo isto ficava no rés-do-chão: no andar superior, eram as habitações.
Gastaram-se muitos decénios antes de se conseguir o acabamento das obras, que se prolongaram pelo século XVII adiante.
... a carta-régia de 15 de março de 1760 mandou separar este colégio do que fora o Colégio da Companhia (o Colégio de Jesus)... assim reaberto o Real Colégio das Artes com professorado novo.
... Em tempo do reinado de D. Miguel foram os jesuítas estrangeiros vivamente solicitados pelo Governo português... tomarem novamente conta do Real Colégio das Artes, em Coimbra... chegaram enfim a Coimbra, a 18 de Fevereiro de 1832... Após a vitória do constitucionalismo, foram logo expulsos, como era de prever.
... O decreto de 17 de novembro de 1836 remodelou o ensino secundário... determinou: «O Liceu de Coimbra substituirá o Colégio das Artes, e formará uma secção da Universidade»... Foi o Liceu mandado colocar no mesmo edifício que ocupara o Colégio das Artes... mas, como o Liceu não tinha internato, e as aulas se encontravam muito bem instaladas no rés-do-chão, nos antigos «gerais» do referido Colégio, aproveitou-se o 1.º andar para depositar ali grande quantidades de livros, que vieram dos Colégios e conventos extintos.
Apareceram então pretensões da Faculdade de Medicina, que... por insuficiência de espaço. Considerava as imensas vantagens que haveria, se os instalasse no edifício do Colégio das Artes... portaria de 22 de agosto de 1853, autorizando a transferência ou mudança dos doentes dos hospitais da Universidade para o Colégio das Artes.
... A função docente, para que fora construído o edifício do Colégio das Artes, cessava pois ali no meado de junho de 1870.
Vasconcelos, A. 1987. Escritos Vários Relativos à Universidade de Coimbra. Reedição preparada por Manuel Augusto Rodrigues. Volume I e II. Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra, pg. 207-220, do Vol. I
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