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Depois de abandonarem o primitivo mosteiro, as religiosas procuraram a sua rentabilização, através do arrendamento a particulares que transformaram o espaço monástico em exploração agrícola.
... Na sequência da desamortização dos bens das ordens religiosas, o Estado liberal vendeu o velho mosteiro e a cerca em 1853.
... às vésperas da implantação da República, em 1910, o edifício foi decretado Monumento Nacional e, em 1925, era arrendado pelo Estado Português.
... Dentro da ideologia do restauro vigente, e na tentativa de recuperar e dignificar este espaço, foram destruídas as adulterações decorrentes do aproveitamento do local como quinta agrícola... O monumento passou, então, a estar aberto aos visitantes.
... Readquirido pelo Estado Português, em 1976, o antigo mosteiro manteve-se sem alterações até 1989, altura em que foi lançado... o “Concurso de ideias para a valorização e recuperação da igreja de Santa Clara-a-Velha” ... O início da execução do projeto determinou a realização de um acompanhamento arqueológico
... Em finais de 1995, detetaram-se as estruturas arquitetónicas do claustro (com o aparecimento de colunelos e de capiteis «in situ») que pela sua dimensão e importância, determinaram a ampliação da intervenção arqueológica... implicaram o abandono do projeto aprovado em 1989.
O processo de escavação, que decorreu até ao ano de 2000, foi feito em moldes invulgares. Em 1995, procurou-se retirar os sedimentos através de um sistema «air-lift», com recurso a um mergulhador. Este processo foi rejeitado... O sistema adotado em seguida foi o da colocação de duas bombas de submersão, em catorze furos de captação. Obteve-se, assim, o rebaixamento do nível freático... Foram, então, postas a descoberto estruturas arquitetónicas até aí enterradas e submersas.
Ruinas e centro interpretativo
...em finais de 1998, o Ministério da Cultura assumiu publicamente a decisão de manter a estruturas do mosteiro a seco. A solução técnica ... foi a construção de uma cortina de contenção periférica em profundidade ... Não obstante, continua a ser necessário o funcionamento permanente de um número reduzido de bombas, que vão retirando a água que se infiltra subterraneamente.
Foi assim, lançado novo concurso com vista à elaboração do projeto de valorização do mosteiro e terrenos envolventes. Para além do restauro das ruínas, da dotação do monumento e do espaço envolvente com circuitos de visita, o projeto prevê ainda a construção de um novo edifício, destinado à guarda e à musealização dos acervos encontrados durante a escavação.
Côrte-Real, A. (coordenação). 2009. Mosteiro de Santa Clara de Coimbra. Do convento à ruína, da ruína à contemporaneidade. 2.ª edição. Coimbra, Direção Regional de Cultura do Centro, pg. 68-70, 75-79
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